Telemarketing, o anti-marketing dos idiotas | Diogo Salles | Digestivo Cultural

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Quinta-feira, 20/9/2007
Telemarketing, o anti-marketing dos idiotas
Diogo Salles
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+ 25 Comentário(s)


"Só um momento, que eu vou estar passando para o setor de relacionamento"... Eis que surge a musiquinha irritante que vai te perseguir por horas a fio. Ao final de incontáveis musiquinhas e gerúndios, não só seus problemas não foram resolvidos, como você acumulou mais alguns. É preciso tempo, paciência e, principalmente, estômago para lidar com essa legião de jecas chamada "operadores de telemarketing". Na melhor tradição brasileira de importar o que há de pior dos Estados Unidos, o telemarketing ativo e o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) lideram absoluto no ranking de reclamações.

Tudo bem, não quero cometer injustiças. Sei que os "profissionais" do telemarketing são treinados dessa forma, só cumprem as ordens que lhes são passadas, trabalham sob forte pressão, ganham pouco e ainda são obrigados a ouvir desaforos dos clientes. Mas eles também não ajudam. A falta de jogo de cintura dessa gente para se adaptar às necessidades do cliente e o comprometimento fiel à linguagem robotizada desafiam qualquer tentativa de se encontrar o bom senso. Com isso, o telemarketing se consolidou como uma das maiores anomalias do mundo corporativo. É fruto legítimo do casamento entre o despreparo dos operadores com o desrespeito das empresas frente ao consumidor. Dentre os campeões do terrorismo telefônico, figuram as empresas de TV a cabo, banda larga, cartões de crédito e operadoras de telefonia (fixa e celular).

A começar pelo insulto à nossa inteligência. Nessa categoria, o telemarketing ativo (aquele que te liga) é quem dá as cartas. A ordem é empurrar qualquer porcaria ao cliente para fazê-lo gastar. Nem que para isso seja preciso inventar algum sorteio ou concurso, no qual "seu nome foi selecionado" para receber "uma série de vantagens". Querem que pensemos "Meu Deus, serei um idiota se não aceitar". Mas o tal milagre de vantagens é desmascarado no momento que se descobre o valor das mensalidades. Aí é cada um por si. Você pode descobri-lo durante a ligação ou quando chegar a primeira fatura. Não é difícil entender de onde veio a idéia do tal sorteio miraculoso. Em um país de "jeitinhos", onde todos querem levar vantagem em tudo ("certo?"), imagine quantos otários já não devem ter caído nesse conto do vigário, imaginando que fizeram um ótimo negócio...

Sai o 1-7-1, entra a invasão de privacidade. "Mas qual o motivo do cancelamento?". Será mesmo que ele(a) está me perguntando isso?, penso eu. Sim, ele(a) está. Surpreendido por esse assombroso descaramento, eu, pacientemente, ainda me dou ao trabalho de explicar os motivos, antes que a fúria me faça xingá-lo(a) até a quinta geração. Aqui entre nós, sem telefones ou musiquinhas, isso é da conta de quem? Eu pensei que fosse minha, oras. Pelo jeito não é. Agora eu tenho de ligar para a empresa e ficar horas pendurado ao telefone me justificando. É quase uma súplica, um pedido de desculpas por eu ser tão insensível em não querer mais contribuir com os lucros da empresa.

Uma outra modalidade que encontramos nos telemarketeiros é a determinação infinita em se fazer ouvir, mesmo diante de constantes negativas de seu interlocutor. Para essas pessoas, não existe a palavra "não". Por mais que o importunado diga que NÃO está interessado, eles vão até o fim e não há nada que os faça parar. Pra que ouvir se só o que eles sabem fazer é falar, não é mesmo? No fim, se o pobre coitado que recebeu a ligação insistir em ser educado, será vencido pelo cansaço. Meu conselho: seja mal educado.

