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Terça-feira, 12/12/2017
Blockchain Revolution, o livro - ou: blockchain(s)
Julio Daio Borges
+ de 6900 Acessos

Na minha pesquisa sobre Bitcoin, “Blockchain Revolution” - de Don e Alex Tapscott, pela editora do Senai-SP - foi o primeiro livro que encontrei, em português, traduzido no Brasil.

Apesar de caro, acabei comprando, no primeiro semestre deste ano. Muito por conta do índice, que parecia bem abrangente, e, também, pelos elogios, na contracapa, que faziam dele “o livro” sobre o assunto.

“Blockchain Revolution” prometia definir “blockchain” e justificar porque é “uma revolução”. Mas, principalmente, imaginar “aplicações” do blockchain nas mais diversas áreas: serviços financeiros; criação de empresas (modelos de negócio); internet das coisas (IoT); inclusão econômica; empreendedorismo; governo; democracia; até liderança.

E na contracapa - ou quarta capa - Marc Andreessen, cofundador da Netscape, encabeçava os elogios. Clay Christensen, autor de “The Innovator’s Dilemma”, na sequência, dizia que “se tornará um dos livros icônicos do nosso tempo”. Até Walter Isaacson, o biógrafo de Steve Jobs, quase no fim da lista, reforçava que o livro explicava por que o blockchain é “uma ideia revolucionária”. E, por último, Steve Wozniak, o cofundador da Apple, chamava o livro de “espetacular”.

Como eu tinha resenhado outro livro assinado por um Tapscott, sobre a Wikipedia, na década passada, na revista “GV-executivo”, eu sabia que os elogios não deviam corresponder “100%” ao livro. Mas já estava na minha mão, eu queria um livro sobre Bitcoin (e/ou assuntos correlatos) -, resolvi arriscar.

Não me arrependo de todo, mas, hoje, acho que o livro não vale o que custa (pelo menos, em reais). E não vale, sobretudo, o tempo para lê-lo inteiro. Na realidade, acredito que muito pouca gente, que começa, termina o livro (como eu terminei).

Em primeiro lugar, porque, na tentativa de ser muito abrangente, acaba sendo maçante. As aplicações do blockchain nos serviços financeiros, por exemplo, são óbvias - e já estão acontecendo... Mas não acho que uma empresa inteira possa ser administrada “via” blockchain - outro exemplo -, como o livro deixa sugerido...

Lógico que a ideia de “descentralizar” - como a rede peer-to-peer do Bitcoin - é interessante, e podemos - numa sessão de brainstorm - imaginar mil e uma aplicações. Mas será que tudo vai ser blockchain no futuro? Não acho. E eu queria aproveitar este texto para discutir o conceito de blockchain - em si -, e suas aplicações (para além do livro)...

Críticas

Em primeiro lugar, eu *não acho* que o blockchain, ou o Bitcoin, ou as criptomoedas, ou as ICOs, são a panaceia universal que estão vendendo.

O livro, por exemplo, fala em “resolver alguns dos maiores e mais complexos desafios econômicos e sociais” (pág. 56). Só que eu acho que nenhuma tecnologia, sozinha, resolve nada.

Resolver - o que quer que seja - depende das pessoas. E o sucesso do Bitcoin, a meu ver, não é o sucesso - apenas - da tecnologia. Mas, também, da ideologia “libertária” por trás (num momento pós-crise financeira, com a privacidade ameaçada e a política “tradicional” sem rumo - no mundo).

Sem contar o aspecto estritamente “social” da coisa. Satoshi Nakamoto, ou quem quer que ele seja, conseguiu lançar essa rede. E o engajamento, em torno dela, é crescente - há quase dez anos...

Por que tanta gente acha que “replicar” o blockchain, simplesmente, vai resolver o problema?

Ontem mesmo, assistindo a um vídeo, surgiu uma dúvida: blockchain *sem criptomoeda* funcionaria? Sem uma criptomoeda, qual seria o incentivo? Pelo que trabalhariam os “mineradores”?

