A vida se elabora no Ano Novo | Elisa Andrade Buzzo | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 8/1/2014
A vida se elabora no Ano Novo
Elisa Andrade Buzzo
+ de 3600 Acessos


ilustra: Renato Lima

Do Natal ao Ano Novo o tobogã da vida desce mais rápido. As lojas já entraram em promoção, a grande decoração de Natal da Paulista já saiu para dar lugar ao palco do Réveillon na avenida e agora esperamos, descemos o tempo todo, é certo, mas esperando ao mesmo tempo, de braços abertos, alçados ao ar.

Como pensar em algo que fuja do mote final de ano, se tudo acaba girando em torno disso e assim deslizamos, seja rápida ou lentamente rumo a uma numeração que se reinicia, no desejo de que os sentidos também se reconectem para o novo e o bom.

Acho que era para ser agora algo de branco e cristalino ou então uma limpidez de céu misturado com mar, uma estampa fluida. Estamos algo de opaco, uma viseira na frente impedindo a própria visão das coisas, cristais de suor e lágrimas sujando os óculos. Ou mesmo atônitos, na cegueira das luzes cegantes, do impacto desordenado das telas touchscreen e de plasma.

Famílias inteiras, grupos de amigos, gente em busca de diversão nas ruas, cansadas do calor, colocando a cara para fora, registrando seus momentos, a vida desfilando nas avenidas, gente fazendo arte nas calçadas, covers de Michael Jackson, do Elvis, pipoca, batata frita na profusão desordenada da praia no asfalto do paulistano.

Os policiais, em forma, recebem telefonemas da família diante da aproximação da virada. Rente ao grupo cinza, alarde de muita gente falando. O mundo dessa época é pouco audível, ouvimos os restos de ruídos, numa incessante roda de conversas. Logo mais, fogos de artifício, rojões, pintura no céu, estouro e bombas de fumaça branca, porque esta é a vida furiosa, que precisa explodir para se mostrar presentificada.

E na esteira dessa profusão de vida rente ao nível do asfalto, o jardim da casa aguarda, em silêncio, essa coisa que dizem que vira para se repetir. Lá estão aparentemente dormentes as raízes das plantas, da seringuela, da grama nascente e desgastada pelos pés. Na umidade noturna a terra imanta as fibras irradiadas em milhares de arabescos. Bem dentro dela e da haste de sustentação de cada um desses finos vegetais, não vemos, mas é onde nascimento e o renascimento se confundem, e a seiva se elabora.


Elisa Andrade Buzzo
Vinhedo, 8/1/2014

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