|
COLUNAS
Quarta-feira,
6/4/2016
Nós o Povo
Marilia Mota Silva
+ de 4600 Acessos
Nunca tivemos voz ativa nos grandes acontecimentos de nossa história. Sempre fomos figurantes, assistindo de longe às cenas decisivas.
Não por alienação ou covardia. Em todo o Brasil, houve muitas revoltas pela independência, pelo direito, pela liberdade, mas todas foram vencidas pelo poder vigente, amparado por leis e instituições fabricadas em benefício próprio. E pelo monopólio da violência, que o Poder se arroga e com o qual se garante.
Sempre foi assim: lá em cima, as Autoridades, as Excelências, os muito ricos, a serviço uns dos outros.
Embaixo, sem voz e praticamente invisíveis, os zé-ninguéns, pequenos agricultores, comerciantes, trabalhadores, assalariados, os pagadores de impostos.
Hoje, com a tecnologia que tornou a informação mais acessível, muitos de nós começam a perceber que governos não existem para fazer mudanças efetivas em uma sociedade. Mudanças, concessões ocorrem apenas na medida necessária para manter as coisas como sempre foram.
Mudanças reais só são possíveis em momentos de crise e sob intensa pressão da sociedade. Como agora, quando estamos mergulhados nesse impasse, com os brasileiros divididos em facções e sem lideranças que inspirem confiança, capazes de unir o país.
Esse deveria ser o momento de nos unir para acabar com essa
República* Velhaca, na definição inspirada do professor Luiz Flávio Gomes
neste artigo.
Para isso não bastaria apenas apear do poder, constitucionalmente, a presidente e o vice. Esse seria apenas o primeiro passo. O segundo e mais importante seria a reforma desse sistema que encoraja a corrupção, que atrai picaretas, escroques e aproveitadores, quando deveria atrair cidadãos com um genuíno interesse em servir o povo e o país.
É o momento de exigir a Reforma Política, prometida por todos os governos, e sempre adiada. Só em situação de crise e sob vigilância da sociedade, esse congresso faria o trabalho necessário. Dessa vez com a participação efetiva da sociedade.
Há milhares de brasileiros pensando sobre isso, think tanks estabelecidos, e os que surgem espontaneamente nas redes sociais, portais e blogues. Certamente mais qualificados que a maioria dos que ocupam a Câmara e o Senado. A partir da Reforma Política, as outras reformas, também essenciais, serão possíveis.
Precisamos reconstruir os fundamentos desse sistema Estamos prontos para essa transição, para essa mudança cultural. Que o Brasil do século XXI esteja começando.
Marilia Mota Silva
Washington,
6/4/2016
Quem leu este, também leu esse(s):
01.
Meu Telefunken de Renato Alessandro dos Santos
02.
Redescobrir as palavras, reinventar a vivência de Duanne Ribeiro
03.
Duas distopias à brasileira de Carla Ceres
04.
Os sons do 22 de Patrícia Chmielewski
05.
O tempo de Arturo Pérez-Reverte de Celso A. Uequed Pitol
Mais Acessadas de Marilia Mota Silva
em 2016
01.
Nós o Povo - 6/4/2016
02.
Ah!... A Neve - 9/3/2016
03.
Eleições nos Estados Unidos - 10/8/2016
04.
Preparar Para o Impacto - 16/11/2016
05.
E Foram Felizes Para Sempre - 3/2/2016
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|
|