Mas a situação se agrava mesmo quando o sujeito já está ligando pela enésima vez, depois de ouvir mais de meia hora de musiquinha infame, sendo transferido por todos os departamentos e tendo de repetir o seu problema pela enésima vez. Aí o coitado perde o controle e começa a vomitar na cara do operador todas as suas frustrações, até que o operador desliga o telefone na sua cara. Se o infeliz ainda tiver estômago (porque a paciência já foi pro espaço), ligará no setor de reclamações e ouvirá uma desculpa bastante conveniente: a linha caiu.

Chegamos ao pior dos mundos? Ainda não. Nessa amazônia de bestialidade, a estupidez atinge o clímax com esta nova forma de se mostrar verborrágico: o gerundismo.

O gerundismo representa um linchamento sem precedentes na história da Língua Portuguesa. O "vamos estar fazendo" ou o "posso estar solucionando" podem estar sendo o que de pior já foi absorvido pela nossa língua desde o latim. Na tentativa desesperada em demonstrar eficiência, imitamos mais uma vez os americanos ("We will be solving your problem as soon as possible"). Mas as duas línguas são estruturalmente diferentes e incompatíveis em traduções literais. Mas isso não representou nenhum obstáculo aos idiotas do anti-marketing, claro que não. Ao contrário, eles conseguiram até exportar seu linguajar jeca para outras esferas da sociedade. A praga já se disseminou para fora das salas de Call Center há tempos e atingiu a população menos avisada, principalmente aos desesperados em demonstrar a mesma pseudo-eficiência.

Não é à toa que o corretor do Word me avisa o tempo todo dos erros do gerundismo enquanto escrevo este texto. Mas, analisando um pouco mais de perto a sintaxe dessa grotesca sequência de verbos, o "vamos estar fazendo" poderia ser facilmente substituído por "vamos fazer", ou, num tom mais minimalista, "faremos". Mas não podemos exigir tanto deles. Eu já ficaria contente com o "vamos fazer". Estaria de bom tamanho. Mas será que eles vão estar conseguindo falar certo algum dia?

Quando comprei a minha linha telefônica, logo percebi que ela pertencia anteriormente a uma tal de Josefa. E o povo do telemarketing ficava louco atrás dessa mulher. Todo o dia tinha alguém procurando pela dita cuja. Cheguei ao meu limite. Precisava encontrar uma saída:

- Alô, boa tarde, eu gostaria de estar falando com a Dona Josefa?
- Isso é alguma brincadeira? - respondo eu.
- Não é brincadeira, senhor. A Dona Josefa está?
- Não estou gostando dessa brincadeira, mocinha...
- Por favor, senhor. Não estou brincando com o senhor. Só gostaria de estar falando com a Dona Josefa.
- A Dona Josefa morreu! Pronto... Você conseguiu estragar o meu dia! Satisfeita? Era isso que você queria?
- M... Me desculpe, senhor. Eu não sabia...
- Pode apagar esse telefone da sua lista e nunca mais ligue aqui outra vez.

Alguns ainda faziam menção em transferir a mim o teor de sua ligação, com suas inúmeras vantagens e serviços. Nessa situação, eu dava uma resposta ainda mais cortante e emendava uma lição de moral, fazendo com que a pessoa se sentisse um verme asqueroso por ter se aproveitado da morte da Josefa para tentar me vender seus serviços. Alguns meses depois e vários telefonemas parecidos com o descrito acima, eu estava livre do efeito Josefa. Que descanse em paz.

O maior problema do telemarketing é que ele não conseguiu justificar até hoje a sua própria existência. Podem argumentar à vontade, mas no fim não conseguirão esconder os fatos: eles te ligam para oferecer serviços dos quais você não precisa e não quer, e, quando é você quem liga, precisando de algum serviço, eles quase sempre te deixam na mão. Diante desse impasse, só vejo dois caminhos a seguir. O telemarketing ativo precisa ser extinto - e isso é pra ontem. Já ao SAC (telemarketing passivo) não resta outra alternativa, senão começar a oferecer um bom serviço e trazer soluções para os problemas - apenas quando for solicitado. Muito me admira as empresas, que tanto prezam pelo lucro, cultivarem uma imagem tão negativa, trazendo prejuízos para si mesmas e, principalmente, para seus clientes. Claro que os empresários sabem de toda a situação, mas qual deles realmente se importa? Os consumidores que arquem com as conseqüências, afinal de contas, as empresas precisam fisgar otários para continuarem lucrando, certo?