Eis algumas das aplicações que o livro sugere: certidões de nascimento, de óbito e de casamento; títulos de propriedade e ações; certificados e diplomas; registros financeiros; registros médicos; resultados de eleições.

Me parecem muitos serviços que um governo prestaria. Mas se é para descentralizar, qual o sentido de um governo implementar tudo isso? E se não fosse um governo, qual o incentivo para *uma empresa* implementar tudo isso?

Às vezes me parece que muitas ideias para aplicação de blockchain sofrem do dilema da galinha e do ovo: precisa estar funcionando - como o Bitcoin - para haver incentivo... Mas quem vai começar isso? Um governo? Mas não era para ser descentralizado?

Ethereum

Uma coisa de que não posso reclamar, do livro, é que “Blockchain Revolution” me apresentou Vitalik Buterin e sua iniciativa, o Ethereum.

Pode parecer trivial agora falar do Ethereum - já que sua criptomoeda, o Ether, é a segunda em “market cap” (só atrás do Bitcoin)... Mas não era assim em 2016, quando o livro foi originalmente publicado (e nem no início de 2017, quando o editaram por aqui...).

E este reconhecimento eu devo aos Tapscotts (os autores do livro).

Feita a ressalva, prossigo na crítica:

O Ethereum é uma grande ideia, e alguém ia acabar tendo ela: se construir um blockchain, como o do Bitcoin, é todo um desafio de infraestrutura... Por que não criar logo uma rede - um “super” blockchain - que sirva de base para outros blockchains (outras criptomoedas e smart contracts)?

Apenas essa ideia já explicaria parte da valorização do Ether. O fato é que a maioria das ICOs tem como base... a plataforma do Ethereum.

Mas, se por um lado, o Ethereum é uma solução... Por outro lado, ele é um problema:

Se um blockchain, como o do Bitcoin, já é complicado em si, imagine um “super” blockchain... Lembrando que são mais de mil criptomoedas operando... (Agora, imagine boa parte delas “rodando” na plataforma do Ethereum...)

Se a infraestrutura de *uma* criptomoeda já é um desafio, imagine uma infraestrutura para (quase) todas as outras...

E já deu problema, claro - e a rede do Ethereum *já foi* afetada... Não por todas as outras criptomoedas (como poderia parecer) - mas, sim, por um simples joguinho, que “roda” no blockchain do Ethereum: CryptoKitties.

Conclusão

Por um momento, eu acreditei que “o blockchain”, essa quase entidade, poderia substituir toda a infraestrutura da internet...

Mas, hoje, eu olho e penso: “Será mesmo?”

Até que ponto vale implementar um novo blockchain, além dos que já existem (e até que ponto *não vale*)?

Foi o autor de “The Bitcoin Standard” - num podcast - que me fez, pela primeira vez, duvidar dos “poderes” do blockchain:

Imagine, no caso do Bitcoin, todo e qualquer computador - como um nó - armazenando as transações da rede toda? Agora, imagine que o Bitcoin fosse o “meio de pagamento” que prevalecesse, no mundo inteiro? Faria sentido que todo e qualquer computador mantivesse os registros de todas as transações (de todo o planeta)?

É quase utópico imaginar que toda a internet vai ser refeita - à imagem e semelhança do blockchain (do Bitcoin)...

E que teremos um “novo” Facebook (do blockchain), uma “nova” Amazon (idem), uma “nova” Apple, um “novo” Google...

Sem intermediários, 100% peer-to-peer, sem custos - e em tempo real...!

Depois de tudo o que custou - para construir a internet, nestes mais de 20 anos -, alguém acredita mesmo nisso? ;-)

Nota do Autor
Este texto continua "Bitcoin, smart contracts, blockchain, cryptoassets".


Julio Daio Borges
São Paulo, 12/12/2017

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