Comentários de Roberto Valderramos | Digestivo Cultural

busca | avançada
63387 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Inscrições | 3ª edição do Festival Vórtice
>>> “Poetas Plurais”, que reúne autores de 5 estados brasileiros, será lançada no Instituto Caleidos
>>> Terminal Sapopemba é palco para o evento A Quebrada É Boa realizado pelo Monarckas
>>> Núcleo de Artes Cênicas (NAC) divulga temporada de estreia do espetáculo Ilhas Tropicais
>>> Sesc Belenzinho encerra a mostra Verso Livre com Bruna Lucchesi no show Berros e Poesia
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
>>> Ser ou parecer
Blogueiros
Mais Recentes
>>> A TV paga no Brasil
>>> O Presépio e o Artesanato Figureiro de Taubaté
>>> Change ― and Positioning
>>> Retrato de corpo inteiro de um tirano comum
>>> Arte e liberdade
>>> Literatura em 2000-2009
>>> Abdominal terceirizado - a fronteira
>>> Entrevista com André Fonseca
>>> O bom crioulo
>>> Canarinho velho e pessimista
Mais Recentes
>>> Oralidade E Escrita de Leonor Lopes Fávero pela Cortez (2000)
>>> Fundamentos de Engenharia Econômica de Donald G. Newnan; J. Lavelle pela LTC (2012)
>>> Um Novo Jeito de Trabalhar de Laszlo Bock pela Sextante (2015)
>>> Na Sombra De 1984 de George Orwell pela Hemus (1984)
>>> Renúncia de Francisco Cândido Xavier/ Emamnuel pela Feb (1994)
>>> Fundamentos de Engenharia Econômica de Donald G. Newnan; J. P. Lavelle pela LTC (2012)
>>> Formação Continuada De Professores de Anna Maria Pessoa De Carvalho pela Thomson Learning (2003)
>>> Lingüística Românica de Rodolfo Ilari pela Ática (2000)
>>> Okê, caboclo - Mensagens do Caboclo Mirim de Caboclo Mirim recebidas por Benjamim Figueiredo pela Eco
>>> Barbosa - Um Gol Faz Cinquenta Anos de Roberto Muylaert pela Rmc (2000)
>>> Direito administrativo Teoria e Prática de Felipe Dalenogare Alves pela Rideel (2019)
>>> Fundamentos de Engenharia Econômica de Donald G. Newnan; Jerome P. Lavelle pela LTC (2012)
>>> O Livro Dos 5 Anéis de Miyamoto Musashi pela Madras (2004)
>>> A Ponte Invisivel de Julie Orringer pela Companhia Das Letras (2012)
>>> "Com Brasileiro, Não Há Quem Possa!" de Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes pela Unesp (2004)
>>> Judy Moody Quer A Fama de Megan Mcdonald pela Salamandra (2004)
>>> Medical Embyology de T.w. Sadler pela Lippincott Williams And Wilkins (1995)
>>> Fallen In Love de Lauren Kate pela Corgi Children's (2012)
>>> Lidando com Riscos Climáticos - Clima, Sociedade e Agricultura de Editor Gilberto R. Cunha pela Embrapa (2004)
>>> Quando Isto Vira Aquilo de Guto Lins pela Fio (2008)
>>> O modo seguro para você receber o Espírito Santo de Paulo C. Jong pela Hefzibá (2003)
>>> Harry Potter and the chamber of secrets de J. K. Rowling pela Oxmoor House (1991)
>>> Fundamentals Of Marketing de O. C. Ferrell ; William M. Pride pela Houghton Mifflin Company (1982)
>>> Em Nome Do Mal de James Oswald pela Record (2014)
>>> Por Que Saí do Goldman Sachs de Greg Smith pela Leya (2013)
COMENTÁRIOS >>> Comentadores

