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Terça-feira, 28/6/2016
Radiohead e sua piscina em forma de lua
Luís Fernando Amâncio
+ de 3700 Acessos

Nas primeiras notas de “Everything in its right place”, música que abre o álbum Kid A (2000), do Radiohead, a mensagem estava clara: nada seria como antes na história da banda. O trabalho, juntamente com seu irmão, Amnesiac (2001), marcou o mergulho do grupo num experimentalismo que causou amplo impacto na época. Foi uma ruptura na discografia da banda que vinha em trajetória ascendente, aperfeiçoando uma fórmula que chegara ao seu auge no aclamado, pela crítica e pelo público, Ok Computer (1997) – o clipe de “Paranoid Android” foi figurinha marcada na MTV na época.

Apesar do enorme sucesso de crítica e público, o grupo britânico entraria no século XXI desdenhando das guitarras e trazendo referências da música erudita, eletrônica e do jazz. Os dois álbuns soaram bem difíceis para ouvintes condicionados ao som mais “redondo” das FMs.

Os trabalhos seguintes do Radiohead não foram tão radicais na proposta experimental, mas a banda nunca mais soaria como em Ok Computer. In Rainbows (2007), por exemplo, é bastante luminoso, digamos. Quase um disco para animar festas – festas indies, é claro. O álbum teve grande repercussão, sobretudo por ser vendido no sistema “pague quanto quiser”. A estratégia foi bastante impactante para uma indústria fonográfica que ainda se debruça na tarefa hercúlea que é descobrir como manter seus lucros em tempos de mídia digital e downloads ilegais.

O Radiohead fez pequenas revoluções musicais, embora mantendo algumas de suas características – densidade, melancolia, ritmos quebrados etc. E o grupo, formado por Thom Yorke (vocalista), Ed O’Brien (guitarrista), Johny Greenwood (talvez conste “guitarrista” na carteira de trabalho, mas há tempos é o principal multi-instrumentista da banda – todos eles são um pouco), Colin Greenwood (baixo) e Phil Selway (bateria), lançou, em 2016, o álbum A Moon Shaped Pool. Muitos especulam ser este o último álbum da banda, devido a indícios como a presença de músicas que já eram esboçadas ao vivo, mas nunca haviam sido registradas em estúdio. “True Love Waits”, por exemplo, que encerra o cd, foi executada pela primeira vez em show no longínquo 1995.



Sobre o álbum, muitos tirarão de seus dicionários o desgastado adjetivo “genial” e vão cravar, pela enésima vez, que se trata da banda mais influente dos últimos tempos. Outros desdenharão, dizendo que o grupo se perdeu na mesma fórmula e que o trabalho não é grande coisa. É o nono álbum de estúdio da banda, formada em 1985, em Oxford. Com esse tempo de estrada, seus fãs são cada vez mais fãs, enquanto os detratores vão acumulando material para o ódio.

Os dois primeiros singles de A Moon Shaped Pool não decepcionaram. “Burn the Witch”, com seu clipe consideravelmente macabro, tem um arranjo orquestrado que dá um tom grandioso à canção. Arranjos orquestrados, aliás, aparecem em outras músicas do trabalho e, de certa forma, são uma novidade na discografia do grupo. Em seguida, “Daydreaming”, canção mais lenta, mas bem elaborada, mostra o quanto a voz de Thom Yorke é singular. De fato, a música e seu título expressam bem a maior qualidade do Radiohead: levar o ouvinte a uma atmosfera suspensa, um som externo que nos leva à introspecção.

Podemos destacar também a música “Present Tense”, comprovando que Tom Jobim e João Gilberto estão na coleção de discos do músico. “Desert Island Disk” é um bom momento violão e voz de uma banda que tanto explora os recursos tecnológicos. “The Numbers”, “Identikit” e “Ful Stop”, por seu lado, confirmam que, apesar do estranhamento que causou, a sonoridade de Kid A marcou uma guinada definitiva para a banda. “Tinker Tailor Soldier Sailor Rich Man Poor Man Beggar Man Thief” é provavelmente a mais atmosférica do álbum.

Enfim, A Moon Shaped Pool provavelmente não arrebanhará novos fãs para o Radiohead, mas também não vai desagradar aqueles que já seguem o grupo. É um trabalho bom, consistente, e que apresenta uma banda segura da trajetória que construiu nesses nove álbuns.





Luís Fernando Amâncio
Belo Horizonte, 28/6/2016

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