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Sexta-feira, 12/6/2009
Escrever? Quantas linhas?
Ana Elisa Ribeiro
+ de 7100 Acessos
+ 13 Comentário(s)

Qual foi o maior texto que você já escreveu em toda a sua vida? Lembrou? E então? Ele passa das duas páginas? Se passa, parabéns, você é alguém que experimentou muito mais, em relação à escrita, do que a maioria absoluta das pessoas. E o que isso quer dizer? Não sei. Que você talvez tenha o que dizer, embora essa relação não seja direta. Ou que você pode ousar mais. Ou que você provavelmente fez uma monografia de bacharelado. Ou que produziu um bom relatório de final de curso. Talvez queira dizer que seu professor de língua era um bamba. Ou que você curte escrever muito além da média das pessoas. Ou ainda que você é um privilegiado.

Um editor da virada do século disse em e-mail: "é dureza publicar livros nesta meca de analfabetos". Preconceitos à parte, o cara tinha razão para se preocupar. Ou não? De repente, a "meca" à qual ele se refere não lê e nem escreve. Pelo menos não o ideal ou o suficiente. Um professor de jornalismo surtava em sala de aula e, aos brados, acusava os alunos de "não saberem ler". Frise-se que eram alunos de jornalismo. No entanto, talvez isso se aplique a todos os demais cursos do planeta, em qualquer lugar do mundo. Ou será que virão defender que o Brasil é pior do que os outros? (Porque este tem sido nosso discurso e também, em última análise, o que sobra dos resultados dos testes de eficácia aplicados a torto e a direito. Ah, se vocês vissem a moça da Unicamp interpretando esses testes, seria tão esclarecedor...).

Você se lembra de quando tirou nota alta em redação? Lembra de ganhar algum prêmio pela boa escrita? Ou mesmo do reconhecimento, mesmo que "torto", em relação a algo que tenha escrito? E quanto àquele texto grandão? Em que situação e sob que condições o escreveu? Já ouviu alguém reclamar de fazer uma monografia? Do quanto é dolorido e sofrido? Ai, que preguiça. Atualmente, ao menos em Minas Gerais, é bem comum que os cursos de especialização substituam as antigas monografias (que eram meio estéreis e dificilmente circulavam) por artigos. Que implicações isso parece ter? Alguns vão dizer que a exigência caiu e que os alunos escreverão bem menos, sendo portanto mais fácil "comprar" um certificado de especialista em qualquer coisa. Outros, com os quais concordo, vão dizer que os alunos vão escrever um artigo de quinze ou vinte páginas e que o farão para apresentarem em algum lugar, para um leitor de verdade. Pelo menos uma parte desses trabalhos pode encontrar pouso nos olhos de alguém que não seja o professor. Pois bem: o sofrimento não diminuiu em nada. As pessoas, em geral, sofrem muito para escrever quinze páginas. Em geral, vêm de escolas (tanto faz se públicas ou privadas, frise-se) que tratam o texto pelo número de linhas, não pelo de laudas. É comum que se escrevam textos sem que se tenha lido bastante antes. E é também comum que se confunda referencial teórico com revisão bibliográfica. E que se confunda método com desenvolvimento de qualquer coisa. Enfim, o texto precisa ter fôlego, tanto em relação ao tamanho quanto em relação às ideias.

Quem fez monografia sofreu um pouquinho. Quem faz mestrado sofre um pouco mais. Quem faz doutorado quase não sente dor. Depois das primeiras trezentas páginas, artigo parece piada, o que não dispensa que se procure a qualidade. No entanto, a maior parte das pessoas vai escrever pouco e, normalmente, não vai ultrapassar as vinte linhas. É claro que doutorados e mestrados não são obrigação e nem gosto de todo mundo, óbvio, certo? A maior parte das profissões até impede que se tenha tempo para escrever ou mesmo a escrita lhes é marginal em relação a outras tarefas. Normal, claro. O que ocorre de ruim é quando as profissões têm a escrita como uma atividade central e as pessoas que as desempenham não se tocam disso. E não me refiro a qualidades gramaticais que qualquer F7 pode resolver. Refiro-me à densidade do texto, à articulação interna etc.

E o leitor? O que fazer com ele? O que fizemos dele? Mal, mal consegue passar da superfície. Não consegue reelaborar o que leu e muito menos discutir com pertinência o que lhe foi oferecido. Vira e mexe, aqui no Digestivo mesmo, ocorrem os ataques de leitores que leem com armas em riste, como se toda argumentação explicitada fosse uma cruzada pessoal contra sabe-se lá o quê. Leitores que veem no posicionamento do cronista um mero "falar mal" direcionado ou um "denegrir" gratuito. Leitores que não sabem sequer o contexto do que leem e a articulação disso com o que mais ocorre, inclusive a eles. Não sabem, por outro lado, se aproximar, conversar, trocar ideias, abordar um cronista (que, bem ou mal, conquistou este espaço) ou aproveitar o ensejo para colaborar de forma inteligente. Essas confusões são típicas de quem confunde autor com narrador, ator com personagem, de quem bate no Jackson Antunes na rua porque ele fez papel de machão na novela das oito.

