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Segunda-feira, 10/6/2002
Quatro nomes para o êxtase britânico
Arcano9
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David Beckham


As últimas duas semanas foram notáveis na Olde Britannia. Viveu-se um movimento longo e paulatino e energético de euforia em Londres, com ecos nos meios de comunicação em massa, nas ruas, no ar, nas folhas do St. James's Park e no subúrbio de Plaistow. Um cheiro de carruagens de ouro cobertas de meias usadas por jogadores profissionais de futebol, com uma salutar cobertura de jóias da coroa roubadas dos países da Comunidade Britânica, e ainda uma pitada de sotaque coreano/japonês. Tudo isso assim mesmo, fazendo um completo senseless sentido. Uma ópera real de futebol, ou 90 minutos de quatro noites de God Save the Queen. Um sentimento de renovação, um sentimento de revisitação, um sentimento de revisão de velhas tradições. É a realeza comemorando 50 anos de ascenção da Rainha Elizabeth II ao trono. É a Inglaterra no grupo da morte da Copa, tendo que enfrentar os arquirivalíssimos argentinos logo no segundo jogo. E nas comemorações e nos jogos, um sentimento de vale a pena ver de novo, de novo, de novo, milhares de vezes, pela TV, a mesma brilhantíssima história e a mesma ação de graças. Um sentimento de apelo ancestral, tribal, de homens vestidos para a guerra esganando o inimigo de uma terra distante ou do outro lado do rio. Ou de homens vestidos para a festa, para dar graças a Tupã, a Odin, a Júpiter, pela graça alcançada, pela colheita farta, pelo sorriso forçado para a mídia. Para celebrar este sentimento poderosíssimo, caros leitores, lanço aqui um espetáculo sem argumento, uma história sem enredo. Lanço-lhes os personagens e seus nomes, lanço-lhes suas trajetórias e suas máscaras. Em contrapartida, peço aos senhores que juntem-os e, conseqüentemente, definam seus sentimentos. Enfim, rogo-lhes, leitores, que notem e dêem o devido valor a estes quatro ilustres representantes de uma nação em êxtase, pontos cardeais em um universo em desencanto.

David Beckham

Beckham, meu primeiro personagem, é um boa pinta que, defendendo a Inglaterra na Copa, também representa toda a Grã-Bretanha - já que a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte ficaram de fora. Tem 27 anos, é bonitinho, mas ordinário. É casado com uma mulher magra prá cacete, Victoria, uma ex-cantora das Spice Girls que não descobriu que deixou de ser cantora para ser capa profissional de revista de fofoca. Beckham, aliás, também se amarra numa fofoca. E num visual. A cada três ou quatro semanas, tal qual camaleônica Madonna, uzeiro e vezeiro nas artes do marketing, transveste-se com um novo e arrepiante corte de cabelos. O último é o moicano sem chegar a aparar a zero os dois hemisférios laterais do couro cabeludo, apenas penteando o cabelo e deixando-o centradinho na linha do equador da cabeça.

Beckham bate um bolão. É, sem dúvida nenhuma, um dos melhor lançadores de longa distância do futebol atual. É aquele cara que sabe colocar a bola na cabeça do atacante no momento exato em que ele se eleva para enfiar o balão para o fundo da rede. Sozinho, nosso personagem é capaz de conquistar o Mundial de futebol. Ele busca a nação, e a nação o busca: ele pode dar o orgulho nacional dos órfãos de Bobby Moore. Ele pode espantar o fantasma de 66, do cachorro Pickles e da Jules Rimet conquistada em detrimento da consagração do craque português Eusébio. Beckham pode fazer o espírito frustrado de Eusébio descansar, Beckham pode gritar para o mundo que a Inglaterra (e, por extensão, a Grã-Bretanha) não é só hooliganismo vil, em se tratando dos verdes gramados e dos apitos e das caneleiras. E fez isso há alguns dias, no jogo clássico contra os argentinos. Marcou seu pênalti, saiu correndo, beijou a camisa vermelha da Inglaterra, comemorou e lavou a alma dos comedores de fish and chips. Esse é o homem que está na TV, no rádio, na Internet, nos outdoors. Esse é o homem.

Ozzy Osbourne

Ozzy Osbourne Nascido em Birmingham, Inglaterra. Mudou-se para os Estados Unidos, para a Califórnia, faz tempo. Príncipe das Trevas. Desajustado. Ozzy é um anti-herói, mas (depois de um período em que ele só era lembrado por aqueles estudantes de segundo grau que desfilam nas Grandes Galerias do centro de São Paulo com suas espinhas no rosto e camisetas negras) agora ele está na crista da onda. Foi culpa do programa de TV de Realidade da MTV? Em que ele se assume como o legítimo Homer Simpson do Heavy Metal? É isso aí, não sei se foi idéia dele ou não, mas o tal programa é realmente engraçado e o cantor realmente ressurgiu. George W. Bush, o verdadeiro Príncipe das Trevas, elogiou-o em público recentemente. Mas faltava mais um degrau para a consagração suprema do cantor de Paranoid: se apresentar, paranóico, para um milhão de pessoas dentro e ao redor dos jardins privativos do Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha da Inglaterra, na noite de segunda-feira, dia 3. Coisas do Jubileu.

