2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 1 | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Novo livro de Nélio Silzantov, semifinalista do Jabuti de 2023, aborda geração nos anos 90
>>> PinForPeace realiza visita à Exposição “A Tragédia do Holocausto”
>>> ESTREIA ESPETÁCULO INFANTIL INSPIRADO NA TRAGÉDIA DE 31 DE JANEIRO DE 2022
>>> Documentário 'O Sal da Lagoa' estreia no Prime Box Brazil
>>> Mundo Suassuna viaja pelo sertão encantado do grande escritor brasileiro
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Painel entalhado em pranchas de cedro *VÍDEO*
>>> 21 de Novembro #digestivo10anos
>>> Orgulho e preconceito, de Jane Austen
>>> Orgulho e preconceito, de Jane Austen
>>> Orgulho e preconceito, de Jane Austen
>>> Bem longe
>>> O centenário de Mario Quintana, o poeta passarinho
>>> Orgulho e preconceito, de Jane Austen
>>> Bem longe
>>> Decálogo (Comentado) do Perfeito Contista, de Horacio Quiroga
Mais Recentes
>>> Smarty 4 Teachers Guide de Michele Guerrini pela Clil (2022)
>>> Livro Ensino de Idiomas Hamlet Stage 2 de Alistair Mccallum pela Oxford University Press
>>> O Número 1 - coleção veredas 1ª edição. de Álvaro Cardoso Gomes pela Moderna (1995)
>>> Panoramas Geografia - Caderno De Atividades - 7º Ano de Marcelo Moraes pela Ftd Educação (2019)
>>> Livro Ensino De Idiomas The Phantom of the Opera Stange 1 de Jennifer Bassett pela Oxford University Press
>>> Fósseis Que Falam de Felipe Saint pela Vida (1987)
>>> Livro Manual Prático de Redes - Aprenda Redes Pelo Lado Prático! de Laércio Vasconcelos e Marcelo Vasconcelos pela Lvc (2007)
>>> É Assim Que Acaba de Colleen Hoover pela Galera Record (2022)
>>> Aprender Juntos - Matemática 2 ano Guia Didático de Angela Leite pela Sm (2021)
>>> As Noures - Técnica e recepção das correntes de pensamento de Pietro Ubaldi pela Fundapu (1984)
>>> Livro Ensino de Idiomas Alices Adventures in Wonderland -Stage 2 de Lewis Carroll pela Oxford
>>> Teláris - Língua Portuguesa caderno de atividades - 8º Ano de Ana; Bertin, Terezinha; Marchezi, Vera Trinconi pela Ática Didáticos (2019)
>>> Teláris - Ciências - 7º Ano de Fernando Gewandsznajder pela Ática Didáticos (2020)
>>> Gente Hoy 1 Libro Del Alumno de Martín Peris, Ernesto, Sans Baulenas, Neus pela Difusion Centro De Investigacion Y Publicaciones De Idiomas S.l. (2013)
>>> Descubra Seus Dons Espirituais de Peter Wagner pela Press Abba (1994)
>>> Livro Ecologia A Poluição Atmosférica de Gérard Mouvier pela Ática (1997)
>>> Geração Alpha Matematica 9 Ed 2019 - Bncc de Varios Autores pela Edições Sm (2019)
>>> Geração Alpha Historia 9 Ed 2019 - Bncc de Varios Autores pela Sm (2019)
>>> Livro Didáticos Dinâmicas de Leitura para Sala de Aula de Mary Rangel pela Vozes (1990)
>>> Geração Alpha Historia 7 Ed 2019 - Bncc de Valéria Vaz pela Sm (2019)
>>> Matemática Uma ciência para a vida 3 de Antonio Carlos Rosso pela Harbra (2011)
>>> Livro Literatura Estrangeira O Diário de Anne Frank de Anne Frank; Mirjam Pressler Otto Frank pela Record (2007)
>>> Geração Alpha Geografia 9 Ed 2019 - Bncc de Fernando Dos Santos Sampaio, Marlon Clovis Medeiros pela Sm (2019)
>>> Playbook - O Manual Da Conquista de Barney Stinson pela Intrínseca (2015)
>>> Livro Literatura Estrangeira Fahrenheit 451 de Ray Bradbury; Cid Knipel pela Biblioteca Azul (2012)
COLUNAS >>> Especial Melhores de 2007