Quando foi que você leu um livro pela última vez? E que teor ele tinha? Conversou com alguém a respeito? Quando foi que você participou de uma reunião em que as pessoas discutem aspectos de uma ideia? Quando foi que escreveu algo provocado pelo que lia? E sua abordagem foi interessante? Iniciou um diálogo inteligente com alguém? Tomara que sim. E tomara que aumentem as oportunidades que temos de escrever, principalmente de escrever textos que merecem ser lidos e discutidos. A recompensa do texto é ele encontrar leitores. A graça do autor é saber uma resposta bem-disposta à provocação escrita e, quem sabe, conhecer outros leitores capazes da autoria.


Ana Elisa Ribeiro
Belo Horizonte, 12/6/2009

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
12/6/2009
13h14min
Confesso que nunca escrevi tanto como atualmente por causa da faculdade. E que mesmo no curso de Graduação de Letras, pelo que percebo, as pessoas escrevem pouco e leem bem menos do que o necessário para obter uma boa formação acadêmica. É triste.
[Leia outros Comentários de Silvia Caroline ]
12/6/2009
14h51min
Sempre escrevi muito, mas li na mesma medida. Quando você lê algo que te chama a atenção, sente logo vontade de escrever alguma coisa a respeito, ou vê a leitura como fonte para entrar com outro assunto... Só tem conteúdo para desenvolver um bom texto quem lê e interpreta o que leu. Desta forma, aumentamos nosso repertório e a escrita se torna fácil e prazerosa.
[Leia outros Comentários de Vanessa Costa]
15/6/2009
11h20min
Se, como disse a Silvia, existe em um curso de Letras a falta de interesse pela escrita e leitura, imagine em um curso de engenharia? Nós da Poli discutimos, semana passada, a invasão policial na USP. Foi lamentável ver os alunos se comportando como animais durante a assembleia. Quem não lê, não tem pensamento crítico e não sabe discutir civilizadamente. Já vi, na Discovery, animais que sabiam fazer contas. Nunca vi um que sabia ler...
[Leia outros Comentários de Fernando F Alves]
15/6/2009
11h32min
Nunca tive dificuldade em escrever, e iniciei isto desde muito jovem. O segredo é refletir sempre o máximo sobre aquilo que você ler. O resto é arrumar um problema que cause polêmica, que traga novidade além do senso comum, ou que permita um novo olhar, sobre o objeto proposto.
[Leia outros Comentários de Manoel Messias Perei]
15/6/2009
15h48min
Sou otimista quanto à palavra escrita. Ouvi o professor Cristóvão Tezza observar, e concordo com ele, que com a internet saímos de uma cultura ágrafa - a TV - para um meio que exige o domínio maior ou menor da leitura e da escrita. Talvez alguns digam que o nível da língua usada não é ideal e que destoa por demais da norma culta. Mas a norma culta é apenas uma das normas possíveis. Existem códigos para todas as situações. Creio que se fôssemos fazer um estudo do quanto se escreveu e leu na década de 1990 versus o que se escreveu e leu nesta década que vivemos, esta ganha longe. Embora, scraps do Orkut não contem no currículo, estou certo de que os adolescentes de hoje já trocaram mais mensagens escritas do que eu jamais sonhei trocar em cartas na minha adolescência. Olha que eu sou um cara que gosta de escrever bastante. Considere o fato de que para o domínio de uma linguagem o importante é seu uso, se as coisas continuarem assim, em alguns anos teremos nova geração de bons escritores.
[Leia outros Comentários de Alessandro Martins]
16/6/2009
11h06min
A escrita nos dias de hoje - e digo isso com pesar, não com orgulho - tornou-se um ato de resistência. O Lypovetsky fala em "Tempos Hipermodernos" em que o trabalho intelectual é a verdadeira resistência ao espetáculo, pelo seu caráter "artesanal" e seu ritmo lento. Esse último ponto, pra mim, é o que fica: acostumamo-nos ao ritmo alucinamente que é o ritmo de se fazer dinheiro. Há inclusive quem fale em novas escrituras, teses redigidas em "hipertexto", respeitando o ritmo de leitura do homem de hoje. Acho que esse é um dos poucos casos em que eu me ponho ao lado dos apocalípticos...
[Leia outros Comentários de Thaíse Nardim]
16/6/2009
12h08min
Alguém fez a gentileza de linkar meu comentário anterior à fala do Tezza a que me referi. Embora extrapole o tema do artigo, faço questão de reproduzi-la aqui: "Considero um total equívoco dizer que a internet faz com que os jovens escrevam de forma errada.(...) Nos anos 70 aos 90, a televisão foi o grande agente civilizador do Brasil. E a televisão é a cultura da oralidade. O advento da internet foi uma explosão brutal no sentido contrário - qualquer página que você abre na internet está cheia de coisas escritas. Ou seja, a palavra escrita voltou para o palco. As pessoas estão voltando a escrever - chats, e-mails, blogs, etc. A escrita passou a ser o mediador de toda a comunicação, de todo o processo de informação. A palavra escrita voltou com toda força. É um absurdo encarar a internet como um problema."
