Vagas? Talvez. Quem sabe? Depende de você também. | Jardel Dias Cavalcanti | Digestivo Cultural

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Segunda-feira, 21/4/2008
Vagas? Talvez. Quem sabe? Depende de você também.
Jardel Dias Cavalcanti
+ de 3200 Acessos
+ 4 Comentário(s)

Você acabou de se formar? Prepare-se, pois uma vida difícil é o que te espera. Quer encontrar um trabalho digno? Anime-se, tenha paciência, não se desespere tão rápido, reze para todos os santos, mesmo que você nem acredite neles, acenda velas de todas as cores e que seja uma para Deus e outra para o Diabo. Sem isso, você já estará derrotado de antemão.

Há dois tipos de formandos e o que cada um é, ou escolheu ser, vai determinar seu desempenho no difícil mercado de trabalho do mundo contemporâneo. Claro que há variáveis mínimas, mas elas não são determinantes.

O primeiro tipo, que vai se dar melhor na vida, é o que cumpriu suas tarefas da melhor maneira possível. Se especializou ao máximo, conhecendo uma ou mais línguas, tendo domínio sobre as tecnologias digitais atuais e que está seguro do que quer e de como conseguir se mover com um certo traquejo no universo de sua especialidade. Mesmo assim encontrará dificuldades, mas a culpa do fracasso, se houver, não será apenas sua, mas do mercado com suas variáveis inconstantes.

O tipo acima sempre teve uma visão razoável do futuro, do que precisaria para navegar em águas turbulentas, foi se formando e se informando ao mesmo tempo, reconhecendo as zonas de perigo e as veredas que melhor lhe serviriam. Para tanto, deu duro, estudou com seriedade, manteve-se atualizado, enfrentou intempéries com calma, sabendo que o futuro dependia do presente bem realizado. É um tipo raro que soube domar sua mente e seu corpo para torná-los dóceis à sua expectativa de realização profissional. Afinal, sabemos o quanto custa passar dias e noites estudando enquanto nossos amigos se deleitam pelas noites enchendo a mesa de cerveja e de papo-furado. Sendo felizes, enquanto na nossa labuta naufragamos na solidão e tristeza ou na ilusão de que estamos perdendo a vida. Tudo tem seu preço. Nossa inveja, depois recompensada, vai, inclusive, alimentar nosso desejo de sucesso. Será nossa revanche, num futuro próximo, pois os dias passam rápido para todos. Mate-se o presente em nome do futuro, franciscanamente, é claro. Mas nem tanto, pois somos humanos. E no pouco tempo que temos longe do trabalho, ainda gozamos de um razoável prazer, por pouco que seja.

Há o outro tipo de profissional, fadado ao desencanto e ao fracasso. Mesmo com velas acesas para todas as forças desconhecidas seus destino é problemático. Mal formado, mal informado, com precárias condições de visão de mundo e um corpo escaldado apenas no prazer do não fazer nada, ou apenas o mínimo, viverá seu fracasso de forma quase total. Desestressado enquanto se formava, aberto ao prazeres das facilidades, pouco dado à auto-repressão dos instintos, viveu ao sabor do vento, enganando a si mesmo e aos outros. Teve seu diploma, mas não teve o conhecimento necessário ao ofício. Pagou, mas não levou. As barreiras vão ser maiores para ele do que para o outro caso a que me referi anteriormente. No segundo caso, trata-se de um desqualificado, mesmo que diplomado, segundo a terminologia do mercado.

Em geral, se formou em uma universidade particular, onde se paga caro por um diploma e pela ilusão de uma possível carreira brilhante que o canudo traria, ou seja, uma garantia de um lugar no futuro (ao menos é isso que informam os cartazes destas universidades). Mera ilusão, salve-se as raras exceções. Incerto quanto ao movimento de sua especialização, quanto às saídas possíveis, viverá aos trancos e barrancos como um desesperado em busca de oportunidades raras e apenas acessíveis aos bem qualificados. Estará sempre um passo atrás.

Basta ver o resultado das provas da OAB, que comprovam o desastre que é ser um cidadão mal formado. O mesmo exame, se fosse aplicado à medicina, reprovaria mais da metade dos irresponsáveis diplomados que sacrificarão a vida de seus futuros pacientes. Diploma não é mais garantia de qualificação profissional. E num mundo altamente especializado, poucos estarão governando muitos da forma que bem entenderem.

O mercado não está para peixe e a competição chega a ser desumana em algumas circunstâncias. Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. O exército industrial de reserva continua como dado do capitalismo moderno. Achatando os salários e pressionando a concorrência a se especializar mais e mais, mesmo que isso ainda não garanta um futuro próspero, o mercado faz suas vítimas seqüencialmente. A peça A morte do caixeiro viajante já anunciava as regras desumanas das relações de trabalho no capitalismo e Tempos modernos de Charles Chaplin colocava a máquina engolindo o trabalhador como metáfora da alienação do trabalho. Utopias negativas para um futuro (no qual vivemos hoje) sombrio.

