Por que a discussão política tem de evoluir | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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Segunda-feira, 24/8/2015
Por que a discussão política tem de evoluir
Julio Daio Borges
+ de 3600 Acessos

Ontem, no meio de comentários no Facebook, me vi tirando uma conclusão óbvia - que talvez sirva para você, que tenta, como eu, dividir suas opiniões políticas na internet.

Eu virei para dois militantes eletrônicos e falei: "A diferença é que nós [eu e mais alguns outros] estamos tentando discutir ideias aqui. E vocês estão fazendo militância. Assim não dá para discutir. Boa sorte na sua militância."

Eu realmente cansei de discutir com gente maliciosa, que, deliberadamente, não quer prestar atenção no que você fala, mas só quer te atacar, pessoalmente, para você desistir do debate. Assim, acham que impõem sua visão de mundo. Ainda acham...

Vou reproduzir, aqui, muitos dos cacoetes, que eu percebi, e que podem te ajudar a se defender, igualmente, de ataques infundados:

* Não é porque eu votei no Aécio, na última eleição, que eu seja "aecista". Não tenho de defender o Aécio Neves em todas as situações - e nem quero. Aliás, *crítico*. Mas, para os militantes, se você critica a Dilma, ou o Lula, eles atacam o Aécio de volta - como se você tivesse alguma coisa a ver com isso (ou como se isso desculpasse o Lula e a Dilma)...

* Não é porque eu votei no PSDB, nas últimas eleições, que eu voto PSDB pro resto da vida. Isso não me transforma em "militante" do PSDB e nem num "quadro" do partido. Aliás, eu tenho muitas críticas ao papel do PSDB como oposição. E votei no PSDB, muitas vezes, sim - mas, em muitas delas, por falta de alternativa! Contudo, para a militância eletrônica, ter votado no PSDB te transforma, automaticamente, em "tucano" - e você não pode apontar os erros do PT sem ter de ouvir que "o governo do PSDB fez igual ou pior". Alô, alô: eu não sou nem filiado ao partido. Eu não tenho de defendê-lo. E o fato de eu ter votado no PSDB não me desautoriza a criticar os demais partidos.

* Não é porque eu votei "contra" o PT na última eleição que eu sou de "extrema direita". Que eu defendo a intervenção militar etc. Eu não defendo! Só que eu não sou "de esquerda". E eu posso criticar a esquerda, sim, mesmo não sendo "extrema direita".

* Não é porque eu me sinto mais "de direita" agora que eu não posso criticar a direita brasileira, qualquer que seja. Eu posso, sim! E eu crítico. Porque não acho que essa "direita" me representa. Aliás, nem existe direita, de fato, no Brasil. Não acho que existam ideologias, de fato, no Brasil (mas, sim, conveniências políticas).

* E não é porque eu me sinto mais à direita agora que eu não posso elogiar alguma medida "de esquerda", algum político mais à esquerda etc.

Resumindo: eu votei no Aécio mas não sou aecista. Eu votei no PSDB, mas não sou tucano. Eu votei contra a esquerda, mas não sou extrema direita. Eu me sinto direita hoje, mas posso elogiar a esquerda, eventualmente, também!

Ao contrário da militância eletrônica, eu não raciocínio por "categorias" fixas. Até porque isso, em política, não é raciocinar. Eu me considero um aprendiz no assunto. E eu posso mudar de opinião, sim. "Eu evoluo", como disse o Paulo Francis ao Caio Blinder (que o criticou, uma vez, por ter mudado de ideia).

Eu acho, por exemplo, que o senador Ronaldo Caiado é o maior político de oposição neste momento (e não o Aécio Neves e nem ninguém do PSDB). O FHC está aposentado e eu não acho que ele esteja sempre certo. Acho a postura do Alckmin em relação à Dilma, no mínimo, incoerente - para quem concentrou os votos "anti-PT" em nosso estado. E eu não queria o José Serra como ministro da fazenda. Não acho que ele seja melhor economista do que, por exemplo, o Joaquim Levy.

Eu acho, também, que um dos melhores cronistas deste momento político é o Fernando Gabeira. (Atenção: ele *não é* de direita.) Outro, que está brilhando, é o Merval Pereira. Mas isso não me faz concordar com as Organizações Globo. Aliás, sempre achei a postura "governista" da TV Globo nefanda (ainda mais agora)...

Eu gosto da TVeja. Acho o historiador Marco Antonio Villa, na televisão, brilhante. Talvez o nosso maior comentarista político, em TV, hoje. Gosto do Augusto Nunes, também. Mas isso não me faz concordar com a revista Veja. Acho que ela exagera - principalmente por querer antecipar notícias que, depois, não se confirmam. Por causa do Diego Escosteguy, que é uma estrela em ascensão - e não se diz nem de direita, nem de esquerda -, eu tenho preferido a Época.

E mesmo me considerando de direita, não sou fã do Olavo de Carvalho, nem do Jair Bolsonaro, nem do Silas Malafaia e nem do Eduardo Cunha. Tive uma briga enorme com os seguidores do Olavo há mais de dez anos. E considero a hegemonia do PMDB - de Sarney e de Renan - uma tragédia para o Brasil.

Como se vê, o mundo é muito mais complicado do que "esquerda" e "direita". Existem tons de cinza, como dizia o Daniel Piza. Infelizmente, é típico da militância eletrônica eleger "gurus", dividir o mundo em duas metades estanques e ficar repetindo palavras de ordem...

Acredito que faz parte da nossa imaturidade política - e da imaturidade da nossa *discussão política* - reduzir tudo a uma briga de torcidas. A realidade é muito mais complexa do que isso. Ocorre que dá mais trabalho lidar com todas as nuances. E um número razoável de pessoas (de direita, também) prefere "escolher um lado" e ficar demonizando o outro.

Deveríamos aproveitar este momento - onde a visão polarizada causou tantos estragos e já se esgotou - para tentar superar esta fase, em que, se você não concorda comigo, você é meu inimigo - e eu tenho de acabar com você. Não vamos construir um país assim. Não vamos avançar, politicamente, assim.

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Julio Daio Borges
São Paulo, 24/8/2015

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