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Sexta-feira, 27/9/2002
Blog
Redação
 
Vontade de abraçar todo mundo

Tava demorando. Descobriram que o ecstasy faz mais mal ao cérebro do que se pensava. Como acontece com todas as outras drogas, os usuários vão negar até a morte - embora tenha sido publicado na Science - e vão dizer que "não tem nada de mais" e que "param quando tiverem vontade". (Ah, tá.) Abaixo, extratos da matéria completa de O Estado de S.Paulo:

"Segundo pesquisa publicada hoje na revista Science, o uso do ecstasy - ou 3,4 metilenodioximetanafetamina (MDMA) - em doses consecutivas durante um curto período, mesmo que por uma única noite, pode causar danos severos ao cérebro. Em experimentos realizados com macacos, os cientistas comprovaram pela primeira vez que a droga pode danificar neurônios do sistema de dopamina, que ajuda no controle de movimentos e regula o sentimento de prazer. Até então, sabia-se que o ecstasy atuava apenas sobre os neurônios de serotonina, um outro tipo de neurotransmissor, responsável pelo controle de apetite, sede e regulação de temperatura.

"O experimento é o primeiro a avaliar os efeitos do ecstasy em um modelo de consumo semelhante ao observado entre os jovens, segundo o pesquisador George Ricaurte, coordenador do trabalho na Universidade Johns Hopkins. Os macacos receberam de duas a três doses da droga, com intervalos de três horas entre cada uma. Foi o suficiente para danificar entre 60% e 80% dos neurônios dopaminérgicos do corpo estriado, região do cérebro que contém a maior parte desse sistema. Segundo Ricaurte, a droga não mata as células, mas destrói suas terminações nervosas. 'Ainda não sabemos como isso ocorre e se os danos são permanentes', disse o pesquisador ao Estado. Os efeitos foram observados até seis semanas após a ingestão da droga."

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Postado por Julio Daio Borges
27/9/2002 às 09h55

 
Rasgos de memória

fonte: estado.com.br

Foi assim que João Barone classificou a nova fase mental de Herbert Vianna, em que mistura os atuais lapsos a momentos de lucidez súbita, como nos trechos seguem abaixo (tirados de uma entrevista concedida a Jotabê Medeiros, no Caderno2 do Estadão):

Estado - Você compôs uma música chamada 300 Picaretas, que foi inspirada numa declaração do Lula. Como você vê a eleição atual?

Herbert Vianna - Tenho sentido muito claramente o desejo de ir a um programa do Lula. Não preciso falar nada, só levar um violãozinho e cantar e levar um tamborzinho e pedir para ele tocar. Dá a impressão, pelo menos para a gente que está torcendo tanto por ele, pela mudança que ele pode representar, que ele pode ganhar no primeiro turno.

Estado - Muitas das músicas novas parecem se referir a seu drama. Você faz a conexão entre o momento que as compôs para o atual?

Herbert - Por enquanto não. Acho que, por uma questão operacional do cérebro, não está acontecendo. Pelo contrário. Tenho um desejo de ter a seqüência do disco decupada na minha cabeça.

Estado - Como vocês se situam na numeração dos CDs, que foi defendida pelo Lobão?

Herbert - O Lobão já ofendeu a gente de tudo e a gente sempre teve uma visão positiva dele. Ele xinga e não obtém nenhuma ofensa de volta. A gente não precisa.

Estado - Sentem mágoa dele?

Herbert - Mágoa não. Mas me causou bastante perplexidade que ele visse no que a gente faz - e faz com tanto coração -, coisas de propósito para irritar ele. De vez em quando, a gente via o xingamento, o vômito dele.

Estado - Esse disco é um pouco mais soturno que os outros dos Paralamas. Isso foi deliberado? Nos discos dos Paralamas sempre tinha alguma coisa mais dançante, mais festiva.

Herbert - Quando você fala de coisas mais dançantes, eu me lembro de O Beco. O ritmo é dançante, mas se você ouvir a letra recitada, vai ver que não tem nada de festiva.

Estado - Herbert, você fez três discos-solo muito elogiados. Pretende continuar a fazê-los?

