Como E Por Que Ler O Romance Brasileiro | Ricardo de Mattos | Digestivo Cultural

busca | avançada
61129 visitas/dia
2,1 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Simões de Assis | Individual de Carlos Cruz-Diez
>>> Jazz Festival: Primeira edição de evento da Bourbon Hospitalidade promete encantar com grandes nomes
>>> Coletivo Mani Carimbó é convidado do projeto Terreiros Nômades em escola da zona sul
>>> CCSP recebe Filó Machado e o concerto de pré-lançamento do álbum A Música Negra
>>> Premiado espetáculo ‘Flores Astrais’ pela primeira vez em Petrópolis no Teatro Imperial para homenag
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
Colunistas
Últimos Posts
>>> A melhor análise da Nucoin (2024)
>>> Dario Amodei da Anthropic no In Good Company
>>> A história do PyTorch
>>> Leif Ove Andsnes na casa de Mozart em Viena
>>> O passado e o futuro da inteligência artificial
>>> Marcio Appel no Stock Pickers (2024)
>>> Jensen Huang aos formandos do Caltech
>>> Jensen Huang, da Nvidia, na Computex
>>> André Barcinski no YouTube
>>> Inteligência Artificial Física
Últimos Posts
>>> Cortando despesas
>>> O mais longo dos dias, 80 anos do Dia D
>>> Paes Loureiro, poesia é quando a linguagem sonha
>>> O Cachorro e a maleta
>>> A ESTAGIÁRIA
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Nosso Lar
>>> Bárbara Heliodora
>>> Uma leitura jornalística
>>> Prática de atelier: cores personalizadas *VÍDEO*
>>> Cheiro de papel podre
>>> O Nome Dele
>>> Um Leitor sobre Daniel Piza
>>> Um Furto
>>> Homenagem a Pilar del Río
>>> O Debate...
Mais Recentes
>>> Mulher Enjaulada de Jussi Adler-olsen pela Record2 (2014)
>>> As Melhores Receitas da Cozinha Portuguesa - Os segredos da cozinha das nossas avós de Vários Autores pela Globo
>>> As Melhores Receitas da Cozinha do Nordeste - Os segredos da cozinha das nossas avós de Vários Autores pela Globo
>>> As Melhores Receitas da Cozinha Baiana - Os segredos da cozinha das nossas avós de Vários Autores pela Globo
>>> Quem vai Salvar a Vida? de Ruth Rocha pela Salamandra (2015)
>>> Livro Cáuculo - volume 2 de Maurice D. Weir pela Pearson (2024)
>>> O Código da Vinci - Roteiro Ilustrado de Akiva Goldsman pela Sextante (2006)
>>> Delícias da Kashi - Gastronomia Vegana Gourmet de Kashi Dhyani pela Mauad X (2016)
>>> Livro Microbiologia Para As Ciências Da Saúde de Paul G. Engelkirk pela Guanabara Koogan (2005)
>>> Livro Comunicação E Comportamento Organizacional PLT 111 de Geraldo R. Caravantes pela Fisicalbook (2014)
>>> Livro Finanças Corporativas: Conceitos E Aplicações de Jose Antonio Stark Ferreira pela Pearson (2005)
>>> Livro Introdução a Genética PLT 248 de Anthony J F Griffiths ; RiCHARD C. Lewontin pela Guanabara (2008)
>>> Teoria Geral Da Administração. Da Revolução Urbana À Revolução Digital de Antonio Cesar Amaru Maximiano pela Atlas Br (2011)
>>> LivroTeoria Geral Da Administração: Da Revolução Urbana À Revolução Digital de Antonio Cesar Amaru Maximiano pela Atlas (2008)
>>> O Porco de William Hope Hodgson pela Diário Macabro (2024)
>>> Arvore Do Beto de Ruth Rocha pela Salamandra (2010)
>>> A Casa No Limiar e Outras Histórias Macabras de William Hope Hodgson pela Diário Macabro (2024)
>>> Ponto De Vista de Sonia Bergams Salerno Forjaz pela Moderna (2014)
>>> A Grande Campea de Maria Cristina Furtado pela Do Brasil (2015)
>>> Amigos De Verdade de Telma Guimarães Castro Andrade pela Brasil Literatura (2010)
>>> Bleach 57 - Out of Bloom de Tite Kubo pela Panini Comics (2014)
>>> O Fantástico Mistério De Feiurinha de Pedro Bandeira pela Moderna (2009)
>>> Cantigas Por Um Passarinho A Toa de Manoel de Barros pela Companhia Das Letrinhas (2018)
>>> Bleach 56 - March of the Stacross de Tite Kubo pela Panini Comics (2013)
>>> A Historia Do Natal. O Livro Animado Que Conta Como O Menino Jesus Nasceu de Justine Swain-smith pela Publifolha (2008)
COLUNAS

