2021, o ano da inveja | Luís Fernando Amâncio | Digestivo Cultural

busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas
>>> Galeria Provisória de Anderson Thives, chega ao Via Parque, na Barra da Tijuca
>>> Farol Santander convida o público a uma jornada sensorial pela natureza na mostra Floresta Utópica
>>> Projeto social busca apoio para manter acesso gratuito ao cinema nacional em regiões rurais de Minas
>>> Reinvenção após os 50 anos: nova obra de Ana Paula Couto explora maturidade feminina
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> YouTube, lá vou eu
>>> Sonho francês
>>> Minha Estante
>>> A Última Ceia de Leonardo da Vinci
>>> Steven Spielberg
>>> Pondé mostra sua biblioteca
>>> Um Luis no fim do túnel
>>> O óbvio ululante, de Nelson Rodrigues
>>> Máfia do Dendê
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
Mais Recentes
>>> Alice No Pais Da Mentira de Pedro Bandeira pela Atica (2005)
>>> Vamos Brincar De Roda de Palavra Cantada pela Caramelo (2009)
>>> Navegando Com O Sucesso de Vilfredo Schürmann pela Sextante (2009)
>>> O Mercador De Veneza de William Shakespeare pela Lacerda (1999)
>>> A Culpa E Das Estrelas - Capa do Filme de John Green pela Intrinseca (2014)
>>> Crônicas De Um País Bem Grande de Bill Bryson pela Companhia Das Letras (2001)
>>> O Pensamento Vivo de Maquiavel de Conde Carlo Sforza pela Livraria Martins (1975)
>>> Cultura, Substantivo Plural - Ciência Política, História, Filosofia, Antropologia, Artes, Literatura de Luiz Costa Lima pela 34 (1996)
>>> Crescendo - Hush, Hush - Vol. 2 de Becca Fitzpatrick pela Intrinseca (2011)
>>> Cuba - Guia Visual Folha De São Paulo de Folha De São Paulo pela Publifolha (2010)
>>> Cruz das Almas de Donald Pierson pela Jose Olympio (1966)
>>> Leonardo Da Vinci de Walter Isaacson pela Intrínseca (2017)
>>> Elon Musk de Ashlee Vance pela Intrinseca (2015)
>>> A Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne de Dauvillier - Soleilhac - Jouvray pela Salamandra (2012)
>>> Pinóquio de Winshluss pela Globo (2012)
>>> Noites Do Sertão de João Guimarães Rosa pela Nova Fronteira (2016)
>>> Literatura Portuguesa (Ensino médio) de William Cereja, thereza Cochar pela Atual (2009)
>>> Trabalhando Com A Inteligência Emocional de Daniel Goleman pela Objetiva (2001)
>>> Coleção com 3 livros: Pai Rico Pai Pobre + O Negócio Do Século XXI + Os Segredos Da Mente Milionária de Robert Toru Kiyosaki, T. Harv Eker pela Campus Elsevier, Sextante
>>> Reconstruindo Lênin. Uma Biografia Intelectual de Tamás Krausz pela Boitempo (2017)
>>> A Sociedade Punitiva de Michel Foucault pela Folha de S. Paulo (2021)
>>> Cafe Da Manha Dos Campeões de Kurt Vonnegut pela Intrínseca (2019)
>>> Ladinos E Crioulos de Edison Carneiro pela Folha de São Paulo (2021)
>>> Leonardo Da Vinci de Walter Isaacson pela Intrínseca (2017)
>>> A Razão Africana - Breve História Do Pensamento Africano Contemporâneo de Muryatan S. Barbosa pela Todavia (2020)
COLUNAS

Sexta-feira, 8/1/2021
2021, o ano da inveja
Luís Fernando Amâncio
+ de 5100 Acessos

Nunca fui um entusiasta do réveillon. Talvez seja um apego à memória infantil, quando o fim de ano tinha todas as expectativas concentradas no Natal. Papai Noel, presentes, mesa farta... ali estava o ponto alto do ano, o motivo para cada criança no mundo se comportar naqueles 12 meses anteriores.

Já a virada do ano, para um pirralho, é um tanto insossa. Uma festa com cara de fim de festa. Arroz com lentilhas? Vestir branco? Simpatias com sementes de uvas e pulo de ondinhas? Nada disso era melhor do que ganhar o brinquedo que, naquela altura do campeonato, já estava quebrado.

Só que a gente cresce e começa a entender um pouco sobre a simbologia das coisas. É importante fechar ciclos, renovar as esperanças e recomeçar o ano com a sensação de estar diante de página em branco. Sobretudo quando o ano anterior se chama 2020.


