EDITORIAIS
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Digestivo no Twitter
Sexta-feira,
6/2/2009
Perguntas & Respostas
Julio Daio Borges
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Qual a importância de se estar no Twitter hoje?
É a mesma importância de se estar no lugar certo, na hora certa... Se você for a pessoa certa, então, nem se fale. Sério: o Twitter é uma nova onda da internet em formação e quanto mais cedo você fizer parte dela, melhor. É mais ou menos como o Orkut de 2004 para 2005, no Brasil — prestes a explodir, mas ainda a tempo de entrar...
Por isso você quis transformar a "entrada do Digestivo no Twitter" num Editorial?
Acontece que a entrada do Digestivo no Twitter, agora, foi mais impactante do que a criação dos feeds, no ano passado. Claro que sem os feeds, o perfil do Digestivo no Twitter seria impossível — não teríamos condição de atualizar manualmente. De qualquer forma, o Twitter passou a ser o quarto endereço a nos trazer visitação, atrás apenas do Google (Busca), do Google Images e do velho Orkut.
Mas você não estava no Twitter antes, como "jdborges" — qual a diferença?
A diferença é que eu, Julio, atualizava muito pouco o meu perfil. Não quis transformar minha presença, no Twitter, numa coisa institucional. Já o Digestivo tem o seu perfil atualizado a cada nova publicação no site. Ou seja: Notas, Colunas, Ensaios, Editoriais, Posts no Blog, Comentários e Newsletters entram em tempo real. Para usar uma imagem — se você não conhece o Twitter — é como uma "newsletter em tempo real": onde você é avisado a cada nova atualização (e, não, uma única vez ao dia).
Por que os feeds — que, em princípio, teriam o mesmo papel — não funcionaram dessa maneira?
Porque eu acredito que as pessoas, no Brasil, estão passando por aquela primeira "overdose de feeds" — ou porque, simplesmente, os feeds não "pegaram" como o Twitter aqui. (As duas hipóteses são excludentes, eu sei — mas é certo que uma delas ocorreu...) Digo isso, justamente, porque o número de assinantes dos nossos feeds é muito maior (do que o número de "seguidores" do nosso perfil no Twitter), mas o impacto foi muito menor, em termos de pageviews — e os principais agregadores de feeds, como o Google Reader, nem chegam a aparecer na lista de endereços que nos direcionam visitação (como o Twitter, na quarta posição)...
Você, também, trocou os feeds pelo Twitter?
De certa maneira, sim, porque o Twitter é mais "administrável" do que um leitor de feeds. O Twitter não causa "overdose", porque não mostra aquele número imenso de atualizações — você navega em quantas páginas quiser; e eu geralmente não passo da segunda página... Fora que eu penso que, quando um link tem importância, ele acaba vindo à tona no Twitter. Nos leitores de feeds, você perde muito tempo passando por tudo (toda vez)...
Por essas e por outras, o Digestivo não perdeu a onda do Twitter?
Foi o Inagaki quem me chamou a atenção para o Twitter no Brasil. Eu até que entendi rápido, quando ele me chamou (eu já conhecia antes, mas não entendia direito) — acontece que não fiz o "Twitter do Digestivo" imediatamente. Sabia que era importante, mas não imaginava que teria esse impacto de agora. Não aproveitamos tanto a onda dos blogs — eu confesso —, perdemos o timing na onda dos feeds, e ainda vamos experimentar com redes sociais (Orkut e quejandos), mas a onda do Twitter estamos conseguindo "surfar" a contento.
Que outras "integrações" você prevê com o Twitter?
Teria de estudar a API deles para saber. Uma primeira idéia seria criar um rodapé, com foto, embaixo de cada texto, de cada Colaborador, e puxar essa imagem do Twitter. Outra seria ecoar o que se fala sobre o Digestivo, no Twitter, dentro do próprio Digestivo. Uma terceira seria reproduzir os tweets dos Colaboradores em algum lugar do Digestivo. Porque o microblog é muito mais dinâmico do que o blog; é praticamente outra coisa...
Você acha que o Tim Berners-Lee errou quando chamou a Web 3.0 de "semântica"?
Não é que ele "errou", mas é que a próxima encarnação da Web — depois da Web 2.0 — vai ter mais a ver, eu acredito, com a entrada do celular na Rede, com o 3G (por exemplo), e, obviamente, com aplicações como o Twitter. Eu até perguntei, para ele, sobre o Twitter, mas ele esnobou, disse que "sempre tem uma coisa mais quente do que 'a coisa mais quente do momento'". Ele entendeu o Twitter como uma moda passageira e, não, como um novo formato, o microblogging...
Se vendessem ações do Twitter na bolsa, você compraria? (Mesmo na crise?)
Compraria. Só espero que eles não sejam bobos de vender o Twitter para o Facebook — e matar o serviço. Seria tirar dele toda a vitalidade, acredito. O Twitter é uma "nova rede", como o próprio Facebook, então tem de permanecer independente — mesmo do Facebook (e, principalmente, do Google). "Abrir na bolsa" — mesmo em época de crise — poderia trazer a independência da qual o Twitter está precisando... "Vendam Google" e "comprem Twitter", eu diria, se fosse possível.
Julio Daio Borges
Sexta-feira,
6/2/2009
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