Do Paraná à Paraíba | Adriana Baggio | Digestivo Cultural

busca | avançada
80371 visitas/dia
2,4 milhões/mês
Mais Recentes
>>> João do Rio e Chiquinha Gonzaga brilham no Rio durante a Belle Époque
>>> Espelhos D'Água de Vera Reichert na CAIXA Cultural São Paulo
>>> Audiovisual em alta: inscrições para curso de Roteiro de Curta-metragem do Senac EAD estão abertas
>>> Espaço8 aberto no feriado 1º de Maio com duas exposições
>>> Bela Vista Cultural | 'Saúde, Alimento & Cultura'
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> The Piper's Call de David Gilmour (2024)
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
Últimos Posts
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Poesia, no tapa
>>> O sebo ideal
>>> Nada te turbe, de Susana Pérez-Alonso
>>> Eu + Você = ?
>>> A implicância de Machado com O Primo Basílio
>>> Klaatu barada nikto!
>>> O Presépio e o Artesanato Figureiro de Taubaté
>>> A cidade ilhada, de Milton Hatoum
>>> Terapia reloaded
>>> Regras da Morte
Mais Recentes
>>> Guia de Armas - Rpg de Marcelo Del Debbio pela Camarilla
>>> Paranóia de Greg Costikyan pela Devir (1995)
>>> Faeries - A Sourcebook for Ars Magica 4th Edition de John Shead - Sarah Link pela Wizards of The Coast (1995)
>>> Batman - O Que Aconteceu Ao Cavaleiro Das Trevas? de Neil Gaiman - Andy Kubert pela Panini (2013)
>>> Herança Sombria de Alexandre C. de J. Nolêto pela Halley (2022)
>>> Homens e Caranguejos de Josué de Castro pela Bertrand Brasil
>>> A Utopia Urbana - um estudo de antropologia social de Gilberto Velho pela Zahar
>>> Leão e gazela na cidade perdida de Diana Guenzburger pela Scortecci (2021)
>>> O Cão dos Baskervilles de Arthur Conan Doyle pela Martin Claret
>>> Chama Negra - Os Imortais 4 de Alyson Noël pela Intrinseca (2011)
>>> Magia Explosiva de Ilona Andrews pela Universo dos Livros (2017)
>>> Porque Lulu Bergantim Não Atravessou O Rubicon de José Cândido De Carvalho pela Rocco
>>> Colecionador de Lagrimas - Holocausto Nunca Mais de Augusto Cury pela Planeta (2012)
>>> Lista De Schindler - A Verdadeira Historia de Mietek Pemper pela Geração (2009)
>>> A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón pela Suma De Letras (2007)
>>> Os Grandes Contos Populares do Mundo de Flavio Moreira da Costa ( Org. ) pela Ediouro
>>> Livro Vencer O Câncer De Próstata: Evitar Tratar Curar de Fernando Cotait Maluf pela Dendrix (2014)
>>> Caixa de Pássaros - Não Abra os Olhos de Josh Malerman pela Intrínseca (2014)
>>> Livo Ética E Competência volume 7 de Terezinha Azeredo Rios pela Cortez (2011)
>>> E Viveram Felizes Para Sempre - Os Bridgertons 9 de Julia Quinn pela Arqueiro (2016)
>>> A Garota Que Eu Quero de Markus Zusak pela Intrinseca (2013)
>>> Amor e Amizade de Jane Austen pela Gutenberg (2016)
>>> Escolhida - The House of Night 3 de P. C. Cast - Kristin Cast pela Novo Século (2009)
>>> Livro O Poço Dos Desejos : 300 Modos tradicionais de Formular Desejos ou Fazer Pedidos de Patricia Telesco pela Pensamento (1999)
>>> O Sucesso Está No Equilíbrio de Robert Wong pela Campus (2006)
COLUNAS >>> Especial Viagem

Quinta-feira, 12/7/2001
Do Paraná à Paraíba
Adriana Baggio
+ de 6600 Acessos
+ 2 Comentário(s)

Por motivos pessoais, eu, que morei em Curitiba a vida toda, tive que considerar a possibilidade de mudar para João Pessoa, na Paraíba. Depois de meses de relutância e muita pesquisa na internet, aceitei o desafio. Mas com uma condição: a viagem deveria ser feita de carro. Por que? Porque odeio avião, e porque como a viagem era um rito de passagem, gostaria que essa passagem tivesse algo de concreto.