Sejamos claros: não foi fácil. Exceto para a Amazon, que cresceu como nunca nessa pandemia. Mas, para pessoas normais, foi um desafio viver com o avanço de uma doença desconhecida e seus inevitáveis impactos econômicos.

Todavia, eu tenho um alerta para o leitor: dificilmente 2021 será um ano assim tão melhor para o brasileiro. Ao menos se meus conhecimentos em energias e boas vibrações estiverem corretos. Pois, se o destino do ano está ligado à forma que a gente o inicia, o prognóstico não poderia ser pior.

Não importa a cor da roupa íntima ou a qualidade do espumante: ninguém inicia o ano realmente bem. Primeiro, porque a gente já começa com uma sensação de excessos: a gula cultivada na abundância das festas, a ressaca por misturar bebidas exóticas e a preguiça paquidérmica de avistar o primeiro dia útil logo ali. Sem falar na depressão quando, ampliando o olhar, nos deparamos com o caminhão de contas para pagar em janeiro. Ou seja, a gente até faz festa, mas é para esconder o astral negativo no início do ano.

Nesse réveillon do covid 19, então, o brasileiro ainda possui o agravante da inveja. Estamos afundados até o pescoço nesse sentimento tão condenável. E o pior: nossa inveja está descontrolada. Tudo começou com os velhinhos ingleses, cuja vacinação, desde dezembro do ano passado, seria uma imagem de esperança para o mundo.

Não para o Brasil.

Esse é o nível da desgraça. Invejar um grupo de senhoras e senhores que mal podem comer sua porção de peixe e batatas-fritas sem se preocupar com o colesterol. Eu pensava que o brasileiro só invejaria o povo inglês pelo o fato de o campeonato de futebol deles não parar no período de fim de ano – por ironia do destino, isso ocorreu aqui em 2020, como consequência da pandemia.

Mas as imagens dos idosos britânicos sendo imunizados foi só o começo. Agora, invejamos também os canadenses, norteamericanos, argentinos, mexicanos... É só dar F5 nos noticiários e um novo país apresenta o calendário de vacinação. Enquanto isso, o governo brasileiro continua receitando o negacionismo para conter a pandemia.

Sendo assim, segue a minha previsão: 2021 será o ano da inveja para nós. Fico na torcida para que seja uma inveja construtiva, se é que isso existe. É importante tornar esse sentimento ruim em algo útil. Depois de lamentar por não sermos neozelandeses, por exemplo, precisamos refletir sobre o que nos deixa tão longe da organização de outros países.

Uma dica: talvez a diferença passe pelo fato de termos uma liderança política que se preocupa mais em ser pitoresca do que em ser competente. Ter um presidente que “come pão de sal com leite condensado” e produz frases de tiozão do pavê pode não ser o melhor remédio contra uma pandemia. Tampouco ivermectina ou cloroquina.

Vamos lembrar disso em 2022. Pois, se 2021 será o ano da inveja, 2022 ainda pode ter salvação.


Luís Fernando Amâncio
Belo Horizonte, 8/1/2021

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Gramática da reprodução sexual: uma crônica de Jardel Dias Cavalcanti
02. A grande luta das pessoas comuns de Guilherme Carvalhal
03. 2013: mulheres escritoras e suas artes de Eugenia Zerbini
04. Pelo meio de Os Sertões de Carla Ceres
05. iPad, Kindle, salvação e histeria de Rafael Fernandes


Mais Luís Fernando Amâncio
Mais Acessadas de Luís Fernando Amâncio em 2021
01. Eleições na quinta série - 17/9/2021
02. 20 contos sobre a pandemia de 2020 - 21/5/2021
03. Você é rico? - 23/4/2021
04. Faça você mesmo: a história de um livro - 29/1/2021
05. 2021, o ano da inveja - 8/1/2021


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site



Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Estudar Historia 7ºAno
Patricia Ramos Braick E Anna Barreto
Moderna
(2018)



Na Beira Do Rio, Antes Da Chuva
Gustavo, Acioli
Chiado
(2013)



Livro O Analista de Bagé
Luís Fernando Veríssimo
L&Pm
(1981)



Garrote Menino Coragem 376
Pedro Bandeira
Moderna
(2012)



Curso Feininger de aperfeiçoamento em fotografia
Victorino de Oliveira Neto
Ediouro
(1985)



O Dono do Amanhã 324
Wilson Frungilo Jr.
Ide
(2013)



Topografia 499
José Carlos Rodrigues
Livros Técnicos e Científicos
(1979)



Radical Acceptance: Embracing Your Life With The Heart Of A Buddha
Tara Brach
Random House Publishing Group
(2004)



Direito Processual do Trabalho
Sergio Pinto Martins
Atlas
(2011)



Hipergame- a Máquina do Terror
Antonio Carlos Neves
Saraiva
(1996)





busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês