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Quarta-feira, 4/8/2004
Qual a história para a nossa cidade?
Daniela Sandler
+ de 5500 Acessos
+ 1 Comentário(s)

De volta a São Paulo depois de uma temporada fora, passei pela Av. Quarto Centenário, bem no comecinho, ladeando o Parque do Ibirapuera. Muita coisa mudou desde que eu passava por lá todos os dias na volta da escola, no fim dos anos oitenta: a nova pista de acesso da Rubem Berta, a nova lombada eletrônica. E uns novos condomínios horizontais mastodônticos, monstros brancos no estilo desta maldita praga neoclássica que assola a cidade, circundados por muros cegos agressivos tampando a rua, as casas por trás tampando o horizonte com suas fachadas superdimensionadas, grandes demais para o lote.

Bem no lugar desses perus-no-pires havia alguns dos edifícios de que eu mais gostava em São Paulo: os prédios baixos e delicados de uma antiga fábrica, em tijolo de barro vermelho-escuro. Na minha memória, ainda vejo o contorno da fachada desses prédios ondulando no ritmo regular das suas janelas no telhado, como é de costume nas antigas construções fabris paulistanas. Havia detalhes na textura dos tijolos, sombras misteriosas de árvores, frestas insinuantes: muros e paredes sim, mas transparência também, revelando e escondendo em igual medida uma imagem fugaz, densa e complexa de história e de beleza. A sensação era essa mesma, ainda que os detalhes físicos possam ter sido diferentes – nunca mais saberei, agora, traída não pela minha memória, mas pela gana e pelo mau-gosto dos empreendimentos imobiliários paulistanos.

Racionalmente, é fácil entender a morte anunciada da fabriquinha em terreno nobre. O novo condomínio de mansões espremidas está em berço esplêndido: tem vista para o parque e acesso imediato aos seus portões; está localizado em área residencial de casas baixas, protegido do barulho e da sombra de prédios e comércio; bem na boca de um dos principais corredores viários de São Paulo (a Rubem Berta e a 23 de Maio), do lado da República do Líbano e perto da Av. Brasil – ou seja, acesso excelente para as zonas centrais, oeste e sul de São Paulo. Além disso, a área faz parte do recente boom imobiliário que vem povoando as margens do Parque Ibirapuera (para o lado de Moema) com prédios altos de preços idem. A Avenida Ibirapuera, também próxima, já foi incensada como a nova “Paulista” e a nova “Faria Lima”, pela quantidade de novos prédios de escritório e hotéis. As mansões brancas da Quarto Centenário fazem parte desse novo filão especulativo – e oferecem sua fatia mais nobre. Para os empreendedores, deve ter parecido uma promessa de lucros fabulosos.

Patrimônio e toda a sociedade

O resto da cidade, no entanto – a cidade como entidade coletiva, o conjunto dos cidadãos e sua história – contabiliza os prejuízos. Não só o prejuízo à paisagem urbana causado pelo Frankenstein neoclássico (esse estrago, afinal, já está incontrolável), e não só o prejuízo à vista da avenida, agora tapada pelo condomínio. Mas a perda irreversível de um edifício cujo valor não reside somente em seu aspecto romântico ou pitoresco (ainda que esses tenham sua devida valia), e não apenas em seu papel como testemunha de uma fase fundamental de nossa história paulistana. A perda também diz respeito à chance de aproveitar uma construção cuja dimensão física e icônica a elevava acima dos limites privados de proprietários e lotes, e a inseria no interesse e na simbologia do público.

Não é por acaso que edifícios semelhantes, no Brasil e no mundo, foram e têm sido convertidos para novos usos abertos a todos os cidadãos. Antigos edifícios industriais combinam localização favorável (antes construídos em bairros periféricos, agora englobados pelo crescimento urbano) a espaços amplos, ideais para funções públicas – de centros culturais a arquivos, escolas a fundações, postos de serviço público a casas de shows. Para completar, o interesse histórico desses locais endossa e ancora sua dimensão pública; em outras palavras, o fato de esses locais serem representativos de uma parte da história social e cultural da cidade faz com que eles assumam um significado simbólico ou afetivo para boa parte da população.

Isso não quer dizer que a história da fábrica antiga seja necessariamente compartilhada por todos os habitantes de São Paulo individualmente, em suas estórias pessoais. O significado de construções e locais históricos vai mais além: reflete, por exemplo, o interesse de paulistanos em aprender mais sobre o passado urbano, ainda que não seja o passado restrito de suas famílias. O conceito de patrimônio histórico, afinal, envolve justamente seu alcance coletivo, social. É só assim que se pode compreender a cidade como um todo, que se podem analisar mais efetivamente seus problemas presentes, e também alcançar um sentido mais generalizado de pertencimento e identidade – sem os quais estamos fadados a viver numa selva sem lei, em que o espaço público torna-se tristemente terra-de-ninguém, sujeito à (de)predação e ao desrespeito, porque ninguém se sente por ele responsável.