Quarta-feira, 7/5/2008
2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 1
Rafael Fernandes
+ de 8200 Acessos

Já estão no ar a primeira e a segunda partes dos meus discos preferidos em 2007. Agora a terceira, com a parte 1 de lançamentos de artistas internacionais.

***

Alicia Keys ― As i am


Ouça um trecho de "Wreckless Love"

Gostei do novo disco de Alicia Keys, As i am. Nele, ninguém vai encontrar inovação, nem genialidade. Apenas boas canções, daquelas de grudar na cabeça. O som, nem sisudo nem complexo, é mais adulto do que boa parte das cantoras pop atuais, que abusam da infantilidade musical. Aliás, elas estão cada vez mais parecidas, com músicas, sonoridades e "atitudes" semelhantes. Trabalham com os mesmos produtores, usam as mesmas batidas, os mesmos trejeitos. Alicia parece estar procurando seu próprio caminho, seu próprio som, sem se ater a modismo, apesar de também aderir às necessidades do mainstream: clipes bobos, caras e bocas, preocupação excessiva com roupas. No som, ela pega o essencial do hip-hop: grooves interessantes. E só. Acertou na mosca neste disco, bebendo do soul dos anos 60 e 70 ― Motown, principalmente ― e com pitadas do R&B atual, fazendo um delicioso disco pop ― grandes melodias, instrumental e arranjos caprichados, belas vocalizações, canções certeiras e suingadas. Aposta, com bom resultado, na mescla de instrumentos acústicos com inserções de programações. Para não variar o ponto fraco está nas letras, de temáticas amorosas surradas e versos pouco inspirados. E ainda que algumas músicas exagerem na dose de açúcar, é um belo disco pop. Quase todas as músicas têm cara de sucesso. Não apresenta grandes novidades, mas é um sopro de ar fresco num gênero cada vez mais banal e viciado em fórmulas de momento.

Minhas músicas preferidas: "No one", "Superwoman", "Like you'll never see me again" e "Wreckless Love".

***

Björk ― Volta


Ouça um trecho de "Wanderlust"

Björk é uma artista de personalidade única. É sempre arrojada. Há os que gostam e os que odeiam, com conhecimento de causa. E há os que dizem gostar sem nunca terem escutado ― só para tentar ser cool ― e os que dizem que odeiam sem sequer terem ouvido um disco completo. Ela, como toda grande artista, tem várias facetas, muitos acertos e alguns erros, claro. Em Volta, é novamente inventiva. Em vez de formações de cordas, sutis, ela opta por uma parede de sopro, imponente, e batidas robustas. O resultado é um disco pesado sonoramente. Em termos de canções, embora haja muita qualidade, tenho dúvidas se está entre os melhores momentos da cantora. Mas é um dos melhores em termos de audácia sonora, de trabalho de arranjos. Foi um disco que no começo achei irregular, mas que foi se mostrando surpreendente ― desde o peso e volúpia de "Earth Intruders" à discrição de "Pneumonia", belíssima canção, aliás. É difícil passar imune ao que está sendo tocado. É daqueles discos de ficar ouvindo várias vezes tentando decifrar os sons, os arranjos, de onde saiu tudo aquilo. Em "Wanderlust", uma programação eletrônica dita o ritmo, e a harmonia é permeada apenas por instrumentos de sopro; vozes se encontram, quase cacofônicas. Uma canção comovente é "The dull flame of desire", feita a partir um poema de Fyodor Tyutchev, num duo com Antony Hegarty. Björk é, realmente, uma artista que leva a reações extremas. Mas, musicalmente, pensa à frente, quer romper barreiras, não se contenta com o pré-estabelecido, com o sucesso. Ainda bem.