Há um inconveniente histórico para o inchaço do mercado de trabalho atualmente que vale a pena ser comentado. Antes, os homens disputavam o espaço apenas com outros homens. Com a revolução feminina, as mulheres saíram para as ruas, se especializando tanto quanto os homens e conquistando sua liberdade financeira e de lugar no mercado trabalho. Elas estão por toda parte, ocupando espaços antes apenas reservados apenas aos homens, como, para ficar apenas com um exemplo, na carreira militar.

Veja-se também as universidades, entupidas de belas moças estudiosas, enquanto os homens, no período em que deveriam estar estudando já estão metidos em sub-empregos que não os levarão a nada, apenas à subserviência a uma vida medíocre, pobre e infeliz.

Os termos do mundo do trabalho mudaram muito também. De uma sociedade industrial e fabril passamos para uma sociedade tecnológica e de prestação de serviços. Um fato novo, positivo, mas que ainda não tem sua medida acertada. Hoje você pode viver razoavelmente bem como micro-empresário de uma locadora de DVDs, por exemplo. Ou vendendo produtos naturais, ou sendo dono de um sex shop ou seja lá o que for. Mas ainda assim, você só se dará bem se entender das variações do mercado, de marketing empresarial etc. Se não, vai afundar em dívidas e será o próximo suicida do pedaço.

E nestes casos, dos novos micro-empresários, onde entra o sujeito que se especializou, fazendo de seus anos juvenis o tempo de estudos para uma carreira que era seu sonho? Fracassado no mercado de trabalho, sentindo-se um peixe fora d'água, procura soluções paliativas que vão ao desencontro de suas aptidões ou, sendo weberiano, de sua vocação. Longe da vocação, só há danação, eu adianto.

Sem sua vocação, lhe resta a sujeição a uma vida governada pela idéia apenas da necessidade da sobrevivência. Um pedaço de ser humano começa a existir, movido a calmantes, álcool ou destempero. Um mar de frustrações que na primeira briga de trânsito vai sacar seu revólver e resolver sua pendência com a vida em sociedade num gesto insano de violência.

Matar um leão a cada dia, parece ser o lema do mundo contemporâneo. Há que se escolher saídas melhores e quem quiser que escolha as piores. Cada qual deve assumir a responsabilidade de ser o que se é e de ter escolhido aquela e não esta vida. Mudar as coisas é pensar sobre elas e entendê-las em sua diversidade e riqueza. O mapa do mundo é maior do que pensamos e com tanta informação não se pode ter uma desculpa para dizer que nunca se viu o mapa.

Ressoa em minha mente agora a frase do psicanalista W. Reich: "A crise social na qual vivemos se deve basicamente a inabilidade das pessoas em governarem suas próprias vidas". É bom começar a pensar, se você ainda está a caminho do futuro.


Jardel Dias Cavalcanti
Campinas, 21/4/2008

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
21/4/2008
12h28min
Se para os que podem freqüentar uma faculdade - 2 ou 3 por cento da população - o mar não está pra peixe, o que dizer da maioria que nunca chegará ao ensino superior (e talvez nem ao secundário)? Só a necessidade de sobrevivência? Mas não é isto que 97% dos humanos têm feito desde que desceram das árvores - com ou sem vocação? A questão aqui não é louvor ao "pobre", criticar as "zelites", ou outros proselitismos oportunistas, mas uma possível constatação: sendo a sobrevivência a verdadeira aptidão dos humanos, o "viver a vida como ela é", esse tipo de resignação estóica, não seria uma sabedoria tão boa como qualquer outra aprendida na faculdade? Não é também matar um leão por dia? Se sucesso profissional (acumulação de riquezas e satisfação de vaidades) não são parâmetros suficientes para garantir uma "satisfação existêncial" (e concordo com isto), uma vida "de acordo consigo mesma" não seria uma boa leitura do mapa? Então, se em cima tá ruim, em baixo também está.
[Leia outros Comentários de Gildo Staquicini Jr.]
21/4/2008
21h17min
Faltou dizer que os pertencentes ao "segundo tipo" também podem se dar bem na vida com uma pequena ajuda de seus pais, tios e outros conhecidos que lhes arrumam empregos com base no velho Q.I. (quem indica). Infelizmente isso ainda ocorre aos montes no Brasil.
[Leia outros Comentários de Marcio Souza]
22/4/2008
11h53min
Bem, agora pense diferente: e se cada um dos universitários, ao sair da faculdade, formasse, com os colegas, a empresa que lhe(s) dará futuro, o que aconteceria? Mais riqueza para o país, sem dúvida. O Brasil está doente porque aqui não se incentiva o empreendedorismo, a iniciativa individual; estão todos procurando a maldita "segurança" do emprego público... E ainda hoje tentam nos convencer dos malefícios da "mais-valia". Se você, junto com seus colegas, abrisse(m) uma empresa, diretamente estaria(m) dando emprego para mais uns tantos, fora as negociações indiretas (clientes, fornecedores etc.). O Brasil precisa de jovens empreendedores, que não queiram se acomodar com o velho empreguinho público!
[Leia outros Comentários de Leonardo Valverde]
23/4/2008
10h20min
Realmente, esqueci de dizer que o "quem indica" é uma pequena tábua de salvação para alguns raros, pois os feudos se organizam para a proteção e segurança próprias, em todos os espaços. Se você tem o seu QI, guanhou na loteria.
[Leia outros Comentários de Jardel]
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