Digestivo nº 325 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
84380 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Documentário 'O Sal da Lagoa' estreia no Prime Box Brazil
>>> Mundo Suassuna viaja pelo sertão encantado do grande escritor brasileiro
>>> PEGADAS DA GÁVEA VAI MOVIMENTAR O BAIRRO DE 26 A 28 DE ABRIL
>>> Ole! Feira Flamenca completa 15 anos com programação especial em SP
>>> Desenhos de Bruno de Abreu sugerem memórias sem linearidade narrativa
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Big Bang
>>> 2013: mulheres escritoras e suas artes
>>> Les Misérables
>>> Do abraço genital ao abraço virtual
>>> E eu não gosto também de Tolstoi
>>> Steve Jobs (1955-2011)
>>> A favor do Brasil, contra a seleção!
>>> Um pequeno retângulo azul
>>> Sangue, Carne e Fritas
>>> Entrevista com Leandro Carvalho
Mais Recentes
>>> Livro Lírios da Paz de Luiz Sergio psicografado por Irene Pacheco Machado pela Recanto (1995)
>>> Livro O Vínculo Amoroso - A Trajetória da Vida Afetiva de Luiza Ricotta pela Iglu (1994)
>>> Livro 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado de Paz E Terra pela Paz E Terra (1997)
>>> No Tempo Do Feudalismo de Maria Jose Acedo Del Olmo pela Ática (2004)
>>> Pare De Se Sabotar E De A Volta Por Cima de Flip Fippen pela Sextante (2010)
>>> 3 Marias, 3 Bolos, 3 Meninos de Sueli Ferreira De Oliveira pela Cpb (2011)
>>> Manual De Esportes Do Cascão de Mauricio de Sousa pela Globo (2003)
>>> Almanaque Jedi - Guia Do Universo Star Wars Feito Por Fas Para Fas de Brian Moura, Henrique Granado pela Leya Brasil (2015)
>>> Amores Em Cena Numa Noite De Verão de Gerlis Zillgens pela Melhoramentos (2008)
>>> Diario De Uma Garota Nada Popular - Vol. 3,5 de Rachel Renee Russell pela Verus (2012)
>>> Almanaque Sitio - Futebol de Fulvio Giannella Junior pela Globo (2012)
>>> O Outro Lado Da Ilha - Serie Vaga-Lume de José Maviael Monteiro pela Atica (1987)
>>> Crônica De Um Amor Louco - Coleção L&pm Pocket 574 de Charles Bukowski pela L&pm (2009)
>>> A Literatura Portuguesa Através dos Textos de Massaud Moisés pela Cultrix (1987)
>>> Pinóquio As Avessas de Rubem Alves - Mauricio de Sousa pela Verus - Mauricio de Sousa (2010)
>>> O Livro De Ouro Do Universo de Ronaldo Rogerio De Freitas Mourao pela Nova Fronteira (2001)
>>> Tudo Sobre Canarios de Mauro Mello Mattos pela Ediouro (1987)
>>> A Revolução Tecnologica da Gramatizaçao de Sylvain Auraux pela Unicamp (1992)
>>> A Vida de Cristo Ilustrada por Gustave Doré de Gustave Doré - Prof E Olivio pela Expel (1966)
>>> Liturgia - Peregrinacao Ao Coracao Dos Misterio de Valeriano Santos Costa pela Paulinas (2009)
>>> Leonardo Da Vinci - O Códice Atlântico - vol 1 de Leonardo Da Vinci pela Folio (2008)
>>> Uma Ponte Para Terebin de Leticia Wierzchowski pela Record (2006)
>>> A Turma Da Rua Quinze de Marçal Aquino pela Ática (2015)
>>> Eclipse de Stephenie Meyer pela IntrÍnseca (2009)
>>> Murilo Rubiao de Murilo Rubiao pela Companhia De Bolso (2010)
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 20/4/2007
Digestivo nº 325
Julio Daio Borges
+ de 3200 Acessos
+ 2 Comentário(s)




