Digestivo nº 147 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
68515 visitas/dia
2,1 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Nouveau Monde
>>> Agosto começa com música boa e grandes atrações no Bar Brahma Granja Viana
>>> “Carvão”, novo espetáculo da Cia. Sansacroma, chega a Diadema
>>> 1º GatoFest traz para o Brasil o inédito ‘CatVideoFest’
>>> Movimento TUDO QUE AQUECE faz evento para arrecadar agasalhos no RJ
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Two roads diverged in a yellow wood
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
Colunistas
Últimos Posts
>>> As Sete Vidas de Ozzy Osbourne
>>> 100 anos de Flannery O'Connor
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> A arte contemporânea refém da insensatez
>>> O turista imobiliário
>>> O assassinato e outras histórias, de Anton Tchekhov
>>> Choque de realidade no cinema
>>> O silêncio e o segredo na Literatura
>>> A crise dos 28
>>> Cidades do Algarve
>>> E Foram Felizes Para Sempre
>>> Inesquecíveis aventuras
>>> Caiu na rede é theremin
Mais Recentes
>>> O Poço E O Pêndulo de Edgar Allan pela Editora Lafonte (2020)
>>> Gossamer de Lois Lowry pela Yearling (2006)
>>> Col. Professor Pasquale Explica- Concordância ( Verbal e Nominal ) Nº7 de Pasquale Cipro Neto pela Gold (2011)
>>> Venha Ver O Pôr-do-sol E Outros Contos de Lygia Fagundes Telles pela Ática (1995)
>>> Em Que Creem Os Que Não Creem? de Umberto Eco pela Record (2001)
>>> Mais Que Um Carpinteiro de Josh Mcdowell pela United Press (2012)
>>> Mundo Real Chamando de Shirley Souza pela Paulus (2012)
>>> Enclausurado de Ian Mcewan pela Companhia Das Letras (2016)
>>> Por Um Simples Pedaço De Cerâmica de Linda Sue Park pela Wmf Martins Fontes (2011)
>>> Dicionário Santillana Para Estudantes de Miguel Díaz pela Moderna (2014)
>>> Os Três Lobinhos E O Porco Mau de Eugene Trivizas pela Brinque-book (1996)
>>> Ióca Quer Usar Bobes de Feizi M. Milani pela Produtos Digitais Eireli (2021)
>>> Qual é a Sua Roupa? - Carretel de Stela Barbieri e Outro pela Sm (2024)
>>> Gira, Mexe, Requebra: a Dança das Abelhas de André Zamboni pela Sm (2024)
>>> Defenda-se!  Como Se Proteger De Ataques Energéticos de Getulio Gomes pela Vida E Consciencia (2015)
>>> Casamento Blindado de Renato Cardoso e Cristiane Cardoso pela Thomas Nelson (2012)
>>> Deixe Os Homens Aos Seus Pes - Make Every Man Wan de Marie Forleo pela Universo Dos Livros (2011)
>>> Viver Conscientemente de Djalma Argollo pela Amar-se (2013)
>>> Jesus, O Maior Psicólogo Que Já Existiu de Mark W. Baker pela Sextante (2005)
>>> O Milagre Da Manhã de Hal Elrod pela Best Seller (2019)
>>> A Psicologia Financeira de Morgan Housel pela Harpercollins (2023)
>>> Quem Pensa Enriquece de Napoleon Hill pela Fundamento (2009)
>>> O Milagre Da Manhã Para Se Tornar Um Milionário de Hal Elrod pela Best Seller (2019)
>>> O Dia Em Que Nate Entrou Para A História de Lincoln Peirce pela Editora Sextante (2011)
>>> Black Hat Python de Justin Seitz pela Novatec (2024)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 5/11/2003
Digestivo nº 147
Julio Daio Borges
+ de 3100 Acessos
+ 1 Comentário(s)