Quarta-feira, 22/9/2004
Comentários
Roberto Valderramos

minha aventura pessoal
Como autêntico outsider - pior ainda, outsider individualista e um tanto arrogante - observo que essa carência toda que compele as pessoas a se esforçarem por ser aceitas parece-me uma lamentável fraqueza. Mais do que patética, considero desprezível essa atitude da pessoa que não busca sua própria afirmação individual, seu próprio crescimento peculiar e único, mas, pelo contrário, busca amoldar-se passivamente às regras, aos conceitos e às modas que lhe abram as portas da aceitação e do convívio fácil proporcionado pelo corte de asas. Nada me convém seguir as opiniões ou as posições de qualquer grupo, por maior ou por mais influente que seja. Primeiro porque não expressam a minha individualidade, a minha idiossincrasia, a minha experiência. Segundo porque acredito que devo prosseguir a minha aventura pessoal, intransferível, muito mais fascinante do que qualquer filiação a aventuras coletivas despidas do senso e do mérito da individualidade. Terceiro porque quanto mais representativa for a opinião ou o conceito de qualquer maioria, mais certamente essa opinião ou conceito se afirma como a expressão da mediocridade. Todo consenso é medíocre. As grandes correntes que transformaram o mundo nasceram na cabeça de homens privilegiados, únicos, geniais, outsiders. Aquele que segue a onda é um fraco, é um pusilânime, é um medíocre, é um descerebrado, é uma ovelha, é gado. Aquele que busca seu próprio caminho pode cometer erros terríveis, mas sua atitude sempre será a de um desbravador. E os grandes caminhos, as grandes descobertas, as grandes intuições... somente podem ser atingidas pelos aventureiros solitários. O exercício de sua própria individualidade é uma conquista para a qual poucos estão preparados. A falta de auto-apreço e de coragem física e intelectual conduz a maioria das pessoas a levar vidas sem sentido, sem identidade, sem conquistas, sem mérito. O medo da solidão parece ser forte demais. Eu afirmo: "Diz-me que segues atrás de muitos, e te direi que ninguém és. Diz-me que segues atrás de poucos, e te direi que algo és. Diz-me que a ninguém segues, e te direi que alguém és".

[Sobre "Outsider: quem não se enquadra"]

por Roberto Valderramos
22/9/2004 às
17h50 200.184.161.120
 
a obra de Huxley
É fundamental ressaltar que a obra de Huxley é sim muito importante do ponto de vista literário. Tanto pelo emblemático "Admirável Mundo Novo", como pela novela "Ponto Contraponto". "Ponto Contraponto" é obra de 1928, quatro anos antes de "Admirável Mundo Novo". Marca o apogeu e o fim de uma fase acidamente crítica, e o início de uma fase preocupada com o futuro da humanidade e as possibilidades de uma nova sociedade. Não me recordo de nenhum outro livro que tenha retratado a sua própria época com tanta lucidez, abrangência ou corrosão. Uma corrosão isenta, despojada de intenções ideológicas ou de declarações apaixonadas por quaisquer certezas. Tudo o que Huxley fez em "Ponto Contraponto" foi relatar minuciosa e argutamente os ridículos e as inconsistências da sociedade, expondo com implacabilidade fria as fragilidades e as mesquinhezas do ser humano, dessa criatura que, a despeito das empáfias de sua presumida "racionalidade" ou "intelectualidade" (somente em poucos raros autêntica!), é apenas uma criatura insignificante, à mercê dos condicionamentos sociais e de suas fraquezas individuais - como a carência afetiva e a vaidade, o principal de todos os ridículos humanos. Inexiste a figura do protagonista. A preocupação de Huxley é montar um painel de sua sociedade, focando ora um ora outro grupo de personagens, flagrando suas mazelas, incertezas e certezas (sempre muito mais graves do que as primeiras, porque arrastam o indivíduo ao definitivo erro de enxergar o mundo sob uma perspectiva estreita). Os personagens fazem estritamente aquilo que devem fazer, nem mais nem menos. Suas capacidades são limitadas e orientadas, portanto plenamente previsíveis - previsíveis ao sarcasmo onisciente do autor. Previsíveis ao deus-autor, mas surpreendentes ao leitor. Este vê-se como testemunha atônita das fraquezas dos homens e das inconsistências de suas vidas sem sentido, vulneráveis aos crivos das incongruências existenciais e dos equívocos ideológicos. Inadvertidamente o leitor pode vir a sentir o gosto amargo de ter sido flagrado, apanhado em retrato cruel de suas próprias fraquezas. São muitos os capuzes distribuídos: pelo menos um deles pode muito bem ajustar-se à cabeça do leitor. É bem mais difícil encontrar alguma verdade onde não queremos encontrá-la. Ponto Contraponto não é complacente nem elogia ninguém (a não ser Bach). Essa é a sua grande virtude.