Quinta-feira, 20/1/2005
Como E Por Que Ler O Romance Brasileiro
Ricardo de Mattos
+ de 12700 Acessos
+ 2 Comentário(s)

"É por isso que se lê romance: para viver por empréstimo, e nesta vida emprestada aprender a viver". (Marisa Lajolo)

O interessante ensaio Como E Por Que Ler O Romance Brasileiro participa da coleção Como E Por Que Ler. Foi escrito por Marisa Lajolo, professora titular de Literatura da Universidade Estadual de Campinas, também autora de Monteiro Lobato, Um Brasileiro Sob Medida, A Formação Da Leitura No Brasil e Literatura: Leitores e Leitura. Com relação à série, os demais títulos são Como E Por Que Ler Os Clássicos Universais Desde Cedo, de Ana Maria Machado e Como E Por Que Ler A Poesia Brasileira Do Século XX, de Ítalo Moriconi.

A competência e o conhecimento de Marisa Lajolo são indisfarçáveis. Mesmo se o livro fosse ruim, sua leitura valeria pelos escritores e títulos que faz o leitor descobrir ou redescobrir. Há um eixo de orientação seguido por ela, que é a história específica do romance no Brasil. Em torno d'este eixo serpenteia uma saudável inquietude, indo e vindo a autora no tempo, mesclando estilos e comparando escritores e obras. Ela não deixa de alongar-se sobre Machado de Assis, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, porém praticamente resgata Teresa Margarida da Silva Orta, Ana Luísa de Azevedo Castro e Coelho Neto, entre vários outros. Preferências pessoais são sugeridas: elogia bastante Capão Pecado, de Férrez, e mal menciona Cidade de Deus, de Paulo Lins.

Uma das características mais notáveis do gracioso Da Dificuldade De Ser Cão é o entrosamento de Roger Grenier com os escritores de seu país, evocados aqui e ali para ilustrar seu texto. Também é reconhecível sua falta de preconceitos. Não lhe importa o destaque do autor ou da obra diante da crítica ou do gosto dominante e sim o que respeita ao tema, no caso o amor aos cães. A mesma virtude pode ser encontrada no ensaio de Lajolo, pois discorre despreocupadamente e acolhe obras e nomes nem sempre apreciados, como O Xangô de Baker Street e Josué Montello.

Por sorte, Lajolo impediu exageros de entusiasmo. Derramá-lo causaria prejuízo imediato ao seu trabalho e mediato ao objeto defendido. Basta um exemplo. Ela diz preferir os romances brasileiros aos ingleses porque n'estes ninguém anda de jangada, faz oferendas a Iemanjá nem beija de tirar o fôlego na esquina da avenida Ipiranga com a São João. Ora, eu leio o romance brasileiro para conhecer a cultura do meu país. Conhecer a produção literária e o que foi apresentado através d'ela. O trecho citado pode ser emotivo, laudatório, mas pouco esclarece. Duvido que Capitão Rodrigo ou Lucas Procópio tenham andado de jangada ou feito oferendas.

Como ler o romance brasileiro e por que fazê-lo são perguntas melhor respondidas com a integralidade do texto. As respostas diretas são pouco satisfatórias: a ser lido de muitos jeitos, de qualquer jeito, por esta ou aquela razão mas, sobretudo, sempre com a perspectiva de uma excelente leitura.

Anos atrás comecei a ler As Seis Doenças Do Espírito Contemporâneo escrito pelo filósofo romeno Constantin Noica e reparei que eu ainda não havia lido algumas das obras mencionadas e estudadas por ele. Faltava-me ler Os Demônios - só agora traduzido diretamente do russo -, o Don Juan de Moliére, Guerra e Paz, Esperando Godot, etc. Percebendo lacunas no conhecimento pessoal dos chamados "clássicos", deixei de lado as "todetites" e "acatolias", algumas das doenças que Noica diagnosticou no espírito contemporâneo e nomeou, e dediquei-me a eles com atenção maior, ainda que variável no tempo.

