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Quarta-feira, 25/1/2006
Livros e ensino tecnológico
Ana Elisa Ribeiro
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Em 2005 eu li muito. Mas infelizmente não li livros de poemas e obras literárias de porte. Já estava tão entediada do modelão literário nacional dos 00's que resolvi me envolver com meus estudos e com o que me desse algum dinheiro para dar jeito na vida. Daí que me embrenhei por uma senda cheia de delícias sem pretensões estéticas. E foi bom para mim. Talvez possa ser para vocês também. É pelo que torço.

No começo do ano, comprei uma imensa biblioteca de livros sobre hipertexto. Nem vou me explicar muito aqui não, mas quem quiser saber o que é isso, se é um tipo de texto, um tipo de mercado, um tipo de arquitetura ou um tipo de espaço, é só dar uma busca na Livraria Cultura, por aqui mesmo, na internet, que vai achar uma série de livros sobre o tema. É instigante para os interessados em linguagens tecnológicas.

Os primeiros livros que li sobre isso, ainda em 1999, foram do filósofo Pierre Lévy. Hoje em dia, vale a pena ler As tecnologias da inteligência ao menos porque está nas bibliografias de todos aqueles que gostam do assunto e o tratam com seriedade. No Brasil, no entanto, muitos pesquisadores foram cultivar a história da leitura e do leitor. E eu me apaixonei por isso via Roger Chartier, um historiador francês especialista na França pré-revolucionária.

Para nós que queremos saber como o brasileiro começou a ser leitor e quais são as particularidades dessa história em nosso país, vale a pena ler qualquer livro da professora Marcia Abreu, na Unicamp. Nada de histeria, daquele papo jornalístico de que "o brasileiro não lê", "o brasileiro é analfabeto funcional". Nada disso. É história pura, daquela que ajuda a entender o presente e a ter algum prognóstico menos desesperado para o futuro. Ao menos o livro Livro e leitura no Brasil deve ser consultado.

Quem quiser consultar uma verdadeira bíblia sobre o livro e a leitura no Brasil deve se aproximar da obra O livro no Brasil, de Laurence Hallewell, relançado (ainda mais bonito) pela Edusp.

Embora toda essa pesquisa possa ser feita por qualquer cidadão brasileiro que queira ter mais do que uma opinião "chutada" sobre o assunto, ler essas obras tem cara de pesquisa universitária. A idéia não é só essa, mas pode ser também.

Tecnologia e educação

E já que estou falando do Brasil, país acusado de tratar mal seus leitores, editores e profissionais da informação, vou citar um acontecimento de 2005 que ganhou a minha simpatia e deve ser observado pelas pessoas que se interessam pelo crescimento desta nação: a educação tecnológica.

Educação tecnológica não é levar o computador para a sala de aula e nem ensinar a terceira idade a abrir um blog. Pode ser isso também, mas a formação do tecnólogo é uma outra coisa, muito mais abrangente.

Todo mundo sabe que os Cefets são escolas técnicas de alto nível. Há muitas décadas que elas formam técnicos em várias áreas. Junto com os Cefets estão os Coltecs, das universidades federais.

Depois que alguém sai de um Cefet, para ter nível superior, o indivíduo tem que prestar um vestibular e entrar numa faculdade. Uma vez lá, ele deve passar no mínimo quatro anos estudando uma imensa lista de disciplinas. Caso o aluno esteja numa instituição federal, muitas vezes terá que enfrentar seus estudos num viés doutrinador e pesquisador.

Tudo isso é muito bom e é sabido por qualquer brasileiro que é difícil "bater" uma federal em termos de pesquisa e extensão. Isso vale também para as estaduais fortes, como USP e Unicamp (infelizmente não sabemos o que é isso em Minas Gerais). No entanto, grande parte dos estudantes universitários não pode e nem quer ficar quatro anos enfiado numa instituição que lhe dá pouco aporte prático para, efetivamente, exercer a profissão. Quantas pessoas saídas de federais levam um choque ao entrarem no famoso "mercado de trabalho"! Até mesmo para se referir aos "dois mundos", as pessoas dizem "a academia" e "o mercado lá fora". Enfim, parece ter ruído a ponte que fazia trafegar entre uma coisa e outra.

Talvez seja desnecessário citar as estatísticas. mas sabe-se que apenas 3% da população chega à universidade. Também há controvérsia homérica sobre o perfil do estudante de escola pública superior e quem é o aluno de particular, ao menos em média. Sabe-se que para estudar durante 4 ou 5 anos em horário comercial fica difícil trabalhar. E por aí vão as agruras desse estudante-trabalhador.

Os Cefets e Coltecs eram uma saída para aqueles que queriam se profissionalizar mais cedo. No entanto, na década de 1990 ficou insustentável não ter curso superior. O que fazer? Foi aí que o governo resolveu reacender a discussão sobre o ensino tecnológico e dar uma força para a criação dos cursos tecnológicos. Esses devem ser cursos com perfil profissionalizante, especialmente para o setor de serviços, que vão formar profissionais qualificados, em nível superior, para o mercado de trabalho, sem tanta preocupação em formar pensadores e pesquisadores de laboratório.

Os cursos tecnológicos duram em média 2 anos e atingem a faixa da população que não quer e nem pode ficar 4 anos na faculdade. O perfil desse aluno costuma ser bastante diferente do de um aluno de bacharelado. Trata-se de alguém que já trabalha, tem grande experiência prática na área, prefere estudar à noite e tem uma relação muito séria com a escola.

Os cursos tecnológicos começaram a acontecer há poucos anos e estão formando as primeiras turmas. Algumas faculdades particulares oferecem boas opções, outras são oportunistas. Mas isso sempre vai acontecer. Mas e o ensino tecnológico público? Bem, o Cefet do Paraná tornou-se Universidade Tecnológica este ano, uma UTF, como eles vão se chamar. Em 2006 é provável que outras UTFs surjam, como o Cefet de Minas Gerais e outros.

É claro que há questões menos bonitinhas envolvidas. Por exemplo: os cursos de Comunicação Social têm discutido a conveniência e a seriedade da existência de cursos tecnológicos de Comunicação Empresarial. É claro que esta discussão vai derivar para aquelas da reserva de mercado, do corporativismo, etc. Mas no final das contas, o que se quer fazer, ainda que nem sempre com sucesso, é gerar oportunidades mais pragmáticas e mais rápidas de formação superior para um mercado que não se sustenta mais só com o ensino médio.

É preciso organizar e conversar muita coisa, mas o crescimento do ensino tecnológico, para mim, foi uma boa tacada em 2005. Ah, sempre bom lembrar que curso tecnológico é muito diferente de curso seqüencial. Os primeiros têm todas as características do superior. O tecnólogo, uma vez formado, pode prestar concursos públicos e fazer pós-graduação, lato ou strictu senso, como queira.


Ana Elisa Ribeiro
Belo Horizonte, 25/1/2006

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