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COLUNAS
Sexta-feira,
27/11/2009
A bíblia do marketing digital
Adriana Baggio
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O e-mail marketing morreu. Hoje é impossível fazer negócios sem estar no Twitter. Se você não tem Facebook, já era. E como anda o seu blogue corporativo?
A gente vive encontrando vários tipos de conselhos sobre como utilizar a internet para os negócios. Na maioria, são um pouco catastróficos. São diversos os do's e os dont's que um gestor precisa aprender. Ok, aprender como, onde e com quem?
Uma alternativa é poder contar com um profissional especialista no assunto, dentro da sua própria equipe ou como prestador de serviços (uma agência de comunicação digital, um consultor etc.). Sua empresa é pequena e você não tem verba para isso? Sem problemas. Tente algum curso rápido, leia os blogues e sites que tratam dessas mídias e estratégias, conheça alguns cases.
Apesar da quantidade de informação disponível, encontrar, sistematizar e saber como aplicar as técnicas aos seus objetivos não é tão fácil assim. Fora isso, tem ainda outros fatores: o fator tempo ― ou você fica no balcão atendendo os clientes, ou fica fuçando no Twitter para descobrir como essa joça funciona, e o fator idade ― salvo exceções, quanto mais velho, mais difícil entender a lógica dessas ferramentas.
Fiquei pensando nisso quando li A bíblia do marketing digital ― Tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar (Novatec, 2009, 400 págs.), de Cláudio Torres. Talvez seja muito básico e didático para os experts no assunto, mas é perfeito para quem precisa colocar em prática agora alguma estratégia de mídia digital.
Digamos que o título seja um pouco pretensioso, mas o conceito de "bíblia" serve para ilustrar o que o livro entrega: uma exposição abrangente sobre marketing e publicidade na internet, desde o comportamento do consumidor em relação a este meio até um passo a passo sobre como utilizar blogues, Twitter, AdWords e marketing viral a serviço dos seus negócios.
Como eu disse, talvez não seja um conteúdo que vá fazer brilhar os olhos de quem é especialista nisso. Mesmo assim, aposto que existe muita gente que domina o vocabulário mas carece de fundamentação, de saber como as coisas são de verdade e de onde elas vêm. E aí este ou outros livros podem conferir sustância à superficialidade.
Outro público que pode (e deve) se interessar é o de estudantes. Fico pensando especificamente nos alunos dos cursos de Publicidade e Propaganda que, apesar de usarem as novas tecnologias desde as fraldas, não conseguem pensar um plano de mídia para o Trabalho de Conclusão de Curso que inclua de forma relevante as estratégias e mídias digitais. Para esses, um e-mail marketing é apenas um JPG do anúncio, marketing viral é postar um videozinho nonsense no YouTube.
Seja para o aluno em fase de TCC ou para o empresário que deseja orientações práticas sobre como utilizar as ferramentas de marketing e publicidade na internet, nada melhor que o conteúdo sistematizado do livro. A sistematização traduz ou "mastiga" alguns daqueles conhecimentos que estão na internet, mas que, para o público mais leigo, talvez fossem complicados de compreender e aplicar.
Quer um exemplo? No primeiro capítulo, "A internet e o consumidor", o autor descreve, com os devidos créditos, uma "abstração" sobre o comportamento do consumidor na web. Essa abstração nada mais é do que uma animação disponível no YouTube (veja aqui, legendado em português).
No vídeo, os moradores de uma cidade fictícia passam a produzir e vender o próprio sorvete, incluindo sabores muito exóticos e de pouca procura, mas que atendem a uma demanda antes ignorada pelo mercado. O princípio é: com a internet e a facilidade de produção de conteúdo, o papel do consumidor não é mais o mesmo. E nem o do produtor/vendedor. O que a abstração metaforiza, o livro explica.
Enquanto escrevo este texto, boa parte dos dados estatísticos que o livro apresenta já estão defasados. Mas não se deixe levar pela ansiedade em se manter permanentemente atualizado sobre esse tipo de informação. Os números mudam, os princípios não. Se mudam, o fazem mais lentamente. Nada que você não possa acompanhar da maneira tradicional: lendo, fazendo cursos, observando o mercado. As estatísticas a gente atualiza com as notícias rápidas. Os conteúdos mais consistentes, só com uma atenção mais profunda.
A propósito: o e-mail marketing não morreu, só precisa ser utilizado corretamente. Se você enviar um conteúdo relevante e bem apresentado por e-mail, seguindo as boas práticas, seus clientes vão querer receber.
O Twitter pode ajudar seus negócios, desde que você entenda e respeite a dinâmica da ferramenta e resista à tentação de usá-la para fazer monólogo, como muitas empresas têm feito (mesmo as grandes e famosas).
Se o seu produto/marca tem potencial para a agregação de consumidores em torno de uma comunidade, vale a pena tentar o Facebook.
Quanto ao blogue corporativo, só faça se você estiver com a reputação em ordem e se puder dedicar tempo para alimentá-lo e responder aos comentários dos leitores.
Qualquer dúvida, consulte a bíblia.
Para ir além



Adriana Baggio
Curitiba,
27/11/2009
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