Simultaneamente, lembrei-me de obras e escritores brasileiros merecedores de reparo. Há clássicos universais e clássicos "locais", ambos dignos de atenção. Em verdade, não considero vantajoso ser profundo conhecedor da literatura norueguesa do século XIII, se mal sei o que foi criado aqui no século XIX. Falando nos autores nacionais, logo vêm à mente os nomes de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Mário de Andrade. São nomes de indiscutível importância, mas deveríamos reacostumar-nos com tantos outros lembrados apenas por consideração didática: Visconde de Taunay, José de Alencar, Bernardo Guimarães, Franklin Távora, Rosário Fusco, Autran Dourado. A obra adulta de Monteiro Lobato, eclipsada pela infantil. Os atuais pretensos escritores, principalmente, deveriam caprichar n'esta busca e conhecer bastante os escritores nacionais antes de criar obsessões e copiar um ou dois estrangeiros. Creio que um bom escritor não deve dar as costas àqueles do seu país que exerceram o mesmo ofício no passado. Prova d'isto é encontrada no já comentado artigo Como Se Deveria Ler Um Livro? escrito por Virgínia Woolf.

Títulos há em profusão na biblioteca brasileira a serem lidos por quem quiser conhecer o que já se escreveu por estas terras. É correto alegar a distância qualitativa de alguns em relação aos clássicos estrangeiros, e mesmo aos locais. Todavia, dizem-nos respeito mais de perto. Devemos dedicar-nos tanto à leitura de Memórias De Um Sargento De Milícias, O Presidente Negro e Mongólia, quanto de Dom Quixote, Os Irmãos Karamázov, Gargântua e Germinal. Ao leitor brasileiro em especial deve ser lembrada a existência de três círculos concêntricos nos quais se lhe aconselha a perambular com desenvoltura: o círculo da literatura nacional, o da literatura escrita em língua portuguesa e o da literatura mundial. Falta de boas obras não há. O difícil é o espírito médio afastar-se de modismos e preconceitos, abandonar sua visão tacanha e conhecer o máximo. Este ano, o primeiro romance brasileiro que leio é Luzia-Homem, do cearense Domingos Olímpio (1.850/1.906).

Díptico: General Semprônio e Maria Cachorra
(para Cigana, 07/04/94 - 27/12/04)

I

Depois da reforma em 1.990, o General Semprônio assumiu o comando do exército de cães, pombos e aposentados assentado na praça central de Sant'Ana do Jecoaba. Somente a chuva impede-o de assumir diariamente seu posto, mesmo assim se não houver algo sério ocorrendo ou a ser providenciado. Vestindo camisa engomada, bermudão com cinta e meias na canela; calçando mocassim folgado; cabelos rigorosamente penteados para trás e óculos escuros: eis o General saindo de sua casa na Rua das Oliveiras e dirigindo-se ao "quartel". As mãos estão cruzadas nas costas um pouco abauladas pela idade. O assovio executa o Cisne Branco, melodia a qual ele tornou-se surdo pelo hábito. Tal a severidade em questões de harmonia e disciplina, que um de seus "soldados" jura tê-lo ouvido gritar com um curió engaiolado: acerte este compasso, nem parece que é homem!

Poderia compartilhar o jornal que circula entre o regimento, mas prefere adquirir seu próprio exemplar. Nem é sintoma de egoísmo, todos sabem que o periódico lido pela manhã servirá de forro para as gaiolas dos passarinhos. Aproveita para obter detalhes sobre a vida do dono da banca e sua esposa nas últimas 24 horas. Passa em revista a cachorrada, estalando os dedos e fazendo festa. Tira do bolso um saquinho de quirera e espalha-a para os pombos. Cumprimenta seus subordinados individualmente, retomando assuntos pendentes a fim de certificar-se da evolução ou estagnação dos casos. A este inquire: sua senhora melhorou da bicheira no pé? Aplicou a pomada que eu recomendei? Mantenha-me informado. Àquele questiona: resolveu o problema da aposentadoria? Descobriram do que se tratava? Mantenha-me informado. Escolhe um banco aquecido pelo Sol e senta-se para ler todas as notícias. Alguém chega à praça, dirige-se a ele com cuidado e cumprimenta-o. O General interrompe a leitura, sem levantar-se responde à saudação e faz seu breve interrogatório: seu filho já arrumou emprego? Está procurando todos os dias? Mantenha-me informado. Uma vez por semana sobe na cadeira alta do engraxate e com imponência examina do alto o campo de treinamento de ócio. Emburra-se ao ver o bispo na porta da catedral. Suas rusgas começaram no dia do falecimento da generala, quando Semprônio não obteve permissão de enterrá-la dentro da nave como era costume de sua família.