Quais são, então, as opções em nosso menu final? Ah, são muitas. Olha só. Para receber uma série de vantagens inúteis, tecle 1. Para tentar cancelar algum de nossos serviços, tecle 2 e espere deitado. Para ouvir sobre todos os nossos serviços, promoções, descontos, mensalidades, conhecer o nosso programa de fidelidade, ser um cliente smart, ou gold, ou premier ou o raio que o parta, tecle 3. Para fazer reclamações e desligarem na sua cara, tecle 4. Para estar sabendo como estar recebendo notícias sobre nosso gerundismo, você deve estar teclando 5. Para continuar ouvindo a minha voz sensual de disk-sexo e voltar ao menu inicial, tecle 6. Que maravilha. Estou pegando o telefone agora.


Diogo Salles
São Paulo, 20/9/2007

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Viagem a 1968: Tropeços e Desventuras de Marilia Mota Silva
02. Sobre o Oscar 2006 de Marcelo Miranda


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* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/9/2007
00h44min
Diogo, espero que nenhum atendente de telemarketing venha estar lendo a sua coluna. Se isso acontecer, eles com certeza vão estar procurando seu telefone, para estar te ligando e estar reclamando de todas as verdades que você disse! hahaha Abraço!
[Leia outros Comentários de Rafael Rodrigues]
20/9/2007
12h49min
Muito bom o texto, Diogo! Eu também já criei asco desse pessoal de telem[arggh!]eting, que me liga pelo menos 1X por semana pra encherem o saco. Por outro lado, eles me oferecem a única oportunidade de ser estúpido sem sentir remorso... Eles que liguem heheheh...
[Leia outros Comentários de Werner]
20/9/2007
14h53min
Concordo com sua posição: a melhor saída é ser mais mal educado do que os que te atendem. Tratá-los com a mesma ironia estúpida, algo como: "estou há cinco dias sem sinal da TV a cabo, por falta do cabo, você acha isso coerente?". "Provavelmente a pessoa responderia: "não sei lhe responder senhor, não sou da área técnica". E eu retrucaria: "também não técnico senhorita, mas consigo contar cinco dias, se você não consegue começo a ficar preocupado com o futuro de sua empresa". O telemarketing é o efeito colateral da agilidade da informação.
[Leia outros Comentários de Alberto Guzmán Garci]
20/9/2007
18h41min
Diogo descreveu com absoluta clareza esse drama do nosso dia-a-dia. Parecia a biografia da minha vida! rs Quantas pessoas não passaram por essa situação patética? Desligaram na cara do meu pai uma vez, quando ele estava certíssimo, eu liguei de novo, falei um monte, xinguei, aí resolveram meu problema finalmente e com toda a simpatia. A palavra mágica para essa gente limitada é: CANCELAR. Eles ficam loucos, querem o suicídio, mas não querem ouvir essa palavra. Fazem de tudo, são simpáticos, até que se cai no velho golpe. Eu não caio mais! Parabén Diogo pelo belo texto e clareza! Abração, Tatiana Cavalcanti
[Leia outros Comentários de Tatiana Cavalcanti]
21/9/2007
12h00min
Tentei colocar em palavras o sentimento que temos ao receber uma ligação de telemarketing. Acreditem ou não, eu recebi várias ligações de telemarketing enquanto escrevia esta coluna. E eu deixava o operador falar sem parar para ver se eu conseguia algo novo para o texto, para que eles me dessem ainda mais munição. O resultado desta "pesquisa" é que alguns trechos desta coluna foram salpicados com o teor destas ligações, que me faziam lembrar dos tristes "Josefa Days". Mesmo assim, enquanto o telemarketeiro falava que eu receberia "uma série de vantagens e serviços", eu não podia esconder que estava achando graça da ironia daquela situação. Eles estavam avalizando tudo o que eu escrevia. Obrigado pelos comentários.
