Nine Inch Nails e The Slip | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 22/10/2008
Nine Inch Nails e The Slip
Rafael Fernandes
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Fábrica de Chocolates

O Nine Inch Nails (ou NIN) surgiu em 1988 em Ohio, nos EUA. Não chega a ser uma "banda" de fato, já que Trent Reznor é o único membro: é o cantor, guitarrista, compositor e a mente por trás de todas as decisões. Costuma chamar músicos de sua confiança para alguns dos registros de estúdio e quando sai para uma temporada de shows. Reznor tem boa noção de negócio e produtos, sem que isso interfira na música. Cria o que quer criar e, a partir daí, sabe como vender seu peixe ― e, ao mesmo tempo, agradar aos fãs. Assim, todos seus lançamentos musicais, além de seus nomes de fato, levam a classificação de "Halo", acompanhada de numeração cronológica (sendo o 01 o primeiro EP, Down in it, de 1989, que antecedeu o disco Pretty hate machine, e 27 o mais recente, The Slip). Esses lançamentos costumam conter o logo característico da banda e apresentar artes diferenciadas, que em geral seguem uma linha de texturas, em contraponto às convencionais artes com simbologias mais óbvias. É um dos artistas que têm grande preocupação com a qualidade dos sons: da captação da gravação aos timbres diferenciados e também mixagem e masterização. Até hoje impressiona o som de The Downward Spiral, de 1994, que é uma boa mostra do que é a banda, tanto em produção quanto nas músicas: é capaz de ir do esporro de "The march of the pigs" à sensibilidade de "Hurt". Também sempre tem muito cuidado com todos os aspectos que envolvem seus lançamentos: quer alta qualidade do produto, dos shows, cenários, fotos etc. Tem interesse em dar o melhor a seus fãs, e sabe que se detalhes (como um belo encarte) não salvam um disco ruim, ressaltam as qualidades de um bom.

O trabalho do Nine Inch Nails começou a aparecer em 1989 com Pretty hate machine e acabou sendo marcado com o rótulo "industrial", por ser um som direto, agressivo, sombrio, com vocais gritados, guitarras processadas e incorporação de elementos eletrônicos. O primeiro disco já mostra bem o que Reznor pretendia. É uma excelente prova do poder de fogo das canções, como a abertura "Head like a hole" e "Terrible Lie" ― com ótimo refrão, quase um grito de guerra. O NIN consegue trazer parte do universo sonoro do que se convencionou chamar de "música eletrônica" e combinar com a agressividade, riffs e intensões musicais do rock. A união foi feliz e o resultado é um estilo particular. As letras são incisivas, muitas vezes com temáticas de auto-destruição. Além dos já citados discos, até o início de 2007 os lançamentos "de carreira" (discos inéditos) foram: The Fragile (1999), With Teeth (2005) e Year Zero (2007).

No início de 2008, foi lançado Ghosts I-IV (o primeiro sem o apoio de uma grande gravadora), com 36 faixas instrumentais, uma viagem de canções de climas densos. O grande destaque, fora a música, foi o inteligente lançamento de diversos formatos de produtos, numa tentativa de sentir o mercado e dar opções aos fãs. Sem nenhum custo, é possível adquirir, via download, 9 das músicas de Ghosts I-IV em alta qualidade de áudio, sem a "proteção" do insuportável DRM, e um PDF com uma arte. Por US$ 5,00 o comprador leva, também digitalmente em diversos formatos, as 36 faixas, mais um PDF com 40 páginas de arte. Já por US$ 10,00 é vendida uma versão física, com CD duplo em digipak. A US$ 75,00 é oferecida uma edição deluxe, com CD duplo, DVD de dados e Blu-ray com áudio em alta definição. Tudo isso numa embalagem luxuosa. E a versão ultra-deluxe, limitada a 2.500 cópias (e já esgotada) entregava, por US$ 300,00, o que vinha na edição deluxe mais o disco em vinil duplo e um livro com duas fotos do encarte em versões para serem enquadradas. Cada uma delas cópias foi numerada e autografada por Trent Reznor. Para quem não gosta, um desperdício. Para quem gosta, irresistível. Reznor, no mínimo, está procurando novos caminhos para ganhar dinheiro vendendo música ― sem abdicar dos desejos dos fãs.

Poucos meses depois, de forma surpreendente, The Slip foi lançado, gratuitamente, no site oficial. O músico declarou que seria um presente aos fãs, pelo apoio leal através dos anos. Aproveitou o frisson causado e anunciou, em seguida, uma turnê pelas Américas. O mais recente disco é um trabalho mais roqueiro, mais direto que os demais; privilegia o formato de banda, sem deixar a diversidade de sons e programações de lado. É um disco coeso e bem amarrado ― na medida certa. E com grandes músicas. Começa com um tema instrumental, "999,999", e fica potente com o riff marcante e hipnótico de "1,000,000". Aumenta o peso com "Letting You", de refrão empolgante; "Discipline", dançante na medida do possível, também é ótima. Em seguida vem uma das minhas preferidas, "Echoplex", de clima mais tranquilo, mas sem perder a pegada. Novamente: ótimos riffs e melodias. Depois, "Head Down" ― gosto do refrão ― e outra das minhas preferidas, "Lights in the sky", uma das mais belas canções já compostas por Trent Reznor. "Corona Radiata" e "The four of us are dying" são outras boas instrumentais "climáticas" (na linha do disco Ghosts I-IV). O encerramento é com "Demon Seed", que mantém o nível. Foi lançada também uma versão limitada no formato físico de CD com um DVD, que inclui gravações de ensaios para a turnê, em que as músicas de The Slip soam mais vivas e viscerais, como mostra este vídeo de "Letting You":



Infelizmente os shows pelo Brasil foram cancelados. Embora as más línguas indiquem que a baixa vendagem de ingressos foi o motivo, a justificativa oficial foi de "problemas técnicos", e mais de uma vez no site oficial a banda assumiu a culpa. De qualquer forma, para compensar um pouco e para ver o nível de qualidade dos shows, a seguir está um breve documentário (em inglês) sobre a tecnologia do cenário presente nas apresentações. Vale a pena assistir, mesmo para quem não gosta da banda. É impressionante. Essa é a forma como o NIN trabalha.



Rafael Fernandes
São Paulo, 22/10/2008

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