Digestivo nº 468 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
42527 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas
>>> Galeria Provisória de Anderson Thives, chega ao Via Parque, na Barra da Tijuca
>>> Farol Santander convida o público a uma jornada sensorial pela natureza na mostra Floresta Utópica
>>> Projeto social busca apoio para manter acesso gratuito ao cinema nacional em regiões rurais de Minas
>>> Reinvenção após os 50 anos: nova obra de Ana Paula Couto explora maturidade feminina
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Google Fontes
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Ler, investir, gestar
>>> Caixa Dois, sem eufemismos
>>> Fé e razão
>>> all type
>>> Um cara legal
>>> Histórias de agosto
>>> O mal no pensamento moderno
>>> Yarny e My Writing Spot
Mais Recentes
>>> Brincando Com Móbiles de Thereza Chemello pela Global (1999)
>>> O Informante - Cinemateca Veja de Abril Coleções pela Abril (2008)
>>> Doncovim? - a História de uma Semente de Gente de Andre J. Gomes pela Volta e Meia (2015)
>>> Do Tamanho Certinho de Claudio Cuellar pela Paulinas (2005)
>>> O Temor Do Sábio de Patrick Rothfuss pela Arqueiro (2011)
>>> Brincando Com Colagens, Recortes e Dobraduras de Rosangela Paiva do Nascimento pela Global (1985)
>>> Bis (autografado) de Ricardo da Cunha Lima; Luiz Maia pela Cia das Letrinhas (2010)
>>> Lewis the Duck - Goes to Mexico de Bill Duncan; Christian Ducan pela Hilton (2010)
>>> Rex, o Cachorro Que Tinha Medo de Trovoada de Jorge Calife, Vinicius Vogel pela Record (2004)
>>> Os Legados De Lorien: Livro 4 - A Queda Dos Cinco de Pittacus Lore pela Intrínseca (2013)
>>> Brincar Com Arte - Argila de Patricia Vibien pela Ibep Nacional (2005)
>>> O Menino do Caracol de Fernando Pessoa pela Global (2022)
>>> Maquiavel Essencial - 200 Pensamentos Escolhidos de Wagner Barreira pela No Bolso (2017)
>>> O Natal do Avarento (acompanha Suplemento de Leitura) de Charles Dickens; Telma Guimarães pela Scipione (2004)
>>> Eu Escolhi Viver de Yannahe Marques; Rose Rech pela Citadel (2021)
>>> O Cardeal e a Sra White de Eduardo Paraguassu pela Dpl (2005)
>>> Os Grandes Exploradores - Vol. 01 de Laurosse pela Larousse (2009)
>>> O Soluço do Sol de Valeria Valenza; Pina Irace pela Melhoramentos (2018)
>>> A Descoberta da América - Disney de Disney pela Abril (2011)
>>> Terapia das Perturbações Espirituais de Romário Menezes pela Dpl (2015)
>>> Danubio Azul Valsa de Johann Strauss de Esther Abbog pela Casa Sotero
>>> Conchas e Búzios de Manuel Rui pela Ftd (2013)
>>> A Expansão da Consciência e as Vibrações Psíquicas da Alma de J. Humberto E. Sobral pela Dpl (2002)
>>> Corpo Feliz - Melhore Sua Postura sem Extresse de Penny Ingham; Colin Shelbourn pela Publifolha (2003)
>>> Alice No Pais Do Quantum de Robert Gilmore pela Zahar (1998)
DIGESTIVOS