Encerrei todos os meus compromissos em Curitiba. Deixei o emprego, me despedi dos amigos, cortei o cordão umbilical com a família, mudei o endereço da fatura do cartão de crédito. Enviei a mudança por caminhão e deixei apenas algumas coisas mais preciosas e necessárias para levar no carro, entre elas uma gloxínia (é uma planta com flores cor de vinho, que parecem de veludo). Quis trazer a planta porque foi a primeira que sobreviveu nas minhas mãos, e parecia feliz. Acho também que ela representava o elo entre a vida que eu tinha e a que eu iria ter.

Assim, eu e meu namorado enchemos um Palio com bagagem e a gloxínia. Saímos de Curitiba às 8 da manhã do dia 26 de dezembro. Nosso plano era viajar somente de dia, passando 5 dias inteiros na estrada. Tínhamos reserva em pousadas de Barra Mansa (RJ), Guarapari (ES), Ilhéus (BA) e Aracaju (SE). O trajeto diário variava de 600 km a 800 km, para completar o total de mais de 3.000 km até João Pessoa.

Pegamos a BR 116 rumo a São Paulo. Nosso primeiro desafio era passar por ela para pegar a Dutra. Conseguimos fazer isso em 1 hora. Não erramos o caminho e nem fomos assaltados. Para os provincianos de Curitiba, São Paulo é um bicho papão!

Fiquei impressionada com a Dutra. Ótima pista, ótima sinalização. Talvez por isso a velocidade espantosa dos carros e caminhões. Foi o trecho mais estressante da viagem, devido à agressividade do tráfego. Todos têm pressa no trecho rodoviário de maior PIB do país. Foi um alívio chegar a Barra Mansa, uns cento e poucos quilômetros antes do Rio. Ficamos hospedados em um hotel instalado na casa onde o Marechal Floriano morreu. Gosto destas referências históricas, e de estar em contato com coisas muito velhas. A recepcionista disse que os azulejos do banheiro do nosso quarto eram originais, mas não sei não.

No dia seguinte seguimos para Guarapari, a próxima parada. Até o Rio a viagem é bacana. O Rio é muito lindo, passar sobre a Rio-Niterói é emocionante. Da ponte, vimos um navio de cruzeiro, que encontraríamos outras vezes na viagem. Depois da entrada para Búzios, a estrada fica tremendamente chata. A paisagem é tediosa, alguns morros baixos e carecas e plantações de laranja. No norte do estado, perto do Espírito Santo, a vegetação começa a mudar. Os morros são maiores, as árvores mais densas. Paramos em um posto em Campos dos Goitacazes, junto com vários ônibus que estavam indo para o Sul ou para o Nordeste. Deve ser uma viagem do cão. Dois, três dias, sentados o tempo inteiro dentro do ônibus, tomando banho em postos como aquele, que até não era ruim.

Finalizamos o segundo dia de viagem na Praia de Meaípe, em Guarapari. Fiquei frustrada. O mar estava escuro, revolto. A cidade é apertada, mal cuidada. Tinha uma imagem mais romântica de Guarapari. Por outro lado, nossa pousada era ótima. Ficava junto à Lagoa da Mata, e tinha uma vista maravilhosa. À noite comi uma das melhores sobremesas da minha vida: uma torta de coco indescritível, que fechou com chave de ouro o jantar de moqueca capixaba.

No terceiro dia fomos até Ilhéus. De Guarapari a Vitória a estrada é ótima, uma rota de turismo. Ficamos encantados com Vitória. Era minha vez na direção, e talvez por estar entretida com a cidade, não percebi quando entramos na ponte que passa sobre o mar e leva ao outro lado. Não consegui curtir a beleza da vista pelo medo da ponte, com um vão altíssimo e abrupto! Não bastasse isso, a ponte é em curva e venta prá caramba! Foi um alívio quando acabou! Desespero a parte, adorei Vitória, e tempos depois, quando fiquei sabendo que é uma das capitais de maior índice de violência do país, não pude acreditar.

