2007 e os meus shows | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 2/7/2008
2007 e os meus shows
Rafael Fernandes
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Algo que não se pode reclamar no Brasil é da quantidade de bons shows (nacionais e internacionais) que estão sendo proporcionados há pelo menos 20 anos com constância ― ao menos nas grandes capitais. E ainda que os ingressos estejam cada vez mais caros, há boa diversidade de opções de preço e estilos. 2007, para mim, foi um grande ano para assistir música. Começou ótimo com o guitarrista Scott Henderson. Numa terça-feira de carnaval, num pequeno bar de Moema (bairro de São Paulo), ele mostrou sua qualidade e provou que a guitarra ainda tem muito a evoluir. Simpático, distribuiu autógrafos e conversas aos fãs no intervalo; sem frescuras, configurou sua guitarra e seu som sozinho, sem roadies. Foi uma cascata de fraseados sólidos, melodias e improvisos inteligentes. É dos grandes da guitarra mundial, ainda que pouco conhecido.


Steven Tyler no Morumbi, foto de Daigo Oliga, via flickr

Em abril, vi um cativante Aerosmith, numa noite em que me decepcionei com o Velvet Revolver, banda de abertura. Hoje parece que aquela apresentação meio morna já poderia estar afetada pelo desgaste entre os membros, que culminou na saída de Scott Weiland. Também percebi que cada vez menos tenho paciência para eventos grandes: é preciso escolher entre se espremer na frente, ou ficar atrás, com um som baixo, de má qualidade, enxergando pouco. Sem falar na precariedade da estrutura de um show desse porte. Isso porque o ingresso é caro...O Aerosmith combinou profissionalismo, tarimba e carisma, embora o repertório tenha privilegiado canções radiofônicas em detrimento de grandes rocks. Em junho, um momento único: duo de Luciana Souza e Romero Lubambo. Uma noite fora-de-série, num lugar confortável e de fácil acesso (teatro do Sesi, na Av. Paulista, na saída do metrô Trianon-Masp) e por assustadores três reais (inteira!). Ficou claro o porquê de Luciana Souza ser uma das melhores cantoras do mundo e Lubambo mostrou sua habilidade e criatividade. Já tocam juntos, eventualmente, há alguns anos, então têm intimidade musical invejável, dialogam com destreza, mudando o caminho das músicas quando desejam.


Luciana e Romero, em foto de Dani Gurgel, via flickr

No final de setembro, no auditório do Sesc Vila Mariana, vi o lançamento da 2ª edição do ótimo livro (que inclui DVD com documentário) Violões do Brasil. Um espetáculo bem montado e dinâmico, com exibição de trechos do DVD na arrumação do palco entre as apresentações. Mostraram seu talento o mineiro Gilvan de Oliveira; João Lyra e Maurício Carrilho (em duo); Paulo Porto Alegre; Guinga e Marcus Tardelli (também em duo); Badi Assad; o quarteto Maogani (Carlos Chaves, Maurício Marques, Paulo Aragão e Marcos Alves), e Zé Menezes, que arrancou risadas do público. Ele é uma figura, um senhor de 86 anos, lenda da música brasileira, que tocou com muita gente e fez trilhas sonoras ― como o tema do programa Os Trapalhões. Entrou no palco com bom humor e conquistou o público. Houve tempo ainda para outra dupla, Alessandro Penezzi e Zé Barbeiro, e um bis com todos esses músicos de volta ao palco.

Em agosto, vi a competência do Living Colour. A banda consegue como raríssimas outras unir suingue e peso; virtuose e canções marcantes. Todos os integrantes são fenomenais em suas funções. Corey Glover tem voz, carisma e presença de palco fantásticos; Vernon Reid alterna virtuosismo extremo, belos acordes e texturas sonoras; Doug Wimbish é baixista de som volumoso e poderoso; e o baterista Will Calhoun é sinônimo de groove, precisão e variações rítmicas. Não à toa a banda tem o nome que tem, pois o som é uma explosão de cores. Momentos prazerosos tive nos concertos Clássicos Personnalité, que ganhou texto meu e da Tais. Uma bem sacada junção de sessões eruditas e populares, mostrando que as fronteiras na música de qualidade só existem em nomenclaturas. Em outubro vi o show Universo Particular, de Marisa Monte, com belo e criativo cenário, incluindo "paredes" iluminadas que se movimentavam pelo palco. Apesar disso, a performance dela me pareceu fria, falsa, jogando para o público e teatral em demasia. Muita cena para pouca música. Faltou emoção e vibração.


Björk no Tim Festival. Foto de wikibjork, via flickr

No TIM Festival, tive oportunidade de assisitir uma das noites no Auditório Ibirapuera, a do dia 26, que contou com a dispensável Lisa Ekdahl; a força do jovem Eldar, numa performance potente; a técnica de violão de Sylvain Luc, infelizmente num show pouco inspirado; e um excelente e vivaz apresentação do quarteto de Stefano di Battista, que premiou quem conseguiu permanecer até o fim da noite. Fui ainda à Arena Anhembi, com estrutura horrorosa (faltou até água no bar, antes do término do festival) e vi um show bobo e clichê de Juliette and The Licks, outro ruim do The Killers (o público que ficou até às 4 da manhã gostou); um bom e consistente do Arctic Monkeys (apesar da música apenas média) e um show excelente de Björk. Sua postura no palco consegue combinar uma delicadeza, aparente ingenuidade até, com toques de agressividade. E vê-se que ela está lá pela música, não pela exposição. Muita gente não entendeu a apresentação, talvez por estar um pouco deslocada numa noite mais roqueira, ou apenas por ser diferente. A primeira metade foi num clima diferente do disco novo, Volta, que tem sonoridade mais robusta e suja em boa parte das músicas. Foi mais contemplativo. Teve espaço para Björk ora cantar apenas com teclado (que simulava um cravo), ora acompanhada só pela sessão de sopro. No final, vieram as músicas mais agitadas, como a conclusão de "Hyperballad", que, acompanhada de projeção de laser e chuva de papel picado, quase transformou o local numa rave, levando ao delírio até os distraídos ― e provando que muita gente estava ali mais pelo evento do que pela música.


Steve Vai no Bourbon, em foto de Charline Messa, via flickr

Em novembro, vi as caras, bocas e o carisma de Steve Vai, no Bourbon Street, numa performance de tirar o fôlego ― para quem gosta, óbvio. A banda é muito boa. O baterista Jeremy Colson tem pegada roqueira ― que faz jus ao seu visual de cabelo espetado e tatuagens. Na guitarra de 7 cordas veio o ótimo Dave Weiner, que acompanha Steve há anos. Na turnê brasileira, o baixo ficou a cargo de Philip Bynoe que deu um irresistível toque funkeado à banda, que também tem 2 violinistas que duelam entre si e dobram melodias da guitarra: Alex DePue e a belíssima Ann Marie Calhoun, que arrancou suspiros dos marmanjos do recinto. Vai tem excelente presença de palco e domina a platéia, interagindo com ela via caretas, bom humor e boa dose de atuação. Põe a guitarra no chão e toca com o pé, finge tocar com a língua, dança, brinca com fãs e músicos. No mesmo mês vi ainda um bom show dos Paralamas do Sucesso com os Titãs. E, para finalizar bem o ano, no começo da segunda quinzena de dezembro vi a feliz união musical de Chico Pinheiro e Anthony Wilson, divulgando o excelente disco Nova (que comentei aqui); distribuiram grandes solos, melodias e harmonias para um público atento no Sesc Pinheiros.


Rafael Fernandes
São Paulo, 2/7/2008

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