Minhas músicas preferidas: "Earth Intruders", "Wanderlust", "Pneumonia", "The dull flame of desire" e "I see who you are".

***

Dream Theater ― Systematic Chaos


Ouça um trecho de "In The Presece Of Enemies Pt. 1"

Dream Theater costuma ser associado a chatices. Música chata, fãs chatos. Muitos rotulam a banda sem ao menos procurar ouvir um disco inteiro ― o preconceito impõe ser impossível escutar 70 minutos de uma banda assim. Ou reclamam do tamanho das músicas, acostumados à duração e ao formato do pop ― mas, afinal, música não é um trabalho criativo? Não deveria ter limites, muito menos de tempo da música ― sejam 3, 30 ou 60 minutos. Apesar disso, não creio que deveria ser um grupo de grande público, muito menos que é "injustiçada" por "não tocar em rádio" ― acho que está muito bem em seu nicho. É um exemplo de como certos artistas e estilos devem e conseguem sobreviver à margem do mercado, apostando numa base fiel de fãs, que cresce aos poucos, durante um bom tempo, angariando diversas gerações: é a construção de uma carreira, algo que já foi regra na indústria musical, deixada de lado em prol do efêmero e de massa. Mas muitas gravadoras estão voltando atrás e procurando artistas que possam render por anos.

A abertura do disco, a primeira parte (as duas são boas) de "In the presence of enemies", ilustra bem a resistência que a banda enfrenta. Afinal, são poucos os que não se importam de esperar a voz aparecer só aos 5 minutos e poucos da música. Outra boa canção é "The dark eternal night", com riffs poderosos e bem trabalhados, e uma das melhores seções instrumentais que a banda já fez. Pena que a letra é horrível ― fala de um monstro do passado que assombra uma cidade. Outro bom momento é "Constant Motion", apesar de não trazer nada que Metallica, Megadeth e o próprio Dream Theater já não tenham feito. De resto, nada relevante ou que acrescente à banda, incluindo duas canções bobas e de refrão ruim ("Forsaken" e "Prophets of war") e uma que achei brega ("The ministry of lost souls"). Ironicamente, Systematic Chaos é uma boa mostra a não fãs de como é o estilo da banda, de músicas longas e de estilo do progressivo, canções pesadas e outras "pop". Apesar disso, é um disco menor em sua carreira.

Minhas músicas preferidas: "In the presence of enemies (1 e 2)", "The dark eternal night", "Constant Motion".

***

Oceansize ― Frames


Ouça um trecho de "Unfamiliar"

Banda de Manchester, Inglaterra, iniciada em 2000, tem na formação nada menos que três guitarristas (um deles é também o vocalista). E são muito bem combinadas, com contrapontos bem sacados. O som é quase um paradoxo. Os arranjos são elaborados e se aproximam do progressivo: músicas longas, passagens instrumentais, alternâncias de ritmo, linhas melódicas que são trabalhadas de diferentes formas na mesma música etc. Mas a execução em si, a forma dos riffs, instrumental e melodias vocais remetem à música alternativa (Radiohead, Travis, The Verve). A união dessas duas vertentes torna o som do Oceansize muito interessante: melodias atraentes com capricho nos arranjos. Eles já haviam lançado dois ótimos discos, Effloresce e Everyone into position, e mantêm o nível em Frames, que começa quase num anti-clímax em "Commemorative T-Shirt", com uma introdução de 3 minutos e andamento lento. "Unfamiliar", grande música, chegou a ter versão editada e poderia ter cacife para o sucesso, mas completa é que vale à pena: melodias inspiradas, vários riffs ― que se alternam, trabalhados de forma diferente pelo trio de guitarras ― e uma estrutura "montanha-russa": variações entre instrumental vigoroso, momentos de desaceleração e calmaria, que são quebrados pela volta do peso."Trail of life" tem bonita introdução e seção instrumental muito boa. "Savant" é viajante; "Only Twin" tem clima épico; "Sleeping dogs and dead lions" tem um toque brutal, evidenciado pelo riff. Para quem gosta de músicas elaboradas, mas que não insistem em virtuosismo, Frames é uma boa pedida.

