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Sexta-feira,
13/6/2014
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A vingança dos certinhos
>>> O certinho que ainda não aprendeu a necessidade de... fazer marketing pessoal. Ele é usado para "ficar no meio", ignorado e utilizado para fazer a estrutura funcionar. Acabará sendo confundido com o "bonzinho", se não mostrar enfaticamente que conhece as próprias qualidades e que seu espírito cooperativo tem limites. Afinal, para melhorar, a estrutura precisa da contestação dos certinhos - em geral mais embasada que os "pitis" e fricotes dos "problemáticos". Na prática, a tal acomodação "problemático-certinho-problemático", com o certinho na carteira escolar do meio, nivela a tal estrutura por baixo, pois desloca o foco da competência ou da criatividade discreta para a incompetência histriônica de supostos gênios em potencial.
por Marta Barcellos
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A Copa mais triste de todos os tempos
>>> Uma cidade deserta e vulnerável por tantas greves e manifestações antecede a festa. Um campo vazio se abre na pátria incerta, dividido ao meio e obscuro em terra batida. Num lado a paixão pelo futebol, que se desvanece, de cujo alimento talvez já estejamos extasiados. Do outro, dialoga uma tímida euforia, estamos impedidos, afinal, de manifestar contentamento. Neste clima pré-Copa, a cidade está irreconhecível, titubeante; antes hesitante. Para qual lado ir? O brasileiro está entre honrar seus compromissos e botar tudo abaixo, entre partilhar suas alegrias mais íntimas ou lançar seus protestos mais verdadeiros ou hediondos.
por Elisa Andrade Buzzo
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O momento do cinema latino-americano
>>> O que entendo ser oportuno destacar é que a presença de filmes como Palo Malo e 7 Caixas sinalizam para um momento de diversidade, um momento de proximidade com filmografias ao lado, mas que praticamente não eram vistas. Entendo também como oportuno destacar que, com filmes assim, o cinema se oferece como veículo de expressão para olharmos e confrontarmos experiências que, para além do evento cultural, abram caminhos para o entendimento de que partilhamos um destino social e político comum na periferia do mundo globalizado.
por Humberto Pereira da Silva
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A vida exemplar de Eric Voegelin
>>> Alexander Dugin é um tradicionalista do tipo evoliano, que submete tudo à aprovação do mestre e conforma tudo aos seus ensinamentos. Ao mesmo tempo, ele é mestre para muitos: principal líder do movimento eurasiano, professor universitário, autor de dezenas de livros e influência marcante para os arquitetos da política externa do governo russo. Na Rússia de Putin - e não só nela - os defensores da Tradição já não levam vidas subterrâneas. Ao contrário: com força, fé e entusiasmo, marcham sobre a terra.
por Celso A. Uequed Pitol
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Humor x Desamparo
>>> Livros sérios sobre humor costumam entediar quem procura alguma possibilidade de sorriso. Para a sorte do leitor comum que se interessa por humor e psicanálise, Humor é coisa séria contraria essa tendência à aridez teórica. O autor, dr. Abrão Slavutzky, escreve, "o humor diminui a angústia ao permitir a descontração que suaviza o viver diante da difícil realidade. Portanto, ter sentido de humor é dispor de um poder no difícil jogo da existência". Infelizmente, segundo pesquisas, mais da metade das pessoas não tem bom humor, ou seja, recebe os golpes da vida sem ter "a capacidade simbólica de gerar prazer onde, geralmente, ocorreria a dor".
por Carla Ceres
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As deliciosas mulheres de Gustave Courbet
>>> Do lado de cá, estamos nós, os observadores. Do lado de lá, as belas e carnais formas de um nu feminino representado pelo pintor francês Gustave Courbet. A tela, de 1866, se chama "Mulher com papagaio". Courbet é um "faiseur de chair", sendo que seus nus, impudores e de uma sensualidade indiscreta, ocupam grande parte de sua obra. São verdadeiros poemas louvando a carne feminina.
por Jardel Dias Cavalcanti
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O chamado de Cthulhu
>>> H.P. Lovecraft foi o mais importante escritor de terror do início do século XX. Sua obra encontrou tamanha reverberação naquele período conturbado e nos anos subsequentes que muitos passaram a acreditar que seus textos se tratavam não de literatura, mas relatos reais. Boa parte da mitologia desse universo de horror tem sua origem no livro O Chamado de Cthulhu e outros contos, lançado em 2012 pela editora Hedra como parte da coleção de obras completas do autor.
por Gian Danton
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Escola (e escolinha)
>>> Me agrada a ideia de um ambiente suficientemente protegido, onde o objetivo seja formar pessoas, educando seres humanos. Podem me chamar de idealista, mas não tem como fazer isso no meio do caos... Entendo que para lidar com o Brasil, é preciso encarar a realidade. Mas para melhorar o Brasil, temos de perseguir algum ideal de país. Na escola, plantamos o sonho de um país melhor, através de pessoas melhores "em formação". (Pelo menos, é como eu entendo o conceito.)
