Colunismo em 2005 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Novo livro de Nélio Silzantov, semifinalista do Jabuti de 2023, aborda geração nos anos 90
>>> PinForPeace realiza visita à Exposição “A Tragédia do Holocausto”
>>> ESTREIA ESPETÁCULO INFANTIL INSPIRADO NA TRAGÉDIA DE 31 DE JANEIRO DE 2022
>>> Documentário 'O Sal da Lagoa' estreia no Prime Box Brazil
>>> Mundo Suassuna viaja pelo sertão encantado do grande escritor brasileiro
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Feliz Natal, Charlie Brown!
>>> O dinossauro de Augusto Monterroso
>>> Marketing de cabras
>>> Simplesmente tive sorte
>>> Sete tecnologias que marcaram meu 2006
>>> Maria Helena
>>> Sombras
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Aconselhamentos aos casais ― módulo II
>>> Perfil (& Entrevista)
Mais Recentes
>>> Elas e as Letras de Aldirene Máximo e Julie Veiga (org.) pela Versejar (2018)
>>> América Latina hoje: conceitos e interpretações de José Maurício Domingues e Maria Maneiro pela Civilização Brasileira (2006)
>>> Biblioteca de Ouro da Literatura Universal - O Cortiço - Tomo 1 de Aluísio Azevedo pela Minha (1988)
>>> Encadernado em capa dura: Wolverine - Thor - Camelot 3000 de Chris Claremont. Frank Miller. Walter Simonson. Mike W. Barr e Brian Bolland pela Abril Jovem (1987)
>>> Evolução Sócio-Econômica do Brasil de Otto Alcides Ohlweiler pela Tchê! (1988)
>>> Avenida Presidente Vargas: Um desfile pela história do Brasil de Eduardo Bueno. Paula Taitelbaum. Fernando Bueno e Dudu Contursi pela Arco (2010)
>>> A Mangueira da nossa infância de Alexandre Nobre pela Ficções (2012)
>>> Sobre a universidade de Max Weber pela Cortez (1989)
>>> Em Busca do Tempo Perdido vol 4 de Marcel Proust pela Nova Fronteira (2014)
>>> A relíquia de Eça de Queirós pela Ática (1999)
>>> Acqua Toffana de Patrícia Melo pela Companhia das Letras (1994)
>>> Anjos travados de Zé Elias pela n/d (1984)
>>> Legado de Mateus Ornellas e Lua Costa pela Independente (2016)
>>> Trato de Sara Lambranho pela Fundação Clóvis Salgado (2013)
>>> O Perfume de Patrick Süskind pela Círculo do Livro (1985)
>>> O Mestre de Quéops de Albert Salvaó pela Ediouro (2000)
>>> Garten der Lüste de Hieronymus Bosch pela Prestel (2003)
>>> A Cidade e as Serras de Eça de Queiroz pela Ática (2009)
>>> Inimigo Rumor 20 de Vários autores pela 7 letras/ Cosac Naify (2007)
>>> As Aventuras de Tartufo do Majestoso Mississipi de Phyllis Shalant pela Bertrand Brasil (2008)
>>> Bellini e a esfinge de Tony Bellotto pela Companhia das Letras (1995)
>>> The Black Angel de John Connolly pela Pocket Books International (2005)
>>> Na Casamata de Si de Pedro Tostes pela Patuá (2018)
>>> Cineastas e Imagens do Povo de Jean-Claude Bernardet pela Brasiliense (1985)
>>> Médée de Pier Paolo Pasolini pela Arléa (2007)
COLUNAS

Sexta-feira, 20/1/2006
Colunismo em 2005
Julio Daio Borges
+ de 3700 Acessos
+ 1 Comentário(s)

Desde que comecei um diário, aos 17 anos, em 1991, eu tenho mania de colocar as coisas em perspectiva. Para saber pra onde estou indo; para saber se estou avançando... Para, de repente, corrigir a trajetória.

Quando eu trabalhei em banco, como eu sempre gosto de contar, as avaliações eram obrigatórias. No último em que trabalhei, você tinha de se auto-avaliar para, só depois, ser avaliado pelo seu chefe, cara a cara. (O meu chefe sempre baixava as minhas notas...)