Literatura >>> Contar tem um preço
Depois de quase se esterilizar como escritor, por causa da experiência suicida com o Teatro da Vertigem, Bernardo Carvalho retoma sua trajetória como romancista em O sol se põe em São Paulo. Apesar do título, e da capa (bonita) cinza, não se trata de denuncismo social (estilo “experimental” Geração 90); nem de pontos de vista dos marginalizados-“autores” (Ninguém é inocente em São Paulo e afins). Pobre São Paulo, como tema terminou associada, na literatura contemporânea, com o que há de pior no Brasil: as desigualdades, o caos social, os maus escritores. Pobre paulista, que tem de aturar tudo isso (e que ainda tem de se sentir “representado” por esses arrivistas). Bernardo Carvalho, um carioca, felizmente não caiu nessa armadilha. Seu livro, pelo contrário, talvez seja, até agora, a melhor tentativa em literatura de registrar as marcas da imigração japonesa, que produziu – em São Paulo – a maior colônia de japoneses fora do Japão. E mais difícil do que captar o clima da Paulicéia, e algumas vezes do interior de São Paulo, Carvalho mergulhou na tradição do romance japonês moderno para, justamente, reconstituir o ramo da história que começa, evidentemente, no Japão, para desembocar, aqui, entre nós. O livro termina sendo um belo teaser para autores como Tanizaki, que Bernardo Carvalho elogiou tanto, num dos lançamentos em São Paulo. Cheia de reviravoltas emocionantes, a história de mal-entendidos, que remonta à Segunda Guerra Mundial e até ao último imperador, revela que por trás da cordialidade e da contenção dos nossos imigrantes japoneses pode haver um histórico de paixões, desastres e, sim, resignação. Ainda em São Paulo, Carvalho se queixou de ter de responder, na época do vestibular, a questões sobre a Mongólia (título de seu romance anterior). Não deveria se espantar, portanto, se, a partir de agora, o procurarem para falar... do Japão. Afinal, em O sol se põe em São Paulo, um pouco da alma do País do Sol Nascente foi, efetivamente, retratada. [Comente esta Nota]
>>> O sol se põe em São Paulo
 



Música >>> Fênix
Pedro Mariano, no auge de sua carreira ao lado do pai (na época do CD Piano & Voz, ainda pela Trama), declarou sua admiração por Jorge Vercilo, que, segundo ele, vinha de uma carreira de mais de dez anos e estava então estourando. Descontando um exagero ou outro (a carreira, por exemplo, era de menos de dez anos), a aposta estava correta, num cenário em que estreava, justamente, “Maria Rita”, e a MPB vivia um vácuo também sem Marcos Sacramento. Vercilo foi criticado pela Veja como “cover” de Djavan, mas o próprio Djavan, via participação em faixa bônus, não se incomodou e até incentivou. Muitos hits, muitas telenovelas e minisséries depois, Vercilo chega a São Paulo, para lançamento do seu CD (e DVD) Ao Vivo, no Tom Brasil Nações Unidas, tendo batido Pedro Mariano, que hoje desponta para o anonimato, e tendo emplacado uma composição, em parceria com Ana Carolina (refeita dos ataques de Dori Caymmi), no elogiado CD Pirata, de Maria Bethânia. Tudo bem, difícil soar mal na boca de Bethânia no auge da maturidade, mas difícil, igualmente, negar que Vercilo vem se esforçando para fugir da antiga pecha de “genérico”, muito embora a beatlemania das fãs lhe permita atualmente mandar uma banana para o cânone musical do Brasil (leia-se: legado da MPB). Entre sério (momento “Luz do Sol”, de Caetano Veloso) e festeiro (“Que nem maré”, “Monalisa” e a nova “Vela de acender, vela de navegar”), Vercilo está ensaiado com uma banda afinadíssima e pode até escolher: quer continuar sendo um artista popular ou quer amadurecer numa outra vertente? Depois do fogo-fátuo de Chico César e Daniela Mercury nos anos 90, a batida MPB encontra uma nova chance de ressurreição, talvez a última, antes da aposentadoria dos Pais Fundadores. Vercilo caminha nessa direção? [Comente esta Nota]
>>> CD | DVD
 