[Leia outros Comentários de Alessandro Martins]
16/6/2009
13h03min
"A recompensa do texto é ele encontrar leitores. A graça do autor é saber uma resposta bem-disposta à provocação escrita e, quem sabe, conhecer outros leitores capazes da autoria." Somente quem já sentiu na pele ter escrito algo e lembrar do aforismo do Quintana ("Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro")... quando começam a chover perguntas óbvias e tolas sobre o texto escrito, vai lamentar a profundidade destas tuas palavras, Ana Elisa.
[Leia outros Comentários de JLM]
16/6/2009
16h02min
Escrever é uma necessidade, para quem gosta. E uma tortura, para os que dizem não gostar. É um diálogo em que a resposta suscitada pode ou não ocorrer, mas, ainda assim, o escritor sempre insiste, com seu interlocutor invisível, o leitor... Através do que se escreve, pode-se livrar de muitos pensamentos obsessivos, porque insistentes, e passar adiante um tempo, uma imagem, uma sensação, uma reclamação, uma ideia ou um sonho... Quantas coisas se pode passar, através de um texto! Ana Elisa Ribeiro o faz com maestria. É prazeroso ler o que ela escreve, tal como o é esticar um bom papo na beira de um fogão de lenha em noite de inverno. Quem for mineiro, como ela e eu, sabe como é a sensação...
[Leia outros Comentários de Beth Castro]
17/6/2009
17h38min
Escrevo e escrevo muito. Atualmente escrevo sobre o que outros escrevem. Resenho livros, do ponto de vista do leitor. Em sua maioria sobre ficção científica e fantasia. E o pessoal tem escrito. Muito. As editoras "sob demanda" têm aparecido aos montes. Textos bons e ruins têm aparecido em grande quantidade. Fanzines, eletrônicos ou não, também pululam. Eventos que reúnem escritores têm surgido, não só em são Paulo e Rio como no Paraná, em Pernambuco, no Rio Grnade do Sul. Será que só sabemos lamentar? Seria conveniente sair deste discurso fácil de que no Brasil não se lê ou escreve, baseado no anedotário do ENEM. Isso vem sendo repetido desde que eu era criança e isso faz tempo...
[Leia outros Comentários de Alvaro Domingues]
18/6/2009
20h20min
Um ato solitário que pode criar laços sociais, escrever coloca o sujeito à prova. Um exercício de ficar à deriva entre os significantes e seus efeitos. Um mal-estar que sustentamos para que talvez algo interessante aconteça. Uma aposta no inusitado que só depois saberemos. Uma possibilidade de confrontar a barbárie cada vez mais presente no nosso cotidiano. O tamanho do texto é somente pano de fundo. Pequeno ou grande, o que ele transmite, o que ele convoca no leitor é talvez a única medida importante para que o ato de escrever possa ser preservado na cultura.
[Leia outros Comentários de Alaor Mattos]
19/6/2009
16h15min
Ana Elisa no seu texto "Escrever? Quantas linhas?" deu uma chacoalhada, um "vamos pensar um pouco", um lamento muito, na grande população brasileira. Meu Deus! Seja adulto ou adolescente. Parece que ela vive dentro da escola pública onde o professor que gosta de ler chora uma lágrima por cada dia trabalhado. Quando os alunos são convocados à leitura dão a cara para bater; daí o professor dá o primeiro passo, com o máximo de sua voz, é claro, para depois ficar triste com as conversas paralelas insuportáveis. E quando estamos entre mulheres de meia idade elas dizem que não têm dinheiro para livros, mas não dispensam um bom vestuário, para não falar dos demais acessórios... Penso, neste momento, nas escolhas que podemos fazer nesta vida e que a maior riqueza que levamos para outra vida é o saber. De onde tiramos o saber? Obrigada a todos que leem e escrevem.
[Leia outros Comentários de Gelza Reis Cristo]
19/6/2009
17h02min
Sempre gostei de ler, mas não conseguia me fazer entender na escrita. Faltava me posicionar de maneira mais clara, mais sucinta, não sei bem o que acontecia. Sempre chegava no final dos textos, rasgava e jogava fora. Percebi que somente podemos escrever a partir da leitura e compreensão de tudo que temos a nossa volta. Quando iniciei uma formação superior, percebi que a leitura seria fundamental para meu sucesso e consequentemente passei a ler bem mais, e aos poucos estou conseguindo desenvolver melhores textos. Sou também mineira e gosto muito dos textos de Ana Elisa, e como é agradável ler! Ela tem uma desenvoltura muito grande na distribuição de suas ideias, parece até que estamos em uma roda conversando.
[Leia outros Comentários de Solange Boy ]
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