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Sábado, 18/6/2022
80 anos do Paul McCartney
Julio Daio Borges
+ de 5300 Acessos

O primeiro beatle que eu descobri foi o John Lennon. Óbvio que já tinha ouvido muito Beatles por causa dos meus pais, que viveram a época. Mas conhecer as ideias, as opiniões e a versão de John, para a história toda, mudou a minha visão das coisas.

Foi um desses livros bem vagabundos de banca, literalmente “O pensamento vivo de John Lennon”, que juntava entrevistas dele, provavelmente sem pagar os direitos autorais - e que comprei com catorze anos e levei para ler nas férias, na Bolívia.

A visão crítica de John para os Beatles, como banda, para a sua geração, e os anos 60, me marcaram. As grandes entrevistas dele são, sobretudo, da fase em que estava com Yoko Ono, quando tentava virar a página dos Beatles (com extrema dificuldade, diga-se de passagem).

Depois que John morreu, Yoko tentou consolidar a visão do pacifista e “sonhador” de “Imagine” (1971) - de cuja letra ela, Yoko, recebeu créditos recentemente -, mas a verdade é que John sempre foi muito ácido e até cruel, basta ler qualquer biografia dele (eu li a de Philip Norman, recomendo).

Assim, minhão visão de Paul, durante muitos anos, foi aquela divulgada por John - que não era nada bonzinho e que diminuía o papel de Paul na banda sempre que podia (ainda que o próprio Paul fosse mais diplomático e procurasse não polemizar com John).

Minha visão começou a mudar quando alugei um CD - sim, isso existia: “alugar CDs” - de Paul na época em que era lançado: “Tripping the Live Fantastic”, de 1990, ano da primeira vinda de Paul ao Brasil - que misturava hits inevitáveis dos Beatles com a produção solo de Paul e dos Wings.

Então, penso que uma coisa que devemos a Paul - e *só* a Paul (e, não, aos demais) - foi ter-nos mantido em contato com os clássicos dos Beatles, em releituras que só ele poderia fazer: “Got to get you into my life”, “Things we said today”, “Golden slumbers/ Carry that weight/ The end” (presentes em “Tripping...” - entre outras, mais manjadas).

Enquanto nos brindava com pérolas de sua autoria: “Jet”, “Band on the run”, “Ebony and Ivory”, “We got married”, “Maybe I’m amazed”, “Coming up” (entre outras, igualmente manjadas).

John, naturalmente, teria criticado a insistência de Paul em continuar executando números dos Beatles décadas depois, mas se não fosse por isso - se não fosse pela paciência de Paul em entoar “Hey Jude” anos a fio - eu, por exemplo, jamais teria visto o show de um beatle (algo que aconteceu em 1994, ainda com a Linda McCartney nos teclados).

Me comoveu, igualmente, as canções que ele dedicou a ela (Linda), depois de sua morte (1997) - embora, hoje, ache o respectivo disco triste, um pouco datado e quase nunca o escute.

Prefiro as coletâneas dos Wings, que, acredito, é a melhor fase dele pós-Beatles. Talvez porque continuasse na “inércia criativa” dos Beatles (os Wings são dos anos 70) e porque há um “espírito de banda” - onde Paul, apesar da sua genialidade, é “só mais um membro”...

E, sim, eu considero Paul McCartney um gênio. Me convenci quando li, há pouco tempo, seu livro de memórias: “Many years from now”, em co-autoria com Barry Miles. Na época do lançamento, em 1997, achei meio pretensioso, da parte dele, querer “reescrever” a história dos Beatles, dando o devido crédito a ideias que foram originalmente dele (Paul) e que terminaram associadas a John.

Mas hoje considero incontestável a liderança que Paul exerceu sobre a banda a partir de “Sgt. Peppers” (1967), que foi uma ideia dele, já que os Beatles estavam cansados de si mesmos, e de suas personas, até “Let it be” (1970), cujo documentário, atualmente no streaming Disney Plus, mostra que Paul era o único “preocupado” - arrastando a banda enquanto pôde (sim, eu sei que esse acento já caiu)...

“Magical Mystery Tour” (1967) também, conceitualmente, foi uma ideia dele, já que os Beatles não excursionavam mais e Paul imaginou um filme, ou especial de tevê, que compensasse a ausência dos palcos. “Abbey Road” (1970) é - sabemos hoje - um conjunto de “sobras” de “Let it be”, ainda que tenha saído antes. E o “White Album” (1968), uma colcha de retalhos (ainda que genial), onde cada beatle praticamente gravava sua parte - e que teve projeto gráfico dele, Paul, que era ligado às artes plásticas...

No documentário mais recente, de Peter Jackson, que é longo demais e um verdadeiro “tour de force” até para beatlemaníacos, é simbólica a cena, em um dia de manhã, onde Paul chega para John e pergunta: “E aí? Você trouxe alguma coisa?”, revelando sua preocupação, já que o grupo tinha um álbum - e um especial - contratado(s) e não havia produzido nada ainda...

Então, Paul arranca nada mais nada menos que “Get back” do seu baixo, enquanto desfila, ao piano, uma série de trechos de canções, que acabaria utilizando depois, seja nos Beatles seja em álbuns solo.

As “usinas” de canções eram John e Paul, seguidos, mais atrás, por George, principalmente nos últimos nos, e por um Ringo, mais preocupado em manter boas relações com os amigos (do que em entrar em competição com eles por hits)...

O que eu sei é que os Beatles, em conjunto e solo, forneceram a trilha sonora para nossas vidas - e, por mais que seu legado gere receitas infinitas, nunca vamos terminar de “retribuir”. Talvez seja uma definição de obra-prima: o que ela dá ao mundo, à humanidade, à civilização, é sempre mais do que o mundo, a humanidade, a civilização consegue retribuir...

Happy birthday, Paul!


Julio Daio Borges
São Paulo, 18/6/2022

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