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Quinta-feira, 3/7/2014
Mulheres fantásticas e futuristas
Carla Ceres
+ de 5100 Acessos

As convenções de fãs estão aí para provar: garotas ainda são minoria entre os consumidores de ficção científica, futurismo e fantasia. No entanto, algumas batedoras já desbravam o território e seu número tende a crescer à medida que surgirem mais livros e filmes como O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman, e Ela (em Portugal, Uma história de amor), escrito e dirigido por Spike Jonze.

Enquanto os rapazes se satisfazem com naves espaciais e robôs trocando tiros para chegar ao poder, as garotas se interessam mais por conflitos emocionais, misticismo e sedução. Não admira que o público feminino não tenha caído de amores por Blade runner, o caçador de androides (em Portugal, Perigo iminente), do diretor Ridley Scott. O filme prima pelos cenários futuristas, mas deixa muito a desejar quanto à profundidade emocional. Transforma o livro Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K. Dick, em uma história de detetive noir, cheia de tiros e perseguições. Deixa de lado boa parte dos questionamentos filosóficos, políticos e místicos.

A despeito de sua lentidão angustiante, Blade runner não precisa de uma refilmagem. Marcou época, inovou e estabeleceu as bases para inúmeros trabalhos do gênero. Mas Androides sonham com ovelhas elétricas? ainda merece uma adaptação digna de sua complexidade. Aliás, foi por pouco que o livro não deixou de existir. Em sua última entrevista, na The Twilight Zone Magazine, Philip K. Dick comenta: "A quantidade de dinheiro teria sido muito boa e as pessoas envolvidas no filme nos ofereceram participação nos direitos de merchandising. Mas elas exigiram a supressão do livro original, Androides sonham com ovelhas elétricas?, para focarmos na adaptação novelizada, baseada no roteiro do filme". Por sorte dos leitores, a proposta indecente de US$ 400 mil foi recusada.

Os personagens femininos da ficção científica, quando não se apresentam como "mocinhas em perigo", costumam, na melhor das hipóteses, ficar em segundo plano, apenas aborrecendo o protagonista com seus caprichos. É o caso da esposa de Rick Deckard, o caçador de androides, no livro de Philip K. Dick. Possuindo um aparelho que lhe permite selecionar a emoção que deseja sentir, a mulher contraria o conselho do marido, opta por seis horas de depressão e se torna ainda mais chata do que já era. (Mulheres têm TPM de propósito?)

Por sua vez, a androide Rachel Rosen personifica a mulher fatal, falsa e vingativa. No livro, ela faz sexo com vários caçadores de recompensa para que não tenham mais coragem de eliminar androides fugitivos e, em especial, uma de suas inúmeras "sósias", a androide Pris Stratton. (Mulheres são todas iguais?) Quando seu plano falha, Rachel se vinga no ser vivo que Deckard mais ama.

Alguns autores atuais de fantasia e ficção científica, por estratégia de marketing ou, talvez, porque a humanidade esteja mesmo amadurecendo emocionalmente, começam a tratar suas personagens femininas com mais consideração. Em O oceano no fim do caminho, Neil Gaiman, autor do ultramasculino e merecidamente premiado livro Deuses americanos, dá uma generosa colher de chá ao princípio feminino. A crítica se apaixonou por essa história de um garotinho de sete anos às voltas com problemas familiares, auxiliado por três mulheres encantadoras (em todas as acepções do termo).

Trata-se de uma obra de fantasia para adultos, mas também acessível a adolescentes. Gaiman começou a escrevê-la como um conto para presentear sua esposa, Amanda, que não é fã de fantasia, mas gosta muito do marido e de sentimentos. O conto foi crescendo, virou um romance com toques autobiográficos que respeita os terrores da infância. Sem dúvida, vai atrair leitoras para outros de seus livros.

Ela, o filme futurista sobre um homem solitário que se apaixona pelo sistema operacional de seu computador, arrancou suspiros das espectadoras e conquistou um merecidíssimo Oscar de Melhor Roteiro, em 2014. Concorreu, também, ao prêmio de Melhor Filme juntamente com Gravidade − outra obra de ficção científica com uma protagonista madura e complexa − e muitos pesos-pesados como O lobo de Wall Street e o vencedor 12 anos de escravidão.

Quaisquer que sejam os motivos das transformações nos personagens femininos, convém lembrar que o principal assunto das obras futuristas medianas é o mundo atual, fantasiado de futuro. Já as obras excelentes projetam, no futuro, questões humanas atemporais que exijam uma discussão imediata porque chegamos a um momento decisivo em que devemos escolher nosso destino.

Nota do Editor
Carla Ceres mantém o blog Algo além dos Livros. http://carlaceres.blogspot.com/


Carla Ceres
Piracicaba, 3/7/2014

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01. estar onde eu não estou de Luís Fernando Amâncio


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