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Quinta-feira, 1/12/2011
A palavra silenciosa
Elisa Andrade Buzzo
+ de 3500 Acessos

Quanto à natureza de sua força não estou certa, pois se adivinha pelo pescoço desnudo apenas parte do peito farto, ombros largos. Mas as pernas, cruzadas, se denunciam finas para sustentar tal corpo. "Seu livro mudou minha vida", diz uma mulher na plateia, que pergunta de onde vem aquela voz feminina presente em sua última obra, "Syngué Sabour". Ele não leva de imediato o microfone à boca, nem dirige a palavra rapidamente, antes se mantém por alguns segundos silencioso e reflexivo, os olhos claros como os de um cego perdidos na luz intensa do teatro. "Eu sou incapaz de explicar isso." Da mandíbula larga antevê-se que ele é homem de terras onde o domínio ainda é um artefato usado de forma bruta, tribal, tendencioso dizer. Mas tem a pele bem tratada, a face limpa da qual pelos e histórias emergem de incontáveis poros, alguns fios brancos já despontando. O corte preciso do cavanhaque disfarça o queixo proeminente. "A escrita, para mim, é a procura da perda permanente". A pronúncia em francês é impecável, mesmo gaguejando ligeiramente em busca de uma palavra ou outra que lhe escape. Que duelo de forças ocorre em Atiq Rahimi, de jovem rico num Afeganistão próspero e monarquista a refugiado no Paquistão? De cineasta a escritor renomado na França?

Rahimi chega em sua quarta visita ao Brasil pela evidência que lhe trouxe o Prêmio Goncourt, o mais prestigiado da literatura francesa. A narrativa de "Syngué Sabour - Pedra de Paciência", na qual uma mulher vela o marido inerte que fora atingido por uma bala na nuca, se passa "Em algum lugar do Afeganistão ou noutra parte". O pano de fundo sutil ao enredo, no qual se desdobra o delicado tema da sexualidade feminina, é a cidade mergulhada numa guerra civil. Os romances vencedores dessa honraria costumam vender por volta de 300 mil exemplares. Rahimi vendeu mais. Porém, o escritor franco-afegão não é apenas um iniciante com sorte. Seu primeiro livro, "Terra e Cinzas" (2002), libelo à situação catastrófica de seu país, teve adaptação para o cinema apresentada no Festival de Cannes em 2004. Ele ainda escreveu outros dois livros em persa, depois traduzidos para entrar no mercado editorial da França. A obra laureada, entretanto, é a primeira do autor concebida diretamente em língua francesa, o que causou uma grande comoção. "Foi todo um percurso", sim, e de início "a linguagem acessível foi o cinema". Mesmo seus primeiros escritos no Afeganistão "eram muito, muito visuais". Escrevia poesia, novelas curtas e pequenas cenas, de uma página no máximo. Chegando na França, os estudos em cinema potencializaram seu tipo de escrita. "Mas eu tenho consciência e jogo com esta escrita. Isso dá um ambiente cinematográfico, mas também sou muito próximo da música, do ritmo. De uma só vez dá a verdadeira impressão de um falso roteiro."

Ele soube lidar com suas diversas influências para criar algo simples e sofisticado, gerar encanto e compaixão pelo exótico, criando um entendimento universal entre oriente e ocidente por meio de sua condição de cidadão entre dois mundos. Mas desse encontro penso se, talvez, do escritor só devam ficar ao alcance das mãos as suas palavras, e não seu corpo, pois entre São Paulo e Atiq Rahimi formou-se um abismo. Frisson no foyer do teatro Anchieta: eu vi um turista adentrando num deserto egípcio, eu vi um homem com vestimentas e modos tão diversos - era de um outro tempo e ambiente -, rodeado por homens engravatados, que deveriam garantir todas as suas necessidades e frivolidades. E não o deixavam sozinho um minuto sequer, havia sempre alguém a lhe roubar a atenção e impedir que os fãs-leitores, tão mansos, o assediassem. Sua editora no Brasil estava em êxtase diante das miraculosas vendas dele, o escritor estrangeiro com status de autor de badalada feira literária, e decerto seu charme e histórias também conquistassem muitas leitoras-tietes. Que ele tenha percorrido as ruas de São Paulo e Paraty, eu sei, mas numa paisagem inventada, descolada de sua persona vária. No entanto, posso imaginá-lo antes da invasão dos soviéticos e do exílio, no seio de sua família afegã. Ou melhor, em sua realidade atual e indissociável, em um café parisiense, aquele que transformou em seu escritório, "sem pagar conta de luz e podendo oferecer uma taça de vinho aos amigos que chegarem", caminhando, ainda que em leve anacronismo, pelas estreitas ruas de pedra, a echarpe furta-cor em sintonia com o céu nublado e a brisa fria, mas, ainda assim, posso imaginá-lo emoldurado pelas belas montanhas do Afeganistão.

