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Quarta-feira, 13/8/2003
Boas novas em novos horários
Rennata Airoldi
+ de 2700 Acessos

Sem dúvida, a diversidade e a qualidade são a alma do negócio quando o assunto é um bom roteiro cultural. Dito isto, devo colocar que é imenso o número de produções teatrais na cidade de São Paulo e, a cada temporada, surgem novos horários e novas propostas, democratizando a nossa arte em todos os sentidos. Se o cinema arrebata o público das tardes e noites diariamente, porque não o Teatro buscar novas perspectivas em tempos de crise?

Estreou, na última quinta-feira, a peça A Mulher do Trem no Teatro Folha, num horário inusitado: às dezoito horas! Sim! E o interessante é que a sala estava lotada! Claro, isso é esperado na estréia de uma companhia de qualidade e de conteúdo artístico, mas não eram só os amigos e a classe teatral que estava na platéia. Ao meu lado, curiosamente, sentaram três senhoras, muito simpáticas, que comentaram com entusiasmo a novidade: o fato de poder assistir uma peça no fim da tarde, num dia de semana qualquer.

Claro que, há algum tempo, os ditos "horários alternativos", em diversos espaços, vêm ganhando adeptos e público. Hoje em dia, é possível ir ao teatro de terça à domingo em horários inusitados. O que ocorre é que os grupos e produções alternativos, de grande competência e de ótimas obras, viram estes novos horários como uma forma de arrebatar o público que já freqüenta o chamado "teatrão" nos fins de semana. E isso está se tornando uma grande válvula de escape. Uma vez que, com novos dias e horários, mais produções se revezam na utilização do mesmo espaço. Ganha o teatro, ganha o público, ganham os atores e investidores. Entretanto, é preciso colocar que: estar em cartaz em dias convencionais, não tem nada a ver com qualquer juízo de valor; ou seja, não significa que o espetáculo de sábado seja melhor do que o da terça, e vice-versa. Na maioria das vezes, é só uma questão de oportunidade.

Mas voltando a A Mulher do Trem, posso dizer que foi uma agradável surpresa. A Cia os Fofos Encenam, comandada pelo diretor Fernando Neves, mergulhou no universo quase esquecido das peças do Circo-Teatro. O resultado, é o resgate de um texto e também de uma maneira de representar. Um piano, que está o tempo todo em cena, faz da trilha e da sonoplastia (ao vivo) uma atração à parte, que contracena com os atores e dita o ritmo da peça. Os atores representam tipos bem caricatos e trazem à tona a comédia ingênua e a maneira exagerada de representar. Tudo é de extrema coerência: figurino, direção, interpretação, cenário.

É bom ressaltar: a diversidade é o grande acerto da arte atual. Ou seja: a possibilidade de diferentes grupos desenvolverem diferentes linguagens e traduzirem esses universos de maneira igualmente interessante. Cada um na sua: o importante é que cada espetáculo construa a sua própria unidade, a sua identidade, e que isso fique sempre claro para o público. Nesta peça, o grupo acertou ao mergulhar nesse universo, ao fazer esse resgate, sem medo de ir até o limite da proposta. O texto de Maurice Hennequim e de Geroge Mitchel é uma trama simples, não traz nada de ineditismo, não é diferente, ousada e nem surpreende. Pelo contrário: no meio da história, todo o público já desvendou o "mistério". Mas isso também não é o mais importante. O engraçado é a maneira com que tudo é executado. Como cada ator representa aquele tipo específico: a ingênua, o galã, o cínico, etc.

Bom mesmo é ver que os grupos não se prendem a modismos ou a formas estagnadas. Se por um lado, vemos teatro de vanguarda, com toda tecnologia e mecanismos a seu favor, vemos por outro, um teatro simples, dos pequenos focos de luz, do ator como centro de tudo e, por que não também, o resgate de nossas origens, do circo, do teatro de revista, tão populares há décadas atrás. Ou seja: assim como as diferenças devem e podem conviver em nosso dia-a-dia, é importante que a arte, em qualquer forma de expressão, também levante essa bandeira. Cabe ao público escolher o que lhe é mais agradável! O importante é que haja sempre esta flexibilidade: que as companhias e os teatros busquem novas maneiras de abrir espaço para todos. Se não é possível estar em cartaz no sábado, que seja na terça ou na quarta, mas que seja feito!

Para ir além
A Mulher do Trem, direção: Fernando Neves.
Teatro Folha - Shop. Higienópolis (Av. Higienópolis, nº 618).
Quinta-feiras às 18hrs.
Contato: 11 3823-2323

Dica da Semana
Está em cartaz, no Teatro Ágora, a peça Bargaia, de Viviane Dias, com direção de Jairo Mattos. A montagem é simples e prima pelo trabalho dos atores. Em cena, três amigos enclausurados num bar, que resolvem compartilhar uma mesma experiência. Começam a "viajar" representando personagens conhecidos e se relacionando através deles. Sem querer, as neuroses pessoais vão se revelando bem como os desejos e as vontades de cada um.

O texto inédito desta jovem dramaturga, é bom embora peque pelas inúmeras citações; o que, de certa forma, faz com que o espectador se desprenda da ação cênica. Por outro lado, traz momentos de profunda identificação com o público, principalmente para os espectadores que costumam freqüentar bares. O garçom que vira amigo, o antigo freguês que sempre volta, e a jovem sensual que surge como novidade mexendo com a libido de todos no bar. O que seria normalmente "pouco" é o suficiente para criar esse ambiente noturno tão presente no nosso dia-a-dia. Mesas, cadeiras, penumbra, boa música e, claro, boa bebida.

Para ir além
Bargaia, direção: Jairo Mattos
Teatro Ágora, R. Rui Barbosa, 672
Sextas e sábados às 21hrs., e domingos às 20hrs.
Contato: 11 3284 0290 ou ainda www.agoranarede.com.br.


Rennata Airoldi
São Paulo, 13/8/2003

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