A casa do homem | Pedro Maciel

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ENSAIOS

Segunda-feira, 1/12/2003
A casa do homem
Pedro Maciel
+ de 6600 Acessos
+ 1 Comentário(s)

"A originalidade consiste em voltar à origem."
(Antoni Gaudi)

A cidade é uma aglomeração permanente, densa, onde acontecem diversos tipos de relações, e é criada sob o sentido da organização. É um organismo vivo que reflete, através das relações sociais, as expectativas e anseios da comunidade. Se pensarmos a cidade como a casa de todos, o direito à cidadania será resgatado.

Apesar de que as metrópoles modernas seguem esquemas de segurança de urbanistas inseguros, que projetam condomínios fechados, e outros sistemas que afastam o cidadão de sua cidade. O habitante é o espelho da cidade, e somente por entre o seu olhar a cidade é desvendada.

Se fizermos uma leitura do espaço urbano, verificaremos que a cidade foi engolida pelo gigantismo da megalópole, onde o espaço público, como praças e estações, ao invés de abrigar o indivíduo, deixa-o constrangido e o transforma num ser anônimo e perdido. A função do urbanista é criar uma forma de vida contemporânea, sendo o seu maior desafio o de encontrar soluções criativas.

O traçado urbano deve ser planejado com o objetivo de mudar o comportamento dos cidadãos, e ainda guiá-los rumo à felicidade.

Quem nunca se aventurou a desdobrar a cidade ensolarada? A cidade deveria ser o mapa dos reflexos do sol. Ela teria mais sentido se fosse pensada como uma casa, onde o habitante, ao acordar, ficasse esperando o sol subir pela janela. Ao deitar, não existisse nada mais do que as claridades cadentes e a lua espalhada no céu. Achar palavras para aquilo que se sonha é quase impossível. É melhor caminhar pela rua deserta e silenciosa. Nós sempre caminhamos ao encontro de alguém, mesmo que ninguém nos aguarde. O caminho não precisa ter um rumo certo. O importante é o encontro, porque os caminhos mudam, misturam-se a outros caminhos que inventamos somente para celebrarmos o encontro.

Os urbanistas modernos planejaram a cidade sem os espaços de comunicação. Talvez os futuros urbanistas se lembrem das agradáveis praças italianas, das piazzas medievais, do fórum romano e da ágora grega. Embora seja difícil prever o futuro. Segundo o poeta Jorge da Cunha Lima, corremos riscos: da miséria antecipar-se ao apogeu. Dos números serem mais fortes do que as palavras. Do traçado ser tragado. Da vida ser mais frágil do que a morte. Da ordem prevalecer sobre a liberdade. Do caos ser mais freqüente que a harmonia. Da razão substituir a beleza.

Estes riscos devem ser analisados politicamente, e não moralmente. Segundo Karl Marx, "a moderna sociedade burguesa, uma sociedade que liberou tão formidáveis meios de produção e troca é, como a feiticeira, incapaz de controlar os poderes ocultos desencadeados por seu feitiço". É necessário pensar a cidade como um espaço do indivíduo que se coletiviza. O homem como o centro de todo planejamento urbano.

A cidade de hoje e do futuro deve ser pensada como uma sociedade da informática, onde a técnica e os elementos não- físicos incluem o lado perceptivo, sentimental e espiritual do homem. Esta é a condição prévia à existência de toda sociedade.



Pedro Maciel
Belo Horizonte, 1/12/2003
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/2/2004
23h40min
Caro Pedro, parabéns pela escolha e qualidade na abordagem do tema. Infelizmente, não conseguimos estabelecer qualquer ligação entre o urbanismo e a cidadania e essa incapacidade está refletida nos projetos das edificações, nos planos diretores das cidades e nas legislações municipais de uso do solo. Os obstáculos urbanos, as calaçadas estreitas ou esburacadas, a preferência dada aos automóveis, a setorização que mata a diversidade, os isolamentos condominiais que impedem a convivência espontânea, tudo isso é causa e efeito dessa nossa miopia, que tira a nitidez do desenho da cidade e não vê o homem que nela habita. Um abraço. Bernardo Carvalho Goiânia-GO
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