Matrix, Reloaded e Revolutions | André Pires | Digestivo Cultural

busca | avançada
78743 visitas/dia
2,5 milhões/mês
Mais Recentes
>>> IA 'revive' Carlos Drummond de Andrade em campanha do Rio Memórias
>>> mulheres.gráfica.política
>>> Eudóxia de Barros
>>> 100 anos de Orlando Silveira
>>> Panorama Do Choro
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
Colunistas
Últimos Posts
>>> Pondé mostra sua biblioteca
>>> Daniel Ades sobre o fim de uma era (2025)
>>> Vargas Llosa mostra sua biblioteca
>>> El País homenageia Vargas Llosa
>>> William Waack sobre Vargas Llosa
>>> O Agent Development Kit (ADK) do Google
>>> 'Não poderia ser mais estúpido' (Galloway, Scott)
>>> Scott Galloway sobre as tarifas (2025)
>>> All-In sobre as tarifas
>>> Paul Krugman on tariffs (2025)
Últimos Posts
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Hebreus e monstros, parte I
>>> Nas garras do Iluminismo fácil
>>> Estereótipos
>>> Carona na Rede
>>> Fui demitida, e agora?
>>> Insuportavelmente feliz
>>> Fudeus existe
>>> Jovens Escribas e o Digestivo
>>> É preciso saber distinguir, para não confundir !
>>> Um tweet que virou charge
Mais Recentes
>>> On Revolution de Hannah Arendt pela Penguin Books (1977)
>>> Danças folclóricas do Rio Grande do Norte de Deífilo Gurgel pela Funpec (1990)
>>> Angel Cats: Anjos de Muitas Vidas de Allen e Linda Anderson pela Giz (2009)
>>> A Essência do Planejamento de Mídia de Arnold M Barban, Steven M Cristol, Frank J Kopec pela Nobel (2001)
>>> Interações Naturais e Sociais (Coleção Amarelinha - Educação Infantil, 3 anos) de Rose Elaine Sgroglia Machado pela Rideel (2020)
>>> O Tao Da Música de Carlos D. Fregtman pela Pensamento (1986)
>>> Corte De Chamas Prateadas (Série Corte de Espinhos e Rosas, vol. 4) de Sarah J. Maas pela Galera (2021)
>>> Teatro das Letras de Brito Broca pela Editora da Unicamp (1993)
>>> As tres culturas de Wolf Lepenies pela Edusp (1996)
>>> Você e o Seu Coração de Jairo Jesus Mancilha Carvalho pela Qualitymark (1997)
>>> Mamulengo Revista da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos de Rabtb pela Minas Gráfica (1980)
>>> Deus E A Ciência de Jean Guitton pela Nova Fronteira (1992)
>>> As Três Montanhas de Samael Aun Weor pela Movimento Gnóstico Cristão Universal (1994)
>>> Transistores Equivalencias de De Muiderkring pela Paraninfo (1980)
>>> The Theory of the Leisure Class - An economic study of institutions de Thorstein Veblen pela Modern Library New York (1931)
>>> O Romance Com Deus. Como Perceber Deus Na Vida Diária. Coletânia De Ensaios E Palestras - Volume Ii de Paramahansa Yogananda pela Self-realization Fellowship (2013)
>>> O Retorno Da Tribo-passaro de Ken Carey pela Cultrix (1995)
>>> Sucesso Financeiro Através do Poder de Pensamento Criativo de Wallace D Wattles pela Record (1976)
>>> Dicionário de Eletrônica e Física do Estado Sólido de Ronaldo Sérgio de Biasi pela Record (1980)
>>> Colônias Espirituais de Lúcia Loureiro pela Mnêmio Túlio (2006)
>>> Cultura e sociedade 1780 - 1950 de Raymond Williams pela Cose (1969)
>>> Filhos de Pastores de Ismael Luiz e Jorge Linhares pela Getsêmani (2006)
>>> Os Segredos de Anjos e Demônios de Dan Burstein e Arne de Keijzer pela Sextante (2005)
>>> A Boa Filha de Karin Slaughter pela Harpercollins (2018)
>>> Como Fazer Milhões Com Vendas Diretas de Michael G. Malaghan pela Clio (2006)
COLUNAS