Minhas músicas preferidas: "Unfamiliar", "Trail of life", "Only Twin" e "Voorhees".

***

Pain Of Salvation ― Scarsick


Ouça um trecho de "América"

O Pain of Salvation vem da Suécia e, apesar de ter formato de banda, praticamente todas as idéias musicais e decisões partem da mente criativa de Daniel Gildenlöw, guitarrista e (grande) vocalista. Simplificando, seu estilo é o metal progressivo, por ter uma pegada de heavy metal e composições longas e bem elaboradas. Como toda simplificação, tem falhas; as referências vão de Faith No More a Queen ― é ouvir para crer. E pode-se reclamar de tudo da banda, menos da falta de arrojo: seus discos têm conceitos (incluindo um sobre a existência de Deus e o surgimento da humanidade, Be, de 2004), diversas alternativas sonoras, belas composições e arranjos elaborados. Scarsick, grande disco, é o 7º da carreira da banda e é a continuação de The perfect element part I, de 2000. Alguns fãs o desprezaram, por ser mais direto e menos "progressivo" ― 10 entre 10 bandas do estilo já passaram por isso. Começa pesado e cru com a faixa-título, sem deixar de lado ritmos quebrados; "Spitfall" tem estrutura simples, repetida, com vocais falados e se destaca na bela parte melódica. "América" e "Disco Queen" trazem bom humor; a primeira, divertidíssima, tem ótimas linhas melódicas e arranjo intrincado; a segunda une elementos densos a ritmos de disco-music (!?). Nas letras, Scarsick traz ironias e críticas pesadas aos EUA. O disco se encerra de forma magnífica com "Enter Rain".

Minhas músicas preferidas: "Scarsick", "Spitfall", "América", "Disco Queen" e "Enter Rain".


Rafael Fernandes
São Paulo, 7/5/2008

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Alcorão de Ricardo de Mattos
02. Vagas? Talvez. Quem sabe? Depende de você também. de Jardel Dias Cavalcanti
03. Saiba o que os astros não dizem sobre você de Adriana Baggio


Mais Rafael Fernandes
Mais Acessadas de Rafael Fernandes em 2008
01. High School Musical e os tweens - 9/1/2008
02. Violões do Brasil - 13/8/2008
03. Tritone: 10 anos de um marco da guitarra rock - 10/9/2008
04. Videogame também é cultura - 10/12/2008
05. Blog precisa ser jornalismo? - 9/4/2008


Mais Especial Melhores de 2007
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site



Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão
Jeffrey P. Okeson
Artes Médicas
(2000)



Meditando na Cozinha - Crônicas e Receitas
Sonia Hirsch
Corre Cotia
(2002)



As Grandes Religiões Do Mundo
Stephen Prothero
Elsevier
(2010)



O Amor Pelos Animais
Ricardo Orestes Forni
Eme
(2012)



Prediction and Management of Severe Acute Pancreatitis
Chris E. Forsmark / Timothy B. Gardner
Springer
(2015)



Insects a portrait of the animal world 446
Paul Sterry
Sem



Livro Infanto Juvenis Histórias de Tia Nastácia o Pica Pau Amarelo
Monteiro Lobato
Circulo do Livro



Joanina
Paulo Mendes
Sem
(2014)



A Técnica Diária do Pianista Parte Primeira e Segunda
E. Pozzoli
Ricordi



O Que os Médicos Precisam Saber Sobre Seus Direitos
Sindicato dos Médicos de São Paulo
Simesp
(2016)





busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês