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Quinta-feira, 5/9/2002
Quatro vampiros na TV
Félix Maier
+ de 4400 Acessos
+ 5 Comentário(s)

Foi pura coincidência a TV Globo lançar a novela "O clone" logo após os atentados de 11 de setembro de 2001. Estereótipos à parte, como convém a toda novela que se preze, pudemos constatar que os muçulmanos são pessoas bastante parecidas com todos nós, com algumas diferenças culturais, claro, mas nem todos rezando pelo Corão de Bin Laden.

Dia 20, começou de verdade um programa de vamp na TV, ainda que a Globo tenha marcado para o dia 26 a estréia de "O beijo do vampiro". Todos os dias, até lá pelo final de setembro, teremos que conviver com 4 vamps tentando abocanhar nossa jugular. Haja negaceio...

Como vampiro não pode ver luz solar, senão "kaput" sua imortalidade, os sets de filmagem foram todos planejados para ocorrer em interiores, em cenários feéricos, de luz negra, com rebatedores de luz cobertos por pele de morcego.

Inicialmente, tratemos do mais poderoso de todos os vampiros que vão se apresentar: Nosferatu. Criatura tornada imortal por obra de Doktor Murnau, que atualmente hiberna um longo e merecido descanso no Caixão do Planalto, Nosferatu é o mais poderoso dos 4 vampiros que têm encontro marcado com cada um de vocês, até outubro, ao meio-dia e à noite. Além do apoio pecuniário, que lhe será fornecido por toda a estrutura montada por Dr. Murnau, com ajuda do aprendiz de vamp do Banco (de Sangue) Central, cria dileta de Vamp Soros, Nosferatu abarrotou todos os hospitais com enormes bancos de sangue, quando foi Ministro da Saúde, além de ter em seu castelo um estoque de sangue estratégico para qualquer emergência.

Depois de Nosferatu, aparece o Conde Drácula, com destaque nas últimas rodadas de sangue. Jovem, com um filete de cabelos à testa, que à noite vira um punhal de madeira, Drácula é um dos mais preparados para substituir Dr. Murnau ano que vem, pois fez um curso de mestrado em Harwood, onde atuou com Tom Cruise em "Entrevista com o vampiro".

O terceiro vampiro, embora líder religioso cristão, não se dá bem com a cruz. E também não gosta de quem faz o sinal da cruz - já tentou proibir o Baixinho, agora tricolor, de se benzer no Maraca depois de cada gol que faz. O Vamp do Rio atuou recentemente em "As maldições de São Sebastião do Rio de Janeiro", que reinventou o empalamento, ao quebrar os ossos e executar um jornalista do Polvo Global, e que também se orgulha de ter inventado o "microondas", em que pessoas são assadas em tanques de óleo diesel depois de serem atacadas na jugular.

O quarto vamp é conhecido como Chupa-cabras. Uma incógnita para a maioria dos espectadores, pois ninguém o conhece mais, já que aparece tão fantasiado debaixo das maquiagens do vamp Dudaonça que se tornou irreconhecível. Barbudo, de orelhas viradas, é o que tem mais chances de cumprir as promessas feitas em sua campanha "4S" de qualidade total, uma vantagem formidável em relação aos outros candidatos, já que em sua mão espalmada aparecem as 4 palavras-chaves de seu futuro governo: samba, suor, sauna e serveja.

Todos os 4 vampiros estão sempre acompanhados de belas figuras femininas, esposas ou não, como convém a um vamp másculo e sexy. Uma morena e três louras, sendo uma dessas radicalmente careca, para facilitar o acesso à veia jugular, quem é que dos senhores não daria a essas beldades o pescoço para um rápido beijo? Ah! Quase desmaio só de pensar nisso...

O sonho de Dr. Murnau é que Nosferatu jogue o Conde Drácula para fora do camarim de filmagem, em plena luz do sol do cerrado de Brasília, que nesta época chega a 11% de umidade, para que vire uma geleca e evapore. É que o colega de Tom Cruise teve o desplante de chegar ao andar mais elevado do castelo, onde Dr. Murnau sonhava ver Nosferatu, não o mal-agradecido Drácula. Se Nosferatu levar uma estocada mortal de Drácula, Dr. Murnau, durante a segunda rodada de sangue, irá fazer uma campanha nacional de doação de sangue para Chupa-Cabras, de modo que este assuma seu caixão no Castelo do Planalto. Para que o plano não falhe de jeito nenhum, para que Drácula tropece e enfie o coração em um punhal de pau ferro colocado distraidamente por alguém em seu caminho, Dr. Murnau já mandou sua elite de segurança, a PF (Pau e Foice), vasculhar todos os aposentos do Castelo de Beach Park, para ver se encontra algum indício de que Conde Drácula tenha feito remessa ilegal de sangue para a Transuíça. Agindo assim, Dr. Murnau sonha ocupar definitivamente o Castelo de Drácula na Transilvânia.