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
21/9/2007
18h01min
Belo texto. Concordo plenamente. Tem um outro agravante: diversas vezes eles dizem que a ligação será gravada por motivos de segurança. Só que, quando o problema é da empresa e você já está ligando na central pela enésima vez, eles não recorrem ao que já foi gravado, somente quando é do interesse da S.A. E não tem muito o que fazer. Sites, rótulos de produtos - seja lá o que for - apenas informam os telefones do SAC. Ou seja, ou passamos ou passamos pela bateria de telefonistas maltreinados. E, do jeito que as coisas vão, só vai piorar. Vejo um capitalismo futuro com empresas que dá pra contar nas mãos. 2 ou 3 grupos por segmento - no máximo. Me dá desespero ver uma Unilever entrando EM TODOS OS SEGMENTOS DE NEGÓCIOS: limpeza, sorvetes, comidinhas, doces, etc... Com a telefonia fixa também é assim (dane-se que um dia foi uma única estatal). A Telefonica faz o que quer. Te cobra errado, te põe no pau porque vc. não pagou a conta que nem deveria ter recebido... Enfim, será a ditadura.
[Leia outros Comentários de Cássio Britto]
22/9/2007
11h07min
Recitem o poema "No meio do caminho" do nosso querido Drummond em latim! Eles ficam apavorados, talvez pensando que é um canto de orixá ou uma manobra para que eles desliguem mesmo. O bom é que sempre resolve, não precisa de pronúncia perfeita, é curtinho e eles devem ficar furiosos por não conseguirem falar.
[Leia outros Comentários de Pablo]
22/9/2007
23h38min
Diogo, Parabéns! Muito bom mesmo o seu texto. Você desabafou o que muita gente sente. Felizmente não precisamos passar por esa tortura todos os dias. Mas o pior ainda é o efeito desse gerundismo que saiu do telemarketing e se espalhou como água. Até nas universidades ouvimos esta praga o tempo todo: dos professores aos faxineiros e até em trabalhos acadêmicos escritos! Será que isso tem salvação?
[Leia outros Comentários de Áurea Thomazi]
23/9/2007
13h19min
Legal o seu texto, você abordou os vários lados da questão. Às vezes tenho a impressão de que eles tem um contador de tempo atrelado ao telefone. Fazem mais questão de te segurar do que vender o próprio peixe. Agora, experimente precisar deles!
[Leia outros Comentários de jose antonio]
24/9/2007
09h20min
Tenho um colega que saiu com uma muito boa: assim que percebeu se tratar de uma ligação de um telemarketing, ele disse para a moça, com uma voz bem sacana, que está ocupado no momento, mas pede para ela dar o telefone da casa dela que, mais tarde, quando ela estiver relaxada e mais à vontade, ele ligará de volta, quando então poderão “conversar mais”... (eu fiz isso e funciona!). As atendentes, por óbvia proibição (monitorada) de se relacionarem com clientes pelo telefone (ou por real e legítimo pudor, vai saber...), se indignam e dizem que aquilo ali é o trabalho delas, que ele não precisa agir "daquela forma" (como um cafajeste, porco e safado. Não são explícitas assim, mas é o que estão querendo dizer) etc. Então o cara simplesmente diz: "Ah! Tá legal então... Quer dizer que você também não gosta que um estranho te ligue em casa, de papo-furado, na hora em que você está relaxando, após um dia de trabalho?". Geralmente não há resposta. Fim de papo!
[Leia outros Comentários de Albarus Andreos]
1/10/2007
10h57min
Spam. Telemarketing é spam via telefone. Alguns países já têm uma legislação que condena essa atividade e mmuitos multam essas empresas. A gente devia pressionar o Congresso para que se vote uma lei assim. Aprendi a ser mal educada ao telefone com os atendentes de telemarketing. E jurei para mim mesma jamais comprar qualquer coisa que seja por telefone, nunca, never. Quando alguém me liga e pergunta por Sra Léa, desligo imediatamente. Não vale a pena perder mais tempo do que isso com essas ligações. Quando tenho que ligar para um desses SACs (Serviços de Aporrinhamento do Consumidor) pego sempre um número de protocolo para, se for o caso, ir ao Procom com todos esses números. O gerundismo é uma tristeza, é tudo ruim nessa área!