Herbert - Posso retomar no momento em que restabelecer o meu quadro mental antigo. Quando comecei a fazer isso, foi fruto de minha obsessão por equipamentos caseiros. Quando já havia a tecnologia para aquilo ter mais qualidade, eu experimentava. Tinha um pouco da vontade também de mostrar que era possível, que para fazer discos não precisa entrar numa gravadora, apertar a mão de ninguém, assinar contratos.

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Postado por Julio Daio Borges
27/9/2002 às 09h43

 
Uma gracinha em Harold Bloom

Larissa MacFarquhar

Larissa MacFarquhar é uma gracinha. Eu acho, pelo menos. Me decepcionei quando descobri que ela escreveu, na época do escândalo Lewinsky, que seria difícil para qualquer mulher resistir a um homem que é, ao mesmo tempo, Presidente dos Estados Unidos e um bebê - essas duas qualidades são suficientes para compor um homem repugnante. Hoje, porém, ela ficou bonitinha de novo - a qualidade do seu texto impresso na "New Yorker" empresta um certo charme às irregularidades do seu rosto.

Se, há alguns posts atrás, recomendei atrasado uma resenha da revista, agora, para compensar, adianto uma matéria da próxima: Larissa MacFarquhar assina o Profile do crítico literário Harold Bloom. E oferece, online only, uma breve e simpática entrevista sobre o autor de, para ser convencional, "Como e Por Que Ler":

"It's not the notion of pleasure in general that separates Bloom from his profession; it's the type of pleasure involved. Many of his colleagues love literature for aesthetic reasons but also take pleasure in the construction of historical theories and the dissection of political logic. For Bloom, though, literary pleasure consists only in the struggle with poetic greatness.

"Bloom is very brilliant, and brilliance is always seductive, but many professors at Yale are brilliant. What sets Bloom apart is the extraordinary quality of the attention he pays to his students. He is extremely flattering-he is always calling people geniuses, or telling them that only they truly understand something or other, be it a poem or Bloom himself-and he has an enormous capacity for genuine fascination with and affection for other people. So you can imagine how appealing he is to students who are used to being more or less ignored by their teachers.
"

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Postado por Eduardo Carvalho
26/9/2002 às 23h09

 
Hitchens deixa a The Nation

Christopher Hitchens

Depois de 20 anos como colaborador, Christopher Hitchens finalmente escreve sua última coluna para a revista The Nation. Já estava na hora. É o que acontece com intelectuais independentes: não se encaixam em revistas com ideologia definida e fechada. A Vanity Fair, a The Atlantic Monthly e a Harper's continuam publicando o homem que desmascarou personalidades como Henry Kissinger e Madre Teresa, e que acaba de lançar, nos Estados Unidos, um livro sobre seu ídolo, George Orwell. Só estamos esperando chegar aqui.

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Postado por Eduardo Carvalho
26/9/2002 às 16h49

 
Quote of the day

fonte: New York Times

"This is not something you retire from. It's your life. Writing songs and playing is like breathing you don't stop." [Não é uma coisa da qual você se aposenta. É a sua vida. Escrever canções e tocá-las é como respirar, você não pode parar.]

Foi citação do dia no New York Times. Embora a foto seja do pai do filho daquela moça, do Mick Jagger, a frase é de Keith Richards, companheiro inseparável e crítico mais severo. [Eu gostei tanto de ler isso hoje de manhã que ficaria por aqui mesmo, suprimindo apenas o trecho "canções e tocá-las".]

Em realidade, compõe uma matéria sobre a insistência dos roqueiros em permanecer em atividade. Mick Jagger até que tenta mas as melhores declarações, a exemplo da de cima, são da lavra de Keith Richards: "I want to do it like Muddy Waters - till I drop." [Quero fazer como Muddy Waters - até cair.]

"The Stones are incredibly strong and a well-oiled machine. Ideas keep popping up. After every tour - you've been on the road maybe three years - you go home and forget about it for, like, a year, and then after about 18 months, you start to expect a phone call. And after a few weeks, it'll be like Mick or Charlie saying, 'Are we going to do anything?'"

