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Terça-feira, 17/4/2007
Blog
Redação
 
A tela e o texto

O grupo de estudos A Tela e o Texto, sediado na Faculdade de Letras da UFMG, em Belo Horizonte, promove debates por meio do Fórum de Ensino de Leitura. No dia 27, às 18h, é a vez de discutir os desafios da comunicação via telas de telefone celular. A interface pequena e estreita já deixou, faz tempo, de ser apenas telefone. O debate será conduzido por Fátima Barcelos (mestre pela Escola de Belas Artes) e contará com as pesquisadoras Camila Mantovani e Graziela Andrade. A primeira é consultora em usabilidade, a segunda é redatora da TakeNET.

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Postado por Ana Elisa Ribeiro
17/4/2007 à 00h10

 
Goooooooooool!!!

- Viu, querida? Hoje pode ser o dia.
- Dia de quê?
- Do gol.
- Gol? Que gol?
- O milésimo gol do Romário.
- Tá, e daí?
- E daí que são uma data e um feito históricos.
- Tô te estranhando, amor. Onde está o homem com que eu me casei e que não gostava de esportes? Não foi você mesmo que disse que o esporte é apenas um substituto da guerra e que, num país como o nosso, era melhor termos uma guerra civil do que um bando de campos de pelada?
- Tá, fui eu, mas a cobertura da mídia meio que tá me mobilizando.
- Mídia? Você anda lendo caderno de esportes? Não foi você que disse que o maior feito do jornalismo esportivo brasileiro foi...
-.o Fernando Vanucci ter pego quatro capas de Playboy. Tá, fui eu, culpado. Mas é que, na iminência de um fato como esse, eu fico pensando nos nossos filhos.
- Querido, não sei se eu preciso te avisar isso, mas nós não temos filhos.
- É, sei, mas quando tivermos, o que vai acontecer se o nosso filho me perguntar sobre o milésimo do gol do Romário?
- Ué, diz a verdade. Fala que passamos o domingo fazendo o que sempre fazemos.
- Não, não acho que vai ficar legal dizer que um grande acontecimento esportivo estava acontecendo na nossa cidade e nós passamos o dia inteiro deitados, lendo jornal e assistindo a reprises de seriados na TV a cabo.
- Então, o que você vai fazer? Vai pro Maracanã? Essa eu gostaria de ver.
- Ei, péra lá, eu já fui no Maracanã. Três vezes, mas fui.
- É, mesmo? A que jogos você assistiu?
- Bom, jogo mesmo só um.
- E das outras vezes?
- Bom, eu fui ver a chegada do Papai Noel. Mas isso não vem ao caso. Eu queria mesmo era poder contar para os nossos filhos uma história como a que meu pai me contou sobre a copa de 50.
- Lá vai.
- Pô, você acha que é besteira? Até o hoje eu me lembro do relato do meu pai sobre a final de 50. Como o Brasil começou ganhando e os argentinos.
- .uruguaios.
- Isso, e os uruguaios vieram pro Brasil cheios de garra. Teve até aquele jogador, o Gigio.
-.Ghiggia.
- Isso, Ghiggia, que arrancou um pedaço da grama e comeu. E, pra terminar, o relato de como o Maracanã inteiro se calou e todos partiram em silêncio, deconsolados, para casa.
- Tá, é uma história bonita e tal, mas você não é seu pai.
- Eu sei, mas é como se eu devesse passar uma história dessas pra frente. É uma espécie de tradição.
- Então, o que você vai fazer? Vai ao Maracanã?
- Bom, acho que aí já é demais. Encarar metrô e aquele povo todo, além de perder um dinheiro nas mãos dos cambistas, não me anima muito.
- Você vai conseguir mesmo assistir a esse jogo inteiro na TV?
- É, jogo é um troço chato mesmo. Copa ainda vai, que é pretexto pra festa, mas assim de bobeira não sei se vai dar. É, me sinto meio numa obrigação mas não sei o que fazer. Ah, se um dia nossos filhos nos perguntarem sobre isso, tô ferrado.
- Tá não, amor. Faz a mesma coisa que o teu pai fez contigo.
- O quê?
- Mente.

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Postado por Lisandro Gaertner
16/4/2007 às 10h27

 
Tartaruga Mais Feliz Hoje

Porque hoje é aniversário da Turtle, nossa Ilustradora...