A cidade está devastada - esqueleto de edifícios e material militar abandonado fazem parte da paisagem eminentemente montanhosa, seca; a água doce e a eletricidade são racionadas. O céu de Cabul tem pinceladas nervosas e rápidas. No topo de um morro, um vendedor de flores artificiais a observa do alto, e estende um buquê colorido, tal como um sol que começa a se levantar sobre a aridez marrom-acinzentada. "Tudo passa", diz a cultura popular. O sonho onírico deve vir da esperança. Não de papoulas. Nada de briga de galos, de codornas, de cachorros. De homens. Flores. Mesmo que rosas artificiais, provavelmente chinesas. "O Afeganistão está se movendo vagarosamente, mas firmemente rumo aos objetivos finais de paz e estabilidade", diz o presidente Amid Karzai à imprensa, na conferência internacional sobre o Afeganistão, em Londres. Ela marca a retomada do país sobre sua soberania de segurança, busca chegar a um acordo com os militantes talebãs e ainda evitar que as tropas estrangeiras saiam do conturbado país.

Mas "não tem água!", é algo de que Rahimi não sente falta de lá. "Mesmo estando no Afeganistão eu já estava noutro lugar." Ah, mas na Europa ele chega a se aborrecer em um mês. "O que eu estou fazendo aqui?" As viagens contínuas fazem parte de sua vida, como não poderia deixar de ser, mas se intensificaram com a notoriedade de escritor, que o faz "dormir cada vez menos, viajar cada vez mais". Surpreendeu-se com a recepção dos leitores daqui. "Aos poucos uma relação se instala entre o que eu escrevo e o público brasileiro. O leitor é muito próximo do livro e do texto e isso é uma felicidade". Agora, a sombra criada pelas abas do chapéu engolfa seu marcante rosto persa. Ele observa o público coçando o bigode com as mãos grandes e, num gesto delicado, apoia o copo de água na mesinha que o separa de seu editor. O chapéu seria pudor em mostrar a calvície, que definitivamente não combinaria com sua aparência jovial? Não - aquele é parte dele, elemento orgânico que o acompanha onde quer que esteja em suas andanças. A sombra cede à luminosidade, e assim posso por mais uma vez vislumbrá-lo.

Atiq Rahimi tem uns olhos azul-esverdeados. Como os famosos olhos de Sharbat Gula, Atiq Rahimi tem uns olhos muito verde-claros, cor de absinto. Na verdade, eles tem uma cor tão indefinidamente transitória que eu posso enxergá-los a cada momento tomando-os por uma matiz diversa. Basta que a luz incida sob um outro ângulo ou intensidade. O que importa, talvez, seja o aspecto geral deles, essa limpidez que se percebe na tonalidade profunda dos lagos do Parque Nacional Band-e-Amir. Por isso, não confie nos meus próprios olhos imperfeitos, nem em nada que eu disser ou escrever, pois que tudo ainda decorrerá da escolha da escuridão feita pelo iluminador, que destacou apenas uma parte da história, que selecionou uma pose precisa no tempo e no espaço.

Atiq nasce em 1962, numa família abastada de Cabul. Seus tios eram médicos, sua mãe professora e o pai, um juiz da Suprema Corte, antigo governador de uma província afegã. Depois do golpe de Estado em 1973 que tira o rei do poder, o pai, monarquista, fica preso por três anos. Aos 22 anos de idade, Rahimi atravessa as montanhas que separam seu país do Paquistão, onde consegue um visto para a França. Fez doutorado em semiologia do cinema na Sorbonne, não sem antes experimentar com dificuldades a língua francesa falada de fato, diversa do francês instrumental que aprendera. Será apenas dezoito anos depois que retornará pela primeira vez ao Afeganistão. Nos últimos anos ele trabalhou com roteiros na França e, em Cabul, como diretor de criação da Tolo TV. Com o pai monarquista e o irmão comunista, ele mesmo só podia ser anarquista, conta, divertindo-se, apesar de um quê de tristeza. "A guerra corta a ligação entre as pessoas". Guerra para ele, para sua personagem sem nome e muitos afegãos significa ruptura, muitas vezes familiar. Vista assim, a vida parece uma mera sucessão de fatos. Mas a existência, essa linha que puxa outras linhas, fio que vai se complexando em rearranjos acrobáticos, vai formando um nó, outro nó, novelo, fomentando um emaranhado de substância densa e saborosa que suscita a avidez de um gato e, neste jogo, alguns fios soçobram incautos sob o peso das evidências.