O General acompanhava com sincero interesse a execução de obras da Municipalidade na praça. Nos problemas de tubulação, por duas vezes desconcertou os operários com suas perguntas sobre hidráulica - ele é engenheiro por formação. Primeiro porque eles não sabiam responder; segundo, porque pensavam tratar-se do responsável técnico da prefeitura. Quando descobriam ser aquele senhor um cidadão como os demais, xingavam-no em pensamentos e depois em murmúrios. Certa vez, cavaram um buraco no meio da praça, mas o trabalho não pôde ser realizado no mesmo dia. Devolveram a terra sem recolocar as lajotas. Como era cova mais comprida que larga, e como a terra mal devolvida formou pequena elevação, algum gaiato notívago teve a idéia de improvisar uma cruz de madeira e uma coroa de flores para o túmulo de fantasia. O General encabeçou um destacamento para desfazer a gracinha e escreveu um ofício exigindo providências. Não foi atendido, pois não o levam a sério desde que voltou d'uma viagem ao interior da Alemanha e sugeriu a troca do nome da cidade. Queria que o atual "Sant'Ana do Jecoaba" fosse substituído por "Sant'Ana Sobre o Jecoaba". Meses depois, quando o prefeito lembrou-se de mandar terminar o serviço, Semprônio infernizou a vida de todos querendo saber se a continuidade da obra era resultado de seu ofício e o motivo da demora. Os operários respondiam-lhe tudo, soubessem ou não a resposta. Quanto mais detalhes o General pedia, mais ativava-se a imaginação zombeteira d'eles.

II

Maria Cachorra não tem pais, irmãos, marido ou filhos. Sua casa situa-se para as bandas do bairro industrial, mas não se conhece o endereço preciso. Sequer chama-se Maria, e sim, Alcina. Entretanto, se for perguntado na praça central se a "Dona Alcina" já veio, todos ficarão confusos. Mude-se para a pergunta "a Maria Cachorra já passou?" e então a compreensão será total. De onde saem seus rendimentos mensais, ninguém descobriu. Não é difícil vê-la de cabelos molhados e roupas limpas, concluindo os freqüentadores que ela é bem de vida.

Nada mais faz a pobre mulher além de tratar os cães da praça. Alimenta-os, dá-lhes água, desmonta caixas de papelão para deitarem. Por isso ela é vista revirando sacos de lixo. Procura latas, potes de plástico, panos velhos, etc. Aplica-lhes vermífugo periodicamente - ontem a cachorrada "tava" piriricando na hora que a Maria Cachorra chegou com o remédio d'eles. Ampara as cadelas prenhes no pré-natal e após o parto, bem como socorre as vítimas de atropelamento ou vandalismo. Empenha-se na busca de donos. Consola os moribundos e enterra os mortos. É vista principalmente de noite, quando a matilha festeja-lhe a chegada com latidos, uivos e tumulto. Chega bem depois de fechado o comércio e não tem prazo para sair. É hilário descobri-la atrás do banco onde namora um casal, sua cabeça aparecendo atrás do encosto. A interferência, contudo, é a mesma do óleo na água. Como a praça situa-se defronte a matriz, logo os desocupados espalharam que ela aguarda o horário sem movimento para transformar-se em lobisomem.

N'uma extraordinária perambulação noturna, o General resolveu abordá-la. Aproximou-se do canteiro onde ela encontrava-se agachada com um cachorrinho no colo e foi recebido com frieza e desconfiança: Que foi? O visitante começou a falar dos animais, mostrando conhecer alguns. Perguntou do paradeiro d'este e d'aquele e elogiou um dos recém chegados. Ela só respondeu com um pouco mais de desenvoltura quando o filhote saltou do seu colo, aproximou-se do intruso e foi bem recebido. O contentamento d'ela foi perceptível, mas não escancarado. Enganou-se quem entendeu que este regozijo referia-se ao estranho e ao afeto demonstrado. Referia-se, sim, à vitalidade da criaturinha que de tão amigável logo encontraria um lar. O General levantou-se, despediu-se e saiu. Sabe reconhecer quando certo território é de incursão inviável.