[Sobre "A essência de Aldous Huxley"]

por Roberto Valderramos
20/9/2004 às
16h58 200.184.161.120
 
Kasparov
Além dos prodígios Paul Morphy, Raúl Capablanca e Bobby Fischer, outro ídolo que cultuei foi Alexandre Alekhine. Alekhine foi uma máquina de precisão. Depois da derrota para o Deep Blue, a aura de Kasparov exauriu-se. Mas a verdade é que ele foi um dos grandes, um dos maiores. Quando era ainda um Grande Mestre molecão com cara de mau, fazia os seus experientes adversários perderem os olhares no vazio insondável das 64 casas, queimando os neurônios desesperadamente para encontrar alguma jogada salvadora. Kasparov parecia invencível.

[Sobre "Quando éramos reis, bispos, cavalos..."]

por Roberto Valderramos
22/7/2004 às
16h48 200.184.161.120
 
Filmes de saiote
Sérgio, o que me parece delicioso, estimulante como exercício de divagação (aplicável à criação ficcional), é imaginar como teriam sido as conversas íntimas entre Caio Júlio César e Cleópatra (Cleopatra, sem acento, certo?), por exemplo. Como teria sido o "approach"? Qual teria sido a atitude de um em relação ao outro, quando havia tanto a jogar, a perder e a ganhar? Como cada um dos peões nesse jogo político encarava o "affair" e dele partia para o discurso público, para a atuação política? Consta que o debilitado e decadente Napoleão Bonaparte, na iminência da derrota em Waterloo, teria dito isto aos seus ordenanças: "Reforços! Como esperam que eu lhes dê mais soldados? Esperam que eu possa... pari-los?". O Cinema "épico" ou "histórico" procura trazer ao público (tantas vezes de modo assumidamente desonesto ou apenas irresponsável) exatamente a maneira como personagens históricas agiam, interagiam, como se comportavam, como falavam, e principalmente qual era a força que movia ou motivava as suas vidas. Em um sentido mais abrangente, essas personagens notáveis ajudavam a traçar os parâmetros para um modelo de comportamento aplicável aos seus sucessores, quem sabe à posteridade. Um filme épico cujas falas e cuja atmosfera me pareciam mais elaboradas (The Warlord, direção de Franklin Schaffner), foi impiedosamente arruinado na edição, por imposição dos produtores, que pretendiam vender um filme "movimentado, um filme de ação". Toda vez que revejo esse filme verdadeiramente medieval, fico me perguntando como teria sido se tantas cenas e tantos diálogos não tivessem sido criminosamente eliminados. A lembrança da cena em que a Cleó(o)patra de Elizabeth Taylor faz sua entrada triunfal em Roma deve merecer o meu comentário bem particular. Desde ainda criança, fiquei extasiado, abismado com esse prodígio kitsch de Hollywood. Nenhuma cena poderia ser mais bombástica, majestosa, espetacular. Como se fosse uma alegoria carnavalesca em versão peso-pesado, dezenas de escravos musculosos carregavam nos ombros o peso de uma liteira descomunal em forma de esfinge. Dessa esfinge que parecia de chumbo, pontificava em traje de ouro puro a soberana do Egito, e de certa forma, naquele exato momento, a soberana da própria Roma. A música de Alex North para essa cena é inesquecível. Primeiro as trombetas anunciam em notas clamantes e triunfantes de fanfarra a chegada do séquito real do Egito. Flores são atiradas à passagem veloz dos carros de guerra, e tem iníci

[Sobre "Filmes de saiote"]

por Roberto Valderramos
6/7/2004 às
20h35 200.184.161.120
 
Julio Daio Borges
Editor

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Imagens Oníricas e Formas Poéticas - um Estudo da Criatividade
Marisa Pelella Mélega
Pasavento
(2014)



Vitória na Tragédia: Reencontrando Deus nos Momentos de Crise
Tommy Tenney
Atos
(2003)



Livro Esoterismo O Livro e o Baralho Wicca
Sally Morningstar
Pensamento
(2001)



Manual de Sobrevivência Em Recepções e Coquetéis Com Bufê Escasso
Angelo Machado

(1998)



Grande Crônica da Segunda Guerra Mundial - Edição Especial - 3 Volumes
Vários autores
Seleções Readers Digest
(1969)



William Morris: Redesigning the world
John Burdick
Todri
(1997)



Fundamentos Políticos da Mediação Comunitária
Fabiana Marion Spengler
Unijui
(2012)



Beijada Por Um Anjo Revelações
Elizabeth Chandler
Novo Conceito
(2012)



Direito do Trabalho para Administradores
Roberto Machado Moreira
Manole
(2012)



Os Continentes - 4 Volumes
Keith Lye
Circulo do Livro
(1987)





busca | avançada
63387 visitas/dia
2,0 milhão/mês