|
COLUNAS
Sexta-feira,
27/5/2022
As maravilhas do modo avião
Julio Daio Borges
+ de 5400 Acessos
Uso meus celulares até que eles acabem. Primeiro porque não tenho dinheiro para ficar trocando a cada ano. Depois, porque acho muito caro. Aliás, cada vez mais caro. O celular é o novo carro.
Queria ter escrito a crônica dos meus iPhones 3 (três) e 5 (cinco), que deixei guardados. Quem sabe, no futuro, a Apple possa ressuscitá-los. Também guardo os HDs de meus computadores mortos. Quem sabe.
O fato é que usei meus iPhones até a tela ficar preta. A ponto de - quando tocavam - eu atendê-los como se estivesse no escuro. Não funcionavam quase como smartphones - funcionavam basicamente como telefones. (A nova geração, provavelmente, não entenderia esta parte.)
Voltando ao título: meu iPhone atual está começando a morrer. A bateria, você sabe. Já foi trocada, sim, claro. Mas chega um ponto em que o fio do carregador vai perdendo o contato com o aparelho. E me vejo testando novas posições com o cabo - até que um dia, imagino, nenhuma vai funcionar.
Nesse ponto, inúmeras técnicas para economizar a bateria são desenvolvidas, mas a minha preferida é o “modo avião”. Nesse estado, se você deixar o iPhone quieto, ele praticamente não descarrega mais. Tudo bem que não toca; nem se comunica com nada - serve de alarme ou despertador. Serve de relógio.
OK, eu tenho de usar o celular uma hora. Aí, uso o mínimo possível. Essa é a vantagem. O WhatsApp, por exemplo, passei para o computador. Quase não uso redes sociais. “Ué, Papai, você não me segue no Instagram?”, a Catarina me perguntou (neste ano). Beleza, instalei o Instagram de novo. (Desintalei o Twitter, em compensação.)
Mando áudios para os vendedores do Portal dos Livreiros. Telefono para Catarina e para a Cá (minha namorada). Ah, leio o Valor Econômico. Mas esse eu baixo (a edição do dia) e logo retorno ao modo avião. É prático e me sinto usando menos o celular.
Sim, uso o app do banco. Do Nubank, porque o do Itaú demora demais. (Eu sei, a ação do Nubank desvalorizou e a do Itaú continua lá. Não estou comparando; só estou falando.) Às vezes, acesso o Twitter pelo navegador do celular (eu confesso) - quando desejo postar alguma coisa. Praticamente não acesso o Facebook/Meta (só quando vou postar).
Quê mais? Deixa eu me lembrar... Uso o celular para correr. Tiro do modo avião para rodar o app da Adidas. E para ouvir alguma coisa via Spotify (tento baixar, quando dá). Também no carro, com a Catarina. Sozinho, alterno entre a Cultura FM, a Eldorado, às vezes a Jovem Pan ou a CBN (depende).
Ia escrever sobre a morte iminente do meu celular; acabei escrevendo sobre minha rotina (acontece nas melhores famílias). Quê mais? Deixa eu olhar... Olhei; mas não encontrei nada de relevante. Ia dizer que o melhor uso que fazemos do celular é o mínimo uso. O celular é o novo carro.
P.S. - Escrevi este texto no celular. No modo avião. (Ainda restam “noventa purça” - eu queria escrever “purça”...)
P.P.S. - Esqueci de dizer que, de hora em hora, checo os números do Portal dos Livreiros, via Setup do Digestivo (assim checo os dois). E anoto minhas leituras no Workflowy. Enfim, ainda não consegui me livrar do celular. Mas quem consegue?
Julio Daio Borges
São Paulo,
27/5/2022
Quem leu este, também leu esse(s):
01.
Mamãe falhei de Luís Fernando Amâncio
02.
A suíte melancólica de Joan Brossa de Jardel Dias Cavalcanti
03.
Pobre rua do Vale Formoso de Elisa Andrade Buzzo
04.
Jogando com Cortázar de Cassionei Niches Petry
05.
Imitação da Vida e as barreiras da intolerância de Carla Ceres
Mais Acessadas de Julio Daio Borges
em 2022
01.
Jô Soares (1938-2022) - 12/8/2022
02.
80 anos do Paul McCartney - 18/6/2022
03.
As maravilhas do modo avião - 27/5/2022
04.
Maradona, a série - 1/1/2022
05.
A compra do Twitter por Elon Musk - 26/4/2022
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|
|