Ozzy põe um sorriso no rosto de qualquer um. Que figura agradável, numa noite de seres bizarros e medonhos destilando suas geriatrias musicais, como se esses músicos fossem todos tiques nervosos da cultura pop. O pior momento desse show em homenagem ao Jubileu de ouro da Rainha foi a entrada no palco de Brian Wilson, dos Beach Boys, trêmulo, provalmente usando fraldas. Wilson cantou alguns de seus maiores sucessos fazendo corinho com integrantes do S Club-7. Deprimente. E o Elton John, que não aceitou se apresentar ao vivo no palco, e pediu para exibirem um vídeo dele tocando dentro do palácio. E o final do show, com Cliff Richards, todo vestido de branco, buscando um gesto de paz com Ozzy, e os dois dividindo o microfone. Bleargh! Tirando esse breve momento inevitável de pieguice, Ozzy foi Ozzy, fez o que faz, energizou com sua infelizmente breve participação num show de velhinhos do pop/rock. E foi hilário ver a Rainha entrando no palco, sorrindo para cada um dos artistas presentes, passando por eles a alguns centímetros de distância, e de repente, passando perto de Ozzy. Sentindo seu hálito quente. Eh, eh, eh, eh...

As bandeiras se agirtaram. Deus salve a Rainha. O frenesi ainda duraria alguns dias, disputando as audiências televisivas com o maior torneio de futebol do mundo, no outro lado do globo. Na noite de Ozzy, o novo astro de primeira grandesa da telinha e os 15 minutos de fogos de artifício estourados do teto do Palácio de Buckingham renderam uma audiência de 15,1 milhões de pessoas na Grã-Bretanha - ou seja, dois terços das pessoas assistindo TV naquele horário pararam na BBC 1 para ver o show.

Sven-Göran Eriksson

Sven-Göran Eriksson Como um sueco pôde ganhar o coração de uma nação que notoriamente tem tanta resistência contra tudo o que se impõe com sucesso vindo de fora? Pergunte ao técnico da seleção da Inglaterra. Eriksson tem algumas armas. Fala bem inglês, mas com sotaque; responde perguntas à imprensa com a frieza e a precisão nórdicas. É eficiente mas frio, é sorridente, mas o sorriso parece sempre ter algo por trás. Parece, de certa forma, o senhor Burns do seriado Os Simpsons. Sven-Göran Eriksson substiuiu o técnico anterior, Kevin Keegan, num momento em que a Inglaterra parecia indo para o buraco e que nem ia se classificar para a Copa. O que ele conseguiu? Usando algum tipo de técnica zen, fez a Inglaterra ganhar de 5 a 1 de velhos rivais europeus, a Alemanha, em jogo disputado em Munique em agosto do ano passado. O sujeito nunca reclamou nem manifestou preocupação com as claras limitações da seleção inglesa, mas também nunca se esquivou de assumir responsabilidades. De mansinho, Eriksson provou para os ingleses que era eficiente. E mostrou também que sabia ser safado, coisa que os ingleses - especialmente os tabloídes - adoram. Teve um caso com uma famosa e apresentadora de TV da Grã-Bretanha pouco antes da viagem para o Japão. O caso quase acabou com o relacionamento de Eriksson com sua então namorada, mas serviu como prova definitiva para os ingleses de que o cara podia ser estrangeiro, mas é um destruidor de corações, nada bocó.

Na Copa, durante o Jubileu da Rainha, a pressão sobre o técnico aumentou. Os Mundiais de futebol, como já é lugar-comum dizer, são a maior manifestação de orgulho nacional que um país pode ter na atualidade. Imagine um técnico estrangeiro, então, ter a missão de assegurar que o orgulho do país da seleção que está dirigindo não vai ser destruído na Copa. Uma missão difícil como essa, Eriksson levou aos limites - já que o primeiríssimo adversário da Inglaterra nesta Copa foi a Suécia. Enfrentando a seleção de seu país, Eriksson pelo menos conduziu os ingleses a um empate.

