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Quarta-feira, 22/7/2009
10 músicas: Michael Jackson
Rafael Fernandes
+ de 13500 Acessos
+ 1 Comentário(s)

Morto, Michael Jackson não é mais, nem menos: continua sendo um artista que marcou a cultura pop. "Só" isso. Nos últimos anos de vida suas bizarrices dificultavam a identificação do homem brilhante artisticamente que foi. Lamenta-se não só pela perda de um dos ícones da música popular. Desperta um banzo principalmente porque é o encerramento de forma prematura e melancólica de uma trajetória de vida triste. Uma pessoa que alcançou o que poucos conseguem: alta capacidade artística, riqueza material e aplausos. Mas que teve uma infância difícil e um fim de carreira deprimente. Envolveu-se em escândalos como pedofilia e vício em remédios; apresentava comportamentos estranhos e passou por mudança física chocante.

Para as gerações que cresceram entre o Thriller e o Dangerous, Michael Jackson é uma figura simbólica: sempre teve alta exposição na mídia. E, como já disseram, ele também é símbolo de uma época da indústria musical: vendagem de milhões de cópias físicas de discos, várias músicas no topo das paradas; seus videoclipes eram superproduzidos, por vezes de vanguarda, tocando muito na MTV ― o centro musical em outros tempos. Gerava histeria coletiva e apresentava shows hiperbólicos. Foi um dos ícones da grandiosidade e exagero do mainstream dessa indústria e da consolidação do entretenimento como negócio altamente rentável. Sua vida particular e detalhes do mercado ficam para uma outra oportunidade. Aqui, sigo com uma seleção de dez músicas que gosto ― não por coincidência, a maioria delas fez sucesso estrondoso.

1) "Black or White"
Não importa se é negro ou branco. Essa parte da letra, a estrutura da canção e o clipe representam a diversidade. Começa com um riff de guitarra e segue com veia pop. Mas no meio surge uma parte mais "roqueira", incisiva, com vocal rasgado, que logo sai de cena para a entrada de um rap. No clipe, Jackson aparece em diversas "locações" com diferentes paisagens. A parte mais comentada na época do lançamento do vídeo foi a da fusão de rostos, integrando diferentes etnias. Se hoje é uma técnica batida, era novidade quando foi apresentada. Apesar do clima alegre da música, algumas partes da letra poderiam mostrar uma pessoa já em dificuldades: "I am tired of this devil, I am tired of this stuff, I am tired of this business".

2) "Give in to me"
Essa música me interessou no lançamento pela participação de Slash. No clipe, além do guitarrista, ainda aparecem alguns integrantes da banda de apoio do Guns N' Roses na época (Gilby Clarke e Ted Andreadis). O solo principal é muito bom, com a assinatura do guitarrista: seu timbre característico e o fato de "contar histórias" pelas frases sonoras.

3) "Scream"
Esse duo com uma de suas irmãs, Janet, tem excessos: é longa e tem chata repetição de gritos afetados de Michael. Mas gosto dos vocais e levadas agressivos do início, quando ele começa a cantar "Tired of injustice, tired of the schemes", algo semelhante à letra de "Black or White" ― novamente um "sinal" de dificuldades ou apenas uma letra como outra qualquer? Mas acho que o melhor da música é a melodia do refrão, acompanhado pela letra "With such confusions don't it make you wanna scream, your bash abusin' victimize within the scheme".

4) "Workin' day and night"
Ainda não tem a "marca Michael Jackson", mas é um pop bom, com raízes funk/soul que acompanharam o artista desde os Jacksons 5. Tem suingue daqueles irresistíveis, um clima solar, bons vocais e um naipe de metais vigoroso, que ora dialoga com a voz, ora com a guitarra. A seguir, um vídeo ao vivo da turnê Bad, numa execução mais rápida ― boa para animar um show, mas que faz o ritmo perder um pouco de seu sabor:



5) "Beat It"
Já seria o bastante se essa música tivesse feito, como fez, alguns xiliquentos fãs de rock quase perderem a cabeça pela guitarra nervosa de Eddie Van Halen estar num disco pop. Mas vai além: a música é fantástica, um pop de refrão perfeito, riff memorável, performance fora do comum de Eddie ― um de seus melhores momentos ― num dos principais solos da história do rock. Faz parte de Thriller, o ponto de desequilíbrio na carreira de Michael Jackson, tanto artisticamente quanto em termos de sucesso: do prodígio promissor ao astro incontestável.