Quinta-feira, 29/5/2003
Matrix, Reloaded e Revolutions
André Pires
+ de 8300 Acessos
+ 4 Comentário(s)

De imediato, posso dizer que a seqüência não chega aos pés de seu antecessor. Fato: o original Matrix não foi criado para ser parte de uma trilogia, foi um filme redondo e fechado perfeitamente. Brilhante na proposta de unir harmonicamente filosofia, kung-fu à la filmes B orientais, misticismo e religião, em um enredo de ficção científica que deu novo sentido ao "estilo" cyberpunk.

Reloaded tenta ser uma continuação à altura do primeiro, e é aí que jaz seu maior erro. Devido às revelações finais de Matrix, não seria possível uma continuação da história sem que uma barra fortíssima fosse forçada dentro do argumento proposto. Neo se mostrou uma espécie de super-homem virtual, com plena consciência de suas capacidades ilimitadas. Como algum tipo de desafio poderia ser oferecido a um protagonista dessa magnitude, em uma seqüência? Sendo Neo consciente de que vive em um mundo de faz de conta, em que qualquer ação ou reação ao seu "eu" pode ser manipulada por ele mesmo, ele poderia simplesmente se fazer invisível, metamorfo, musculoso ou mais bronzeado. Pelo que entendo ele poderia andar pelado pelo mundo virtual e, quando chegassem dez trilhões de agentes Smith, ele simplesmente voaria para longe em direção ao local mais próximo onde pudesse se desconectar da Matrix.

Esta prerrogativa criada pelo primeiro filme esvazia a sua seqüência de uma série de possibilidades, mesmo considerando que se trata de um mundo fantasioso de ficção científica. Para trazer a público uma continuação linear, de uma história já encerrada em todas as suas vertentes (filosóficas, espirituais, etc.), os roteiristas teriam que extrapolar a narrativa, projetando novas questões mirabolantes em seu criativo universo.

Para tentar criar uma história tão grandiosa quanto a do primeiro filme, os irmãos Wachowski (roteiristas e diretores) viajaram fundo nas ilimitadas possibilidades do roteiro inicial, única forma de levar adiante o sucesso multimilionário de sua empreitada. Para isso criaram dois grandes trunfos para a segunda versão (se você não viu o filme pare de ler agora): o predestinado como anomalia já prevista pela Matrix e a nova teoria da "Matrix dentro da Matrix" (ou Matrix Shell, como os americanos a estão chamando). Juntamente com o exagero e a gratuidade das seqüências de ação, esta megalomania nas novas questões faz com que Reloaded peque pelo excesso.

A narrativa, um dos grandes trunfos do original Matrix, está esvaziada quase por completo. A nova trama parece que foi criada unicamente para apresentar as situações de luta e as perseguições fantásticas, o link entre elas não passa de um bando de desculpas esfarrapadas. Acaba sendo necessária a aparição do tal "Arquiteto" para explicar toda a situação. Ele faz, em uma única e exaustiva cena, tudo aquilo que a narrativa deveria ter feito de uma forma harmônica e progressiva: apresenta e explica toda a série de novidades metafísico-virtuais-tecnológicas que compõem a problemática central do filme. Totalmente diferente do primeiro, onde as questões apresentadas eram, pouco a pouco, desvendadas pelo personagem (e pelos espectadores) de uma forma seqüencial, levando a um crescendo de descobertas e profundidade da trama até atingir o clímax com a revelação final.

Reloaded não convence. Nem mesmo consegue ser suave como mera trama seqüencial redonda, como em outras trilogias (Guerra nas Estrelas, X-Men2, etc.).

Reloaded e Revolution não são dois filmes redondos e terminados que estão inseridos em uma trama maior: são um filme só, de seis horas, que foi cortado ao meio. Filhos bastardos de um original brilhante que não deveria ter sido vítima da ambição gananciosa de gerar mais frutos.