Quinta-feira, 12/8/2010
Digestivo nº 468
Julio Daio Borges
+ de 2500 Acessos




Literatura >>> Não contem com o fim do livro, uma conversa com Umberto Eco
Entre os livros que discutem, justamente, o "fim do livro", o melhor, em português, até agora, tem sido Não contem com o fim do livro (Record, 2010), transcrevendo conversações entre Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, que trabalhou com Luis Buñuel e Peter Brook. A presença do semiólogo e autor de O Nome da Rosa (1980) e O Pêndulo de Foucault (1988) se justifica, afinal, Eco tem sido um dos principais eruditos a discutir o fenômeno da internet desde o início. Já Carrière, embora homem de teatro e de cinema, tem uma bagagem literária invejável e, ao contrário do que poderia parecer, não defende a "civilização de imagens" preconizada por McLuhan. Fora que o título do volume, ainda que chame a atenção nas livrarias, não corresponde ao seu conteúdo com precisão. Contrariando, mais uma vez, as expectativas, não se trata de um libelo contra os novos "leitores eletrônicos", da Amazon e da Apple, nem mesmo de uma visão apocalíptica sobre a ascensão do Google, ou mesmo de um ataque à suposta "literatura" (ou ao suposto "jornalismo") praticado em blogs. Não contem com o fim do livro, à maneira de Borges, faz uma belíssima defesa da leitura, da cultura e da civilização, abordando o livro como objeto, mas também com conceito e como ferramenta humana, imperecível, na visão de Eco. Séculos ou até milênios de História desfilam nas conversas entre Carrière e o semiólogo, num nível que a própria discussão, avançadíssima, sobre os formatos eletrônicos para leitura, nos EUA, ainda não alcançou. É o velho continente - e, não, o novo - discutindo o que os suportes digitais significam para o Homem, no sentido mais amplo, e, não, para os jornalistas, escritores ou publishers. Talvez as elucubrações de Eco e Carrière não alterem em nada o curso da tecnologia, mas sua perspectiva é fundamental em termos humanísticos. Não contem com o fim do livro deve, portanto, ser lido tanto por quem ama os livros quanto por quem já se acostumou à ideia do desaparecimento do objeto físico "livro". [3 Comentário(s)]
>>> Não contem com o fim do livro
 



Música >>> Coleção MPBaby, pela MCD
A música piorou muito. Correção: a música, que circula no mainstream, piorou muito. Com a ascensão do CD, e de estilos como "lambada", "sertanejo", "axé" e "pagode", nos anos 90, a indústria fonográfica vendeu como nunca e nivelou por baixo, como nunca também, a programação das rádios e as atrações musicais da televisão. Nos anos 2000, com a ascensão da internet e a falência do CD, as majors arranjaram a desculpa, que estavam há muito procurando, para não mais investir em qualidade, bajulando a ascendente classe C (da era Lula) e despachando os "medalhões" para os pequenos selos (relegando, ainda, os jovens talentos à obscuridade do Long Tail)... A saída, para quem quer evitar armações musicais da década de 2010, é não circular por ambientes públicos com música (mesmo praias), evitar, a todo custo, a frequência das principais FMs, fugir como o diabo da TV aberta e abandonar, inclusive, as seções culturais de revistas e jornais — que ou divulgam "todo mundo", sem nenhum critério ("procura-se críticos musicais"), ou dão o milionésimo destaque a Roberto Carlos e... Ivete Sangalo. Dado o presente estado de coisas, como introduzir uma criança na música de qualidade, se as velhas referências estão em ruínas e as novas não tiveram tempo ($) ainda para se consolidar? Para quem não quer se limitar aos Baby Einsteins da vida — que até fazem releituras interessantes, em marimba, de monstros como Bach, Mozart e Beethoven — existe, no Brasil, a coleção MPBaby, da MCD. Tudo bem, a nossa música não se restringe apenas ao cancioneiro a partir dos 60, mas "MPB", no caso, é menos um conceito fechado que uma sigla de fácil assimilação (por parte do consumidor). O volume dedicado ao forró, por exemplo, tem desde Luiz Gonzaga ("Olha pro céu", "Numa sala de reboco"), sem e com Humberto Teixeira ("Assum preto" e "Asa Branca"), até clássicos de domínio público, como "Mulher rendeira" e "Cai cai balão" ;-) Gilberto Gil, merecidamente aliás, não fica de fora, com "Lamento sertanejo", e nem Dominguinhos, com e sem Gil, em "Tenho sede". O resultado, muito cuidadoso, é propiciado pelo acordeom e pelos arranjos de Toninho Ferragutti. É óbvio que não vamos salvar as criancinhas, para sempre, do contato, inevitável, com a grande mídia decrépita da nossa época, mas não custa repetir que existem alternativas, mesmo em terrenos aparentemente perdidos, como o da música. [2 Comentário(s)]
>>> MPBaby: Forró
 



Internet >>> Viral Loop, de Adam Penenberg
"Coeficiente de viralidade" e "marketing viral" são duas das expressões mais utilizadas por marqueteiros e publicitários "2.0" na internet, mas, até agora, não havia nenhum livro que se debruçasse, especificamente, sobre os aspectos "virais" da Rede. Adam Penenberg, colaborador de revistas com Economist e Fast Company, resolveu, como ninguém, estudar os maiores fenômenos de "viralidade" da internet, a saber: Netscape, eBay, PayPal, Hotmail, YouTube e Facebook (entre outros). Mas, em vez de contar sua história pela milésima vez, Penenberg estudou o crescimento desses produtos, empresas e sites sob a ótica de sua adesão exponencial, sem precedentes e com resultados inimagináveis. Tanto que algumas das iniciativas não vingaram, pois não souberam, justamente, administrar seu crescimento, como o Friendster (o pai de todas as redes sociais). Outras lutaram, até o final, pela sobrevivência, e deram prejuízo, até serem vendidas (por cifras astronômicas), como o mesmo PayPal (ao eBay) e o YouTube (ao Google). E outras ainda lutam, contrariando até os prognósticos do próprio livro de Penenberg, como o Ning (que reviu toda a sua estratégia recentemente, decidindo cobrar de seus usuários). O fato é que Viral Loop, título da obra de Adam Penenberg, foi absorvido pela intelligentsia da internet, e deve se tornar, ele próprio, uma expressão, como se tornaram Long Tail e Crowdsourcing (entre outras). A questão econômica - de expandir sua base de usuários até o infinito (criando "bolhas") ou de crescer só organicamente (à la capitalismo "old school") - permanece. A opção, do empreendedor de internet, de explodir em audiência, e arcar com as consequências (em termos de infra-estrutura), é extremamente pessoal, e Viral Loop pode ajudar na decisão. [Comente esta Nota]
>>> Viral Loop
 

Música >>> Jorge Drexler, em Amar la Trama, o show na Via Funchal
Jorge Drexler não cabia em si de alegria por ter, pela primeira vez no Brasil, desembarcado com sua banda completa, nem que fosse para um única apresentação, na Via Funchal. Das outras vezes, o músico uruguaio havia passado pelo Bourbon Street, na formação de trio, basicamente conduzindo o show com suas "guitarra y voz" (como, aliás, cantou). E Amar la Trama, a turnê atual, de fato exigia mais infraestrutura, com arranjos para banda, e uma presença, indispensável, de sopros. Em termos de performance, no entanto, o grupo todo no palco, e talvez o nervosismo de se apresentar para uma plateia tão grande, engessaram Drexler até, mais ou menos, a metade do setlist. O músico e seu conjunto não decepcionaram, abrindo com versões corretas para "Una canción me trajo hasta aquí" e "3000 millones de latidos", mas soaram um tanto quanto protocolares e só começaram a "se soltar" quando, justamente, Drexler reassumiu seu violão e até improvisou um momento de intimidade, lixando as próprias unhas. "Sampa", traduzida e em ritmo de tango, comoveu, mais uma vez, os incautos (é um truque que Jorge Drexler usa para saber quantos novatos há na plateia). O ápice da ovação, contudo, teve lugar quando o músico uruguaio anunciou a participação de um compositor brasileiro, que muito admirava, e cujo disco ouvira durante todo o ano passado... — e todo mundo assoprou "Caetano Veloso", "Milton Nascimento", "Arnaldo Antunes", "Paulo Moska"... Eis que surge, para o deleite das novas gerações, Marcelo Camelo, sem Mallu Magalhães, pós-Los Hermanos. Jorge Drexler, então, prestou tributo à música brasileira, que tanto o influenciou, entoando "Doce Solidão" (inclusive o "tchu-tchu-tchu-tchu-tchu"), deixando a segunda entrada para o próprio autor da canção. O show ainda teve as sempre pedidas "Todo se transforma" e "Soledad", e a música de trabalho "La trama y el desenlace". Ficou-se, porém, aguardando um retorno de Camelo no bis (que não ocorreu). E saiu-se especulando se eles iriam direto para o Genésio ou se a parceria, de repente, renderia participação no segundo álbum de Camelo (em fase de gravação). Jorge Drexler, afinal de contas, está em rota de colisão com a MPB e não espantaria nada se ele, subitamente, trocasse Madrid por São Paulo ou pelo Rio de Janeiro. [Comente esta Nota]
>>> Jorge Drexler
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




O Poder Disciplinar do Empregador
Arion Sayão Romita
Freitas Bastos
(1983)



Envelhecimento - Estudos e Perspectivas (lacrado)
Manuel José Lopes
Martinari
(2014)



A Armada do papa
Gordon Urquhart
Record
(2002)



As Armas da Persuasão
Robert B. Cialdini
Sextante
(2012)



Conjuntura Atual em OSPB 1º e 2º Graus
Gleuso Damasceno Duarte
Ed Lê
(1978)



The Moment Of Lift: How Empowering Women Changes The World
Melinda Gates
Flatiron Books
(2019)



História do Ministério Público de Minas Gerais Vol. 1 Joaquim Cabral
Joaquim Cabral Netto
Speed



Were in Business
Susan Norman
Longman
(1983)



Filhos Longe da Pátria - o Desafio de Criar Filhos Em Outras Culturas
Márcia Tostes
Vale da Benção
(2011)



Voo Fantasma
Bear Grylls
Record
(2016)





busca | avançada
42527 visitas/dia
1,7 milhão/mês