[Leia outros Comentários de Lea Freire]
1/10/2007
11h23min
Diogo, logo depois que li seu texto conheci um site (willmutt) muito engraçado de trotes com o telmarketing. Me senti vingada. Acho que vale a pena dar uma olhada. Abraços!
[Leia outros Comentários de Áurea Thomazi]
1/10/2007
15h43min
Diogo, dei muitas risadas com teu excelente texto. Tens "muita" razão quando escreves. Uma das maiores anomalias do mundo corporativo é fruto legítimo do casamento entre o despreparo dos operadores com o desrespeito das empresas frente ao consumidor. É de "chorar" a falta de ética, integridade, dignidade, respeito e muito além. Os que não morrem de ódio ou do coração tem como última opção levar na piada, como tudo neste nosso "mundinho doente". Pelo menos rindo nos mantemos "saudáveis" frente a tanta falta de discernimento. Adorei o caso D. Josefa. Parabéns pela maneira alegre de tua indignada expressão... Beijos!
[Leia outros Comentários de Maira Knop]
1/10/2007
15h54min
Nossa, que abordagem verdadeira! Só quem passou pela situação surrealista do engodo da TVA é que sabe dizer! Quando querem te vender atendem logo. Quando você quer resolver um problema ou cancelar a assinatura fica meses telefonando e o departamento responsável está sempre sem sistema. Passei por isso por longos quatros meses, mais de 30 ligações, mais de 10 protocolos e só consegui resolver com "pistolão". Eta Brasil! Até para defender os seus direitos tem que ter pistolão, neste país de administração do tempo do império!
[Leia outros Comentários de Silmara Avila]
2/10/2007
10h21min
Cheguei a receber alguns emails pouco amistosos por causa desse texto. Um deles disse que eu tenho que aprender a falar a palavra ALGUNS, porque, segundo ele, apenas ALGUNS serviços de telemarketing são assim. Será mesmo que ele está vivendo no mesmo mundo que nós? Reconheço que ALGUNS serviços de SAC até funcionam (muito poucos, na verdade). Agora telemarketing ativo, podemos dizer com segurança que TODOS são péssimos pois é "junk call" ou, como disse a Léa, SPAM. Gostei também do ótimo link (http://br.youtube.com/watch?v=9AS2t_-9DuM) enviado pela Maira. Abraços a todos.
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
2/10/2007
11h50min
Não resisti a comentar esse texto tão fidediganamente escrito! Excelente! Real! Bem escrito. Também não poderia deixar de citar um dos artifícios que uso: "aqui quem fala é a empregada dela, num entendo nada disso não, a patroa não me autorizou a dar o número do celular dela não e ela me põe na rua se souber que converso demias no telefone, té logo!!!". Valeu, abraços.
[Leia outros Comentários de Adriana Godoy ]
3/10/2007
13h29min
O texto foi muito bem ilustrado, Diogo, além de bem-humorado-raivosamente escrito. E que coisa chata que é telemarketing! Não dá mesmo pra ser educado, gentil, pois voltam a ligar tantas vezes quanto as que formos tolerantes com eles. Concordo totalmente com você que os serviços deveriam ser buscados, não oferecidos, mas já que descobriram que é preciso atrair, conquistar, convencer o cliente a não largar de forma alguma esse "osso", que isso não fosse feito a qualquer custo, sem nenhuma noção de limites. Não deveriam ser tão insistentes, aceitar logo se a pessoa diz não, e em hipótese alguma voltar a oferecer o serviço aos que já disseram não. O pior de tudo é ouvir a voz quase idêntica de outra pessoa tentando lhe vender o mesmo "peixe". Talvez o problema tenha sido do vendedor, que não soube fazer o trabalho direito pra conseguir atingir o propósito. Quem sabe sendo mais claro: "Queremos estar convencendo-o a nos permitir estar enviando..."