Dias depois, viria o momento decisivo - a esperadíssima batalha de Sapporo entre Beckham e Batistura, entre Crespo e Owen. Confronto de ecos ancestrais, Inglaterra e Argentina talvez merecesse um troféu especial para o vencedor. Tenho até uma sugestão de nome para o prêmio - Troféu Falklands, ou Malvinas, dependendo do vencedor do embate. Na Copa de 62, 3 a 1 para os Argentinos; em 66, com os argentinos fazendo falta atrás de falta, Inglaterra 1 a 0 e a caminho de conquistar sua única Copa até hoje; Em 86, Maradona e seu "gol com a mão de Deus", Argentina 2 a 1; e, finalmente, em 98, a dramática derrota nas oitavas de final que David Beckham manteve engasgada por 4 anos, 2 a 2 no tempo regulamentar, 4 a 3 para a Argentina nos pênaltis. Para o jogo deste ano, Eriksson confiou na recuperação plena de Beckham (sarando de uma fratura no pé esquerdo) e rezou para que o meio-de-campo desfalcado e improvizado jogasse minimamente bem. Não é que tenha jogado mal, mas a inglaterra não soube finalizar muito bem, perdendo inúmeras oportunidades. Mas o importante é que Beckham, que é o homem, não desperdiçou um pênalti e lavou a alma dos britânicos. Ele é um herói, Eriksson, também. E o orgulho inglês nesse mundial e neste ano de Jubileu permanece intacto. E, para ser sincero, a Inglaterra pode até sair da Copa nas oitavas, mas se isso acontecer o pessoal vai falar que o Mundial foi vencido naquele pênalti em Sapporo.

Rainha Elizabeth II

Copa do Mundo a mil por hora, Inglaterra indo bem, o sol lá fora, 50 anos de reinado. As ruas estão entupidas de bandeiras da Inglaterra e da Grã-Bretanha, o vermelho, o branco e o azul ofuscam qualquer outra cor. E a Rainha sorri, seu sorriso absolutamente gasto, seu sorriso absolutamente diplomático, seu sorriso absolutamente previsível, seu sorriso absolutamente imprescindível. Elizabeth II é a rainha, e teoricamente suas celebrações de Jubileu de Ouro levaram milhões de pessoas à Mall. Teoricamente, essas pessoas foram à rua para vê-la. Mas, na verdade, todas as pessoas foram às ruas para ver o show, para dizer que participaram daquele momento. Não é como na morte da Rainha mãe, ou na de Diana, que as pessoas entopem as ruas ou por estarem chocadas com a morte inesperada ou por que simplesmente adoravam a pessoa que morreu. A Rainha é uma figura que representa o país, e na Grã-Bretanha quando as pessoas estão gratas à Rainha pelos seus 50 anos de reinado dizem, na verdade, sem nenhuma atração ou interesse pessoal por ela. Acho que se você fosse a Rainha, teria feito a mesma coisa nos últimos 50 anos. Elizabeth II não é carismática, pelo contrário. Elizabeth II não fez nada de diferente em 50 anos, pelo contrário. A mãe, que morreu este ano, procurou se aproximar do povo. Mas a mãe não nasceu na realeza como Elizabeth II, que nunca, nunca, deixou de ser uma menina mimada, cerca de aplausos.

As pessoas estão realmente gratas à Rainha. Poucos se atrevem a falar mal dela. Mesmo os jovens - e aí está, provavelmente, a razão que levou a monarca a surpreender e convidar alguém tão, tão popular entre os adolescentes como Ozzy para fazer um som no jardim do palácio. Garantia de sucesso, garantia de aplauso, a Rainha só teria a ganhar. Talvez a única voz mais ruidosa que se atreveu neste Jubileu a meter o pau na monarca foi a mesma, mesmíssima, do Jubileu de Prata, em 77. Atraído pela grana e pela badalação, o eternamente artificial John Lydon pegou o avião na Califórnia e desembarcou na cinzenta Londres para promover o relançamento de God Save the Queen, em 27 de maio. É obvio que o Single passou semanas entre os mais vendidos, e é óbvio que Lydon, ex-Johnny Rotten, soltou os cachorros contra a Rainha. Bocejo.

Elizabeth II é um imã de tédio, mas continua sendo o símbolo desta nação, seu maior patrimônio. Não é das ruinas de Stonehenge, ou do Big Ben, a imagem que aparece nos selos e nas moedas - é a efígie dela. Mas como os jogos da Inglaterra mostraram e até mesmo, ironicamente, a festa do Jubileu mostrou, parece que há algo mais profundo que só em ocasiões muito especiais aflora à superfície. Esse algo mais profundo é a combatividade dos ingleses, o orgulho simplemente de viver nesta ilha e a disposição de sempre provar que ela ainda é um vasto império, que moldou dezenas de nações independentes do mundo atual e que ainda influencia até mesmo peixes grandes como os EUA. Talvez Elizabeth II seja tão entediante porque não tenha reinado em tempos de guerra. Tenha sido apenas um monarca da estabilidade e do continuísmo em tempos de estabilidade e continuísmo. Ela precisaria ter a oportunidade de trabalhar como líder em momentos realmente difíceis, para ter mais dignidade. Uma guerra lhe faria muito bem, como fez ao seu pai e à sua mãe. A guerra atual, aliás, está lhe fazendo muito bem - que sorte, que suprema sorte que o Jubileu coincidiu com a Copa, a guerra do futebol. Que os britânicos compraram bandeiras e estão dispostos a sair na rua e gritar seu amor a tudo o que faz da Grã-Bretanha a Grã-Bretanha. Que ironia, não? A Rainha pegando carona na febre de orgulho nacional da Copa do Mundo, para fazer sua própria festa bem-sucedida...

Elizabeth II no show de Jubileu



Arcano9
Londres, 10/6/2002

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