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Segunda-feira, 18/2/2002
Guerra de Egos
Rennata Airoldi
+ de 4200 Acessos

“Que diferença da mulher o homem tem, / espera aí que eu vou dizer meu bem./ O bicho homem tem cabelo no peito, tem o queixo cabeludo / e a mulher não tem.” Será tão simples assim numerar as diferenças entre estes dois sexos? Na verdade, a medida é que, no decorrer da História da humanidade, a relação entre homens e mulheres, bem como suas posições dentro da sociedade, mudaram muito.

O desemprego e a falta de confiança no próximo, o individualismo determinam a era do sucesso particular, solitário, invejoso. Não é preciso construir uma família, ter casa, marido, filhos e cachorros no quintal. Hoje, a sobrevivência e os sonhos individuais falam mais alto. Há até famílias sustentadas pela mulher, por opção do casal. Isso só vem reforçar os novos tempos de igualdade.

Não existe mais guerra dos sexos, isso já é coisa do século passado. E quanto aos sexos, não podemos dizer que são apenas dois: homem e mulher. Há que se levar em conta que os homossexuais, transsexuais, bissexuais, que estão em número crescente em nossa sociedade, propondo novas formas de se relacionar e de se estabelecer uma família. O homem hoje disputa com uma mulher, com outro homem, com um homossexual. O problema de hoje não é mais o sexo. À medida que descobrimos o que somos, as opções, a guerra e a disputa passam a ser ditadas por nossos egos. O ser humano contra o ser humano.

Todos nós nos deparamos com um mundo competitivo no dia-a-dia. Desde coisas banais como ultrapassar um carro que transita lentamente pelas rua até o extremo de uma entrevista de emprego. E o que notamos? Há diferença se a outra pessoa com quem disputamos é homem ou mulher? Não há mais. Hoje, um quer mostrar mais que o outro. Quer dizer que sabe mais, que é mais competente, que tem mais experiência, que tem mais talento e determinadas pessoas não medem esforços para conquistar o que almejam.

Sendo assim, o ser que melhor suporta o peso das coisas do mundo, e se mantém o mais intacto possível, é o que sobrevive com sucesso. O que têm liderança, objetivo e “estômago” para as situações de disputa que enfrentamos diariamente, consegue ser visto com “bons olhos” pela maioria e, assim, consegue também ser invejado. Tanto faz ser um homem, uma mulher, hoje o que vale é o indivíduo e a guerra dos sexos passou a ser algo simples se comparada a vaidade dos egos inflados.

Não é à toa que, hoje em dia, ninguém mais se preocupa em ser professor, doutor, dentista. Todos querem ser artistas! Ou supostamente artistas, depende do ponto de vista. O que quero dizer é todos estão em busca de seus quinze minutos de fama. Na verdade, o importante é sair numa revista, dar entrevista na TV, tirar a roupa, fazer teste de DNA – vale qualquer coisa. Hoje não há ditado mais usual do que “os fins justificam os meios”. A ilusão é que ser famoso e invejado é sinônimo de felicidade. Ser querido, admirado por multidões e apenas acenar por uma janela, distribuir poucas assinaturas, mandar beijos ao vento em retribuição – isso preenche o vazio da alma? Só quem vive isso é que pode responder.

O que me surpreende é que não é permitido ser simplesmente alguém. Nada mais que uma pessoa que vive um dia após o outro. Que acorda cedo, trabalha dignamente e volta para casa, cansado ao fim do dia. Por isso mesmo que ser bandido dá mais “ibope” que muitas profissões hoje em dia. Já notaram quanta publicidade se dá a um assassino, seqüestrador ou assaltante? Quanto mais perigoso e audacioso melhor. Dá assunto para pelo menos dois dias nos noticiários. A realidade é que o mundo gira e, por mais que tentemos nos manter intactos e indiferentes à guerra dos egos, ela nos persegue. A necessidade de vencer. Vencer é uma missão hoje em dia e o sucesso é obrigatório.

A lástima é que isso só impede o mundo de ser melhor. O ego envaidecido cria uma máscara que com o tempo vai ficando cada vez mais difícil de ser quebrada. Que venha uma nova era e uma nova “guerra” com o passar dos anos. De preferência algo mais construtivo e menos solitário.


Rennata Airoldi
São Paulo, 18/2/2002

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