Imprensa >>> Literária, colorida, sonante, tropical
Hoje, na imprensa-impressa, as entrevistas parecem todas iguais. Não têm nada do entrevistado, muito menos do entrevistador. Mas houve um tempo em que, nessa área, a imprensa-impressa dava das cartas. E publicava entrevistas de jovens de 23 anos como Maria Ignez Corrêa da Costa Barbosa. Gentíssima, o livro relançado pela Ateliê Editorial, quase quarenta anos depois, é a prova viva de que, tudo bem, o Rio de Janeiro era mais rico em personalidades, mas, também, o jornalismo era melhor porque arriscava mais. Maria Ignez entrevista praticamente o século XX, de Salvador Dalí a Juscelino Kubitschek, de Guimarães Rosa ao Barão de Itararé, de Nara Leão a Henry Moore. Admira que ela ainda esteja viva, para contar a história; e não admira que mereça a orelha dupla de Pedro Corrêa do Lago (seu primo mais novo) e Carlos Eduardo Lins da Silva. Da edição original de 1968, Gentíssima mantém o prefácio de João Cabral de Mello Neto e acrescenta, por exemplo, a entrevista com Érico Veríssimo. Maria Ignez continua escrevendo bem, depois de quase quatro décadas longe do jornal, e aborda a questão-chave, inescapável depois da leitura: se era tão brilhante, tão precoce e tão reconhecida, por que abandonou o ofício de todo? Maria Ignez, no auge da inteligência e dos 20 anos, dedicaria um exemplar a seu futuro marido na noite de autógrafos, e ele, diplomata como o pai dela, afastaria a intrépida entrevistadora do jornalismo e a levaria pelo mundo afora. Tão intrigantes quanto suas bem elaboradas perguntas é a indagação maior sobre o que Maria Ignez poderia ter sido e não foi. Gentíssima, felizmente, ressurge para inspirar toda uma nova geração digital. Que os vinte e poucos anos de Maria Ignez Corrêa da Costa Barbosa contaminem os vinte de bloggers e outros mais. [Comente esta Nota]
>>> Gentíssima
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/4/2007
09h54min
Carissimos: a entrevista tem que falar do entrevistado: do entrevistador carece apenas de ter competencia, conhecimento da obra do entrevistado, técnica para realizar uma entrevista e agora o espaço acabou....
[Leia outros Comentários de AnaLu Vasconcelos]
20/4/2007
11h37min
Interessante! Gostei do assunto. O que faz uma mulher como essa abandonar tão promissora carreira para seguir o marido?? O amor?? Bem, você faz parte desse grupo seleto de entrevistadores que são peculiares, originais e buscam de fato a essência do entrevistado, seja de suas obras ou de sua personalidade. Não desista também, por favor. Abraço. Dri
[Leia outros Comentários de Adriana]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Airgear oh great 04
Airgear oh great
Panini Comics



Irmandade Da Adaga Negra
J.r. Ward
Universo dos Livros
(2011)



Por um Pedaço de Terra - Coleção Sinal Aberto
Renato Tapajós
Ática
(2002)



Um Tigre na Minha Sopa
Kashmira Sheth
Roça Nova
(2021)



Açucar Amargo - Coleção Vaga Lume
Luiz Puntel
Ática
(2015)



Guia Politicamente Incorreto da América Latina
Leandro Narloch e Duda Teixeira
Leya
(2011)



O Pequeno Hipopótamo
Ciranda Cultural
Ciranda Cultural
(2010)



Uma Nova Chance Para Amar
Adeilson Salles
CEAC
(2005)



Abolição esperança de ontem promessa de hoje
Altamirando Carneiro
Panorama
(2000)



A Sabedoria de Gandhi
Richard Attenborough
Sextante
(2008)





busca | avançada
84380 visitas/dia
2,0 milhão/mês