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Postado por Julio Daio Borges
16/4/2007 às 09h54

 
2º Sarau da Academia

A segunda edição do Sarau da Academia será realizada nessa terça-feira (17/04), às 19h30, na Academia Internacional de Cinema (AIC), em São Paulo, e terá como tema A origem de tudo, com leitura de textos que flertam com a religiosidade, o misticismo e a mitologia.

Aberto ao público e com entrada franca, ele contará com a participação da fundadora da AIC, a jornalista e poeta Flávia Rocha, além do escritor Marcelo Carneiro da Cunha, jornalista porto-alegrense e autor da novela O nosso juiz com o cineasta Jorge Furtado, do livro de contos Simples e que atualmente trabalha no livro Os infiéis com Marcelino Freire, Fabricio Carpinejar e Efraim Medina Reyes. Os alunos do curso de Criação Literária também participam do evento.

Como convidados, terá a presença de Ivana Arruda Leite, socióloga e autora de Ao homem que não me quis, Falo de mulher, Eu te darei o céu e outras promessas dos anos 60, entre outros; e Dirceu Villa, poeta e tradutor que escreveu os livros MCMXCVIII (Badaró, 1998), Descort (Hedra, 2003), pelo qual recebeu o prêmio Nascente, e Icterofagia (ainda inédito, 2006).

O Sarau já havia iniciado o ano com leitura de primeiras linhas, parágrafos e páginas e discutiu a importância de se escrever um bom começo. Para isso, convidou Micheliny Verunschk, poeta pernambucana radicada em São Paulo e autora de Geografia íntima do deserto (Landy, 2003) e O observador e o nada (Edições Bagaço, 2003), além do escritor e jornalista Michel Laub, autor de três romances, todos pela Companhia das Letras: Música anterior, Longe da água e o recém lançado O segundo tempo.

Para Marcelo, a primeira frase não deve apenas prender o leitor, mas dar uma prévia do que virá depois e dizer a que veio. Ele cita o começo de O apanhador no campo de centeio, de J.D Salinger ("Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou afim da falar sobre isso.").

Michel, por sua vez, acredita que a primeira linha é uma síntese da obra, como acontece em Anna Karenina, de Tolstói. Por outro lado, critica o começo de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez ("Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Buendía lembrou de uma tarde remota na qual ele conheceu o gelo."): "Não precisava disso. A história do gelo por si só já é maravilhosa", explica.

Universos completos em quatro ou cinco linhas. É o que deve compor o começo de um livro para Micheliny, que trabalha em seu primeiro romance. Para ela, Nossa Senhora das Flores, de Jean Genet, possui um grande começo. E cita o famoso começo de "Tabacaria", de Fernando Pessoa ("Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo").

Michel conclui que a primeira linha é um tema interessante e uma questão comum. "Muitas vezes, é um falso dilema e não é uma barreira tão grande. Afinal, podemos não começar pelo início ou ficar com ele até o fim. O início pode intimidar, mas não pode ser traumatizante".

Para ir além
Sarau da Academia
Curadores - Flávia Rocha e Marcelo Carneiro da Cunha
Convidados - Ivana Arruda Leite e Dirceu Villa

Dia 17 de abril, terça-feira, às 19h30 - Academia Internacional de Cinema - Endereço: Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142 - Higienópolis (próximo ao metrô Marechal Deodoro) - Entrada franca e aberta ao público - Informações: sarau@aicinema.com.br - (11) 3826 7883.

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Postado por Marília Almeida
16/4/2007 à 01h54

 
Aprender a contar histórias

A UFMG e a Faculdade de Letras, por meio da FUNDEP, promovem o curso "A arte de contar histórias". O objetivo é "estimular o contador de histórias que existe em cada um de nós, através de exercícios, performances e debates". As aulas começam no dia 24, às 18h, e acontecem sempre às terças e quintas-feiras, até as 20h30. Para freqüentar as 60 horas do curso, é necessário investir R$ 300,00. As professoras responsáveis, também pesquisadoras da arte de contar histórias, são Cristina Ribeiro (fonoaudióloga e preparadora vocal), Gislayne Matos (contadora de histórias), Walda Passos (atriz e contadora de histórias) e Cristina Borges (atriz e contadora de histórias). Mais informações pelos telefones (31)3499 6001 ou 3499 6002.