Além do Mais >>> Sendo Humano
Fukuyama ficou conhecido por proclamar “O fim da História” (livro homônimo, de 1989), a exemplo de Hegel, em 1806, que não via mais “nada de novo”, desde o estabelecimento dos princípios da Revolução Francesa (1789). Caíram do cavalo os dois. Mas vamos ao primeiro, que é quem, aqui, mais nos interessa. Francis Fukuyama teve de rever os seus conceitos ao notar (chamaram-lhe a atenção) que, se a Ciência não parava de avançar, como a História poderia ter estancado? Havia aí uma contradição. Então Fukuyama escreveu novo livro (retomando do ponto onde parou), que acaba de chegar ao Brasil pela Rocco: “Nosso futuro pós-humano” (2003). Conforme sugere o subtítulo, o professor de economia política da Johns Hopkins University explora os “avanços da biotecnologia” e suas conseqüências para a humanidade. Um livro, portanto, “interdisciplinar” (como hoje se proclama) e ambicioso. Tanto que não se sustenta. Tomando por base a lista de agradecimentos do autor, supõe-se que precisou de um pequeno exército para implementar suas pesquisas e abarcar o todo, como se propôs. Fukuyama começa bem, partindo de duas tenazes desafiadoras: “1984”, de George Orwell (que, para ele, não se concretizou) e “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley (que, com as novas drogas da “felicidade instantânea”, está mais próximo de se realizar). A discussão comportamental é empolgante, porque, efetivamente, com o emergir do “politicamente correto” estamos criando uma sociedade andrógina, e sem graça. Para tudo hoje, existe um atenuante; e, sem os “excessos”, a raça humana vai acabar entediada. Infelizmente, porém, Fukuyama embarca numa digressão interminável sobre os prós e os contras – num futuro distante –, embrenhando-se pela legislação e por longos tratados internacionais. O belo ensaio do início então se converte num calhamaço jurídico de pouca utilidade fora dos EUA. Segundo uma tendência atual, que exige do leitor uma espécie de pinça literária, a leitura se justifica até as primeiras 100 páginas (as outras 150 podem ser descartadas). [Comente esta Nota]
>>> Nosso futuro pós-humano - Francis Fukuyama - Rocco - 268 págs.
 



Literatura >>> Ruim isso
Oswald, embora continue incensado no altar dos sacrifícios do Modernismo brasileiro, não se libertou das dúvidas que pairam sobre sua obra. Muitos consideram que não escreveu romances de verdade, e que sua poesia, como colocou Manuel Bandeira, não passa de brincadeira sofisticada. Neste momento, podemos revisitá-lo, graças à reedição de “Pau Brasil” (1925), pela editora Globo, que dá o acabamento final às suas obras completas. Os poemas mesmo não tomam mais que “uma sentada” do tempo do leitor; agora, as notas de esclarecimento de Haroldo de Campos, na via oposta, consomem uma semana de meditação profunda. Afinal, Oswald foi o herói dos Concretos – o que lhe trouxe grande prejuízo com a ascensão destes, e a permanência forçada de uma “vanguarda” que já não era. Cinqüenta anos. Mais até. Os mesmos que se encerraram, só recentemente, com a morte de um dos Três (Haroldo, “once again”). O erro dos Modernistas (deixemos pra lá os Concretos), como todos sabemos, foi romper com toda e qualquer coisa antes deles. Um “ato de rebeldia” que gerou duas conseqüências. Primeira: na limpeza, varreu da sala até Machado de Assis (por exemplo). Segunda: no desejo de “libertar” a arte brasileira de seus excessos, partiram para uma simplificação quase infantil (vide os quadros de Tarsila), que não se sustentou, passados os “loucos anos” 20. De “Pau Brasil”, fica a sátira da nossa História (desde Caminha) e a prosa (sim, a prosa) que abriu caminho para a geração de 30 (Drummond et alii), enterrando de vez o beletrismo (ainda que isso redunde em certo “concretinismo” depois). Uma curiosidade, no volume, consegue ser ainda mais divertida que as “pilhérias” de Oswald: trata-se do comentário que Mário de Andrade escreveu a respeito do livro mas não publicou. Versa sobre a eterna inveja que pairava entre os dois. Como as dúvidas sobre o valor do “opus” oswaldiano, não se solucionou. [Comente esta Nota]
>>> Pau Brasil - Oswald de Andrade - Globo - 230 págs.
 



