Ensaio sobre a Cegueira, por Fernando Meirelles | Digestivo Cultural

busca | avançada
54842 visitas/dia
1,9 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Black Mantra celebra 10 anos de carreira em espetáculo inédito no Sesc Guarulhos
>>> Estreia do espetáculo teatral “RETALHOS” , dia 22 de setembro às 18h no Teatro da Ribalta
>>> Fullgás - artes visuais e anos 1980 no Brasil
>>> Panmela Castro realiza a performance Honra ao Mérito no MAR
>>> Katiúscia Ribeiro é convida do projeto Terreiros Nômades em Encontro que reúne escola, família e com
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
Colunistas
Últimos Posts
>>> Waack sobre a cadeirada
>>> Sultans of Swing por Luiz Caldas
>>> Musk, Moraes e Marçal
>>> Bernstein tocando (e regendo) o 17º de Mozart
>>> Andrej Karpathy no No Priors
>>> Economia da Atenção por João Cezar de Castro Rocha
>>> Pablo Marçal por João Cezar de Castro Rocha
>>> Impromptus de Schubert por Alfred Brendel
>>> Karajan regendo a Pastoral de Beethoven
>>> Eric Schmidt, fora do Google, sobre A.I.
Últimos Posts
>>> O jardim da maldade
>>> Cortando despesas
>>> O mais longo dos dias, 80 anos do Dia D
>>> Paes Loureiro, poesia é quando a linguagem sonha
>>> O Cachorro e a maleta
>>> A ESTAGIÁRIA
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
Blogueiros
Mais Recentes
>>> A paixão pela arte: entrevista com Jorge Coli
>>> Coleção Leve um Livro celebra
>>> Lula e a imprensa
>>> Lula e a imprensa
>>> Lendo Virgílio, ou: tentando ler os clássicos
>>> Joaquim Roriz
>>> Nora Rónai, a mãe da Cora Rónai
>>> Harold Ramis (1944-2014)
>>> O homem-show da língua alemã
>>> Será que livro é lugar de crônica?
Mais Recentes
>>> O Caminho de Cristo: O resgate da magia das festas cristãs de Evelyn Scheven pela Inhambu (1997)
>>> Organizational Learning: A Theory Of Action Perspective de Chris Argyris, Donald A. Schon pela Addison-wesley (1978)
>>> Implementando a organização aprendiz de Patrick J. Thurbin pela Imam (1995)
>>> Mba Em 10 Lições: As Mais Importantes Lições Das Melhores Faculdades De Adminstração Americanas de Steven Silbiger pela Campus (1997)
>>> Consciência Nos Negócios de Fred Kofman pela Campus (2007)
>>> Revolucionando O Aprendizado de Gordon Dryden e Jeannette Vos pela Makron Books (1996)
>>> Sobre o Modelo Japonês de Helena Hirata pela Edusp (1993)
>>> O Tao Da Física de Fritjof Capra pela Cultrix (1995)
>>> A Cauda Longa - Do Mercado De Massa Para O Mercado De Nicho de Chris Anderson pela Campus (2006)
>>> The Boston Consulting Group Fala De Estrategia de Carl W. Stern, Michael S. Deimler pela Elsevier (2007)
>>> 100 Melhores Livros De Negocios De Todos Os Tempos de Todd Sattersten pela Elsevier (2010)
>>> Novas Ciências e as Humanidades de Pablo González Casanova pela Boitempo (2006)
>>> Novas Ciências e as Humanidades de Pablo González Casanova pela Boitempo (2006)
>>> Essencialismo: A Disciplinada Busca Por Menos de Greg Mckeown pela Sextante (2015)
>>> Conto de Escola e outras histórias curtas de Machado de Assis pela Câmara dos Deputados (2004)
>>> Compreender Spinoza de Hadi Rizk pela Vozes (2010)
>>> Em Busca Do Tempo Presente de Kankyo Tannier pela Editora Sextante (2020)
>>> Ninguem Disse Que Seria Fácil de Valerio Arcary pela Boitempo (2022)
>>> E Tudo Novo - De Novo de Vitor Araujo Filgueiras pela Boitempo (2021)
>>> Jump Start Your Process Approach de Alan J. Peterson pela Qsu Pub Co (2005)
>>> Marx e a Critica Do Modo De Representação Capitalista de Jorge Grespan pela Boitempo (2019)
>>> Marx e a Critica Do Modo De Representação Capitalista de Jorge Grespan pela Boitempo (2019)
>>> Competing On Internet Time: Lessons From Netscape & Its Battle With Microsoft de David Yoffie/ Michael A. Cusumano pela Free Press (1998)
>>> Competing In The Information Age: Strategic Alignment In Practice de Jerry N Luftman pela Oxford University Press (1996)
>>> Frontiers Of Electronic Commerce de Ravi Kalakota, Andrew B. Whinston pela Addison-wesley (1996)
DIGESTIVOS >>> Notas >>> Cinema