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Postado por Ana Elisa Ribeiro
16/4/2007 à 00h17

 
Life

Da Lorena, via Tiãonews, que linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
16/4/2007 à 00h10

 
Sexta feira, 13

Acordei cedo e meu pé esquerdo pisou o chão em primeiro lugar. Apenas o pé direito da sandália havaiana, no piso, ao lado da cama, estava visível na obscuridade do quarto. Fui descalço para o banheiro, três ou quatro passos apenas, um calafrio premonitório subindo pelas solas dos pés no contato com a cerâmica fria.

Fui discutindo mentalmente com a voz feminina, gravada para sempre dentro do meu cérebro - a voz uníssona de mãe, tias, mulher, avó - que, ao longo da vida, se transformou nessa única voz disciplinadora, apontando meu próprio desleixo, insistindo para que eu me abaixasse e procurasse o outro pé da sandália na escuridão sob a cama, que o trouxesse de novo ao seu lugar de origem, que calçasse as sandálias e, só então, devidamente equipado, me aventurasse no chão escorregadio do banheiro.

Nesse ponto as vozes se multiplicavam de repente. Como um inocente botão do Windows ao clique do mouse as vozes se ramificavam em várias direções. As mais ternas se preocupavam com meu bem estar, com um possível resfriado me atacando através dos meus pés descalços; as mais ferozes recriminando simplesmente minha preguiça ou me acusando de sujar os pés desnecessariamente, uma vez que eu poderia voltar para a cama e então meus pés seriam pés sujos sob os lençóis. Hum...

Mas ao acordar assim, de manhã cedo, depois de uma noite relativamente mal dormida, ainda sou, por um breve período de tempo, um urso que sai de sua caverna, no final de um longo inverno. O verniz da civilidade, dos bons modos e das boas maneiras ainda está se cristalizando ao meu redor e, nesse breve período que antecede a materialização dessa camisa-de-força, sinto que posso destruir jaulas e paredes com minhas garras de urso. Rosno baixo, pra mim mesmo, deliciado como um grande grizzly das montanhas com sua própria ferocidade, tão primitiva quanto eu mesmo e tão pateticamente efêmera em sua mínima aparição.

Na semi-obscuridade do banheiro noto que algumas mãozinhas - sei muito bem de quem são - andaram brincando com o sabonete, sobre a pia. Ele está úmido e gosmento e, de forma bastante engenhosa, equilibrado sobre o tubo da pasta de dentes. Quando tento pegar o tubo, todo ensaboado, este me escapa das mãos como um peixe vivo, mergulha direto para o chão, escorrega pelo piso e some pela única fresta existente em todo o banheiro - o espaço de alguns centímetros que existe sob o aparador da própria pia.

O urso vai ter que se abaixar, afinal. Minhas mãos não passam pela fresta e eu seguro o aparador por baixo e o sacudo com certa violência, de pura frustração. Isso faz com que uma das gavetinhas superiores, cheia de cosméticos (as minhas gavetas são as de baixo), escorregue malignamente pra fora. Quando me levanto, meto o alto da cabeça bem na quina da gaveta. O barulho é considerável, as coisas pulam e se espalham no chão, e eu faço "huurrrmmm!!!", com a boca fechada, mas bastante alto para ser ouvido na casa toda.

Do quarto, ouço uma risadinha. Ela fala: "Cê tá começando bem essa sexta feira 13..." Me olho no espelho, já totalmente acordado, esfregando com a mão o alto da cabeça, pensando: "Putz! Sexta feira 13..! Se cuida, urso véio."

[2 Comentário(s)]

Postado por Guga Schultze
13/4/2007 às 15h41

 
Logo Design History

Apple Logo Design

Based on its company name, they selected an apple as its main form of branding. Initially, the logo depicted a small apple shape sitting under a tree with Apple Computer Co set into the frame of the picture. It is this apple that has continued to be used. The first logo design was perceived to be a bit too complex and hard to view, so Regis McKenna worked on the logo some years later and added a "bite mark" to symbolize the concept of seduction of the customers and the marketplace in general. Next, the monochrome version was replaced with the rainbow-colored logo as a reference to the Biblical story of Adam and Eve in which the apple represents the fruit of the Tree of Knowledge. It brings to mind that people must pursue their dreams. While this was not initially a deliberate goal, it did encourage business and consumers to consider the Apple brand for the first time and was successful in generating increased profits.

Logo Design History, um site que eu acabo de descobrir...

