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Terça-feira, 21/10/2014
Eleições 2014: intrigas, infâmias, alucinações
Jardel Dias Cavalcanti
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Dilma com certeza vencerá as eleições. Infelizmente o PSDB escolheu um candidato fraco. Não faz mal para os rumos da democracia a renovação dos quadros do poder. No entanto, o que se apresenta como oposição é a velha guarda de uma estrutura de poder que resiste à democratização, à criação de projetos sociais emergenciais.

O debate entre os candidatos nos assusta. Não há projeto coerente e sério sendo discutido, pautado na realidade, para que o eleitor não seja enganado por falsas promessas de um paraíso vindouro inventado em nome da campanha eleitoral deste ou aquele candidato.

Como um ataca de cá, o outro acaba tendo de atacar de lá. O círculo dos ataques começa onde? Não dá para saber. Estamos dentro de um quadro surreal, onde duas bestas feras se atracam sem dó nem piedade num verdadeiro circo de horrores? Deveríamos estas discutindo um projeto de país, com vistas para no mínimo uns 50 anos de futuro, como tem sido o caso dos governos europeus e dos EUA. Dentro de uma crise internacional, os candidatos deveriam estar mostrando ao eleitorado suas propostas para que o Brasil não seja a próxima cabeça a rolar. No entanto, a acusação de um para o outro é a mola mestra do debate, causando nojo em quem tem pretensão de eleger seu candidato favorito.

Da privataria tucana ao mensalão do PSDB e do PT todo mundo sabe que a corrupção corre solta. De um lado e de outro nunca se roubou tanto dinheiro público, nunca se beneficiou tanto os setores privados com o dinheiro que vem do bolso do contribuinte. Não sejamos ingênuos. Entrou na política, nadou-se em dinheiro, roubou-se, manipulou-se, comprou-se consciências.

Um país com gente bem informada sobre o que se anda fazendo com nosso dinheiro já teria cortado a cabeça desses políticos em plena praça pública, para que sirvam de exemplo. Roubou dinheiro do povo, enriqueceu-se de forma ilícita através de traquinagens maquiavélicas usando dinheiro do contribuinte? Degola-se! Não, não teremos, no entanto, nossa Revolução Francesa.

As notícias sobre o mando e desmando com a coisa púbica são aterradoras. E, no entanto, ninguém se move, ninguém se organiza para se contrapor aos abusos. A culpa poderia, dessa forma, ser atribuída ao povo que parece anestesiado diante de tanta falcatrua política? Seria fácil condenar o povo. O que se passa não é para amadores. As circunstâncias em que a produção de informação existe é caso de polícia. Veja-se o caso da revista Veja. Veja-se o caso da Rede Globo, etc, etc. E o caso em que políticos são os donos das rádios, revistas e canais de TV? A mais barata forma de acesso à informação no Brasil é a TV. Nem professores, que deveriam também formar cidadãos críticos, politizados, têm dinheiro para comprar jornais. Estão mais perdidos que cego em tiroteio. Imagina o que uma TV faz na cabeça do cidadão brasileiro, com suas novelas ralas, com seus programas imbecilizadores nos fins de semana, com seus telejornais comprados pelo poder do capital.

Os candidatos nadam como peixes livres num oceano de gente mal formada para as questões da política. Política no sentido grego do termo, de agentes da cidade, responsáveis pelo próprio mundo que criam, pelos ideais democráticos que deveriam sustentar. Se fosse o contrário, os candidatos seriam rejeitados imediatamente por seus programinhas infantis de governo, suas rixas pessoais, sua irresponsabilidade com a coisa pública, seu histórico lamentável.

O Brasil mudou. Esperava-se mais com as propostas do governo do PT. Uma melhora radical na saúde, na educação, nas condições alimentares e de salário. No entanto, a situação econômica da classe pobre e média está bem mais interessante do que nos governos anteriores, de Sarney a FHC. Setores antes esquecidos da política agora ganham espaço: a questão dos negros no Brasil, a questão homossexual. Dos direitos individuais aos direitos sociais, estamos caminhando sem parar. Lenta caminhada, mas notável durante o governo do PT. Mas, como disse acima, é pouco para quem sonhava uma pequena revolução para este país. Mas no reino da política uma coisa é a fantasia, outra a realidade.

O candidato do PSDB aliou-se a pessoas que não são gratas para a atual luta política por direitos sociais - pastores reacionários e políticos com ficha para lá de suja. Aécio poderia ter se tornado um grande político brasileiro. Transitou nas esferas do poder desde jovem, com seu avô - do centro - Tancredo Neves. Perdeu a chance, não se intelectualizou, não se modernizou, representando o que há de pior na tradicional política de Minas Gerais, não escondendo seu machismo e grosseria no trato humano. No período da Ditadura Militar, não foi oposição ao poder dos generais. Ao contrário, surfou nas suas águas sujas com tranquilidade. Festeiro, dirigiu bêbado, bateu em namorada, construiu aeroporto para sua fazenda, foi caso de polícia a aparição de um helicóptero com 450 quilos de cocaína em sua propriedade. Tudo em sua vida é muito mal esclarecido para o eleitorado. José Serra se daria melhor como oposição à Dilma.

Dilma tem governado o Brasil de forma razoável, construindo uma social-democracia de inclusão. Os projetos do PT, embora lentos diante das demandas sociais mais imediatas como hospitais e escolas de qualidade, tem sido recebidos mundialmente como avanços democráticos para a sociedade brasileira, exemplo de intervenção saudável do Estado nos setores mais críticos da sociedade. Muito há que se colocar em pauta: aborto, salários dignos para médicos e professores da rede pública, taxação das imensas riquezas que poderiam viabilizar projetos sociais para áreas pobres do país.

Se a famosa frase que diz que temos que escolher "dos males o menor" for aplicada à atual circunstância eleitoral, não há dúvida que Dilma representa o menor mal. Retroceder à política dos donos do poder (quem detém o capital), com suas políticas antipopulares, seria retornar, usando uma metáfora, ao tempo da chibata, traduzida aqui em fome, desemprego, negação de direitos trabalhistas, concentração de renda na mão de uma minoria, mistura de valores religiosos com questões de Estado, manutenção do povo na ignorância negando-lhe educação de qualidade e acesso amplo à mesma, ausência de projeto cultural.

Trocar o poder é bom, mas trocá-lo por quem nunca se importou com o poder que emana do povo, seria o abismo.


Jardel Dias Cavalcanti
Londrina, 21/10/2014

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