Além disso, a importância social do patrimônio não se restringe ao mero inventário de fatos e objetos passados, mas significa mais do que tudo uma postura, um processo. O interesse pela fábrica antiga não significa seu congelamento na forma original, como peça de museu; nem se resume à sua história específica. Preservar um edifício assim é um ato de conhecimento, de ensino e aprendizado; parte integrante de uma atitude global de pesquisa e transformação crítica, de valorização de uma herança e sua transmissão para gerações vindouras. Com um olho no passado, sim, mas já fincando pé no futuro. Basta pensar no Sesc Fábrica da Pompéia, por exemplo, que, transformado por Lina Bo Bardi, mistura arquitetura inovadora e histórica com programação múltipla e voltada para o presente.

A anonimidade da fábrica da Quarto Centenário, ou de outras tantas em São Paulo, não deve servir de desculpa para a sua destruição. Há muito tempo que a preservação de arquitetura não se restringe apenas a edifícios e locais excepcionais, como sedes de governo, palácios ou monumentos. A história contada por esses edifícios é incompleta, resumida à versão oficial e limitada a uma narrativa de prosperidade e triunfo. A atenção a exemplares anônimos, cotidianos e prosaicos – como fábricas, arquitetura doméstica ou vernacular, edifícios sem assinatura de arquitetos famosos – é parceira da história crítica e renovada, que abrange a vida cotidiana e as práticas sócio-culturais de todas as classes, não apenas da elite. Essa história, aliás, vem sendo praticada há décadas; mais recentemente tomou corpo nos volumes da bem-sucedida série de livros “A Vida Privada”.

Critério e transformação na preservação arquitetônica

Com isso, não quero dizer que todo e qualquer prédio deva ser preservado apenas porque é antigo. Há que se ter critério para a seleção de exemplares – sejam eles edifícios isolados, ou bairros inteiros – a ser preservados. Também há diversas possibilidades para a preservação – da restauração impecável que reproduz o estado original, passando pela preservação dos sinais da passagem do tempo, e chegando à reforma que altera parte da matéria original produzindo um novo espaço. Prédios “anônimos” são ideais para esta última opção, que, por sua vez, é a mais adequada às necessidades e expectativas do tempo presente, dando espaço tanto para os usuários de hoje como para a força criativa dos arquitetos contemporâneos. Outro bom exemplo, além do Sesc Pompéia, é a magnífica reforma do edifício da Pinacoteca, finalizada em 1998 e de autoria de Paulo Mendes da Rocha. Exemplos fora do país também não faltam. A galeria Tate Modern, em Londres, ocupa o espaço de uma antiga usina de energia. O Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona está numa casa de caridade do século 19. Em Berlim, uma enorme cervejaria virou um fervilhante centro de lazer com bares, cinemas e clube noturno, a Kulturbrauerei.

Em nenhuma dessas cidades faltam outras opções – seja de arquitetura histórica, seja de lazer. Com acervo de edifícios antigos bem maior que o de São Paulo – e muito mais museus e instituições culturais –, todas essas cidades encontram espaço e vontade tanto na iniciativa privada como no poder público para criar projetos como esses, aproveitando construções históricas para funções cívicas e culturais. O sucesso desses empreendimentos comprova a sua vitalidade – e, por que não, necessidade. Digo isso para que não se use o Sesc Pompéia como contra-argumento, como se ele sozinho pudesse dar conta da metrópole inteira – pois não dá.

Não dá em termos funcionais, por uma questão de escala – uma metrópole como São Paulo poderia acomodar muito mais em termos de equipamentos e instituições culturais e de lazer, tanto nos bairros centrais como – principalmente – na periferia. A representatividade histórica também perde quando os exemplares se reduzem a pontos isolados. A fábrica de Moema é uma das últimas testemunhas do passado industrial da área, antes ocupada por casinhas de operários e fábricas à beira da cidade, agora tomada por edifícios de apartamentos repetidos à exaustão. Salvaguardar edifícios de relevância para a história de cada bairro é importante para a história da cidade inteira, pois só assim pode-se ter uma idéia da textura e da multiplicidade de São Paulo, feita justamente de identidades e variações locais, de diferenças que distinguem cada região e de insuspeitos pontos em comum.