Ah! Ia me esquecendo. Este ano, vai faltar a presença de Zé do Caixão. Revoltado, por não ter tempo na TV nem para dar uma rápida cheirada no cangote de alguém, Zé afirmou que ficaria sem graça ele aparecer na TV só para dizer "meu nome é Zé do Caixão".

- Você esqueceu de 2 vampiros - dirá um atento leitor-vamp.

Tem razão. Um deles também é Zé, o outro... qual é mesmo o nome do outro? É que eles passaram tão rápido na telinha de TV que não deu nem pra anotar a placa do caixão...


Félix Maier
Brasília, 5/9/2002

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
5/9/2002
12h36min
Depois das suas excelentes tiradas sobre o ócio remunerado do professor da UERJ, você agora nos brinda com esta sátira aos candidatos a barnabé-mor da populosa folha de funcionários do nosso atual regime (prestes talvez a mudar, dizem os mais agourentos, para a "sofisticação" da salsa cubana). De minha parte estou entre o bom senso de não votar (ou seja, ausentar-me da jurisdição e "justificar") e apoiar o vampciro (sorry). E isso pelas razões que mais escandalizem os socialistas por quem vivo cercado: não pelas idéias do futuro eventual barnabé-mor e sim pela bela companheira que sua excelência - também não é trouxa - sempre traz a tiracolo.
[Leia outros Comentários de Toni]
5/9/2002
16h17min
Sairei de casa para anular o tal voto munido de título de eleitor + colar de alhos. Parabéns pelo texto.
[Leia outros Comentários de Rogério Prado]
5/9/2002
17h05min
Achei o texto bem-humorado, mas muito superficial. É fácil ficar na crítica pela crítica quando se trata de eleições... Ainda que não tenhamos candidatos dos mais admiráveis, ainda que eu não seja ingênua nem cegamente idealista, terei todo o prazer de exercer legitimamente o direito ao voto que tão duramente a humanidadede conquistou. Para tanto, eu e todos os brasileiros precisamos de textos elucidativos, não somente de críticas que apenas denotam o prazer da ironia. Abraço, Vanessa
[Leia outros Comentários de Vanessa Rosa]
25/9/2002
22h45min
Acho bom irmos nos acostumando ao fato de que o “quarto vamp” irá nos governar pelos próximos anos, ao que tudo indica. Quanto a “ninguém conhecê-lo mais”, poderíamos dizer que, apesar das mudanças, ele deve ser umas... digamos... vinte mil vezes mais conhecido e (re) conhecido que qualquer outro candidato que a direita considere como “não vampiresco”. Quem mandou não produzirem, em tantos anos, ninguém intelectualmente mais capaz, politicamente mais viável e moralmente mais confiável? Estando na oposição e se julgando tão superiores, poderão talvez começar a tentar, aos pouquinhos, como fez o Quarto Vampiro, cavar seu espaço para uma eleição futura. Aí, quem sabe?
[Leia outros Comentários de Helion]
26/9/2002
18h29min
Artigo de primeiríssima, como são os do autor! Humor fino, criatividade e malícia na dosagem certa. Acho que a sra. Vanessa Rosa não entendeu a ironia de que estaremos, quem votar, apenas escolhendo quem vai chupar o nosso sangue (impostos, taxas, etc.) pelos próximos quatro anos. Ela não vai exercer 'legitimamente seu direito ao voto' já que entre nós o voto é obrigatório. Ela vai exercer uma obrigação sem a qual a burocracia estatal vai atazanar a sua vida. Nas últimas eleições para Prefeito não votei por que houve um atrazo de vôo e chegeui quando as urnas já estavam desligadas, quase falei fechadas! Pois bem, a multa é irrisória, o pior é ter que dar explicações e receber lições de moral de uma funcionária 'pública', que deveria sentir-se minha empregada pois sou eu quem paga seu salário, mas que me tratou como um pária e relapso, me dando explicações sobre a importância do voto! Em países realmente democrático o voto é facultativo e estou certo de que se aqui fosse, a abstenção seria enorme. Mesmo sendo obrigatório não duvido que seja bem grande. Mas o eleito poderá dizer, de boca cheia, que foi eleito com tantos milhões de votos. Se não fosse aquela senhora do TRE, que desta vez a estrangularia, eu não iria lá. Como irei, anularei!
[Leia outros Comentários de Heitor De Paola]
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