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Quinta-feira, 22/5/2003
A Amazônia sem pátria
Félix Maier
+ de 4600 Acessos

Vez por outra, aparecem notícias de que as escolas dos EUA estariam mostrando o mapa do Brasil com a Amazônia e o Pantanal "amputados". Isso pode ser verdade. Porém, temos que ter algumas precauções. Um desses mapas, mostrado há alguns anos pela Internet, e sempre reapresentado de tempos em tempos, era pura ficção de quem não tem mais nada a fazer na vida além de vomitar antiamericanices. O texto, em inglês, continha erros tão primários que ninguém, de boa-fé, daria um centavo de dólar furado pela autenticidade da matéria.

Recebi esta semana, um e-mail afirmando que um livro didático norte-americano, "Introdução à Geografia", de David Norman, utilizado na Junior High School (equivalente, no Brasil, à 6ª série do 1º grau), contém um mapa do Brasil "falsificado". Um dos parágrafos da mensagem diz textualmente: "Os livros de geografia de lá estão mostrando o mapa do Brasil amputado, sem o Amazonas e o Pantanal. Eles estão ensinando nas escolas que estas áreas são internacionais... ou seja, em outras palavras, eles estão preparando a opinião pública deles, para dentro de alguns anos se apoderarem de nosso território com legitimidade".

Se isso for verdade, o Embaixador dos EUA deverá ser imediatamente chamado pelo Governo brasileiro para confirmar ou desmentir a grave acusação acima. Nas circunstâncias atuais, não sei que moral teria o Governo Lula para questionar os EUA, já que não consegue sequer reconhecer que as FARC são um grupo narcoterrorista, nem de emitir um protesto veemente contra Fidel Castro, que mandou recentemente três cubanos para o paredón.

Em primeiro lugar, nós, os brasileiros, é que temos que cuidar da Amazônia. Cuidar não significa fazer daquela região um "santuário ecológico" para gringo ver e filmar, como querem muitos ecochatos de galocha. Cuidar, antes de tudo, é TOMAR POSSE do lugar. Como?

Durante o Governo Sarney, com o Projeto Calha Norte, foram criados, pelo Exército, vários Pelotões de Fronteira junto aos países limítrofes da Amazônia. O Projeto previa que outros ministérios (como Saúde, Educação etc.), além da Polícia Federal, também se fizessem presentes nos pelotões, porém somente os militares se deslocaram para a área. Região inóspita, malária, calor infernal - somente os milicos foram lançados aos mosquitos. Havia até um lema criado pelos militares, na época: "Integrar para não entregar".

Bombardeado por toda a mídia, que via no Projeto um programa "militarista", e por antropólogos de gabinete, que não permitiam que se construíssem mais pelotões em áreas indígenas, o importante programa de governo não se completou e caiu no esquecimento.

Hoje, o Governo Federal deveria retomar o Calha Norte o mais rápido possível, ampliando o número de Pelotões e completando o serviço de Sarney, ou seja, enviando funcionários de outros ministérios para que os Pelotões se tornem o embrião de futuros núcleos urbanos, que ao longo do tempo se transformariam em cidades. Somente colocando o ser humano para tomar posse da região é que poderemos ter domínio sobre aquela rica área no futuro. Se não fizermos isso, outros o farão. Poderão ser até os EUA, como muitos se preocupam. Poderão ser os guerrilheiros das FARC ou os nossos traficantes de armas e drogas, como os colegas de Fernandinho Beira-Mar. Sem dizer que atualmente existe enorme contrabando de nossas riquezas para o exterior, como metais raros, a exemplo do nióbio, do qual o Brasil possui 98% das reservas mundiais, assim como espécies da fauna e da flora - uma das mais ricas biodiversidades do planeta.

Não adianta xingarmos os EUA, esbravejarmos contra uma possível "internacionalização" da Amazônia. Precisamos tomar vergonha na cara e tomar conta do que é nosso.

Ainda sobre o Pantanal
Uma área do Pantanal, hoje, é "patrimônio da humanidade", título fornecido pela UNESCO. Não há nenhuma restrição econômico-social na área, desde que os fazendeiros, agricultores, pescadores e empresas de turismo tomem os devidos cuidados com a preservação do meio ambiente, evitando a poluição e o abate de animais e aves em extinção. Não perdemos, com isso, a soberania sobre o lugar. Pelo contrário, a valorizamos, com um projeto de economia sustentável ao longo dos anos, além de permitir que se instale um turismo de alto nível e alto movimento na região, por ora ainda incipiente e insignificante. Da mesma forma, podemos tornar uma grande região da Amazônia também um "patrimônio da humanidade" - por que não? Não toda a Amazônia, o que seria um absurdo, porém uma vasta área, com os mesmos objetivos já propostos para o Pantanal: preservação da fauna e da flora, aproveitamento comercial auto-sustentável da floresta e instalação de um turismo de altíssimo nível, que será único no mundo.

Não é preciso acrescentar que a água do Rio Amazonas, amanhã, terá um valor superior ao do petróleo, hoje. Não podemos perder a posse desta rica torneira...


Félix Maier
Brasília, 22/5/2003

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