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Quinta-feira, 15/10/2015
A trilogia Qatsi
Guilherme Carvalhal
+ de 9300 Acessos



A trilogia Qatsi, idealizada pelo diretor Godfrey Reggio, foi uma das mais inovadoras formas de se realizar cinema e causar impacto nos espectadores já propostas. Composta pelos filmes Koyaanisqatsi (1983), Powaqqatsi (1988) e Naqoyqatsi (2002), essa série de documentários é umas das mais singelas maneiras de se observar o mundo moderno já executadas pela sétima arte.

O modelo estético é de um documentário mudo, regido apenas pela trilha sonora, porém sem uma narrativa textual. Seu estilo remete ao filme Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov, em que apenas a imagem serve para contar uma história, dispensando palavras.

O nome dos filmes vem da língua hopi, um idioma indígena dos Estados Unidos. Qatsi significa vida e os filmes se chamam Vida em Desequilíbrio (Koyaanisqatsi), Vida em Transformação (Powaqqatsi) e Vida Como Guerra (Naqoyqatsi). Cada um representa um determinado contexto, tanto pela época em que foi produzido quanto pela evolução das ideias do diretor.

Koyaanisqatsi é expressivo com relação aos Estados Unidos moderno. O filme utiliza de imagens de natureza e de cidades, mostrando contrastes e realidades diferentes da nação. São os parques nacionais, cânions, o trânsito em constante movimento, tudo isso demonstrado através de beleza poética. É um primeiro passo na proposta de trabalho, em que o autor mostra seu país e sua realidade próxima.

No segundo filme, a proposta se torna mais ampla. Agora o foco das câmeras de Reggio não se limitam somente aos seu país, mas ao mundo inteiro. Powaqqatsi costuma ser considerado o melhor dos três e esse juízo é compreensível e facilmente aceito por quem assiste. O filme tem uma visão peculiar sobre diversos países, sendo uma expressão de sua cultura e de seu dia a dia.

Nessa segunda obra, são expressos o cotidiano e a cultura de diversos países, como o patrimônio cultural, natural e arquitetônico, além de registrar pequenos atos que mostram o funcionamento de diversos povos. É uma série de imagens marcantes que levam as pessoas a mergulhar em um imenso caldeirão cultural existente mundo afora. O Brasil tem destaque pela parte inicial, onde é mostrado o trabalho em Serra Pelada, em um retrato cru da vida dos mineradores.

Naqoyqatsi mostra o mundo moderno em uma ambientação diferente dos dois primeiros filmes. Essa visão sobre a modernidade que nos dois primeiros filmes se estabeleceu entre conflitos entre moderno e antigo, entre inovação e tradição, nas relações de trabalho e desigualdade social (um dos pontos principais de Koyaanisqatsi), aqui se foca no viés do mundo digital, uma realidade ainda não tão evidente quando no lançamento do primeiro filme da série.

Na terceira obra, as influências tanto de conteúdo quanto de estética estão ligadas às novas tecnologias que adentraram no cotidiano do mundo na década de 1990. É o visual ligado à biotecnologia, às artes digitais, à cibernética e toda inovação que se introduziu na humanidade nos anos antecessores ao seu lançamento.

Apesar de em determinados níveis os dois primeiros se interligarem mais esteticamente que o terceiro e do segundo filme ser claramente superior em relação aos demais, o conjunto dos três forma um panorama claro tanto do mundo atual quando da evolução do diretor na composição de sua obra. São filmes que mostram conflitos variados em realidades diversas, mas componentes de um único mundo. E, se muitas vezes o contato cultural é intermediado pelos relatos de um jornalista, aqui o modelo destituído de narrativa pode tornar o filtro menor, apenas mediado pela mão do cinegrafista e dos editores.

O próprio diretor afirmou não possuir nenhuma mensagem que desejasse passar através dos filmes, deixando em aberto a mensagem para que cada um chegasse às suas próprias conclusões. E, para tornar a experiência ainda mais fabulosa, os três filmes contam com trilha sonora assinado pelo grande Philip Glass.

A trilogia Qatsi é um filme que se faz cada vez mais necessário ser visto. Mesmo em um mundo globalizado, muitas barreiras culturais persistem. E obras como essa são essenciais para derrubá-las.

Koyaanisqatsi



Powaqqatsi



Guilherme Carvalhal
Itaperuna, 15/10/2015

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