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Segunda-feira,
18/11/2013
O amor é um jogo que ganha quem se perde
Carina Destempero
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Porque, né, todo mundo sabe que a gente só encontra o amor quando não tá procurando. É um clichê, verdade universal, alardeada por todos e qualquer um. E, mais ainda, o amado será alguém que você nunca imaginaria. No seu arquivo de exigências, ele não corresponde a nenhuma, e ainda é capaz de ter características que estão lá na sua listinha de "inaceitável". Aí você que tá lendo isso ri se já encontrou o amor, e se ainda não o fez pensa, Lá vem mais uma chata falar tudo que a gente já sabe e não adianta de nada. Pois é.
Eu concordo totalmente com essas duas primeiras afirmações que fiz, mas, me desculpem, não sei como se faz para deixar de procurar. Não, não basta fingir que não quer, falar da boca pra fora que não tá nem aí e que está super bem sozinho. Nem costuma adiantar procurar alguém que é o oposto do que você imagina. Porque oposto também é imaginação, é a mesma coisa. Por isso eu disse: alguém que você não imaginaria. Alguém diferente, que surge num momento nada a ver, fala coisas estranhas, te olha meio esquisito, mas que, quando você se dá conta, encaixou direitinho.
Então, o que me resta falando de amor aqui são três significantes: distração, inimaginável, encaixe. Não acho que exista fórmula para se apaixonar, mas, se existisse, esses três certamente fariam parte da equação. E por algum motivo me veio um título pra essa equação: O amor é um jogo que só ganha quem se perde. Se você pensa em encontrar o amor sem sair um milímetro do lugar confortável e cheio de certezas e garantias em que está instalado, desculpe te decepcionar, mas não vai acontecer. Se você está muito preocupado com como vai começar, se vai dar certo, se vai durar, se você vai sofrer, dificilmente vai conseguir se divertir durante - que afinal é, ou deveria ser, o objetivo principal.
Você pode perguntar agora quem eu acho que sou pra despejar esse monte de palavras como se eu soubesse do que estou falando. Minha resposta é: não faço ideia. Mas saiba que só falo, ou escrevo, isso tudo, porque um dia, quando eu não esperava, alguém que eu nunca poderia imaginar me encontrou lendo jornal na fila do pão.
Carina Destempero
Rio de Janeiro,
18/11/2013
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