[Leia outros Comentários de Cristina Sampaio]
13/10/2007
02h17min
Pois é, trabalho com suporte técnico e recentemente a empresa em que trabalho sismou que precisamos ofertar na ligação. Notem: um suporte técnico à priore deveria apenas existir para resolver problemas, mas isto não interessa à empresa. Somos obrigados a ofertar, sob pena de advertência escrita, para cada ligação passiva de abordagem (cliente não reincidente ou "audívelmente" nervoso). Soma-se a isto que o "Call-Center" normalmente é terceirizado pois é óbvio que após o cliente adquirir o produto ele torna-se um estorvo se tiver problemas e quanto mais distante a empresa estiver melhor, isto sem contar que o salário é ridículo. Quanto à falta de cintura e à rigidez vocês podem culpar às empresas que engessam o atendimento da raiz até a copa tornando o atendimento robotizado a única opção. Sim, sou um teleoperador, mas concordo com o autor em tudo. Peço que me desculpem o pseudônimo, mas espero que entendam que não posso me expôr.
[Leia outros Comentários de Tetsuo Shima]
11/11/2007
15h56min
Tetsuo, no seu caso não há problema nenhum em usar pseudônimo. Seu relato é importantíssimo e precisa ser levado a sério. Mudando de assunto (mas nem tanto), leiam esta matéria da Veja, que discorre sobre a polêmica do gerundismo. Bem escrita, bem fundamentada, quase eloqüente, principalmente quando cita "Os Lusíadas" para defender o gerúndio em nossa língua. O que não foi lavado em conta é que problema não é o gerúndio em si e, sim, a forma em que ele é usado, ou seja, precedido do infinitivo (vou ESTAR fazendo). O texto questiona a tese (nada científica, confesso) de que o gerundismo surgiu no telemarketing. Mas se pararmos para pensar, qual foi a primeira vez que cada um de nós ouviu o famigerado "vou estar fazendo"? Sim, foi quando recebemos alguma ligação recheada de "vantagens e serviços".
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
28/3/2008
14h59min
Antes de se culpar o operador por um atendimento falho e robótico, vocês deveriam ler mais sobre atendimentos de call center, assim saberiam que todos são obrigados a seguir scripts rigorosamente, ou então são sujeitos a penalidades severas... Tudo bem que não se justifica os erros gramaticais, mas tratar mal e agredir verbalmente... não é a melhor solução. Critiquem as empresas que obrigam a essa robotização, e ao contato insistente, utilizando sistemas falhos, efetuando "recontato" com clientes que já não aceitaram o produto... Etc.
[Leia outros Comentários de Danilo]
4/4/2008
16h04min
Acho que todo brasileiro deveria ter uma experiência numa central de atendimrnto. É muito fácil falar. É fácil criticar, mas quero ver na hora em que você é cobrado, necessita do emprego e se torna alvo de agressões por parte dos clientes. Não digo que todos os operadores são santos, mas com certeza há uma falta de informação por parte da sociedade do tipo de "trabalho escravo e nocivo" que têm os operadores. Mas enfim... falar do outro sem saber o que este vivencia na pele é mole! Vocês não têm noção dos sofrimentos psíquicos que os operadores passam, e de como é crescente os adoecimentos desta classe trabalhadora. Eu sou prova disso. Não vou contar minha história com detalhes, só quero dizer que hoje eu tenho um problema neurológico por conta de uma patologia adquirida no trabalho. E o que vocês têm com isso? Nada, talvez, mas eu acredito que tenham muito, já que se cada um compreendesse a função e o que se passa nela, com certeza não julgariam tanto.
