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Segunda-feira, 21/11/2011
O que queremos do Natal?
Daniel Bushatsky
+ de 4100 Acessos

Luis Fernando Veríssimo escreveu em sua coluna no Estado de São Paulo, na quinta-feira, 23.12.10, que todo cronista registra, pelo menos uma vez em sua carreira, uma história sobre o Natal. A quantidade de vezes, segundo o escritor do sul, depende da criatividade do autor.

No dia seguinte, Milton Hatoum escreveu no mesmo espaço destinado a Veríssimo sua crônica de Natal, lembrando um velho tio, simpático, nunca muito bem das pernas, financeiramente falando, pois mais sonhador do que prático, que alegrava a ceia com histórias e carisma.

Já tive a oportunidade de escrever aqui no Digestivo artigo sobre o Natal chamado "Dingo Bell, dingo bell", falando um pouco sobre auto-ajuda e a auto-estima que o Natal nos dá, no caso da primeira, e nos falta, no caso da segunda.

Passado um tempo do artigo, é minha vez de escrever novo artigo sobre o Natal, espero que com um lampejo de criatividade e originalidade.

Assim, começo parafraseando o seriado da Globo e questionando o que queremos do Natal? E mais importante, o que você quer do Natal?

As pessoas querem três coisas do Natal: estar com a família, comer bem e trocar presentes - não necessariamente nesta ordem. E é justamente nestas três coisas que estão o problema. O Natal está burocrático. Não ouço mais histórias do Natal. Cadê o tio carismático?

Pelo contrário, vejo pessoas desesperadas para fazer a comida, comprar todos os presentes - o mais rápido possível - e sem curtir o momento da escolha de uma coisa, que, teoricamente, deveria ser especial, e uma família que mal conversa. Na verdade, a última vez que as pessoas se viram já faz um ano.

A burocracia é o resultado de termos esquecido a principal qualidade do Natal: refletir. O Natal, como o ano novo e as grandes festas de outras religiões, como, por exemplo, o Yom Kipur, da religião judaica, para mim, passam a necessidade de pensar se estamos no caminho correto da vida!

Ouvi no elevador, mais de uma vez, mulheres comentando, ou melhor, reclamando, que seus maridos não só não as ajudam, como ainda exigem, que elas façam a comida e comprem os presentes. Todo ano a mesma coisa. Quer festa mais burocrática? Cadê a união? Pior, cadê as histórias engraçadas que unem a família?

Não que não seja agradável comer bem. Lógico que é! Não que não seja legal ganhar presente! É ótimo... Mas há mais coisas no Natal do que esta rotina.

Não iria tão longe quanto pensar na política externa ou mesmo na composição do ministério da nossa nova presidente. Estou falando do real contato com a família. Saber como as pessoas realmente estão. Entender a piada atrás do amigo secreto e, principalmente, do inimigo secreto.

A burocracia enferruja a máquina familiar, tira a agilidade e a eficiência da ceia. Em vez da felicidade da troca e da cumplicidade familiar, o que vemos é um "check list" de "to do things" e um enfadonho modo de cumpri-los. Que digam as coitadas mulheres do elevador.

Falando em elevador, não ouvi uma só vez comentários do tipo: "Natal é ótimo, é o momento que a família coloca o papo em dia" - convenhamos que não seja uma frase muito complexa!

Mas o que eu sugiro?

Ora, que repensemos "O que queremos do Natal?" Uma mera e obrigacional festa familiar? Continue na burocracia! Um momento de encher a pança? Ache uma ótima cozinheira! Um momento de reflexão? Comece a dar menos importância ao pernil e mais à pessoa que o fez.

Mas não é só! A mudança pode vir acompanhada com uma ligeira onda de solidariedade. Não a burocrática - desculpem a repetição da palavra - e ligada à falsa filantropia e a cômoda auto-piedade, que é a que estamos vendo na televisão. As chuvas que atingem o estado carioca, os mais de 800 mortos e a necessidade de investimento pesado para garantir a segurança da população comovem e preocupam, lógico, mas são da mesma forma que o Natal: passageiros. Que diga o Papa que até mandou telegrama consolando as vítimas.

Mas ser solidário é o segundo momento após a reflexão, porque é perceber a responsabilidade recíproca ou o interesse comum, algo primordial no Natal. Não é doar roupa ou comida e sim afeto.

O distanciamento da festa natalina e das catástrofes naturais que assolam o país é uma importante tarefa para comprovar que podíamos terminar o ano mais unidos e iniciá-lo com projetos mais profundos do que uma simples anestesia na consciência social.

O que eu quero do natal?

Uma chuva forte e constante de solidariedade.


Daniel Bushatsky
São Paulo, 21/11/2011

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