Música >>> A falta que você me faz
Não há dúvida de que quem abriu caminho para as guitarras distorcidas na música brasileira foi o selo Banguela (criado pelos Titãs), cujo maior expoente foi a banda brasiliense Raimundos. É possível, claro, identificar movimentos de música barulhenta “avant la lettre”, como o incipiente “punk rock” brasileiro e o “heavy metal” tupiniquim de repercussão internacional, que tiveram representantes como Sepultura e Ratos de Porão. Não sobrou muito dessa gente toda, que levantou muita poeira até meados dos anos 90, mas que se descuidou, e a massa desandou. Os Raimundos, que eram vistos como promessa por roqueiros ancestrais como Rita Lee, se desintegraram (o vocalista, inclusive, se tornou evangélico). Do Ratos de Porão, a televisão brasileira herdou um apresentador: o descabido João Gordo. E o Sepultura passou por disputas dinásticas (briga entre irmãos); e por mais que Andreas Kisser tenha circulado, o conjunto nunca mais se recuperou. Mas ainda sobraram “rebarbas” e alguns empresários continuaram apostando no filão. Rádios como a 89FM insistiram no viés e bombardearam seus ouvintes com grupos como Charlie Brown Jr. – que, por mais desafinado e “chorão” que seja, teve música reestilizada por Zeca Baleiro e, em 2003, se tornou o queridinho da MTV (intimidando talentos autênticos como Los Hermanos). Em resumo: essa “tradição” que se manteve, aos trancos e barrancos, no mínimo alfabetizou uma geração inteira de músicos, produtores e técnicos de som – que, desde os anos 60, nunca souberam (e hoje sabem) gravar rock’n’roll. A ponto de estreantes como o Killi, uma banda paulistana conduzida por uma garota, soar impecável – mesmo para padrões de conjuntos internacionais (que, como eles, seguem os passos dos Ramones). E o ciclo se fechou. Em meio a letras “naïf” (nem poderia ser diferente), o Killi recupera a honestidade perdida lá atrás. Será a aurora do “rock brasileiro” no século XXI? [Comente esta Nota]
>>> Contando os dias - Killi - F Records
 

>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO*** RECOMENDA
(CN - Conjunto Nacional; VL - Shopping Villa-Lobos)


>>> Noites de Autógrafo
* Cale-se - Caio Túlio Costa (2ª f., 18h30, VL)
* Ayrton Senna: O Eleito - Daniel Piza (2ª f., 19hrs., CN)
* O Canhoteiro - Renato Pompeu (2ª f., 19hrs., CN)
* Biblioteca Valor - Professores do Ibmec-SP (3ª f., 18h30, CN)
* Malu de bicicleta - Marcelo Rubens Paiva (4ª f., 18h30, CN)
* Capas de jornal - José Ferreira Junior (5ª f., 18h30, CN)

>>> Palestras
* Empreendedor Corporativo - Eduardo Bom Angelo, Fernanda Teixeira, Marco Aurélio Klein, Ricardo De Marchi, Victor Mirshawka Jr. e Bob Wolheim (5ª f., 19hrs., VL)

>>> Shows
* Bessie Smith - Traditional Jazz Band (6ª f., 20hrs., VL)
* Hoje Lembrando - Inezita Barroso (Sáb., 18hrs., VL)

** Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos: Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional: Av. Paulista, nº 2073

*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
1/11/2003
23h32min
A música brasileira hoje em dia é uma vergonha,tudo está voltado para a venda,as rádios nos entopem de lixo músical, é ridiculo, por isso que eu curto hard core "underground", quem faz esse tipo de som está pouco se lixando para vender ou não,fazem pq gostam. Killi é um exemplo: letras boas e não toca nas rádios. Já não basta a Tv com aquela porcariada toda. Tudo que é bom a mídia não nos oferece,nós temos que procurar sozinhos,a mídia é uma droga!!
[Leia outros Comentários de Amanda Aron]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Veia Bailarina
Ignácio de Loyola Brandão
Global
(1997)



Cadernos Ceap 6 Volumes Ler Descrição
Vários Autores
Petrobrás
(2006)



Morte no Teatro Dolphin
Ngaio Marsh
Edições MM
(1971)



Serões de Dona Benta
Monteiro Lobato
Brasiliense



Nossos Ossos
Marcelino Freire
Record
(2013)



Educação do Campo
Aracy Alves Martins/ Maria Isabel Antunes Rocha
Autêntica
(2009)



Livro Amazônia A Igreja Diante da Devastação Ambiental
Josep Iborra Plans
Ave Maria
(2007)



O Dono da Bola
Manuel Filho
Mundo Mirim
(2009)



Fine Wood Working Design Book Five 259 Photographs of The Best Work in Wood
Editors Of Fine Woodworking
Tauton Books
(1990)



The Hidden Dimensions Of Annual Reports: Sixty Years Of Conflict At General Motors (critical Accounting Theories)
Marilyn Kleinberg Neimark
Markus Wiener Publishers
(1995)
+ frete grátis





busca | avançada
68515 visitas/dia
2,1 milhões/mês