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Segunda-feira, 21/10/2002
As luzes atrás do palco
Marcelo Barbão
+ de 3200 Acessos

Uma pergunta atormenta o ser humano desde o começo de sua existência. Deus existe? Ele criou o homem à sua imagem e semelhança? Há várias respostas, algumas básicas: sim, Deus existe e ele criou o homem. Ou: não, deus não existe, foi o homem que o inventou.

E se deus existe, qual deles existe de verdade? Quer dizer, nem todos os homens acreditam nos mesmos deuses, centenas de religiões convivem ao mesmo tempo (nem sempre de forma pacífica, evidentemente), milhares de deuses, criados ou criadores, transitam pelos corações e as mentes da humanidade a todo o momento. Isso se não contarmos as expressões lingüísticas como "Ai, Meu Deus", "Virgem Santíssima" e outras.

Entre idealistas e materialistas, podemos perceber que os deuses existem, seja nos céus ou nas mentes das pessoas. Mas, partindo do princípio que os deuses existem mesmo e criaram a humanidade, qual deles foi o verdadeiro autor deste evento grandioso? As respostas fáceis dos crentes, que sempre se auto-intitulam o "povo escolhido", não convencem. Afinal todos os povos pensam da mesma forma. Mesmo os que não acreditam em nenhum deus, estes também pensam que são superiores.

E não podemos esquecer que os deuses vivem por causa da adoração, dos sacrifícios e da admiração dos humanos. Sempre foi assim e sempre será. Assim, qualquer deus que vai sendo esquecido, torna-se fraco e morre. Mas será que morre? Afinal, ele pode não ser adorado, mas é lembrado. Sim, é uma questão estranha a ser pensada e também é pouco provável que cheguemos a alguma conclusão.

E estes estranhos questionamentos montam o enredo central de "Deuses Americanos", mais novo livro do inglês radicado nos EUA, Neil Gaiman. Que ficou famoso com o enredo de Sandman, onde começou a desenvolver este estilo sombrio e perturbador, misturando homens, deuses e muita criatividade.

Neste livro, a história se passa nos EUA dos dias atuais. Os imigrantes que formaram a América, não viajaram sozinhos: dentro dos corações, eles levaram seus deuses. Que hoje, décadas depois, ainda perambulam pelas cidades sujas e violentas. Na sua grande maioria, totalmente esquecidos. Vivendo de suas habilidades, físicas ou espirituais, alguns pequenos golpes e muita vontade de voltar aos tempos dourados de adoração, temor e sacrifício.

Há muito eles foram substituídos por "deuses" modernos como a tecnologia, as drogas e o mundo. Talvez os altares sejam diferentes e os sacrifícios sejam menos sangrentos, mas a "base teórica" está lá. Continua a mesma. A luta entre os dois grupos: os deuses antigos e os modernos, é o pano de fundo da história. De um lado, deuses esquecidos pelos homens que se agarram à possibilidade de sacrificar outros deuses para uma volta aos seus dias de glória. De outro, a "nova geração" preocupada em manter e expandir seu domínio.

E no meio, Shadow, um ex-presidiário que, após ter perdido a mulher num acidente de carro, encontra o misterioso senhor Wednesday que lhe oferece um emprego. Aos poucos, Shadow vai montando o quebra-cabeça deste panteão histórico, ao mesmo tempo em que vai descobrindo fatos obscuros de sua própria vida. Ao final, como se os deuses escrevessem certo por linhas tortas, é ele que vai organizar e pacificar o mundo perturbado dos deuses americanos. Mas somente de passar por uma estranha viagem, ao mesmo tempo física e espiritual, e conhecer estranhos personagens escondidos em apartamentos fétidos. E, incrivelmente, todos parecem conhecer mais da vida de Shadow do que ele próprio.

Gaiman criou uma parábola moderna, misturando elementos mitológicos, principalmente do norte europeu (é curiosos como nenhuma das religiões predominante nos dias de hoje é citada, ainda mais quando elas estão tão em evidência em vários conflitos no mundo), com um estilo de ficção científica que lembra as histórias sombrias de Chris Carter, autor de Arquivo X, apesar de "Deuses Americanos" não terminar com uma questão em aberto.

O livro teve excelente repercussão e ganhou o Hugo, principal prêmio da literatura de ficção científica nos EUA.

Para ir além

Deuses Americanos
Neil Gaiman
Conrad Editora
447 páginas


Marcelo Barbão
São Paulo, 21/10/2002

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01. Proust, rugas e colesterol de Wellington Machado
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