Duofel: som e imagem | Fabio Silvestre Cardoso | Digestivo Cultural

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Terça-feira, 4/10/2005
Duofel: som e imagem
Fabio Silvestre Cardoso
+ de 3100 Acessos

O formato não é original, mas o resultado sonoro, por sua vez, não deixa de ser genuíno. Esta é a impressão, grosso modo, de quem já ouviu o Duofel, que, para comemorar a trajetória de 25 anos, lançou o DVD Duofel: frente e verso. Trata-se de um registro ao vivo da apresentação da dupla em novembro de 2003, no teatro do Sesc Pompéia. Coincidência ou não, o local escolhido para a gravação deste especial possui uma relação com o grupo, posto que suas apresentações pertencem a um circuito marcado pela fidelidade do público, de certa forma restrito, que aprecia a música instrumental. Sozinha, tal constatação já faz deste DVD do Duofel um exemplar a ser comemorado, já que, com efeito, são 25 anos de carreira dos violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno que são celebrados. Ainda assim, há a música, as variações e a performance que merecem uma análise de perto.

Logo de início, os ouvintes e telespectadores, talvez não necessariamente da mesma maneira, notam que a dupla escolhe um jeito de tocar mais ligado às raízes brasileiras. Isso porque os violões de corda de aço são justapostos ao violão de corda de nylon, à viola caipira e até mesmo à rabeca. Apesar de parecer conceitualmente difuso, esse hibridismo gera um resultado alinhado do ponto de vista sonoro, de modo que o ouvinte consegue extrair de cada música sua versão singular. Esse detalhe é prova da versatilidade musical da dupla, como fica claro na primeira faixa, "Sarau no Parque", uma espécie de modinha, que se destaca pelos solos em contraste com a viola caipira. Em certa medida, as duas músicas seguintes pertencem ao mesmo perfil estilístico, cada qual com sua variação. Desse modo, em "A Caminho de Iracema", se a viola fica com agudos mais estridentes (quase incômodos, diga-se), o violão de aço apresenta uma linha mais melódica. Já em "Caboquinha do Braguinha" os dois instrumentos se substituem na condução e, juntos, repetem o tema principal, que é precedido por um dedilhado acelerado.

A seguir, há uma quebra de ritmo. Não necessariamente de andamento, mas, sobretudo, de estilo. Nesse caso, o ouvinte repara nisso gradativamente, à medida que um aspecto folk entra em cena e dita o tom de "Norwegian Wood", de Lennon & McCartney. Inicialmente, a música fica absolutamente reconhecível, mas, como que de repente, o duo opta por uma linha excessivamente virtuose, o que, metaforicamente, cria uma barreira entre o palco e platéia de maneira que os músicos ouçam tão somente a si mesmos, só saindo desse transe após longos sete minutos. Um alívio.

A calmaria vai aparecer em "Rio Negro e Solimões, Encontro". Aqui, apesar de seguir a fórmula de executar muitas notas em pouco tempo, o tema central é tranqüilo por natureza, sem mencionar o fato da música ser bem mais curta (pouco mais de três minutos). Depois, "Diálogo" traz as perguntas e respostas em cada instrumento. Sinceramente, não dá para saber qual o papel de cada um, mas o violão de nylon, tocado por Luiz Bueno, aparece um tanto mais.

Ao longo do disco, o ouvinte há de reparar que mesmo as variações obedecem à criatividade de Fernando Melo e Luiz Bueno. Em outras palavras, eles conseguem manter o controle da apresentação, de um lado, porque assinam a maioria das 13 faixas e, de outro, porque são capazes de adequar o estilo das versões à maneira que eles executam as canções. Nesse sentido, mesmo a variedade das cordas (com os diversos tipos de violões) respeita a assinatura do Duofel, cujo estilo não deixa o ouvinte se enganar.

Outro detalhe importante na performance ao vivo do Duofel é a respeito da postura da dupla no palco. Mais do que em muitos outros artistas ou grupos, é preciso ver a apresentação da dupla. E a razão para tanto é muito simples: trata-se, com efeito, de um espetáculo a ser contemplado, a forma como ambos tocam os violões. Dos arpejos às expressões faciais de Fernando e Luiz, ora mais contritos, concentrados, ora mais soltos, como se estivessem divertindo com as notas que extraem de seus instrumentos. Nesse sentido, há que se notar a forma como estão posicionados no palco, quase que de frente um para o outro, como que para examinar cada um a execução do outro. Aqui, a imagem mais correta é a de um espelho que, ao mesmo tempo, une e separa a dupla. E o espectador nota, então, que a faixa "Diálogo" não está ali por acaso.

A propósito das imagens, o registro ao vivo deixa um pouco a desejar no que se refere às tomadas que aposta, bastante próximas da dupla, dando um tom inquietante para quem assiste o show. Ademais, os recursos foram pouco explorados tendo em vista as inúmeras possibilidades e caminhos que a tecnologia agora oferece. Há que se mencionar as faixas bônus para o DVD, mas também nesse caso cabe uma ressalva. Qual o motivo da ausência desse bônus no CD? Perguntas que sobram sem resposta, infelizmente.

Embora o formato ao vivo esteja um tanto saturado no mercado musical (conta-se nos dedos uma mão os conjuntos e grupos que não possuem registros de shows), Duofel: frente e verso pode ser considerado um achado por se tratar de uma festa dos 25 anos de uma dupla essencialmente instrumental. Num país que se arroga musical, é preciso olhar e ouvir com mais atenção outros sons.

Lichtenstein, no Tomie Ohtake

Está bem, está bem, é a primeira vez que os trabalhos deste grande nome da Pop-art vem para o Brasil; sim, é algo de referência na recente história da arte. Talvez por isso mesmo, entretanto, era esperado que as obras fossem mais, digamos, surpreendentes. Quem leu os jornais ou ouviu a respeito da mostra em algum programa de TV, acredite, já entrou em contato com o melhor do que veio para o Brasil de Roy Lichtenstein. Não há nada a ser (re)descoberto. Culpa do Pânico na TV, que se inspirou no trabalho do artista para montar seu cenário? Não se sabe. Para quem for, a segunda sala reserva as jóias da coroa, Reflections on Conversations, Nude with joyous painting e Roommates. Afora isso, na primeira sala, destaque para os esboços que, embora desprovidos de plasticidade, mostram o esmero do artista com as marcações e a busca pela, pasmem, simetria. Eis aí uma surpresa para os que consideram a Pop-art um embuste.

Para ir além

Vida Animada - Desenhos de Roy Lichtenstein
Até 20 de Novembro (de terça a domingo, das 11h às 20h)
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (entrada pela Rua Coropés, 88)
Pinheiros - São Paulo
Tel: (11) 2245-1900


Fabio Silvestre Cardoso
São Paulo, 4/10/2005

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