6) "Billie Jean"
A música vai se construindo aos poucos: bateria, baixo, teclados, até a voz. Pela batida inicial não parece que vem grande coisa, mas é aí que o bicho pega: a bela melodia em tom menor dá um clima um pouco soturno e um toque de sobriedade, mas sem deixar de lado a leveza do pop. Há pequenas alterações da melodia durante a música, o que dá a ela um tempero especial. "Billie Jean" é ótima e consegue trazer certa elegância e maturidade ao pop, coisa que nem sempre acontece. A seguir, um esquete de Steve Martin, parodiando o clipe.



7) "Smooth Criminal"
Muitas vezes uma música nos desperta curiosidade por meio de covers. Já conhecia, claro, a original, mas a versão menor de uma banda chamada Alien Ant Farm (num clipe cheio de referências à carreira do cantor) deu aquele "clique" para redescobri-la. Jackson sempre teve ligação com o rock (como as já citadas colaborações de Eddie Van Halen e Slash) e "Smooth Criminal", em particular, tem um ótimo riff inicial que cai muito bem tocado com guitarra distorcida. A música em si é vigorosa e intensa, o que contribui para esse clima roqueiro. Aqui, um vídeo ao vivo em 1992, na turnê Dangerous, com coreografia que impressiona ainda hoje (lembrando que seus passos são de 1988, quando seu clipe foi lançado).



8) "Bad"
Foi a primeira vez que "vivenciei" o oba-oba em torno de um lançamento de Michael Jackson. Me lembro que chegamos a ter o vinil em casa (ou eu sonhei isso) e a estréia do clipe foi aquele frisson, já que era o primeiro disco em cinco anos ― sendo seu antecessor o estrondoso Thriller. "Bad" é um pouco afetada demais, mas, como nas principais músicas de Michael Jackson, tem alguns detalhes interessantes na produção, como um guitarra funkeada que surge aqui e acolá, dando um colorido, e bons vocais de resposta no refrão.

9) "Rock with you"
Outra música com destaque nos vocais de apoio. Enquanto Michael canta forte "I wanna rock with you/ Dance you into day", um grupo de "Michaels" responde suavemente, quase sensualmente, "all night/ sunlight". "Rock with you" apresenta influência da disco music, mas diluída o suficiente para não parecer pastiche. Uma das marcas de Michael Jackson: usar fórmulas conhecidas, adicionando novidades e sua personalidade.

10) "Ben"
Ben é uma balada bonitinha e ainda com cara de anos 60 (foi lançada em 1972). Michael tinha só 14 anos e apresenta performance e maturidade vocal impressionantes. Isso evidencia um paradoxo: a canalhice de seu pai ao "treinar" os irmãos foi a mesma que o traumatizou, mas que também fez com que se aperfeiçoasse desde cedo e pudesse se tornar um artista brilhante ainda jovem. Claro que isso não isenta Joseph Jackson de ser uma das figuras mais nefastas da história da música, com métodos duvidosos (para dizer o mínimo) na criação dos filhos e no desenvolvimento de suas carreiras.



Rafael Fernandes
São Paulo, 22/7/2009

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
22/7/2009
16h37min
Gostei do texto, mas a história da pedofilia e tal... eu acho que não foi culpa dele... De qualquer forma, eu acho que ele já era um artista brilhante ainda na época dos Jackson 5. Ele cantando "Ain't No Sunshine" é um blues de gente madura, impossível sair da boca de uma criança qualquer...
[Leia outros Comentários de Bruno do Amaral]
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