Então, aqui no Digestivo, eu mantenho a idéia fixa de anualmente olhar pra trás. É bom? É ruim? Vocês gostam? Sei lá. Pra mim, é necessário - e, como vou fazer de qualquer forma, resolvo publicar...

Nos "Digestivos" (aqui e aqui), eu faço mais uma retrospectiva, sem tanta valoração. Tento encaixar num contexto, mas não releio tudo pra saber se foi bem feito o trabalho. Nem dá... É mais pra eu me situar (e você se situar), culturalmente, em relação ao ano.

Aqui, nas "Colunas", eu ainda estou aprendendo a lidar - porque não tem uma organização prévia, uma sistemática... Eu olho o "conjunto" do ano todo e enxergo tudo meio nebuloso. Eu tento ordenar mas - acho que - em vão. Enfim, devo, novamente, tentar...

Lá vai.

No início de 2005, eu vejo que ainda estava, naturalmente, sob a influência de 2004. Meus primeiros temas giravam em torno de literatura, de autores novos... Eu acho que ainda achava que ia ser escritor (cada dia parece que acho menos...). Assim, tentava solucionar alguns enigmas.

Mais pro meio do ano, voltei ao assunto. Por conta da Flip (para mim, o grande "momento" literário da nossa geração); e por causa daquela bobagem que (ainda) é o Movimento Literatura Urgente...

Eu não sei se ajudei ou se atrapalhei meus colegas (?) escritores. Eu vejo como tão "erradas" todas essas coisas que eles fazem... Livros, principalmente. Em 2005, eu posso dizer que li os autores da geração 90 pra cá (vide a minha retrospectiva de "Literatura"). Não fui leviano; fui justo, basicamente, com a minha opinião de leitor.

A escrita está para a nossa geração assim como - acho - a música, a MPB, estava para a geração dos 60. Qualquer idiota achava que podia fazer letras e canções; hoje, qualquer idiota acha que pode escrever poemas, contos, romances...

Mas estou tergiversando.

Da "literatura", felizmente, eu passei, em 2005, para um assunto muito mais interessante (acho hoje): internet. A internet voltou com tudo em 2005. No Brasil e no mundo. O Digestivo "voltou" com tudo em 2005.

Aliás, eu reputo a minha produção frenética no ano passado (Colunas, Releases, Posts...) ao estímulo que recebi da própria internet: seja confirmando minhas idéias de anos; seja recebendo a confirmação pelos Leitores. Os acessos ao site, todo mundo sabe, estouraram. E eu vi que tinha razão no meu projeto de 5 anos.

Isso acontece poucas vezes numa existência humana: você apostar suas fichas numa coisa e ver aquilo se concretizando... Então vocês têm de me perdoar pelos meus arroubos. Como "nada se perde, nada se cria, tudo se transforma", a internet cresceu (e está crescendo) contra o establishment, contra o resto da mídia... E eu cansei de chutar o cachorro morto da imprensa-impressa em 2005...

Tanto que não vou falar mais nada. (Tá?)

Parece que nós passamos anos gritando pras pessoas que a internet era legal, que a internet era o futuro, que a internet era o ó do borogodó... Com a adesão que eu vi, mais emblematicamente no Brasil, ao Orkut (sim, ao Orkut), parece que nós vencemos a batalha. Chega de lutar por auto-afirmação.

Quem vai ter de lutar agora é o resto da mídia - para provar que continua legal, que tem algum futuro, que um belo dia pode voltar a ser... o ó do borogodó. Eu duvido; mas desejo boa sorte. É remar contra a maré - mas nós, da internet, remamos tantos anos... (Agora, senhores da mídia, experimentem do seu próprio remédio.)

Nada mais tenho a declarar sobre o caso.

Para aqueles que não agüentam mais me ouvir falando das maravilhas da "nova mídia", aviso, no entanto, que vou continuar escrevendo sobre tecnologia... Ainda tem muita coisa pra explorar. Muita coisa. E o melhor dos mundos pra quem escreve é ter bastante assunto.

E para os detratores do meu "egocentrismo", aviso que vou continuar relatando minhas experiências à frente do Digestivo... Pois, como disse sabiamente Paul Andrews - na sua coluna de despedida, depois de dezesseis anos cobrindo tecnologia no Seattle Times -, hoje, tão importante quanto falar de tecnologia, de Web, de internet é usar tecnologia, Web, internet. Não vou poder abandonar, portanto, o viés da minha própria experiência.