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Postado por Julio Daio Borges
26/9/2002 às 10h55

 
A Voz de Deus

Esse site apareceu por acaso. Na tabuleta de entrada, diz o seguinte: "And it came to pass that God visited the earth, and He did behold a series of billboard ads attributing to Him utterances of such banality that they would never pass His lips in a billion years. And it came to pass that God in His wrath considered a libel suit, but in the end opted simply to mount a cantankerous, self-contradictory ad campaign of His own..."

Trata-se de uma compilação de frases Dele, fazendo uma gozação tremenda com a Bíblia, a Igreja e seus eternos intermediários (aí vão algumas, com tradução simultânea, para quem não consegue pegar o inglês):

There is no such thing as killing in my name.
[Não existe essa coisa de "matar em meu nome".]

If you seek to know my ways, read a damn science book.
[Se vocês querem saber o que penso, leiam um maldito livro de ciência.]

E=mc². Yeah, that's one of mine.
[E=mc². Sim, essa é uma das minhas]

The dinosaurs didn't believe in you either.
[Os dinossauros também não acreditavam em vocês.]

Want to know how old the earth is? Ask the earth, not the Bible.
[Querem saber qual a idade da Terra? Perguntem à Terra e não à Bíblia.]

If I wanted you to have seven kids, I would have given you a bigger planet.
[Se eu quisesse que cada um tivesse sete filhos, teria feito um planeta maior.]

I gave you a bigger brain for a reason. Start using it.
[Se eu lhes dei o maior cérebro, foi por uma boa razão. Comecem a usá-lo.]

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Postado por Julio Daio Borges
26/9/2002 às 10h14

 
Em quem a Tropicália vai votar

Sem muitas novidades, só para constar, segue a entrevista de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner, concedida a Beatriz Coelho da Silva, em que cada um fala de suas preferências políticas. Acabou de sair no Estadão:

Estado - Às vésperas das eleições, como vocês se colocam?
Gil - Eu sou Lula desde o início do segundo mandato do Fernando Henrique, mas não estou na campanha, não tem sido necessário. A campanha está muito tranqüila; o Lula, muito cônscio de seus deveres de candidato. É um candidato primoroso, magnífico que eu espero que se repita como presidente (risos). O Lula que trouxe essa idéia de união nacional em torno de uma posição, um deslocamento complicado. Perigoso, mas necessário.

Estado - E você Caetano, como está nessa situação toda?
Caetano - Estou igual, mas a situação está mudando tanto!... Desde o início, gosto dos três candidatos, o Ciro, o Lula e o Serra, das qualidades individuais e do valor histórico das três candidaturas. Não me decidi, mas o Brasil já se decidiu. O que não quer dizer que o Lula já ganhou a eleição. Eu estive com ele na casa do Gil e não disse que ia votar nele. Mas não disse também que não ia votar. Transmiti meus receios das pressões internas e externas. Mas é como o Gil disse. Não é por ser arriscado que você vai deixar de querer, né? As pressões que eu temia com o Lula talvez sejam piores com outro presidente. Eu tinha muita simpatia pelo Ciro Gomes, por causa das coisas que ele falava e ao Mangabeira Unger. Digo isso desde quando o Ciro tentou a eleição há quatro anos e não vi ser publicado na imprensa. Tenho vontade de votar em Ciro só para me opor a isso, mas meu voto é secreto. E o Ciro implodiu a candidatura, com aquelas coisas que falou, o modo de se comportar. Parece que não quer, inconscientemente. Estou falando como um psicanalista (risos), mas é porque gosto muito dele.

Estado - E o Serra?
Caetano - É o candidato mais razoável. Mas é chato falar de política porque parece que estou tomando posição. Não é o caso do Gil que tem uma posição clara. Eu não tenho. Então, eu fico contando às pessoas as minhas dúvidas, por onde minha cabeça anda, os caminhos que ela percorre. Mas o Serra é excelente, vem da área mais bem-sucedida do governo Fernando Henrique Cardoso, por causa das conquistas importantes do Ministério da Saúde, da altivez brasileira no caso dos genéricos. E o Serra foi, no governo Fernando Henrique, o maior crítico dos aspectos menos aceitáveis pelas mentes progressistas das decisões da equipe econômica. Ele deveria representar de pacificação da sociedade e Lula, a ruptura, mas o que a gente está vendo é Lula como consenso.

Estado - Como vocês imaginam o Brasil em 2003, seja lá quem for o eleito?
Gil - Eu imagino que vai dar muito trabalho. Lula vai dar trabalho (risos), não quer dizer exatamente que vai dar emprego. Tomara que esse trabalho se transforme em emprego (risos).

Caetano - Eu tenho dificuldade de imaginar o futuro próximo porque a situação mundial é intensamente dramática.

Mautner - Eu vejo o Brasil com o maior otimismo. As novas gerações vão construir tudo, novas estradas, livros, canções. Eu sou um otimista convicto em nome de Jesus de Nazaré e Xangô do candomblé.

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Postado por Julio Daio Borges
26/9/2002 às 09h52

 
Suicídio na GV

O boato, agora, é que Heloisa Andrade, uma das flagradas na festa da GV, cometeu suicídio. A notícia é quente, por enquanto - amanhã de manhã todos vão estar falando sobre isso, e à tarde deixará de ser novidade. Não há nenhuma declaração oficial, que eu saiba.

E nem essa aí, que, para quem não sabe, foi publicada num site de humor - em uma seção exclusiva para notícias inventadas. Mentira, portanto.

O(s) responsável(eis) pelas fotos, aliás, já está(ão) demorando para aparecer - será que rastrear e-mails e descobrir de onde foi remetido o original é tão difícil assim? Bem; que seja. O fato é que, mais cedo ou mais tarde, ele vai aparecer e a notícia vai se espalhar: e ele será a próxima vítima a ser massacrada pela mídia, recebendo a mesma - ou pior - punição do que receberam os fotografados.

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Postado por Eduardo Carvalho
26/9/2002 à 00h09

 
Claro como as trevas

New Yorker

Desculpem-me pelo atraso: é que o meu exemplar da revista leva umas duas semanas, de Manhattan aos Jardins. A leitura, porém, dificilmente fica datada. As idéias demoram muito mais do que isso.

Na revista New Yorker de 16 de setembro, Louis Menand, vencedor do Pulitzer em História neste ano, resenhou os livros sobre os ataques de 11 de setembro lançados nos EUA. Começa com os best-sellers Noam Chomsky ("9-11") e Gore Vidal ("Perpetual War for Perpetual Peace: How We Got to Be So Hated"), que, sinceramente, todo mundo sabe qual é o discurso, imutável há décadas. (Curioso que os livros mais vendidos nos Estados Unidos sejam de autores tão admirados e repetidos pela esquerda brasileira, que, por sua vez, insiste em dizer que americanos estão "alienados" e alheios à postura internacional adotada pelo seu governo.)

Passa pelo francês Jean Baudrillard ("The Spirit of Terrorism and Requiem for the Twin Towers") e pelo esloveno Slajov Zizek ("Wellcome to the Desert of the Real!"), dos quais ninguém, que eu saiba, falou por aqui. Tem também o politicamente incorreto Dinesh D'Souza's ("What's so Great About America"; assim, sem interrogação mesmo), que, se anda fazendo um barulhão nos Estados Unidos, continua praticamente anônimo no Brasil.

Menand conclui que, no final das contas, os discursos são quase sempre definitivos e simplistas - quando não, como no caso de Vidal, apenas aproveitamento da ocasião para vender livros. E fecha o balanço negativo com uma afirmação sensata:

"One reason it is so hard to describe the "character" that September 11th revealed is that it involves us in paradox. There was spontaneous patriotism-the flags, the "United We Stand" posters, the widespread support for the war in Afghanistan. There was spontaneous compassion-the flowers around firehouses, the donations of money and blood, the concern for the victims as individuals. If you try to link these responses in a formula, you get something like: Americans are willing to fight, and even to die, for the belief that no one should be made to die for a belief. And: Americans hold it to be a transcendent truth that it is possible to live a good life without loyalty to a transcendent cause. The formulations are fuzzy because "a way of life" has many aspects. There is no perfect clarity. Let us be clear about that."

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Postado por Eduardo Carvalho
25/9/2002 às 22h09

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