Atravessar a divisa do Espírito Santo com a Bahia foi significativo. A Bahia é mítica, é o começo do Nordeste. Estar na Bahia já era estar longe, muito longe de casa. Saímos da BR 101 e pegamos uma estrada litorânea para Ilhéus. Chegamos à noite na pousada, que por sinal era um charme. Instalada em uma casa da década de 60, 70, ainda mantinha o clima da época. O banheiro do quarto tinha azulejos muito coloridos, psicodélicos. A sala era ampla, tinha até um barzinho e dava para uma piscina. Muitas festas devem ter sido realizadas ali. E para completar, no cesto de revistas, números antigos de Cruzeiro. Foi uma viagem no tempo!

No dia seguinte, ainda tínhamos mais Bahia para percorrer. Um só estado, 900 km. Aliás, a Bahia foi o lugar com o pior trecho da BR 101, a ponto de termos que parar o carro no meio da estrada para decidir qual o buraco menos fundo para passar. É uma rodovia perigosa, cheia de curvas que acabam em pontes, sobe morro, desce morro. Para desviar da 101, entramos em Salvador de balsa, que pegamos em Itaparica. Esse passeio é ótimo, mas foi difícil achar a saída da cidade. Para compensar, a estrada para Aracaju, Linha Verde, estava em boas condições. À margem da estrada ficam os resorts. Ali é o lugar para quem gosta deste tipo de hotel. O que tem de resort falta em posto de gasolina. Ou seja, o xixi teve que esperar...

Com minha mania de pegar atalhos, entramos em Aracaju por São Cristóvão, uma cidade próxima, velhíssima, antiga capital de Sergipe. Na estradinha escura que leva à cidade grande fomos parados pela polícia. Ainda bem que não pediram "cafezinho". Em Aracaju ficamos na Praia de Atalaia. Muitos bares na orla, um atrás do outro. A gente já estava tão cansado da viagem que nem aproveitou. Na verdade, queríamos alguma coisa tipo Mc Donald's, para comer e ir dormir.

Começamos o que deveria ter sido o último dia de viagem. De Aracaju a João Pessoa são 600 km. Poderíamos viajar com relativa calma e chegar com luz do dia em nosso destino. Mas, descobri outro atalho! Na divisa de Sergipe com Alagoas é possível sair da BR 101 e pegar uma estrada litorânea. Para isso precisaríamos atravessar o Rio são Francisco de balsa. Fiquei entusiasmadíssima com a possibilidade! Tinha estudado sobre o São Chico na escola, e me parecia uma coisa tão distante! Agora eu estava ali, pertinho dele. A parte ruim foi que levamos quase 2 horas para conseguir embarcar na balsa. Estava calor, estávamos cansados, e nossa situação só não era pior do que a das galinhas presas no caminhão que também queria atravessar. Resultado: atrasamos nosso roteiro, e precisamos dormir em Maceió para não pegar estrada à noite. Comemos um crepe, e um estrangeiro que estava na creperia me chamou atenção. Mais tarde, já em João Pessoa, encontrei-o novamente. Fico intrigada com as coincidências. Em Maceió também vimos o mesmo navio cruzeiro que tínhamos visto no Rio e em Salvador.

Chegamos em João Pessoa 1 da tarde do dia 31 de dezembro. Ainda tínhamos que comprar alguma coisa para o Réveillon. O que eu mais desejei na virada para o ano 2001 foi uma cama. Vimos os fogos de artifício da praia de Cabo Branco, e meia-noite-e-um me senti desobrigada de continuar comemorando. Voltei para casa dormindo, e acordei às 5 da manhã. No hotel ao lado do nosso prédio acontecia um baile de Ano Novo. Amanhecia, e a orquestra tocava o Bolero de Ravel (um dos programas turísticos mais famosos de João Pessoa é assistir o por do sol na Praia do Jacaré, às margens do Rio Paraíba, ouvindo o Bolero de Ravel). Levantei e fiquei ouvindo a música e vendo as pessoas dançando e o sol nascendo. Foi minha maneira de comemorar o ano 2001. Depois, voltei para cama e continuei meu primeiro sono em solo paraibano.