Porém, aquilo que alguém se torna caminha até certo ponto no plano do imponderável e das idiossincrasias de um povo. Histórias à parte, o escritor representa bem o fascínio que o Oriente continua produzindo sobre a Europa, notadamente a França. Uma jornalista do "Le Monde", entusiasta do afegão, evocou seu "jeito de artista" ou "príncipe oriental". Rahimi parece e ao mesmo tempo não parece francês, com sua sobriedade e finesse, entretanto aparentemente simples e caloroso. Talvez essa impressão venha também do modo de se vestir, mostrando que sua vida nada mais poderia ser do que um cadinho de influências modernas e tradicionais. Os óculos negros lhe conferem um olhar triangular, avant-garde, no entanto, a camisa e o colete largos, de inspiração tradicional, perturbam uma possibilidade de unidade. Mas não qualquer. O aguçado senso de estética é complementado por uma terceira informação que dá a medida de sua singular multiculturalidade: uma echarpe balanceando tudo em seus ombros.

Agora, ele está no café da livraria Martins Fontes, ereto, em uma cadeira alta. Do sapato social desponta a meia verde-escura combinando com a camisa verde e a também inseparável echarpe, esta em tons de verde e branco. Como na literatura, em que nenhuma palavra está por acaso numa frase, em que cada uma delas "deve saber seu lugar na história", devendo ser profundamente repensada, está seu conceito de moda, no qual um mesmo tema varia ao sabor da estética. Quem percebe uma "economia" em sua linguagem, sem dúvida se refere ao texto enxuto, às imagens descritas com poucos adjetivos. Outro recurso de seu estilo, talvez a razão da alcunha de poeta, é a utilização de frases curtas, algumas vezes com figuras de linguagem como a personificação e a aliteração. "Nasci em uma cultura onde a poesia tem um grande espaço." Jogos poéticos eram comuns no Afeganistão, onde com a última palavra de um verso se improvisava um outro verso. Ele desvenda ao público as etapas de sua escrita. "Primeiro eu escrevo a história, uma parte muito rápida, em seguida eu a deixo de lado por dois ou três meses." Depois, começa a pesquisa documental. No caso de "Syngué Sabour", fez uma investigação sobre a vida sexual das mulheres afegãs, depois retomou o trabalho pensando a estrutura do texto num artesanato de linguagem em que ambiciona "reduzir uma página em um parágrafo". "Quero ver o silêncio como uma palavra." De fato, a chave para compreender sua literatura é a condição franco-afegã. Entre dois mundos, ele pode escolher o que lhe apraz em cada um deles. Conhecendo a cultura francesa, além de suas próprias raízes, ele sabe que não poderia mais ter a mesma visão de sua primeira cultura. "É colocando distância que conseguimos observar a realidade, fragmentá-la, desconstruí-la, para penetrá-la e ver o que funciona e o que não funciona, e conceber a matéria da escrita." Em uma entrevista ao Télérama, Rahimi aclara o processo: "eu pego do Ocidente seu gênero literário, o romance - conto uma história sem metáforas. Eu pego igualmente do Oriente seus ritos, seu imaginário, sua poesia. E faço a simbiose de tudo isso." Pois é com esta palavra de longo alcance que Rahimi toca em questões profundas como a solidão, a angústia, o amor, a hipocrisia em um mundo distante em certos aspectos, mas ao mesmo tempo próximo pela humanidade que nos une.

Pelo tom de voz baixo percebe-se que ele está cansado da viagem intensa. Ainda assim, mantém a atenção do público, que abarrota o pequeno café em estilo cave. O escritor - estranha figura que vive na sombra da surdina; mas quando o estrelato acende os holofotes, ele precisa ter opiniões, sobretudo inteligentes, a respeito de tudo quanto lhe perguntam. Seu dever é entreter, fazer com que o público rie e chore, o que ele tem feito com habilidade até o momento. "Acharam que eu era especialista em geopolítica do Afeganistão." Quando uma jornalista perguntou o que era para ele a literatura, ele respondeu: "é colocar palavras onde não existem". "Eu disse isso instintivamente", "traçamos algo e não sabemos onde este traço nos leva".

Já é noite e uma fila discreta vai se formando no saguão da livraria. Entre um autógrafo e outro, Rahimi bica a coleção de castanhas e frutas secas dispostas numa grande taça de vidro. Pergunta a cada leitor uma palavra, a que respondem ideias gerais e poéticas, como "amor". "Tudo bem?" "Até agora tudo bem", ele diz com alguma indiferença. Mas quando os rostos são muitos o que se pode reter de essencial? Entrego a ele uma coletânea de poesia brasileira, e sua reação é efusiva. Ele abre um sorriso, se levanta da mesa como que superando o peso de um nobre e me dá, à francesa, dois beijos chochos. No autógrafo de seu livro peço a palavra "palavra", que, não sem um leve titubeio, grafa numa caligrafia antiga, em persa, e para a qual deixa escapar um pequeno grunhido de insatisfação ao borrá-la acidentalmente.


Elisa Andrade Buzzo
São Paulo, 1/12/2011

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