Crônicas de solidão urbana | Guilherme Conte | Digestivo Cultural

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Quinta-feira, 30/6/2005
Crônicas de solidão urbana
Guilherme Conte
+ de 9300 Acessos
+ 3 Comentário(s)

Histórias em quadrinhos sempre foram marginalizadas. Por mais que grandes nomes como Robert Crumb não devam nada a muitos pintores e artistas plásticos por aí, o termo "quadrinista" ainda carrega um conteúdo depreciativo. A torcida é para que a excelente montagem de Avenida Dropsie, pela Sutil Companhia de Teatro, ajude a mudar um pouco esse quadro. Com direção do sempre criativo e competente Felipe Hirsch, a Sutil leva ao palco uma seleção de histórias (graphic novels) do norte-americano Will Eisner, tido como o pai dos quadrinhos, morto no último dia 3 de janeiro.

Eisner ficou famoso - e conquistou uma legião de fãs fiéis - como o criador de The Spirit, longevo HQ para adultos, sobre um detetive sem super-poderes ou complicadas engenhocas. Mas as histórias de Dropsie são de natureza diversa. Elas bebem da fonte de outras novels de Eisner, como Life force e Eisenshpritz. Mostram o cotidiano da Nova York de sua infância, no Brooklyn. Imigrantes judeus, soturnos músicos de jazz de calçada, vagabundos, donas de casa e todos os tipos de bêbados e vadios. O cenário e figurino impecáveis, aliados a uma produção inventiva (com uma impagável cena de chuva), nos transportam por vezes às cenas tais quais desenhadas por Eisner. Impressiona. Não menos criativa é a trilha sonora, que vai de música folclórica grega a Ramones, mas principalmente recheada com big bands da década de 1930, muito ao gosto dos filmes de Woody Allen. Grandes trilhas, aliás, são uma das marcas da Sutil, notabilizada em premiados espetáculos como A Vida é Cheia de Som e Fúria (2000) e Temporada de Gripe (2003).

Montagens inquietantes de peças fora da pauta do dia são uma constante dessa companhia curitibana fundada em 1993 pelo diretor Hirsch e pelo ator (e por vezes assistente de direção) Guilherme Weber, um dos melhores em cena. O elenco é afinado e realmente parece ter pulado dos desenhos de Eisner. Ora provocando risos, ora grandes silêncios na platéia, mostra um pequeno microcosmo de uma Nova York cáustica, por vezes sombria, engatinhando para sair da crise de 29. Reconhecemos pessoas comuns, que também poderiam ter vindo das páginas de E.B. White ou Gay Talese. É Nova York, mas poderia ser São Paulo ou qualquer outra grande cidade. A solidão da vida na metrópole. Pessoas enganando a fome, matando o tempo. Uma peça que faz rir, mas um riso nervoso. Afinal de contas, não é agradável se reconhecer no palco.

Para ir além
Avenida Dropsie - Teatro Popular do Sesi - Avenida Paulista, 1313 - Quinta (20h) e domingo, 19h, grátis - ingressos retirados com uma hora de antecedência [a dica nesses dias é chegar bem antes; filas enormes são comuns]. Sexta (21h) e sábado (20h), R$ 15,00. Até 28/08.
www.sutilcompanhia.com.br

Retrato visceral

Ei, você que está lendo isso aqui, mexa-se! Corra até alguma unidade do SESC para garantir seu ingresso. Há pouco tempo. Louise Bourgeois: faço, desfaço, refaço, da atriz paranaense Denise Stoklos, só fica em cartaz até o dia 3 de julho. E é imperdível.

A peça é baseada na vida da artista plástica francesa Louise Bourgeois. O texto, o cenário e a música também são de Louise, hoje com 94 anos. A concepção foi feita em conjunto pela dupla. E a parceria deu muito certo.

O perfil de Louise vai se construindo a partir de pensamentos, sentimentos, fluxos de consciência e escritos. Denise entrou de corpo e alma no papel. Sua interpretação transparece autenticidade durante todo o espetáculo, não há um segundo sequer de vacilação. Ela deixa mostrar toda a admiração e a obsessão que tem pela artista.

A vida de Louise, de fato, é muito interessante. Após largar o curso de Matemática da Sorbonne, em Paris, ela mergulha no cenário artístico da cidade e passa a freqüentar ateliês de diversos artistas. Queria ser pintora, contra a vontade do pai. Num desses ateliês, o de ninguém menos que o pintor Fernand Léger, achou sua vocação para a área que lhe trouxe a fama: a escultura.

Em 1938 muda-se, recém-casada com o historiador da arte Robert Goldwater, para os Estados Unidos, onde mora até hoje (atualmente em Nova York).

Ligada notadamente ao expressionismo abstrato, manteve intenso contato com artistas como Marcel Duchamp, Joan Miró e Le Corbusier. Sua obra é relevante; uma de suas esculturas mais famosas, "Spider", uma gigantesca aranha de bronze com mais de três metros de altura, está em exposição permanente no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, no Parque do Ibirapuera.

Além de excelente atriz e diretora, Denise briga também em outro campo: o teórico. Já tem sete livros publicados, entre peças, poesia, romance e textos sobre teatro, entre os quais o principal é Teatro Essencial, de 1993. Denise pensa um teatro engajado, agente de mudanças. Isso fica muito claro em suas atuações, sempre apaixonadas e vibrantes.

Se você nunca viu Denise e seus cabelos desgrenhados no palco, prepare-se para algo novo em sua vida. Goste ou não de seu teatro, muito particular, não há como não se impressionar com sua energia e extrema força em cena. O palco parece pequeno - ela preenche cada espaço, seu vozeirão ecoa em todos os cantos da sala. É de uma expressão comovente.

Para ir além
Louise Bourgeois: faço, desfaço, refaço - Sesc Belenzinho (teatro) - Av. Álvaro Ramos, 915 - Sexta a domingo, 21h, R$ 10 a 20. Até 03/07.
www.denisestoklos.com.br


Guilherme Conte
São Paulo, 30/6/2005

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
1/7/2005
08h36min
Viu? Não falei? E você querendo fazer propaganda e marketing...
[Leia outros Comentários de Ciça]
12/7/2005
03h28min
do texto podemos tirar varias conclusoes, dependendo do nosso interesse e da paixao pelo que lemos: excelente e fascinante o empenho dos profissionais.
[Leia outros Comentários de gilberto correia]
13/7/2005
13h19min
Grande Guilherme, parabéns pela excelente estréia no "Digestivo".
[Leia outros Comentários de André Cintra]
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