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Domingo, 21/4/2013
Rejeição
Daniel Bushatsky
+ de 5900 Acessos

Nos Estados Unidos, Michael Waxman mudou-se da Califórnia para Nova York. Sem amigos, criou um clube social, onde mais do que relacionamentos amorosos, cria-se a oportunidade de se fazer novas amizades.

O empreendimento, chamado Grouper foi um sucesso, tendo 50 mil usuários e já recebeu aporte de mais de 400 mil dólares de um fundo de investimento americano. A mesma reportagem da revista Exame, "Pequenas e Médias Empresas", informa que os serviços de paquera online movimentam mais de dois bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos.

Após ler a reportagem e esses números fascinantes, fui pesquisar e fiquei impressionado com a quantidade de sites de relacionamento na internet e as várias espécies deles.

Em uma simples busca no Google, achei o Par Perfeito, que afirma em sua página inicial que "um em cada cinco relacionamentos começam na internet"; em seguida o famigerado match.com, aquele que uma americana processa em 10 milhões de dólares após o par ideal indicado ter tentado matá-la, esfaqueando-a, depois que ela disse não querer mais nada; e, ainda tem os evangélicos e cristãos, que, baseados na lei divina, prescrevem: "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor" (João 4:8).

Afora os sites, a imprensa se preocupa bastante com o tema (eu achava que eram só as revistas de fofoca). Não era para menos, haja vista a popularidade e a quantidade de dicas que podem ser dadas a um (in)experiente namorador pela internet.

A revista Times dá dez dicas para quem vai se relacionar pela internet. A melhor é: "Uma ideia é transformar o primeiro encontro em algo menos duro e constrangedor. Saia do comum, a combinação mesa de bar, som ambiente e xícaras da café tendem a criar um ambiente tenso. Que tal, então, combinar um jogo de baralho ou ainda uma partida de mini golfe?"

Outras dicas passadas pela revista são mais realistas e se preocupam com a segurança dos namoros virtuais, que logo, espera-se, virarão presenciais. Realmente é impossível para os usuários e também para o site saber se o perfil criado é falso ou verdadeiro. Se a foto passada foi mexida ou realmente aqueles são os atributos físicos daquelas pessoas. Ou seja, como passar de um catálogo virtual para a vida real onde há dificuldades e felicidades, não só utopias?

Uma coisa é fato, se os algoritmos fossem perfeitos, ninguém sairia machucado (física ou mentalmente) de um encontro. Por outro lado, sites como o Grouper já contam com ajuda humana para a interpretação dos algoritmos.

Não é fácil. Um ditado popular já alertava: "Case com o seu vizinho". O ditado é autoexplicativo e certamente é o que todos estes sites buscam fazer.

O que mais me intriga, porém, é a necessidade de se relacionar pela internet. Já ouvi várias histórias de sucesso, mas por que não ir a um bar, a um café, a uma balada e tentar descobrir lá sua cara metade?

O que gera a necessidade destes sites é a carência ou o medo da rejeição?

Se eu minto no meu perfil, certamente não vou arranjar meu vizinho. Minto, portanto, porque tenho medo da rejeição. Minto, também, porque quero o melhor e na internet todos podem "ser" o melhor, seja lá o que isto significa.

Vejam, caros leitores, não sou contra os sites de relacionamento, sou contra eles esconderem um traço de nossa personalidade. Que somos animais sociais, ok; que somos carentes, ok; mas se nos escondermos atrás do medo da rejeição, nem os algoritmos poderão nos proteger. E isto reflete em outras áreas de nossas vidas, trabalho, amizade, relacionamento com a família etc.

Nosso medo da rejeição criará cada vez mais novos negócios como o "par perfeito", o "amigo ideal", o "happy hour mais engraçado", tudo para arranjarmos companhia e, quem sabe, de quebra, um amor perfeito, de cinema. Mas tudo artificial!

Como nossas principais rejeições e projeções vêm da família, já estou vendo o futuro: sites dos pais mais legais - "conheça aqui a sua mãe perfeita!". Ou talvez algo mais freudiano: "Veja aqui seu par perfeito: mães como não se fazem mais". E as propagandas: "Você que nunca ganhou a boneca mais bonita", ou a versão masculina: "Se seu pai nunca te levou em um jogo de futebol, acesse "paissuperfuteboleiros.com"

Enquanto não nos aceitarmos, espero que ninguém me chame para jogar mini-golfe, estarei muito ocupado curtindo meus amigos, do jeito que eles são.



Daniel Bushatsky
São Paulo, 21/4/2013

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