Discos que me mudaram | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 29/6/2011
Discos que me mudaram
Rafael Fernandes
+ de 5500 Acessos

Há discos que são clássicos (quase) incontestáveis. Outros são "clássicos" de uma maneira particular. É sobre esses últimos que escrevo nesta lista. Selecionei apenas alguns dos muitos álbuns que fizeram a minha cabeça por diferentes motivos em diferentes fases. Daqueles que nos "desviam" para outros mundos ― muitas vezes de forma inesperada.

Apesar de poder parecer uma lista variada, não se engane: não sou eclético. Isso porque essa palavra acabou tomando uma conotação de "gosto de qualquer coisa". Saiba mais nesse texto de Diogo Salles.


Use Your Illusion I e II ― Guns N' Roses

Uma dupla (e uma banda) que vou levar com carinho pelo resto da vida. Ela mudou tudo na minha vida musical. De só ouvir pop FM na infância para prestar mais atenção de fato nas músicas, em seus detalhes e saber mais sobre as bandas. E aqui se apresentam as primeiras ironias musicais que enfrentamos durante nossa jornada de sons: justamente uma banda FM friendly, com babas como "Don't cry" e "November Rain" estouradas é que acabou me afastando de músicas comerciais. De fato, pode parecer estranho que isso tenha acontecido com um disco tão mainstream, mas, ei, não podemos controlar essas coisas. Até porque comecei ouvir mais as "lado B" como "Breakdown" e "Locomotive". Hoje, já acho os discos bastante irregulares. Muitas músicas que parecem sobra de estúdio, há covers desnecessárias, falta de direcionamento musical claro, etc. Uma enxugada no repertório com os melhores rocks e épicos e ficaria ótimo. Mas, se fosse assim, será que eu teria gostado tanto?

Para ter uma ideia dos discos, ouça: "Dead Horse", "Coma", "Pretty Died Up" e "Breakdown".


Severino ― Paralamas do Sucesso

Severino foi avacalhado pelos críticos na época, mas continua como o meu favorito da banda. Pop, experimental, adulto e inteligente. Muitos disseram que faltou maior presença de Bi Ribeiro e João Barone. Mas ouçam o tema elegante de baixo na intro de "Cagaço" e sua discrição em "O Amor dorme". Ou o fraseado pulsante em "Vamo batê lata" e "Músico". E o trabalho excepcional e de ritmos variados de Barone nas mesmas músicas. A questão é que é o disco menos óbvio d'Os Paralamas. Ouvimos o inesperado ― e também por isso é tão bom. Mas os principais elementos da banda estão presentes: canções pop, flerte com ritmos brasileiros e instrumental redondo. Foi um fracasso de vendas, talvez uma união de má repercussão, ressaca pós Collor e maior atenção do grupo ao mercado latino ― onde eram reis na época. A "vingança" veio em seguida: "Vamo bate lata" e "Dos margaritas" se tornaram hits através do disco seguinte, um ao vivo, que levou os Paralamas de volta ao sucesso estrondoso. Além das duas citadas, se perderam algumas outras músicas maravilhosas, como "Varal", "Cagaço" e a bela balada "O amor dorme". E também "El Vampiro bajo el sol", com participação de ninguém menos que Brian May (Queen) num solo magistral.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Músico", "Cagaço" e "Não me estrague o dia".


III Sides To Every Story ― Extreme

O Extreme teve sua pele musical marcada com o ferro quente da balada melosa "More than words". É uma música babaca, para dizer o mínimo. Fez a banda ficar conhecida e ganhar dinheiro. Ótimo para eles, claro. Mas o resultado é que a parte realmente boa de seu trabalho ficou esquecida, como o ótimo Pornograffitti, Waiting For the punchline e Saudades de Rock. E também o meu preferido, que ouvi muito e citei num Tungcast: III Sides To Every Story. Passou quase despercebido por público e crítica. Apesar de ter a horrenda "Seven sundays" é um disco ótimo, que vale à pena para os fãs de um hard rock com arranjos acima da média.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Rest in peace", "Warheads" e "Cupid's dead".


Brutal ― Dr Sin

Embora o Dr. Sin tenha uma bela discografia, Brutal ainda é seu grande disco. Uma precisa união de metal e hard rock. O começo é impressionante, de tão bom, com seis faixas arrebatadoras. Mas o álbum não para por aí. Ainda tem outras pérolas até o fim do disco, como "Hey You", que eu ouvia dezenas de vezes seguidas, a suingada "War" (que lembra mais o primeiro disco da banda) e a balada "Years gone". Uma edição remasterizada lançada alguns anos depois ainda conta com a inclusão de uma ótima cover de "Holy Man", do Deep Purple. Edu Ardanuy e os irmãos Andria e Ivan Busic são um power trio dos mais competentes. Quem já os viu ao vivo sabe do que eu estou falando.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Isolated", "Down in the trenches part I" e "Fire".