P.S.: A gloxínia ficou traumatizada com a viagem. Apesar de deixarmos ela ao ar livre toda noite durante os pousos, o calor e o vento dentro do carro maltrataram muito a planta. Ela passou um mês meio amarelada, com as folhas queimadas. Depois, se recuperou e floresceu como nunca tinha florescido em Curitiba. Já estava na época de ela perder as folhas e flores para "hibernar", mas até agora não aconteceu. Não sei se ela gosta do calor, ou o relógio biológico dela está "enganado", mas toda vez que acho que ela vai secar, nasce uma nova flor com sua cor de vinho e textura de veludo.

Estatísticas

Quilômetros percorridos: 3.648
Geografia: 9 estados, 3 regiões
Gasolina: 293 litros

Refeição principal: misto quente
Pneu furado: nenhum
Propina para polícia: nenhuma

Acidente: nenhum, graças a Deus (um caminhão quase caiu de uma ponte na nossa frente, e uma S10 quase nos jogou para fora da rua em Aracaju)

Se você for fazer uma viagem como essa

- leve uma bolsa térmica com água e alguma comida;

- misto quente quase sempre é garantido;

- o Guia 4 Rodas é ótimo. Todas as pousadas que reservamos eram decentes. O mapa é fiel e dá boas dicas das estradas;

- deixe o filtro solar à mão, e não esqueça de passá-lo no dorso do pé. Eu tenho a marca da tira da sandália até hoje;

- coloque o grosso da bagagem no porta-malas e deixe no banco de trás do carro as malas para passar a noite. Assim, não chama muita atenção.

- se você tiver um Palio, lembre-se que o estepe fica no porta malas, por isso planeje bem a organização da sua bagagem.

Para ajudar nas viagens pelo Brasil

www.guia4rodas.com.br

www.dner.gov.br



Adriana Baggio
Curitiba, 12/7/2001

Mais Adriana Baggio
Mais Acessadas de Adriana Baggio em 2001
01. À luz de um casamento - 18/10/2001
02. O Segredo do Vovô Coelhão - 15/11/2001
03. Arte, cultura e auto-estima - 9/8/2001
04. Náufrago: nem tanto ao mar, nem tanto à terra - 25/3/2001
05. Marmitex - 1/11/2001


Mais Especial Viagem
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
7/12/2001
09h09min
Prezada Adriana Baggio, Em maio deste ano fiz uma viagem parecida com a sua, só que parti da cidade de Rio Grande, lá perto da fronteira do Uruguai, e cheguei ao Recife, onde moro. Todas as paisagensque V. viu eu também vi. Aliás, eu vi mais alguma coisa do que V. Eu vi Pernambuco e V. não viu. O que é que v. tem contra Pernambuco ??? Por que não citou que para chegar à Paraíba passou por Pernambuco? Ou V. descobriu algum túnel sob o território de Pernambuco ??? Aceite os meus cumprimentos Flavio
[Leia outros Comentários de Flavio F. de Souza]
9/12/2001
20h03min
Puxa, fiquei com saudade das minhas viagens para o nordeste, mesmo as que fiz a trabalho. Sorte sua não ter molhado a mão dos policiais, eles são um saco, principalmente no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Sinta-se privilegiada, você viu o novo milênio mais cedo do que os outros brasileiros. (sei lá se isso é algo a se comemorar!) Curta muito João Pessoa, eu sou apaixonada por essa cidade. Não deixe de ver a foz do Gramame, ao sul. É linda! Conte mais em outras ocasiões. Sonia Pereira
[Leia outros Comentários de Sonia Pereira]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.




Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Mar 5
Nobuyuki Anzai
JBc



Elogio Da Mentira
Patricia Melo
Companhia Das Letras
(1998)



Tristessa
Jack Kerouac
L&Pm Pocket
(2006)



The Hammer of Eden
Ken Follett
Crown
(1998)



Vathek
William Beckford
L&Pm
(1986)



Inteligência do Coração
Isabelle Filliozat
Luz da Serra
(2021)



Los Vinos de España
Jose De Castillo
Proyeción
(1971)



Enciclopédia Médica do Lar Vol. VI
Neyde Carvalho de Arruda
Boa Leitura



Na Terra das Mulheres sem Bunda
Paulao de Carvalho
Panda Books #
(2011)



Metodologia do Trabalho Científico
Antônio Joaquim Severino
Cortez
(2002)





busca | avançada
80371 visitas/dia
2,4 milhões/mês