Sexta-feira, 13/2/2009
Ensaio sobre a Cegueira, por Fernando Meirelles
Julio Daio Borges
+ de 7200 Acessos
+ 9 Comentário(s)




Digestivo nº 402 >>> Chegou em DVD o filme mais superestimado do ano passado, no Brasil: Ensaio sobre a Cegueira, com direção de Fernando Meirelles. Não bastasse o superestimado prêmio Nobel concedido a José Saramago — quando Borges nunca recebeu, nem Fernando Pessoa, nem o nosso Drummond —, agora essa mesma "sacralidade" é atribuída a um longa que, internacionalmente, não foi unânime (tanto quanto gostariam) e a um diretor que, se não fosse brasileiro, não seria tão bajulado por aqui. Saramago, evidentemente, tem bons momentos, como até Millôr Fernandes já reconheceu, mas não merece toda essa aura de santidade de 1998 pra cá. Muito menos Fernando Meirelles e sua distopia em película que, no máximo, pode alcançar o grau de um sub-George "1984" Orwell ou de um sub-Aldous "Admirável Mundo Novo" Huxley. No nosso País, além do selo do Nobel, Saramago recebeu o selo da Companhia das Letras, a editora mais prestigiosa do nosso tempo, então ninguém ousa criticá-lo no mass media, embora todo o establishment literário saiba que seus últimos livros estão abaixo da média. Do mesmo jeito, Meirelles acertou a mão com Cidade de Deus, mas errou ao criticar Glauber Rocha em público, não foi unânime com O Jardineiro Fiel e, muito menos, agora, quando atingiu menos da metade das críticas favoráveis no balanço do Rotten Tomatoes e três notas zero (0.0) no mesmo júri de Cannes. Não há nada de errado em torcer pela própria pátria e pela própria língua, mas a consagração sem limites pode ser, também, uma das piores formas de cegueira coletiva.
>>> Ensaio sobre a Cegueira
 