Para ir além






Ricardo de Mattos
Taubaté, 20/1/2005

Quem leu este, também leu esse(s):
01. 2021, o ano da inveja de Luís Fernando Amâncio
02. A filosofia mínima de Luís Augusto Fischer de Marcelo Spalding
03. Medo e Delírio em Las Vegas de Gian Danton
04. Jornais do futuro? de Fabio Silvestre Cardoso
05. Palavras que explodem no chão de Marta Barcellos


Mais Ricardo de Mattos
Mais Acessadas de Ricardo de Mattos em 2005
01. O Presépio e o Artesanato Figureiro de Taubaté - 23/12/2005
02. Como E Por Que Ler O Romance Brasileiro - 20/1/2005
03. Cultura e Democracia Na Constituição Federal - 17/3/2005
04. Anotações do Jardineiro - 10/11/2005
05. Anjos Caídos, de Tracy Chevalier - 31/3/2005


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/1/2005
11h53min
Caro Ricardo, este é um debate espinhoso. por que ler romances nacionais se temos tantos e tão bons romances internacionais? apenas por causa da "cor local"? mas quem disse que procuramos a literatura apenas para conhecermos nossa história, nosso país? o que buscamos é o fato estético significativo, o resto é ilustração. e o que nos interessa é o que é universal no drama humano e não o particular. só boas obras de arte conseguem nos levar a abismos desconhecidos e abismos de nós mesmos. sem querer depreciar Machado e Clarice (tão pequena perto de uma Hilda Hilst), apenas creio que o que tem valor é a obra de arte que tem seu poder estético de produzir aquele "je ne sais quoi", que nos leva para dentro dela nos captando num sequestro sem saída. abraço, parabéns pelo texto, jardel
[Leia outros Comentários de jardel]
22/1/2005
04h53min
Assunto inesgotável, onde o perigo é: soterrados por obras valiosas, ou ao menos dignas de certa atenção, acabarmos por transformar qualquer comentário apaixonado (como é o caso do meu) num mero catalogar de títulos - tantos, tantos... Pondo de lado a polêmica (não estou a fim!) que M.L. levanta de imediato com a citada comparação literatura inglesa (minha paixão) vs. literatura brasileira, há que dizer-se que resgatar autores brasileiros "fora de moda" se faz urgente, necessário, vital... E ler na fonte um José de Alencar (subestimado pela crítica a meu ver, como verdadeiro desbravador que foi; só Antonio Candido chega perto de dar-lhe justo valor), olhar atento às "inovações" que ele estabelecia então, valeria a pena pra qualquer leitor que aspirasse a ler melhor, mais profundamente, a nossa literatura. Sem falar em tantos escritores e obras dos quais só se conhece trechos repetidamente postos em antologias (sempre questionáveis) e aqueles mencionados só de passagem em obras didáticas, em geral mantenedoras do "status quo" em história/crítica literária... Ler, ler sempre; ler resenhas, referências, "guias", sim, porém cruzando indicações de todo tipo possível, pois no final só o leitor crítico & amante de literatura pode julgar, por si, o que é bom... Ler, ler sempre, o máximo possível, preenchendo lacunas, sim, revisando "pré-conceitos"... Texto difícil para se fazer justiça num comentário, Ricardo... Demais!
[Leia outros Comentários de Carla]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.




Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




La Practica Docente y Sus Fundamentos Psicodidacticos
J Ricardo Nervi
Kapelusz
(1969)



Contabilidade Pública
Alexandre Costa Quintana e Outros
Atlas
(2011)



Mar Profundo
Romesh Gunesekera
L&pm
(2006)



Introdução a Ciência do Direito
André Franco Montoro
Revista dos Tribunais
(1997)



Livro Infanto Juvenis O Menino de Palmares Coleção Jovens do Mundo Todo
Isa Silveira Leal
Brasiliense
(1981)



Reflexões Sobre a Arte
Alfredo Bosi
Atica
(1991)



O Dia do Chacal
Frederick Forsyth
Record
(1971)



Desenho de Perspectiva
Robert W. Gill
Desenho de Perspectiva
(1980)



Livro Literatura Estrangeira O Advogado
John Grisham
Rocco
(1998)



Livro Infantil Mitos e Lendas do Folclore Do Brasil
Mario Bag
Paulinas
(2013)





busca | avançada
61129 visitas/dia
2,1 milhões/mês