Lamento.

Como desisti - pelo menos por enquanto - dos temas ligados aos jovens escritores, desisti, de certa forma, dos "grandes temas" do jornalismo, ou, mais especificamente, dos Grandes Temas do Jornalismo Cultural: crítica, pautas, assessorias...

A mim me parece que todo mundo que se aventura pelo reino do "jornalismo cultural" tem de se declarar, em algum momento, contra o atual estado de coisas, como numa "declaração de princípios", como que para dizer "eu não concordo com a cobertura que se faz"... nos cadernos de cultura dos jornais diários, nas últimas páginas das revistas semanais.

Num certo sentido, é como se eu tivesse desistido da "causa" do jornalismo cultural. Eu, realmente, acho que ele não tem salvação no papel. Mas, ao mesmo tempo, não quero assumir mais que estamos buscando "uma saída" para ele aqui, no ambiente da internet, no Digestivo. A saída que eu procuro é muito mais para o Digestivo Cultural do que para o jornalismo cultural em si.

É bom? É ruim? É como é.

Os próprios jornalistas já desistiram, há muito, da causa do jornalismo...

* * *

Teoricamente, esses foram os velhos conceitos que nortearam a minha coluna até agora; e estes são os novos conceitos que vão norteá-la daqui pra frente. Só que não me cobrem coerência depois; porque eu mesmo me canso desse arcabouço - e acabo inserindo um tema pessoal ou outro (aqui e ali)...

Falando nisso, eu constatei, em 2005, que algumas pessoas efetivamente apreciam meu trabalho como Colunista - e, às vezes, até me incluem no seu ranking de "mais mais"... (Obrigado, obrigado.) Digo isso porque, antes, quando eu escrevia exclusivamente "Digestivos", ninguém falava que me lia, a mim, Julio. Hoje alguns me param na rua e me contam: "No Digestivo, eu leio você, o Fulano e o Beltrano (ou a Fulana e a Beltrana)".

Eu não sei - de novo - se isso é bom ou se é ruim, mas é uma indicação de posso estar acertando...


Julio Daio Borges
São Paulo, 20/1/2006

Quem leu este, também leu esse(s):
01. O bosque inveterado dos oitis de Elisa Andrade Buzzo
02. O armário que me pariu de Lisandro Gaertner
03. USP: 75 anos de histórias várias de Elisa Andrade Buzzo
04. O Código Da Vinci em tela plana de Marcelo Miranda
05. O desespero de Bush de Marcelo Barbão


Mais Julio Daio Borges
Mais Acessadas de Julio Daio Borges em 2006
01. Novos Melhores Blogs - 17/3/2006
02. Por que os blogs de jornalistas não funcionam - 22/9/2006
03. O Gmail (e o E-mail) - 3/3/2006
04. Desconstruindo o Russo - 21/7/2006
05. O náufrago, de Thomas Bernhard - 4/8/2006


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/1/2006
14h33min
Ô Julio, o DC é uma das poucas coisas que apareceram na Rede que conseguiram juntar honestidade, qualidade e utilidade. Simples assim... Você já fez um bem enorme à humanidade! Abs, Bernardo Carvalho, Goiânia-GO.
[Leia outros Comentários de Bernardo Carvalho]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.




Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Pareidolia
Luiz Franco
Escape
(2016)



Der Seewolf
Jack London
Deutsche Buch-Gemeinschaft
(1954)



Livro de bolso Guerra Primeira Guerra Mundial Pocket Encyclopaedia 886
Michael Howard
Lpm
(2013)



Invente alguma coisa
Chuck Palahniuk
Leya
(2020)



Automóveis de Ouro para um Povo Descalço
Vasconcelos Torres
Brasília
(1977)



Iniciação ao Estudo da Sociologia
Caroline B. Rose
Zahar
(1976)



A sabedoria do não 334
Mariliz Vargas
Rosea Nigra
(2009)



Curso Completo de Fotografia 1
Diversos
Rio Gráfica
(1981)



Intervalos
Francisco C. Xavier
O Clarim
(1981)



Privatização das Prisões
João Marcello de Araujo Junior
Revista dos Tribunais
(1995)





busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês