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Sexta-feira, 9/3/2007
Blog
Redação
 
Apareça na Berinjela ou...

Neste sábado (10 de março) no Rio, e segunda que vem (12 de março) em São Paulo vai ter mais um lançamento coletivo das editoras 7 Letras e Cosac Naify. E não se pode sequer reclamar que não há poesia, todas as publicações - exceto uma - são de poetas e sobre poesia.

Angélica Freitas com Rilke Shake, Marília Garcia com 20 poemas para seu walkman e Ricardo Domeneck com A cadela sem Logos pela Coleção Ás de Colete, coordenada por Carlito Azevedo.

E ainda, pela 7 Letras, Atos de repetição de Valeska de Aguirre e Poemas do front civil de Ariosto Teixeira.

Além da chegada do número 19 da revista literária Inimigo Rumor e 16 da revista Ficções.

Para ir além
No Rio de Janeiro, dia 10 de março, às 10h, na Livraria Berinjela (Av. Rio Branco, 185, subsolo, loja 10); em São Paulo, dia 12 de março, às 20h, no Bar Balcão (Rua Dr. Melo Alves, 150).

* * *

No dia 14 de março, o Dia da Poesia, às 19h, a Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura) recebe o Varal de poesia, instalação concebida por Sandra Ciccone Ginez. O projeto traz camisetas com poemas dos autores Glauco Mattoso, Ana Rüsche, Cláudio Daniel, Alice Ruiz, Del Candeias, dentre outros.

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Postado por Elisa Andrade Buzzo
9/3/2007 à 00h10

 
Honestidade

O que mais falta no mundo hoje é honestidade. A mentira, a omissão impera em um mundo hipócrita e sem sentimentos.

Honestidade não é crime. Falar a verdade, com todos com um pé atrás, é difícil, mas aos poucos, se tentarmos, a coisa melhorará.

Um pai espera honestidade do filho, e um filho espera o mesmo do pai. Esconder problemas, aflições e defeitos, e pior, omitir de apontá-los, gera este mundo de esconde-esconde que vivemos.

Ou seja, carecemos de opiniões reais. Ninguém tem coragem de dizer o que pensa, sente ou acha para ninguém.

A desculpa é polidez, a educação, o respeito, ou o nome que você quiser dar para justificar seu medo de enfrentar uma situação de frente.

Às vezes a desculpa toma outra forma, seria o que chamamos de jogo de interesse.

Chega disso! Precisamos começar a ser mais leais aos nossos sentimentos e nossas opiniões, e conscientizarmos-nos que, caso criticados, não somos piores ou melhores, simplesmente existem outros pontos de vista.

O que fazer com a critica é outro passo, que deixo para os psicólogos.

Um dos jornalistas mais famosos do Brasil, Paulo Francis em uma de suas declarações colocou que "Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isto na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros e os leitores é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado".

Contestar, apontar, problematizar deveria ser tarefa diária do professor, do pai, do chefe, do amigo, e principalmente do jornalista.

Para crescer é necessário compreender (não sei se chegaremos a entender) o mundo em suas várias formas, observar que existe o diferente, e que há não melhor ou pior, mas sim outro ponto de vista.

Bons negociadores, antes de uma grande disputa, reúnem sua equipe e fazem um brainstorm onde a regra é clara: pode se fazer qualquer sugestão para solucionar o problema e, no começo, não vale criticar as sugestões.

À primeira vista o parágrafo acima é contraditório com a linha de raciocínio do texto, mas não é.

Isto porque a primeira parte do exercício mental é justamente contestar a idéia, para, no segundo momento, criticar e escolher qual é a melhor entre as tantas que vieram.

É importante dar voz ao pensamento, mas é ainda mais importante ter senso crítico.

Hoje, observa-se uma mídia sem crítica, sem voz, em cima do muro que, conforme Paulo Francis já ensinou, é um desrespeito com o leitor, ouvinte ou espectador.

Observa-se, também, uma sociedade sem crítica, sem movimento, sem entusiasmo, mas o que precisamos é mudar nas pequenas coisas, nas pequenas atitudes, como, por exemplo, quando alguém lhe perguntar tudo bem, só responda que sim se for verdade.

Acho que deveríamos começar uma campanha de cultuarmos a honestidade. Grande jeito de sermos uma sociedade menos hipócrita. Para dar o exemplo, eu vou começar: "adoro receber críticas".

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Postado por Daniel Bushatsky
8/3/2007 às 13h37

 
Conquistando um novo mundo

Há mais ou menos oito anos comecei a descobrir o mundo dos livros. Embora não tenha sido a iniciação perfeita não foi menos importante, porque para mim, hoje, faz uma grande diferença.

Nasci numa família que não dá à cultura o devido valor. Tenho vagas lembranças de livros dentro da casa dos meus pais, com exceção de alguns didáticos. Nossa primeira televisão chegou quando eu tinha mais ou menos treze anos (época que eu estava saindo de casa para trabalhar em Porto Alegre), mas não tínhamos muita liberdade para usá-la, pois, na minha casa, tudo funcionava conforme a liberdade dada pelos meus pais e, confesso, não tínhamos liberdade para nada.

Parei de estudar na 5ª série, para voltar anos mais tarde, o que fez com que o meu contato com os livros fosse mais demorado. Devido ao trabalho e à falta de conhecimento li pouco na adolescência. Lembro-me apenas de um título. Acho que deve ter sido o melhor e por isso ficou gravado na minha memória. O livro é da Coleção Vagalume, Na Rota do Perigo, de Marcos Rey.

Alguns anos mais tarde e várias tentativas desastradas, tomei conhecimento, através de uma amiga, de alguns nomes da nossa literatura e também dos sebos - onde compro a maioria dos meus livros. Lembro-me bem das suas palavras ao me responder, quando eu lhe disse que achava que não gostava de ler: "você apenas não descobriu ainda o seu tipo de leitura". E colocou à minha disposição a sua pequena coleção.

Comecei com Um Lugar ao Sol, de Erico Veríssimo. Era carnaval e eu estava sozinha em casa, devorei o livro de mais de 600 páginas em uma semana e comecei a ler todos os que ela tinha em casa para logo após começar a minha coleção.

Hoje tenho pouco mais de 100 livros - nem todos lidos, porém a maioria. E entre eles, é claro, estão alguns do Erico Veríssimo e também de seu filho, Luis Fernando Veríssimo. Sempre que tenho alguns minutos procuro ler, seja livro, revista ou o que for. Pois, nesta nova fase, preciso ler muito para ter idéias de quê e de como escrever.

Elaine Dellaflora, no Chatotorix, que acaba de começar e já linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
8/3/2007 à 00h11

 
Proxxima: primeiro dia (cont.)

Depois do almoço, quase que pontualmente, foi a vez do Painel Nacional com o tema: "Resultado e eficiência na mídia digital", contando com os seguintes participantes Maria Lúcia Antonio, representante da Fiat; Celso Byron, da Gradiente; e Luca Cavalcante, do Bradesco. A mediação foi de Caio Túlio Costa, do iG. Pode parecer trocadilho ou piada, mas o que todos eles têm em comum? O fato de pertencerem às empresas que, digamos, "fomentam" o evento.

Com isso, o inevitável aconteceu: sempre que era possível, os palestrantes transformavam seus cases em propaganda descarada das marcas que representavam. E tome números, bastante questionáveis, que comprovavam o sucesso de tais e tais estratégias e medidas. E foi por muito pouco que o debate não se transformou em um discussão burocrática sem qualquer conexão com os temas propostos inicialmente. Isso só não sucedeu em virtude das excelentes intervenções de Caio Tulio Costa, que soube conduzir as participações, além de ler e comentar as intervenções da platéia. Às 15h30, quando o tempo se esgotou, nem parecia que já estávamos ali há pouco mais de uma hora.

Nesse sentido, cabe destacar algumas passagens do debate, como as considerações de Luca Cavalcanti, sempre bem informado, ao dizer que as mídias digitais não anulam o papel já consolidado da televisão. Já Celso Byron ressaltou a existência de uma relação bem articulada entre as ações da mídia online com a mídia offline. Maria Lúcia Antonio, por sua vez, parecia concordar e ter colocado em prática todas as ferramentas lembradas na discussão. Mas foi estranho observar que, ao longo de sua participação, não havia muita convicção no que se refere ao conhecimento da causa. Talvez seja o afã de tornar toda e qualquer ação, sem qualquer planejamento prévio, em prática nas mais diversas empresas, muitas das quais sequer contam com uma estrutura para tanto. Dessa forma, tais eventos são elementares, uma vez que assinalam a importância da renovação, aquela que é essencial, como asseverou o editor da Wired.

Hoje, dia 7, as palestras seguem. Destaque para a do Painel das 11h, que contará com a participação de Flávio Pestana, da Gazeta Mercantil, e André Mantovani, da MTV. A moderação será de Suzana Appelbaum da Agência África.

Leia mais sobre o evento aqui e aqui.

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Postado por Fabio Silvestre Cardoso
7/3/2007 à 01h29

 
Proxxima: primeiro dia

No primeiro dia (6/3) do Seminário Proxxima, evento dedicado à comunicação digital, foi possível notar uma sutil contradição: enquanto os palestrantes, dentro do evento, animavam os presentes com as últimas novidades acerca da abrangência da internet, do lado de fora - mais precisamente no credenciamento - as pessoas se desesperavam com as enormes filas que se formavam na recepção do suntuoso WTC da Av. Nações Unidas. É curioso observar que, para aqueles impacientes participantes, esperar não deve ser alguma coisa comum, principalmente se, de fato, eles fazem uso das palavras de ordem do primeiro e mais celebrado conferencista do dia, o editor da badalada revista norte-americana Wired, Drew Schutte, que afirmou: "innovate or die" [na minha arriscada tradução: "inove ou morra/desapareça"]. De qualquer forma, muitos não devem ter assistido essa palestra completa, uma vez que as filas estavam extensas até às 11h, e a apresentação dele não esperou a todos.

Escrevi "assisti" não foi à toa. Muitos esperavam encontrar com o homem em carne-e-osso, talvez para apertar a mão de uma figura que tem idéias interessantes ou, quem sabe, por puro exercício de bajulação e subserviência. Para o bem e para o mal, isso não foi possível. Drew estava lá graças a uma vídeo-conferência. E, até o fim do dia, o mestre de cerimônias, reiterava: a palestra estaria disponível em vídeo no site do evento (até a edição final do presente artigo, não vi nada por lá).

Mas o primeiro dia não foi somente de Schutte. Ok, ok, deve ter sido a principal atração, mas não foi a única atração. Creia o leitor que outras discussões foram ali estabelecidas, sempre com foco na influência das novas mídias junto aos leitores/consumidores/usuários. Assim, logo após o coffee-break (sempre concorrido, diga-se), os presentes puderam ver (de corpo presente, desta vez) a apresentação de T.S. Kelly, o diretor de pesquisa da Media Contacts Global, com o tema: "O consumidor virou mídia - como dominar essa nova ferramenta". Aqui, Kelly abordou de maneira bastante coerente com o target de seus produtos, ou objetos de pesquisa.

Assim, na introdução, assinalou que a mídia constituída está, sim, cercada. Segundo o pesquisador, dados não só dos Estados Unidos, como da Europa, das Américas e da Ásia mostram que os meios de comunicação têm perdido leitores/telespectadores para a internet, pois, entre outras coisas, o consumidor encontra-se entediado com as opções que lhe são apresentadas. Até aí, o cenário descritivo-analítico correu muito bem.

Ocorre que palestras desse gênero, quando se trata de mostrar os exemplos que "deram certo", tendem a tornar-se um longo e fastidioso workshop sobre casos de sucesso. Infelizmente, foi o que aconteceu. T.S. Kelly mostrou vídeos no YouTube que comprovavam a tese do efeito "cauda longa" - algo que, em breve, será muito repetido e pouco compreendido (de fato); em seguida, exemplos de peças publicitárias elaboradas pelos próprios internautas - sempre repassando nos mesmos casos que todos conheciam; e, por fim, não explicou qual a fórmula essencial a ser escolhida para dominar as ferramentas (talvez deixar de enxergar o usuário como simples "ferramenta"). Uma vantagem nessa palestra foi, inclusive, a possibilidade de interlocução. Algumas perguntas, poucas, é verdade, puderam ser respondidas e o público parece ter saído satisfeito. (Continua no post seguinte.)

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Postado por Fabio Silvestre Cardoso
7/3/2007 à 01h26

 
A Faculdade de Letras



Do Emboscadas, da Ana Rüsche, por e-mail.

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Postado por Julio Daio Borges
7/3/2007 à 00h47

 
Jean Baudrillard

"(...) Já me cobraram um livro sobre o Brasil. Cito-o em minhas Cool Memories (trabalho no quinto volume) e em outros textos, mas a cultura brasileira é muito complexa para meu alcance teórico. Ela não se enquadra muito em minhas preocupações com a contemporaneidade, não tem nada a ver com a americana, com seus dualismos maniqueístas, um país que se construiu a partir das simulações, um deserto da cultura no qual o vazio é tudo. Os Estados Unidos são o grau zero da cultura, possuem uma sociedade regressiva, primitiva e altamente original em sua vacuidade. No Brasil há leis de sensualidade e de alegria de viver, bem mais complicadas de explicar. No Brasil, vigora o charme."

(Jean Baudrillard (1929 - 2007), em entrevista à revista Época, Junho de 2003)

Uma das melhores coisas que já li foi o livro América, a viagem que ele fez aos EUA e que é o retrato de uma nação pelas lentes de um fotógrafo mestre. Ele era fotógrafo, mesmo, inclusive. Sua morte apaga mais um ponto luminoso dos raros que ainda subsistem na escura aldeia global.

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Postado por Guga Schultze
6/3/2007 às 22h54

 
Investimento atrás das grades

Gasto anual do "Braziu" com universidades federais: cerca de R$ 3 bi. Gasto com a UFRJ: R$600 milhões. Gasto com escolta de presos, especialmente chefes do tráfico, por exigência da justiça: R$ 1,4 bi. Será que explica alguma coisa?

[3 Comentário(s)]

Postado por Ram Rajagopal
6/3/2007 às 08h13

 
Domus 1928-1999

E aí, macacada? Tudo bem?

Bom, estou de volta... Achei que voltaria no início de janeiro, mas não deu. Tive um compromisso inadiável na capital do mundo, e emendei mais duas semanas.

Bom, entre outras coisas, de lá eu touxe a coleção da Domus feita pela Taschen. É imperdível! (É melhor encomendar pela Amazon do que trazer no lombo, afinal, são quase 7 mil páginas!) Os livros vêm em duas caixas e são muito pesados. O preço é salgado, 600 dólares, mas vale cada centavo.

A edição é feita com o melhor do que foi publicado, inclusive alguns anúncios. Várias capas também foram reproduzidas. Vi tudo em dois dias! Do Brasil? Pouca coisa. O mais notável, para variar, é Niemeyer, que ilustra uma das capas, com um projeto na Itália. E a Taschen parece que gostou do resultado: já estão anunciando que farão o mesmo com outras revistas. Qual é a próxima? Arts & Architecture.

Alencastro, no Blog, que linca pra nós (porque, finalmente, eu encontrei um blog de arquitetura...)

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Postado por Julio Daio Borges
6/3/2007 à 00h12

 
Revistas velhas na praia

Uma das coisas que eu mais gosto em casa de praia é de ler as revistas e os jornais velhos que as pessoas esquecem ou deliberadamente deixam lá, como lembranças acumuladas dos sucessivos verões. Há várias primeiras páginas de primeiros de anos. Na pilha de revistas de dezembros, janeiros e fevereiros, eventualmente há um exemplar de abril ou agosto, denotando que alguém passou ali fora da temporada.

Para mim, que sou jornalista, passar quinze dias lendo notícia vencida dá uma estranha e paradoxal sensação de poder: estou de férias, não preciso saber de nada que aconteceu hoje. Não preciso e não quero. Aliás, quero ficar bem ignorante do mundo, só pra chegar em casa e ouvir alguém comentar: "Você não sabia que fulano morreu, que o governo fez isso e aquilo, que um buraco abriu no chão e quase que o mundo se acabou? Onde você estava?". E então, responder: "Eu estava na p-r-a-i-a. De f-é-r-i-a-s".

Deitada na rede, gosto de ver quanta bobagem já foi escrita, quantos produtos foram anunciados como o estado da arte da tecnologia. Caso de um celular do modelo que eu uso hoje, aquele azulzinho, que uma propaganda de revista de anos atrás destacava por ser o mais fino (fino de espessura e não de luxo) do mercado. Hoje acho que ele se encaixa na categoria mais chulé que existe. Mas não posso deixar de pensar nele como uma espécie de fusca da telecomunicação: é rústico, mas desde que o comprei já resistiu a diversos ataques do Francisco, meu pequeno bárbaro destruidor; os números do teclado quase sumiram e está manchado de tinta de uma caneta azul que estourou na bolsa.

Em uma revista de 1999, encontro um conselho catastrófico de investimento: "aplicar em bois é uma alternativa que tem dado bom retorno". Como exemplo, a matéria citava a Fazendas Reunidas Boi Gordo, que dois anos depois iria protagonizar uma das maiores falências do País, deixando mais de 30 mil investidores na mão.

A leitura ociosa de revistas femininas, de celebridades e de novelas me divertiu muito nessa temporada. Uma delas trazia um teste para a leitora avaliar o conhecimento sobre o corpo masculino. Uma das questões era: "quantas calorias tem o sêmen masculino". Dá para acreditar??? Além do pleonasmo "sêmen masculino", nunca me passou pela cabeça que alguém pudesse pensar em questões calóricas dessa natureza! Os anoréxicos que não descubram isso! Se alguém estiver interessado, a tal revista informa que não há motivo para pânico: uma colher de chá de "sêmen masculino" só tem 5 calorias...

Outro teste, de outro janeiro, outra pergunta bizarra: "se você fosse se comparar a um molho picante, qual deles você seria? a) molho inglês - suave e exótico (?!!) b)Tabasco c) Catchup". Passo para as revistas de "personalidades". Olho um travesti que usa um vestido amarelo brilhante e procuro a legenda para saber quem é. Para minha surpresa não é um travesti. É a senhora dona Fulana, uma socialite muito importante etc. etc. Surpresas da vida.

De volta às femininas, uma enquete muito importante traz um dilema moral: "Você doaria um rim se soubesse que seria para uma rival?". Logo em seguida, um depoimento que me faz duvidar que a edição seja realmente dos anos 1990: "Porque bati na mulher que amo".

Os resumos de novelas, nas revistas fininhas em meio a receitas de torta de liquidificador, não deixam por menos: "Rosana dá ordem a Joaquim para que pegue o ácido sulfúrico".

No fundo da pilha, encontro uma edição realmente velha. Uma Planeta, da década de 1970. Na contracapa da revista, um anúncio de cigarro, do "fino que satisfaz". Na foto, um loiro com cabelo de Ronnie Von (quando o Ronnie Von tinha cabeleira), todo vestido de branco, acende o cigarro de uma morena ao lado de um moreno dono de um senhor "mullet". Na mesa uma garrafona de whisky, daquelas com tampa de vidro. Quantos sinais dos tempos: em primeiro um anúncio de cigarro, coisa que já não existe mais hoje; em segundo um anúncio de cigarro numa revista esotérica, o que parece tão absurdo como ver propaganda de cerveja em gibi infantil; em terceiro um festival de breguice nos cabelos e roupas que me leva a meditar sobre o que pensarão de nossas roupas e cabelos em um futuro não muito distante.

Ao final da temporada, novas revistas trazidas pelos visitantes deste ano colaboram para o crescimento da pilha na estante de vime. Uma delas diz que a depilação iraquiana é o que há no momento. Não posso deixar de pensar no fantasma do Saddam Hussein em uma clínica de estética subterrânea, arrancando pêlo por pêlo com uma pinça enferrujada ou derramando asfalto quente na pele, enquanto dá gargalhadas sinistras...

[4 Comentário(s)]

Postado por Adriana Carvalho
5/3/2007 às 09h20

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