[Leia outros Comentários de Antonio Lima]
17/5/2008
18h21min
Caro Danilo, se você reler o texto, verá que fiz ressalvas sobre os operadores no segundo parágrafo. Todo mundo sabe que os operadores apenas reproduzem as políticas internas das empresas que representam. Seria muita ingenuidade achar que os operadores agem por conta própria. E veja também como responsabilizei as empresas no penúltimo parágrafo. Antonio Lima, você levou para o lado pessoal. Não fiz pré-julgamento de ninguém. Apenas, para que a crítica funcionasse, eu precisava ilustrá-la com exemplos genéricos (e mais comuns) nas ligações de telemarketing.
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
7/8/2008
01h02min
Sabe, sou uma operadora de telemarketing ativa de uma entidade filantrópica muito antiga, e posso te dizer que amo meu trabalho. Acho que quando trabalhamos com amor, tudo fica mais fácil. É claro que ouço barbaridades, desligam na minha cara, mas encaro isso numa boa, afinal de contas, o colaborador não me pede pra ligar. Nunca faltei com educação, mesmo sendo maltratada, porque sempre encontro pessoas boas, prontas pra ouvir e ajudar, pessoas que conhecem realmente nosso trabalho. Não sou uma vendedora, mas acredito que pedir ajuda não seja tão diferente de vendas, não, passamos pelos mesmos treinamentos, agora quanto a script, isto já vai do coração de cada um. Conheça e vista a camisa de sua empresa, que as palavras saem automaticamente.
[Leia outros Comentários de Kátia Gimenes]
25/3/2009
21h12min
O seu texto/reclamação é típico de um consumidor/cliente que se sente lesado ou na pior das hipóteses um perfeito palhaço quando entra em contato com alguma empresa para cancelar serviços, reclamar etc., mas apresenta ressalvas, e isso é importante. Tenho certeza de que você não desvaloriza o profissional que atua, mas sim as empresas, que possuem várias falhas, desde falta de treinamento adequado para estes colaboradores, até a valorização do seu consumidor/cliente etc. Eu já trabalhei em SAC (porém o setor que eu trabalhava era de e-mails, poucas vezes contatei um consumidor por telefone), e posso afirmar que não é fácil ler 100 e-mails de reclamações e mais reclamações por dia. Nunca li um e-mail que estivesse escrito palavras de baixo nível, mas o consumidor utiliza outras palavras para insultar. Com o tempo me acostumei com as reclamações e, quando lia um elogio, passava despercebido. Você fica tão acostumado a ler somente reclamações, que, ao receber um elogio não o valoriza.
[Leia outros Comentários de Ex-atendente de SAC]
12/2/2011
20h52min
É fácil falar, olhando só de um lado... Sou Supervisora de Telemarketing Ativo por opção, por gostar de gente e por querer mudar essa ideia de que todo o operador de telemarketing é um robô e que não são capazes de fazer o seu trabalho como deve ser feito. São milhares de trabalhadores em todo Brasil e mais de 80% são mulheres. São pessoas que trabalham sem parar por, no mínimo, 6 horas. Trabalham sob pressão de metas, na maioria das vezes. Mesmo assim, são obrigadas a serem simpáticas com pessoas infelizes e de mal com a vida, por exemplo. Essas pessoas são pais e mães de família, que consomem e que dão um duro danado para pagar suas contas no final do mês. Idiotas? Robôs? Só fala mal quem não conhece ou porque teve uma experiência ruim. Generalizar uma classe inteira?! Por favor, tenha mais informações a respeito. Assinado: Maria Lucia Machado (Supervisora de Telemarketing Ativo). Obs: Tenho muito orgulho do meu trabalho. Ah, eu e minha equipe não somos robôs e nem idiotas.
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