por Julio Daio Borges
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Como Passar Um Ano Sem Facebook
>>> Há um ano, decidi deletar meu Facebook. E recomendo a experiência. Se você está cogitando deletar o seu, minha sugestão é a seguinte: pense um tanto no assunto, veja se sair da rede social vai fazer você continuar pensando bastante nela; se não for o caso, se delete. É mais simples do que você pensa, e faz menos falta do que você espera.
por Dani Arrais
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O corpo em que nasci, de Guadalupe Nettel
>>> Decididos pela leitura de O Corpo em que Nasci, imaginávamos encontrar um livro simbolista, um texto que eventualmente refletisse as névoas em meio as quais a escritora viveria. Ocorre que Guadalupe Nettel nasceu com uma deficiência no olho direito: "Nasci com uma auréola branca, ou o que os outros chamam de mancha de nascimento, sobre a córnea do meu olho direito (...) a mácula em questão estava bem em cima da pupila onde deve entrar a luz até o fundo do cérebro (...) a obstrução da pupila favoreceu o desenvolvimento paulatino de uma catarata do mesmo jeito que um túnel de ventilação vai se enchendo de mofo".
por Ricardo de Mattos
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Curso de gestão atabalhoada do tempo
>>> Estou aqui, ainda, às voltas com essa coisa difícil que é organizar o tempo. Uma espécie de diagramação do tempo que a gente pensa que tem. Vejam: a gente pensa que tem. A gente só pensa, porque, na verdade, ninguém sabe ao certo quanto tempo tem adiante. Talvez por isso o passado pareça tão mais fácil de cultivar. Ainda assim, ele vai passando e vai deixando marcas, coisas que a gente vai guardando, filtrando, tratando ou acumulando. Mas então: se a gente pensa que tem mais tempo, fica querendo organizá-lo de tal ou qual maneira. E quanto mais esse tempo passa, mais a gente vai se preocupando em gastá-lo de um jeito mais interessante. Ou deveria ser assim?
por Ana Elisa Ribeiro
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Senna
>>> É possível aceitar Senna como um talento admirável e uma personalidade às vezes detestável. Humano, sim, como o mais-que-humano Piquet, vilão na época e agora considerado por muitos o santo injustiçado. É possível, aconselhável e necessário exaltar, de preferência aos gritos, as corridas espetaculares de Senna em Mônaco, no Brasil em 1991 e na Inglaterra em 1993. Sobretudo, é possível aceitar que naquelas manhãs de domingo (ou tardes ou madrugadas) éramos irremediavelmente felizes por uma série de fatores que convergiam todos para um nome: Senna.
por Paulo Polzonoff Jr
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O Subjuntivo Subiu no Telhado
>>> Nada é permanente, sabemos disso, e a língua, sendo berço e história, é também movimento, criação coletiva. Seus elementos sonoros, morfológicos, sintáticos e semânticos se transformam com o tempo, e, quase sempre, isso é bem-vindo. Já o subjuntivo é outra história. Precisamos dele. Talvez seja uma forma elegante, e daí esse ataque, mas elegância nada a ter a ver com a elite, não com o sentido que lhe damos. O subjuntivo é a forma linguística que nos abre para o possível, o duvidoso, o que nos faz propriamente humanos, e isso importa. Sem ele, nossa língua se empobrece; perdemos todos.
por Marilia Mota Silva
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Retrato do Leitor enquanto Anotação
>>> Será que posso atravessar a página deste Macbeth e encontrar seu leitor anterior do outro lado? Há vestígios de sua passagem: anotações à lápis nas bordas das folhas. O que é que buscava ou o que é que descobriu na obra de Shakespeare? Este leitor oculto se fascina, por um lado, pela violência da peça; por outro, pelo lirismo dela. O que este qualquer descobriu da sua leitura de Macbeth é esse percurso do neutro, do possível, ao definitivo, ao inescapável.
por Duanne Ribeiro
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Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares
>>> Eu terminei a leitura com a sensação de que não há escolha nesse ponto, ou há, mas a escolhe é outra: viver ou pensar. Preocupamo-nos muito com o que é a vida, com a busca da felicidade, com grandes acontecimentos importantes, e acabamos paralisados de tanto pensar, não percebendo que a cada dia a vida passa, e somos nós que não damos peso ao que nos acontece. Através de Bloom, Gonçalo traça genial e minuciosamente o itinerário que nós, maníacos e melancólicos "pós-modernos" vivemos. E tudo isso com uma escrita ao mesmo tempo crua, irônica, leve e acolhedora.
por Carina Destempero
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Julio Daio Borges
Editor
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