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor, que assina o blog Lanho.


André Pires
Rio de Janeiro, 29/5/2003

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Jackie O., editora de Eugenia Zerbini


Mais André Pires
Mais Acessadas de André Pires
01. Matrix, Reloaded e Revolutions - 29/5/2003
02. Só sei que nada sei - 9/12/2009
03. Em Defesa do Funk - ou nem tanto - 11/5/2001
04. Cidade de Deus: o maior barato - 7/10/2002
05. Rodrigo e a guerra - 14/4/2003


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
3/6/2003
14h40min
Creio que vc deveria se informar melhor sobre a origem do filme matrix. não tenho a fonte agora, mas com certeza o filme foi concebido como uma trilogia, mas a produtora não quis se comprometer com um projeto tão incerto. por isso deu dinheiro somente para um filme e assim matrix se fez. mas, é claro, isso é detalhe.
[Leia outros Comentários de Bruno]
9/7/2003
17h35min
Matrix é a linguagem da internet. Rica em possibilidades mas que nos induz a superficialidade. Fragmentado. Agradável aos olhos. Para saber mais é preciso clicar mais: seja no site, animatix ou em outro meio que ainda há de vir.
[Leia outros Comentários de Patrícia Machado]
4/8/2003
00h41min
O bruno ta certo, Matrix era uma trilogia desde o inicio, e algumas partes foram explicadas tambem de modo gradual e nao somente pelo arquiteto. E nao tem nada de excesso. Se ele poderia ficar invisivel ou amorfo eu nao sei, mas eh provavel que sim, mas se fizesse tudo isso ficaria muito sem graça, eu acho legal as lutas e a perseguição, sao as cenas q mais gosto.
[Leia outros Comentários de Rogerio]
6/12/2003
21h05min
Enfatizo a informação citada nos outros comentários: Matrix é uma trilogia. Não foi originalmente anunciada como tal porque a Warner teve dúvidas em relação ao sucesso do primeiro filme. Discordo também que Reloaded foi despropositado, ele foi feito para levantar mais dúvidas do que respostas, respostas essas que não foram totalmente explicadas pelo Arquiteto, nos forçando a assistir Revolutions, esse sim, a grande decpeção, pois, não respondeu de forma satisfatória as dúvidas levantadas em Reloaded. Confesso que saí muito decepcionado do cinema, pois foi perdida a chance de se criar o primeiro grande mito do cinema no século XXI. Infelizmente se preocuparam com o lucro nas bilheterias e com efeitos especiais mirabolantes, cito por exemplo a tão comentada "Superbriga" entre Neo e Smith, que não é diferente do que qualquer episódio de Dragon Ball ou Cavaleiros do Zodíaco. Agora se comenta muito na possibilidade de um novo Matrix, aí sim, é admitir o fracasso de Revolutions.
[Leia outros Comentários de Adriano]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.




Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Meta-se na Sua Meta e Emagreça de um Vez por Todas
Maria Eliza Zuccon
Roca
(2005)



O Cristão e a Casa Mal-assombrada
Gary Jansen
Pensamento
(2012)



Seimei No Jisso
Masahary Taniguchi
Seicho-No-Ie
(1983)



Direito e Internet: Liberdade de Informação, Privacidade e Responsabil
Liliana Minardi Paesani
Atlas
(2000)



A Bela e a Fera - Classic Stars
Irmãos Grimm
Todolivro



Ilusões Perdidas
Honoré Balzac
Companhia das Letras
(2008)



Sonetos do Amor Obscuro e Divã do Tamarit
Federico Garcia Lorca
Folha de S. Paulo
(2012)



Confissões de um Inconformista - Memória Volume 1
Pedro Porfírio
Fábrica do Conhecimento
(2004)



Fé em Deus e Pé na Tábua
Roberto DaMatta
Rocco
(2010)



Formulário Magico E Terapêutico
Fernandez Portugal Filho
Madras
(2009)





busca | avançada
78743 visitas/dia
2,5 milhões/mês