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Postado por Julio Daio Borges
13/4/2007 às 10h32

 
O perfil de Orkut

Entrada principal da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP) na cidade universitária. 16h28. O dia é o 11 de abril de 2007, e um sol ardido força alguns a abrirem o guarda-chuva.

- Que fila é essa aqui?
- Pra pegar senha pra palestra do Orkut.

- Ele é inglês?
- Não, ele é holandês!
- Hum, acho que na verdade ele é alguma coisa do Oriente Médio...

- Queria ver o Orkut de verdade, queria ver ele como ser humano.

Não dava pra entender se o tom das conversas uspianas na fila gigantesca que se formava era jocoso, ou se os sentimentos eram verdadeiros. Decerto, o que havia era um frisson serpenteante. Bastava se aproximar dali para sentir. Pendurado em frente ao prédio do FEA-1, um pôster anunciava "Primeira visita do criador do Orkut ao Brasil: Mr. Orkut Buyukkokten fala aos alunos da USP".

Eu fui para Búzios na semana passada e o gerente do hotel me agradeceu. Aí, eu perguntei, "Por quê?", e ele respondeu "Eu beijei muitas garotas por sua causa!"

Dr. Orkut tem um sorrisinho franco e aberto, assim como o Orkut.com tem interface lilás e azul friendly and calm. Olha aí, ele já está interagindo, é impressionante... diz a funcionária do Google antes de Dr. Orkut subir ao palco do auditório do FEA-5, com seus 250 lugares preenchidos, além das cadeiras de plástico que foram sendo desempilhadas em cima da hora. Dentro deste homem de roupas extravagantes vê-se que há uma inteligência fora de série. E um carisma magnetizador.

Orkut vêm controlando o Brasil e o Brasil vêm controlando o Orkut

A primeira coisa que Orkut (aqui lê-se órcût, não ôrcute) diz é o quanto está feliz por estar no Brasil. Minto, é um carregado "boa noite", seguido de um sorriso afável. O auditório explode em gargalhadas. Seu Power Book da Apple está prontinho com a apresentação "Redes Sociais na Internet - a experiência do Orkut", onde mostra diversas estatísticas sobre o site de relacionamentos e outras picuinhas - pois, como ele mesmo disse, "até o efeito local de um objeto na página é analisado".

Bad, bad service, diz Orkut. no donuts for you! completa a platéia em coro. Extremamente analítico, ele tem sempre um sorriso pronto a desabrochar no final de cada intervenção. Num contraponto, as sobrancelhas triangulares e escuras dão um ar de suspensão de sentidos. Maroto, suas bochechas flutuam vermelhas a cada arreganhada de gengiva.

Continúen bônitus!

Quando chego em casa, procuro pelo perfil de Orkut Buyukkokten no Orkut.com. Só acho genéricos, seu perfil pessoal que mostrara em slide do Powerpoint já não existe? Mas a maravilhosa viagem de Dr. Orkut ao Brasil está lá, num outro perfil, toda descrita em inumeráveis fotos. Seu último pedido na USP: que todos tirassem uma foto com ele antes de sair do auditório.

Anteontem foi a última noite de Orkut no Brasil, na manhã do dia 12 de abril lá ele estaria em vôo para sua base na Califórnia. Sim, Orkut tem um jeitinho amigável e fofo, meio personagem de desenho animado japonês. Ou teria um sorriso de Gato de Cheshire?

[1 Comentário(s)]

Postado por Elisa Andrade Buzzo
13/4/2007 à 01h15

 
Ian McEwan On Chesil Beach

Ian McEwan clama por obscuridade enquanto seu novo romance, On Chesil Beach, acaba de ser lançado lá fora. O tema é interessante: um casal tentando superar o constrangimento de sua noite de nupcias no início dos anos 60, antes da revolução sexual transformar o comportamento das pessoas. E não sabia, em 2002 ele descobriu que tinha um irmão, que foi revelado à imprensa em janeiro. Sua mãe o tinha dado para adoção, já que foi um filho provindo de um caso extraconjugal durante a 2ª Guerra, quando seu marido lutava no campo de batalha. A descoberta que não alterou a opinião de McEwan sobre seus pais: "Seria preciso ter vivido uma guerra, mergulhado nas atitudes sociais da época, para compreender." Acho que vou querer ler seu novo livro. Um trecho foi publicado na New Yorker em dezembro.

Renato Parada, no seu Samjaquimsatva, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
12/4/2007 às 10h20

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