Alien Love Secrets ― Steve Vai

O disco básico de Steve Vai que um possível interessado deve ouvir é, claro, o clássico Passion and Warfare. Mas Alien Love Secrets foi o primeiro que comprei e ouvi inteiro. Um disco curto e certeiro. São apenas sete músicas e, apesar da brincadeira boba de "Ya-yo gakk", é impecável, fazendo a repetição da audição quase obrigatória. E o melhor de tudo: é basicamente um trio de rock (guitarra, baixo e bateria), no máximo um "cama" de teclado aqui e ali. É Steve Vai em sua versão mais crua e, por isso mesmo, matadora. O encerramento, com "Tender surrender", é um dos melhores momentos da carreira de Vai.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Kill the guy with the ball", "Die to live" e "Tender surrender".


Images and Words ― Dream Theater

A entrada no mundo do progressivo é um caminho sem volta. A partir daí, você se torna, para sempre, um geek musical. As pessoas começam a te olhar feio, ter nojo dos seus gostos musicais e a odiar que você realmente ouça e analise um artista antes de dar seu veredicto. E com critérios próprios e não o "todo mundo gosta", "está fazendo o maior sucesso" e "como assim você não gosta do artista xyz ?!?". Você se torna, afinal, um uncool. O forasteiro perdido no alegre mundo dos "ecléticos". Images and Words, do Dream Theater, foi o disco que abriu essa porta para um "outro mundo". Eu entrei, mas não a fechei com cadeado ― afinal, pior que o eclético é o bitolado. Mas foi a partir desse disco que eu fiquei cada vez mais vidrado em música, tentando descobrir como se faz um disco, ler fichas técnicas, ir atrás de músicos e bandas desconhecidos do público em geral. Não pela obsessão de descobrir coisas obscuras ― mania boba em moda hoje dia. Simplesmente para conhecer e aprender mais. Há muita, muita coisa interessante além do mainstream.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Metropolis pt. 01", "Take the time" e "Learning to live".


Just for fun...And maybe some money ― Tritone

Para quem tem interesse por guitarras roqueiras e gravações em home studio esse disco é um marco. A união dos fantásticos Edu Ardanuy, Frank Solari e Sergio Buss gravados no home studio desse último (e com participação do ótimo baixista Sergio Carvalho). Em seu estilo é um disco impecável, sem músicas ruins, com muito virtuosismo, mas sem esquecer do principal: musicalidade. Mais sobre o Tritone nesse texto.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Psycho Cocks", "Z3", e "Cruz".


California ― Mr Bungle

Aqui, outra "incoerência estilística". Na época do lançamento deste disco eu estava ouvindo basicamente progressivo, metal e guitarristas. Ou seja, virtuosismo ao extremo. Não ligava para o pop nem tanto para o formato de "canção" pura e simples. Foi California, do Mr Bungle, que me fez voltar a ouvir as melodias mais simples com fortes cores pop através de músicas como "Sweet Charity", "Retrovertigo" e "Vanity Fair". Sim, justo o Mr Bungle, conhecido por suas músicas malucas e cheias de passagens, bem representadas nesse lançamento por "None of them know they were robots" e de uma de minhas preferidas, "Air conditioned nightmare". Uma banda doida me fazendo voltar a gostar de pop. Coisas da nossa vida musical.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Air conditioned nightmare", "Retrovertigo" e "Vanity Fair".


Meia Noite Meio Dia ― Chico Pinheiro
Esses foi um daqueles discos de "quebrar a cabeça". Comprei para ouvir Maria Rita (que participa de 3 faixas) e me surpreendi com um disco maduro, arrojado, elegante e belíssimo. Na época eu ouvia e ficava abismado com a qualidade técnica, a construção das harmonias, a beleza das melodias, tudo isso arrumado numa formal musical fluída. Foi um dos discos que me abriram a cabeça para música brasileira, em especial a mais sofisticada. Saiba mais nessa entrevista que fiz com ele.

Para ter uma ideia do disco, ouça: "Popó", "Ao vento" e "Desde o primeiro dia".


Rafael Fernandes
Araçoiaba da Serra, 29/6/2011

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