Da mesma forma que lamento a destruição silenciosa da fábrica – esse apagamento vergonhoso da memória, em que nada mais indica os traços do passado na paisagem urbana –, poderia também estar pensando nos galpões do bairro do Pari e do Brás, ou nas Indústrias Matarazzo (que viveram uma curta ressurreição cultural com o Arte Cidade no meio dos anos 90), ou em tantas outras construções esquecidas, deterioradas, arruinando-se ou já arruinadas. Essa riqueza de nosso tecido urbano e de nossa história tem sido soterrada por uma avalanche de investimentos imobiliários, de prédios que, multiplicando o valor do terreno pelo número de andares, aumentam o lucro de investidores privados, adensando a cidade sem trazer melhorias à sua infra-estrutura (no mais das vezes, sobrecarregando-a).

Esquecimento, parte de nossa história

Esse processo de demolição e construção, que faz de São Paulo esse monstruoso aglomerado de arranha-céus indistintos, perdidos num mar de cinza, trai nossa própria história ao roubar suas belezas e singularidades. Mas, devo admitir, esse processo é ele também parte de nossa história – justamente esse apagamento, essa desmemória. Já nos anos vinte Mario de Andrade chamava São Paulo, num poema, de “palimpsesto sem valor.” O historiador da arquitetura Benedito Lima de Toledo também usa o termo para se referir à incessante reconstrução da cidade. O palimpsesto, afinal, é o papel antigo – pergaminho – onde o texto original era raspado para dar lugar a novo texto, para que se pudesse escrever de novo. A imperfeição do palimpsesto, porém, pode guardar traços originais, ou ao menos do ferimento (raspamento). Nossa cidade, a julgar pelo exemplo ofuscante e liso da Quarto Centenário, mais parece uma tela de computador – em que, se eu apagar todo esse texto que venho digitando, não terei vestígio da destruição.

É importante reconhecer nessa fúria de construção e demolição o sinal de nossa história, ainda que indesejada. Mas reconhecer a história não significa aceitá-la passivamente nas condições em que nos é dada. Não podemos transformar tudo completamente, ou tudo de uma vez, mas há atos que estão a nosso alcance. Em Berlim, por exemplo, a valorização às vezes quase excessiva da arquitetura antiga é relativamente recente. Do pós-guerra até o começo dos anos 80, imperou na cidade uma febre de destruição enorme, nos dois lados do muro, substituindo monumentos e bairros inteiros pela arquitetura anódina e estéril de retângulos de concreto. Mas a mobilização combinada de associações de bairro, estudantes, historiadores, arquitetos e urbanistas reverberou junto à opinião pública e transformou a política oficial. Lenta, mas seguramente.

Não é impossível fazermos o mesmo. Temos associações de moradores que já provaram seu poder de mobilização em muitas ocasiões. Temos excelentes profissionais na área de preservação, arquitetura, história e urbanismo. E, tenho certeza, temos inúmeros moradores, paulistanos como eu (para não falar nos visitantes), que usariam com apreciação imensa mais um espaço público e histórico. Um sinal de identidade que não repita monotonamente, como no caso do trambolho neoclássico no Ibirapuera, a versão pisada de que somos apenas a terra da especulação imobiliária.


Daniela Sandler
São Paulo, 4/8/2004

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
8/8/2004
19h48min
Oi, Daniela. Que bom você estar de volta, pois nos encantará com seu poder de observação, análise e síntese, olhando as coisas de nosso chão, em vez de alhures. Sobre o texto da semana, você nos oferece uma boa base para a reflexão. Concordo que o tecido urbano, da maioria de nossas cidades, é visto apenas pela lupa ou luneta financeira, sem quaisquer perspectivas histórica e social. Isto é feito não apenas pelas empresas do ramo - que têm a missão de sobreviverem, pelos proprietários de áreas urbanas - que nem sempre têm dinheiro líquido e precisam "fazê-lo", pelos arquitetos - que se (de)formam com o rastero objetivo da sobrevivência, tornando-os (inocentes) úteis às empresas incorporadoras, mas também - de novo, de nossas instituiçoes públicas ligadas ao tema, alías, míopes com todas as demais. O incrível é que muitas das intervenções urbanas para criar novos empreendimentos, como o condomínio referido, dão às costas não só às questões históricas, mas também a alguns princípios do próprio urbanismo, como a existência da diversidade de usos, como forma de dar vida ao local, à cídade. Esses empreendimentos pausterizados - embora com várias imperfeições em termos de vida social, são até úteis em locais degradados ou ermos, para criar um novo destino urbano e, ao seu redor, vida. Mas regiões da cidade onde já há vida - embora que entrópica, são catalizadores da confusão urbana e criadores do distanciamento na vida população e sua cidade. Parabéns pelo texto.
[Leia outros Comentários de Bernardo B. Carvalho]
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