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COLUNAS
Sexta-feira,
30/10/2015
Kleztival: celebrando a música judaica
Heloisa Pait
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Até o dia 25 de outubro acontece em São Paulo, em vários lugares, o Kleztival, Festival Internacional de Música Judaica, em sua 6ª edição. É um espaço privilegiado para conhecer a cultura judaica através de meio de expressão mais fluido e menos repleto de imperativos que a cultura escrita, pela qual o povo judeu é mais conhecido. Para mim, em especial, que não entendo bulhufas de música, é um meio de me conectar com essa cultura pela alma mais que pela razão.
A programação está no site do Instituto da Música Judaica Brasil. Simplesmente imperdível o filme The Wandering Muse, do diretor Tamás Worsmser, que está no Brasil e debate o filme com o público depois das apresentações. O filme é um panorama do que se faz hoje pelo mundo em música judaica, com filmagens na África, na Europa e nas Américas. O diretor, que passou anos coletando esse material, também lançou o site colaborativo Wanderingmuse.net com o que não usou no filme. Chequem lá o clip de nossa Nicole Borger!
Vimos a banda brasileira Upa Nigun, que impressionou pela beleza, pela espiritualidade, e por uma sinceridade no palco que me tocou profundamente. Queria saber mais sobre música para poder contar a vocês por quê; vocês vão ter que vê-los! A banda canadense Odessa-Havana busca condensar referências distintas, judaicas e não-judaicas, inspirada na experiência multicultural de Toronto: o jazz cubano, o klezmer, música da Europa Oriental e talvez de origem asiática, e até mesmo a música sefaradita, ou seja, a música dos judeus espanhóis da era medieval.
Essa é a pegada do festival, que tem shows, lançamentos de livros e CDs, debates e workshops: o diálogo entre culturas, o intercâmbio nas formas em busca da expressão para nossos anseios, que são comuns. Pelo que me contou o músico da Odessa-Havana David Buchbinder - encadernador de livros? - ele terminou um desses dias de música no galpão da X-9, ao lado do Sesc Santana. Com certeza, andava nessa busca.
E numa conversa sobre identidades, perguntei ao diretor Tamás o que era pensar como húngaro, pois ele havia me contado que muitos húngaros na diáspora rejeitam sua cultura mas continuam pensando como húngaros. Ele não soube me responder. E nem precisa. Pois estamos sempre, como alguém disse em seu filme, buscando as frestas por onde podemos ver o outro, mais que tentando nos definir.
Heloisa Pait
São Paulo,
30/10/2015
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