Julio Daio Borges
Editor
Mais Notas Recentes
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
9/2/2009
08h18min
Discordo completamente. O filme foge do absoluto, da visão míope de quem procura no filme o livro que leu (ou não). Tem sua linguagem própria e distancia-se dos clichês cinematográficos. Tem a luz certa, a intensidade do ato e a essência do livro. Para mim, foi o melhor de 2008. São Paulo transfigurada, as reações instintivas do ser humano no limite. Algo que só um Escritor pode captar e só um Diretor, traduzir.
[Leia outros Comentários de Sílvio Vasconcellos]
9/2/2009
09h53min
Fernando Meirelles criticou os trabalhos de Glauber Rocha? Ora veja! Eis um sujeito que vê a realidade de maneira clara e sem retoques. Só posso aplaudir alguém que possui luz neste Brasil de toupeiras cinematográficas. E só para não fugir do contexto: Fernando Meirelles é, atualmente, o maior cineasta brasileiro em nível internacional. O resto é inveja ou má intencionalidade.
[Leia outros Comentários de João Athayde]
9/2/2009
09h55min
Discordo totalmente do texto. O filme não foi o mais superestimado do ano passado. Foi avaliado na medida certa. Quem leu o livro sabia que a adaptação para o cinema seria difícil. E que o filme, pelo tema do livro, não seria para multidões. Meirelles conseguiu fazer um filme excelente, fiel ao livro mas não mera transcrição dele. Cortou com precisão toda a "gordura" permitida no papel, mas que não seria tolerada no cinema. Valorizou alguns personagens meio escondidos no livro. Conseguiu passar a mensagem do livro sem precisar abusar de violência desnecessária. Trilha sonora ótima. A escolha dos atores foi primorosa. Por outro lado, a discussão quanto ao mérito do Nobel do Saramago é ociosa. A lista de escritores injustiçados já é enorme e só tende a aumentar. Os critérios da Academia são obscuros, muitas vezes com viés político. Quem deveria ser comparado a Orwell e Huxley seria o Saramago, e não o Meirelles. E onde está a consagração sem limites do Meirelles? Não vi. Estarei cego?
[Leia outros Comentários de José Frid]
9/2/2009
11h41min
Concordo e vou mais longe; o filme, ao qual consegui assistir por apenas 20 minutos, de tão ruim, é uma das piores coisas feitas pelo cinema brasileiro nos últimos anos. Assim como me envergonhei de estar na platéia de "Durval Discos", quando o filme dá uma virada e tenta a linguagem do nonsense, também me envergonhei pelo Meirelles e por ter representado o Brasil lá fora. A começar pela fotografia, que parece ter sido feita por um garoto do primeiro ano da escola de cinema. O personagem do japonês trabalha mal. A estética que cai para a propaganda é terrível. A história é ruim, inverossímil em termos de narrativa. Alguém fica cego e, ao invés de correr ao hospital, vai para casa. Enfim, é uma baboseira só. Não vi mais porque a minha sensibilidade já havia sido ferida e a minha bagagem na área me permitiu avaliar que o filme é ruim. No mais, não gosto de Saramago, jamais gostei e saio dizendo para quem quiser ouvir. Quem conhece boa literatura, não gosta de Paulo Coelho e nem de Saramago...
[Leia outros Comentários de isa fonseca]
9/2/2009
13h35min
O fato de ter vencido o Nobel, e Drummond, Borges, Pessoa entre inúmeros outros, não, não tira o mérito da obra de Saramago. Ele é um escritor de ótimo nível, e essa discussão é apenas uma prova disso. Aliás, o seu texto, Julio, parece dizer que unanimidade é sinal de qualidade. Será que é mesmo?
[Leia outros Comentários de Gustavo]
9/2/2009
20h27min
Não vi o filme. Mas comento o texto pelo que contém, que é uma opinião divergente de outra, estando esta outra apresentada como geral. A mídia, essa coisa necessária, porém altamente suspeita, fabrica mitos. É certo que lá dentro de nós fica algo remexendo quando alguma coisa nos é apresentada como especial e aquilo nos parece coisa comum. Mas nosso poder só pode ser manifestado pela nossa preferência, traduzida na nossa presença lá, assistindo, quando for para assistir ou lendo quando for para ler, para ficar só nesses casos. Correto? Nem tanto. Os métodos científico-massificantes criados por experts de comunicação, muitas vezes com base em certas teorias antigas, permitem vender um gato, perfeitamente gato e fazendo miau, afirmando que é lebre...
[Leia outros Comentários de Miguel Accacio]
9/2/2009
21h02min
A cegueira é milenar e Saramago não só a sente na pele como a percebe feito vírus doentio no mundo. Acho que é sobre isso que ele fala, e sobre suas consequências. O filme do Meirelles não alcança isso, mas se aproxima; é bonito e ousado e rompe com uma linguagem no cinema nacional. No mais, aqui da galera, o melhor ultimo filme ainda é "Tropa de Elite" com Wagner Moura e elenco, sob a batuta do José Padilha, e tenho dito ;-))))
[Leia outros Comentários de Gisele Lemper]
9/2/2009
21h28min
Agora discordo dos comentários da Isa Fonseca. Os possíveis "erros" de narrativa que ela apontou estão no texto do Saramago, não são invenções do Meirelles. E fico admirado que uma pessoa que não gosta do Saramago vá ver um filme inspirado em sua obra. A maioria das pessoas foi ver o filme exatamente para deleitar-se com a interpretação que o Meirelles daria ao livro. Para esses, a fotografia é perfeita, reflete o clima do romance. O caso do japonês, que no livro não tem nacionalidade especificada, é absolutamente plausível: a pessoa ficou cega de repente, uma cegueira branca, isto é, não está tudo escuro, há excesso de luz. Por ser uma coisa tão inusitada e inesperada, ele pensa em ir para casa descansar, pois pode ser alguma coisa passageira, um mal-estar qualquer.
[Leia outros Comentários de José Frid]
11/2/2009
17h02min
A cegueira metafórica é enxergar demais e, por buscar o oculto, não enxergar o óbvio. A despeito da dificuldade de transpor uma narrativa textual para uma linguagem cinematográfica, Meirelles realizou um bom filme. Não é uma obra-prima, como o livro, mas nos atinge com as inquietações que o filme propõe. Isa, é necessário um tanto mais de cultura para perceber que é possível não gostar de todos os livros de Saramago, mas para não gostar dele é preciso proximidade e convivência íntima. Não faça como muitos que atribuem aos autores as frustrações diante de determinada obra. O "Ensaio sobre a cegueira" é a proposta de um escritor ateu confesso diante do excesso de luz que nos rouba a visão, o excesso de informação que se traduz em ignorância e sobretudo uma longevidade como nunca fora possível. A humanidade está tomada por uma vida miserável, falo das guerras, fomes e o egoísmo das grandes nações e culturas. Esta tudo ali no filme e no livro, qualquer cego vê.
[Leia outros Comentários de Carlos E F Oliveira]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




A Mulher de Trinta Anos Biblioteca Universal Volume 16
Honoré de Balzac
Três
(1974)



A Mulher Que Roubou A Minha Vida
Marian Keyes
Bertrand Brasil
(2015)



O Diário de Florença
Rainer Maria Rilke
Nova Alexandria
(2002)



Livro Infanto Juvenis Rei do Mundo
Lucília Junqueira de Almeida Prado
Martins
(1973)



À Moda do Porto
Hélio Loureiro
Almedina
(2016)



Livro Esoterismo Mistérios Iniciáticos do Rei do Mundo Historia Oculta de Portugal
Vitor Manuel Adrião
Madras
(2002)



Cours J Isaac Histoire - Classe de Quatrième
A Alba
Hachette
(1939)



Josefina Perna Fina
Iênda Rocha
Prazer de Ler
(2016)



Ria Da Minha Vida 3 A Busca De Um Grande Amor
Evandro A Daolio
Novo Seculo
(2011)



Contando A Arte De Di Cavalcanti
Angela Braga Torres
Noovha Amreica
(2004)





busca | avançada
54842 visitas/dia
1,9 milhão/mês